sábado, 11 de abril de 2020

Prefeito Cândido Mendes de Carvalho


Prefeito Cândido Mendes de Carvalho


Cândido Mendes de Carvalho, nascido em Guidoval em 19 de junho de 1.937. Filho de Astolfo Mendes de Carvalho e Amélia Gabriela de Mendonça. O pai foi vereador e um dos emancipadores de Guidoval.
Filho único, de poucos amigos, infância muito presa (ficando de camisola para não sair de casa), montava seis próprios brinquedos. Estudou até a terceira série mas Escolas Reunidas de Guidoval, em seguida foi para Leopoldina. Voltando para Ubá estudou no Colégio interno. Seus pais queriam que fosse médico, mas como não gostava de estudar não terminou o segundo grau. Dizia sempre: "Eu freqüento escolas".
Aos 18 anos começou a namorar, indo de Guidoval a Ubá de bicicleta. Nesta mesma época fazia favores para aprender a dirigir.
Aos 24 anos casou-se com a Sra. Maria da Penha Silva Mendes, no dia 30 de setembro de 1,961, na Igreja São Januário em Ubá. Teve quatro filhos: Janete, Jairo, Jader e Jardel, e quatro netos: Luã, Gotardo, Matheus e Bernardo. Após três anos de casado nasceu o primeiro filho estando ele viajando para Recife. O segundo e o terceiro estava no nordeste. Presencia apenas o nascimento do último filho.
Viajou por todo Brasil (menos Sul), indo mais ao nordeste, passando às vezes 30 dias fora de casa, enfrentando estradas de chão (por vários anos como caminhoneiro) levando poucas vezes a esposa pelo desconforto das viagens. Trabalhou para e empresa Útil, de Ubá para Belo Horizonte durante dez anos, aposentando aos 45 anos. Logo montou uma oficina com Luís Prata onde trabalhou como mecânico.
VIDA POLÍTICA
Em 1.970, sob influência de pai e Sebastião Cruz (prefeito de Guidoval por vários mandatos), ingressa na vida política pelo partido ARENA. Foi prefeito durante dos anos, sendo seu vice o Dr. Albro Pacheco Ribeiral. Foi pressionado pelo presidente da Câmara a renunciar. Cândido disse : "Renunciar eu não renuncio, pois quem me colocou foi o povo".
Na mesma época ocupava a Câmara de Vereadores a Sra. Carmem Cattete Reis Dornelas, a qual influenciou na escolha do nome da rua D. Amelinha, em homenagem a mãe de Cândido, que havia falecido em seu primeiro ano de mandato.
OBRAS :
Calçamento da Praça Getúlio Vargas
Calçamento da Rua Belarmino Campos
Rede de esgoto.
Reforma da caixa d'água no antigo Sacramento (fornecia água para a cidade).
Logo após foi candidato a vereador, ficando como suplente, não aceitando o cargo. Nunca abandonou a política, pois ajudava em tudo que era solicitado.
Em 1.992, por questões pessoais muda de partido, apoiando o PMDB, o qual o candidato a prefeito Sr. Élio Lopes dos Santos, venceu as eleições.
Em 1.996 candidato a vice do Sr. Mateus de Freitas Vieira atual prefeito pelo partido PDT (por quase dois anos, vindo a falecer).
Dedicou sua vida à família, saindo apenas para o trabalho, missas, assuntos pessoais. Participava das festividades realizadas na cidade: carnaval (desfilava num bloco de amigos na Escola de Samba "Calouros do Samba"), participava da Via-Sacra (Semana Santa) ao vivo, fazendo o papel de Pilatos, participava também de vários encontros de casais, encontros de jovens, cursilhos e curso de noivos.
Por volta de 1.992 teve o seu primeiro infarto, fazendo tratamento, mas não resistindo ao segundo infarto, vindo a falecer no dia 22 de outubro de 1.998, deixando seus familiares, amigos e povo guidovalense com saudades.
DEPOIMENTOS:
"Bom aluno, apesar de não gostar de estudar. Ótimo vizinho, amigo, bom pai, honesto e sincero." (Ivone Pereira)
"Cândido Mendes sempre participou de atividades em prol da comunidade". (Carmem Cattete Reis Dornelas)
"Sempre carismático, humano. Era uma pessoa comunicativa e amiga. Sempre alegre, não passava por mim e minha mãe sem dizer: ô figurinha, tudo bem?" (Iracema Reis Campos de Matos)
"Primo, colega e amigo nas horas certas e incertas. Nas férias viajávamos para praia onde curtíamos juntos momentos felizes com nossas respectivas famílias". (Alfredinho)
"Ótimo profissional na área de mecânica, um ótimo companheiro, nunca dizia não a quem o procurava, Uma pessoa digna de admiração." (Luiz Januário da Silva)
TRABALHO BIOGRÁFICO DA ALUNA :
Rosinalva de Almeida Vieira



Um comentário:

Plinio Augusto disse...

Cândido Mendes. Realmente, parece que tinha poucos amigos na infância. Mas, com certeza, eu era um desses poucos, durante a infância e adolescência, muito embora não tenha participado dos seus últimos tempos. Fazíamos aniversário no mesmo dia. Assim, como era corrente naquela época, mesas de doces no aniversário. O bolo sempre presente. Ambos participávamos da comemoração nas duas casas. Não me lembro quem ia primeiro na casa de quem... Nossas famílias sempre estiveram muito unidas de longa data. Tenho lembranças e já escrevi isso como uma das "estorinhas" em um livro que editei e montei em meu próprio apartamento, com 64 "Estórias", algumas sobre pessoas de Guidoval. A que agora me refiro é a do Seu Candinho Mendes, o avô. Eu não tinha camisola, mas também era bem retido em casa. Lá pelos idos de 1943/44, morávamos na Rua do Fundão, Sete de Setembro, numa casa que pertencia ao Seu Álbero Campos, ligada ao sobrado, já demolido há anos, onde funcionou a farmácia do Seu Heraldo Joaquim da Silva, que se casou dom a D. Cecília Vieira. Na porta da rua dessa casa tinha uma cancela para que eu não fugisse. Tinha 4 para 5 anos de idade. Meu pai era médico, o Dr. Mario Meireles e eu, como primeiro filho, uma espécie de laboratório. Ele me permitia certas guloseimas, mesmo que naturais, com muita parcimônia. Na época de mangas, eu e meu irmão Aulo, só podíamos chupar uma ou duas pela manhã, e não tomarmos leite no resto do dia. Picolés, produzidos no bar do Chico Caputo, uma a duas vezes no mês. Mas, quando o Seu Candinho Mendes vinha à rua, já moravam na mesma casa que ainda existe hoje, me vendo por detrás da cancela, me punha prá fora por sobre a cancela, sem avisar meus pais e, sabendo das coisas, passava pelo bar do Caputo, mandava embrulhar em papel impermeável três picolés, punha-os no bolso lateral do seu permanente paletó de brim caqui, me levava para a sua casa, e punha sobre uma laje redonda, tampa da cisterna e me propiciava consumir os três picolés. Disso eu nunca me esqueci. Também, durante o tempo em que estudávamos no Ginásio Guido Marlière, sempre frequentava a casa do Cândido e saboreava os bolos e doces que a D. Amelinha fazia. Nessa época morava com eles o primo Moacir, que embora um moço dito normal para a época, gostava muito de bordar, tarefa até então, mas apropriada a moças prendadas. Mas ele não estava nem aí. Não se importava. Esse, me lembro, certa vez na adolescência foi acometido de tétano e tinha que ficar bastante isolado, longe de qualquer ruído e em ambiente escurecido. Por menor que fosse o ruído, ele tinha espasmos musculares dolorosos. Mas escapou dessa.
Mas, voltemos ao Cândido. Durante algum tempo estudamos música com o Maestro Seu Tuti para tocarmos algum instrumento de sopro na banda local. E, como não gostava de estudar e era aficionado por caminhões, o seu pai permitiu-lhe deixar de frequentar o ginásio e acabou por comprar-lhe um caminhão, satisfazendo o seu maior desejo.
Como parti depois para continuar os estudos em Ubá, depois Juiz de Fora e Belo Horizonte, seguindo-se o início das minhas atividades profissionais de Veterinário no Sertão de Minas, o nosso contato foi se escasseando, e nos encontrando raramente quando vinha a Guidoval.
Mas uma coisa me deixou muito perplexo e sem explicação. Em outubro de 1998, quando já havia concluído a caminhada dos 870 Km do Caminho de Santiago de Compostela na Espanha, em visita à Basílica de Santa Cruz do Vale de Los Caidos, em El Escorial, vi caminhando pelo seu interior, todo circunspecto, uma pessoa idêntica ao Cândido nos seus últimos tempos. Um sósia perfeito, ou uma aparição???