sábado, 31 de outubro de 2009

49ª FESTA DA CERVEJA - Curitiba


Recebi, por e-mail, honroso convite do conterrâneo Afonso Bressan Filho para participar da “49ª FESTA DA CERVEJA” no Clube Concórdia de Curitiba. O evento será no dia 14 de novembro.

No e-mail o Afonso diz:

“Você e sua esposa e qualquer guidovalense são meus convidados a participarem dessa festividade tradicional e bem característica aqui do Sul. Chegando a Curitiba, por qualquer meio de transporte é só me telefonar. O resto é por minha conta.”


Já provei da hospitalidade do Afonso e de suas irmãs Maria, Marina e Magda. Só me resta agradecê-los.


É UM PEDAÇO DE GUIDOVAL QUE HABITA CURITIBA.


O Clube Concórdia é resultado de diversas fusões, a primeira delas em 1884 com o Gesangverein Concórdia adotando então o nome de Verein Deutcher Saegerbund. Logo a seguir, em 1885 houve uma nova fusão, desta vez com o Gesangverein Frohsinn e, em 1887, outra com o Deutcher Turverein – primeira sociedade de ginástica de Curitiba.


(abaixo, foto tirada do site do Clube Concórdia)

Muito mais tarde, em 1970 houve a fusão com a Sociedade de Tiro ao Alvo de Curitiba, fundada em 1º de março de 1886, também por imigrantes alemães.


O clube tem tradição na gastronomia, no Chopp, na música e nas danças típicas, é o único Clube de Curitiba que mantém as origens desta festa desde a sua primeira edição.


É considerada a primeira FESTA DA CERVEJA DO BRASIL e mantém as tradições. Prometendo repetir o sucesso esse ano dos anos anteriores.


A atual Diretoria do clube é composta por:

Presidente: Claudio Luiz Mäder

Vice Presidente e Diretor Jurídico: Wilson José Andersen Ballão

Diretor Social, Cultural e de Esportes: Tito Lívio Pospissil

Diretor de Comunicação, Marketing e Eventos: Guilherme Sell

Diretor Administrativo: Fredi Humphreys


O homem do dinheiro, o Diretor Financeiro e de Patrimônio, é nosso conterrâneo Afonsinho. É assim que os mais antigos, como eu, o chamam carinhosamente.


O Afonsinho mudou-se para Curitiba na década de 60, mas nunca esqueceu e nem esquece a nossa Guidoval.

Na capital do Paraná graduou-se em Direito. Hoje é um empresário de sucesso.

Constituiu família. É casado com Isa (Elizabeth). Têm três filhos: Dr. Rodrigo (Juiz de Direito na cidade de Londrina), Elisângela (Administradora de Empresas com especialização nos EUA e Canadá) e Luciano (Administrador de Empresas com especialização nos EUA e Fundação Getúlio Vargas).


Abaixo, foto do Afonso (vestido como um verdadeiro gaúcho) na “Pousada Recanto Borghetti” junto com Renato Borghetti o maior gaiteiro do Brasil e o pai desse grande músico.



Obrigado Afonsinho!
Pelo convite, amizade e consideração.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Feira da Cultura 2009 – E.E. Cel. Joaquim Martins



Feira da Cultura 2009
Escola Estadual Cel. Joaquim Martins


PROGRAMAÇÃO

Dia: 31/10/2009 (Pátio da Escola)

Abertura: às 8 horas: Hino Nacional com Hasteamento dos Pavilhões Nacional, Estadual, Municipal e Escolar.

Em seguida: Apresentação da Peça Teatral:
Dengue se combate todos os dias”.

TEMAS:

Estande 1 – 1º e 2º ano de escolaridade: “RECICLAGEM

Estande 2 – 3º ano de escolaridade: “DENGUE

Estande 3 – 4º ano de escolaridade: “ÁGUA

Estande 4 – 5º ano de escolaridade: “HIGIENE E SAÚDE

sábado, 24 de outubro de 2009

Academia Antônio Barbosa de Letras


Recebi, pelos correios, o seguinte convite:

Academia Antônio Barbosa de Letras

Cem Anos Antônio Barbosa Neto

Meus Amores

Convida você e sua família para participar da “Noite de Autógrafos” dos alunos dos 5ºs anos do Ensino Fundamental.

Dia: 31/10/2009

Hora: 19:00

Local: Quadra da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto”.

Na parte interna do convite tem uma foto do patrono com a sábia frase:

O livro é excelente conselheiro, pois nos fala em silêncio e ninguém ao nosso lado fica sabendo”.

Antônio José Barbosa Neto


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Mais uma vez tenho a grata surpresa de receber honroso convite da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto”.

Creio que é o terceiro evento consecutivo deste educandário editando e lançando livros escritos pelos seus alunos.


O primeiro foi em novembro de 2007. À época mandei o seguinte telegrama:


Quero parabenizar à Diretora, Professoras e Alunos das 4ªs séries do Ensino Fundamental da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” por mais esta feliz iniciativa de “Noite de Autógrafos” pelo lançamento de mais um livro. O tema “Meio Ambiente” é muito apropriado, principalmente nestes tempos em que homens destroem a natureza em busca do lucro fácil.


Em 1979, fiz um samba-enredo para a “Agremiação Calouros do Samba” denunciando a poluição do nosso Rio Chopotó (Xopotó).


O refrão dizia:

Como pode o peixe vivo, nosso rio habitar, / Como pode a nossa gente, providências não tomar”.


Tinha outros versos, como o trecho “A poluição que arrasa o nosso rio, / De forma brutal e vulgar, / Deixando em nós este vazio, / De matar a vida pro progresso passar”.

E ainda “Chora, Chopotó / Chora, meu povo, / Nem que seja com lágrimas, / Vamos regá-lo de novo”.


Caríssima Diretora, Professoras e Alunos, são realizações como esta que engrandecem a nossa terra, consolidando nas nossas crianças o sentimento de verdadeiros cidadãos, construtores de um futuro melhor. Eu e minha família, impossibilitados de comparecer ao evento, manifestamos a nossa alegria em sermos lembrados por tão honroso convite e aproveitamos para desejar pleno êxito a mais esta realização.


Abraços dos conterrâneos,

Ildefonso, Lourdes e Thaís


O segundo evento ocorreu em 2008, quando mandei outro telegrama:


Mais uma vez venho parabenizar à Diretora, Professoras e Alunos da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” pela feliz realização da Academia “Antônio Barbosa Neto” de Letras. Hoje já é uma tradição em nossa terra. Continuem promovendo as letras e a nossa cultura. A melhor maneira de formarmos cidadãos é educando-os com exemplos, atitudes e ações.


O saudoso Antônio José Barbosa Neto, que empresta o seu nome a este educandário, gostava de escrever poesias, sonetos e artigos para jornais. Colaborou comigo na realização do primeiro livrinho do nosso município: “Saudade Sapeense” de 1982.


No próximo ano, no dia 17 de agosto, completam 100 anos do seu nascimento. Ele veio para Guidoval em 1932 e aqui casou, constituiu uma família honrada, foi lavrador, comerciante, escrivão da coletoria federal, chefe de repartição, exator, aposentando-se como controlador da arrecadação federal. Elegeu-se vereador da primeira Câmara Municipal da cidade, missão que desempenhou com entusiasmo, energia e criatividade.


O centenário do patrono desta instituição é um bom motivo para se comemorar. Espero que a minha sugestão tenha alguma valia.


Caríssima Diretora, Professoras e Alunos, compromissos assumidos anteriormente me impedem de comparecer a esta festa cultural. Tenho certeza de que o evento terá pleno êxito.


Abraços dos conterrâneos,

Ildefonso, Lourdes e Thaís


Agora temos o terceiro evento. Mais uma vez, sinto-me impedido de comparecer a este evento cultural tão importante na vida de nossa cidade, mas principalmente nas crianças-cidadãs que a Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” está formando.

Só me resta agora fazer um compromisso público de que no ano vindouro me empenharei para comparecer a este grande momento cultural de nossa terrinha.

Mesmo não sendo adivinho, cartomante, quiromante e muito menos profeta arrisco-me a prever que dentre os pequenos-alunos-escritores da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” surgirá, em futuro próximo, um escritor de renome nacional.

É só esperar que o tempo me dará razão.

Abaixo, uma poesia escrita pelo PATRONO deste educandário em 1932, logo quando chegou em Guidoval:


Café de rapadura


Café de rapadura

escrito por Maria José Baía Meneghite

Já se passaram muitos anos e como diz o ditado popular “muita água já rolou debaixo da ponte,” mas o cheirinho daquele café ainda posso sentir, como se estivesse sendo coado aqui na minha cozinha.Engraçado como certas lembranças se apossam da gente e por mais que o tempo passe sempre estarão conosco.Lembro-me perfeitamente quando o ônibus parou na pequena cidade de Guidoval deixando alguns passageiros e, entre eles, minha tia Alaíde e eu, na época com oito ou nove anos mais ou menos.Como toda criança daquela idade,olhei em volta um pouco assustada e curiosa, pois a cidade de Guidoval era praticamente composta da uma rua principal e algumas ruelas de chão batido,muita poeira e uma minúscula população.Seguimos pela rua principal e chegamos à casa da tia Dagmar, que nos recebeu com um sorriso e o carinho de sempre.Ali pernoitamos, descansei e até brinquei um pouco naquela casa alta, espaçosa. No dia seguinte, despedimo-nos e seguimos a pé em direção ao povoado de Ribeirão Preto. Nunca pensei que fosse capaz de andar tanto.

O que para minha tia era um trajeto de recordações, um caminho aprazível, para mim era uma estrada interminável.

Hoje posso perfeitamente avaliar como era importante para ela pisar aquele chão, sentir o cheiro da terra que a viu nascer, falar com as pessoas conhecidas.

Era o único lugar onde ela realmente gostava de visitar e passar alguns dias, uma vez que sua vida limitava-se ao trabalho cansativo em sua máquina de costura.

Sair da cidade onde morava para ir ao Ribeirão Preto era deveras um retorno as suas lembranças da juventude, um verdadeiro caminho de recordações e de muita saudade. Essas coisas só podemos compreender com o passar do tempo, quando a saudade nos faz lembrar o que vivemos e às vezes o que deixamos de viver.Enfim, voltando à caminhada, devo dizer que cheguei bastante cansada ao nosso destino. A noite já se fazia anunciar pela revoada dos pássaros em busca de um abrigo.

Um vento frio batia no meu rosto querendo levar-me junto às folhas que rolavam pelo caminho estreito onde seguíamos. As árvores curvavam-se como se fizessem reverência à tempestade que se anunciava.Tudo o que eu queria era abrigar-me assim como faziam os pássaros. Apertamos o passo.

Logo avistamos o casarão do Sr. José Miguel, as plantações e tudo o que compunha aquela pequena propriedade onde passaríamos dois ou três dias. Chegamos antes da chuva e não demorou muito para que nos instalássemos na enorme cozinha de D. Fia, amiga de minha tia.Enquanto colocavam a conversa em dia, muito esperta D. Fia ia preparando o jantar, perguntando sobre meu pai, minha mãe e os irmãos. Fazia brincadeiras comigo que de cima de um banquinho de madeira observava tudo e espantava-me com o tamanho daquele fogão a lenha no centro da cozinha, parecendo um dragão soltando fogo e calor por todo lado.

Em dado momento ela ,D. Fia, me ofereceu um café, servido numa canequinha de folha de lata,(acho mesmo que tal utensílio nem existe mais) e eu bebi como se fosse o néctar dos Deuses.Disse-me em seguida ser um café diferente do café da cidade, pois era adoçado com rapadura.Era realmente diferente.

Eis aí o sabor que ainda sinto, que tenho carregado comigo pela vida afora. Um sabor só encontrado nos caminhos de Guidoval, terra onde também nasci, onde nasceram meus pais e que sempre terá alguém como D. Fia, como a tia Dagmar, para oferecer abrigo, carinho e um café de rapadura com um sabor diferente ....um sabor de saudade.

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O delicioso texto acima foi escrito pela conterrânea Maria José Baía Meneghite e publicado em 06/10/2009 no Portal de Notícias na internet do "Jornal Leopoldinense" no site

http://www.leopoldinense.com.br.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Chico Buarque - ("Leite Derramado")


Abaixo, você poderá ouvir o Chico Buarque lendo um trecho do seu último livro "Leite Derramado" ou então você mesmo poderá ler este trecho no link:
http://www.leitederramado.com.br/wordpress/wp-content/uploads/leite_derramado.pdf








26/03/2009
Palavra da imprensa
“…Leite Derramado, o quarto romance de Chico Buarque, deveria ser lido por todo brasileiro. Pela simples razão de que é uma das melhores peças literárias dos últimos tempos.” Cadão Volpato - Jornal Valor Econômico

“O que Chico comprova em Leite Derramado é que já conquistou algo que muitos escritores demoram tempo a conseguir: uma voz própria.” Carlos André Moreira - Jornal Zero Hora

“Chico Buarque tem enfrentado modelos clássicos com grande virtuosismo.” João Paulo Cunha - Jornal Estado de Minas

“Ao ler o livro, é inevitável pensar no Machado de Assis de Dom Casmurro e de Memórias Póstumas de Brás Cubas - este último por conta do enredo em que aparentemente não acontece nada e nenhuma narrativa se estabelece como determinante. O diálogo eficiente com o maior escritor brasileiro dá a medida do triunfo literário que é este novo romance de Chico Buarque.” — Heitor Ferraz, Revista BRAVO!

“Leite derramado é o mais hábil e inspirado romance que [Chico Buarque] já escreveu (…). A qualidade de Leite derramado — um dos mais importantes romances lançados no país nesta primeira década do século XXI — desmonta, de vez, as superstições e preconceitos que deformam sua figura de escritor. Chico não é só um músico de sucesso que faz literatura. Ele está entre os grandes narradores brasileiros contemporâneos (…). Leite derramado despeja sobre o leitor, é verdade, uma profunda tristeza. Mas é uma tristeza fértil, que nos ajuda a matizar os grandes atos da história.” — José Castello, O Globo

“[Em Leite derramado] os tempos encontram-se também tensionados, o presente derruído em oposição ao passado faustoso. E é dessa oposição que ressai uma dimensão importante no livro e sem precedentes, ao menos com essa insistência e intensidade, na obra literária de Chico Buarque (…). Leite derramado é o tempo perdido e irrecuperável da vida do narrador. Acolhe também uma dimensão sexual, que remonta a suas identificações com o pai e está diretamente relacionada a seu destino.” — Francisco Bosco, O Globo

“Desde o seu primeiro livro, Estorvo, Chico Buarque pratica um estilo em que o prosaico se mistura a efetivos achados poéticos.” — Carlos Graieb, Veja

“Do ponto de vista estilístico, a prosa de Chico evoca características da narrativa machadiana.” — Sylvia Colombo, Folha de S.Paulo

“Leite derramado é um livro divertido, que se lê de um estirão (…). Sem saudosismo nem adesão subalterna ao que está aí, a invenção realista de Chico Buarque é uma soberba lufada de ar fresco.” — Roberto Schwarz, Folha de S.Paulo

“Obra de alta carpintaria literária, o quarto romance de Chico Buarque impressiona mais pela beleza e astúcia de peças isoladas (…). A leitura encanta e arrebata (…).” — Eduardo Giannetti, Folha de S.Paulo

“É a melhor [obra de ficção] de todas que já escreveu, e a mais cinematográfica.” — Luis Antônio Giron, Época

“(…) estamos diante de um escritor de mão cheia (…). Leite derramado, ao que tudo indica, representa a abertura de um novo ciclo [narrativo] (…). Ao revirar pelo avesso ideologias entranhadas fundamente em nossos hábitos cotidianos, talvez ele [Chico Buarque] avance rumo às raízes do Brasil.” — Augusto Massi, O Estado de S. Paulo

“Leite derramado é um livro maior, em que Chico Buarque dá um passo além de Budapeste e alcança na ficção a mesma potência vernácula e imaginativa de suas melhores canções (…). Chico Buarque escreveu um romance poderoso sobre o amor e a posse, a memória e a história.” — Samuel Titan Jr., O Estado de S. Paulo

“Começando a leitura hoje, sábado, na segunda você estará com um livro de pouco menos de 200 páginas devidamente saboreado e a cabeça recheada de ótimas histórias para contar, (…) depois de um fim de semana segurando nada menos que o Brasil nas mãos (…). O Chico escritor está aqui na ponta dos cascos.” — Reinaldo Moraes, Jornal do Brasil

“Leite derramado terá longa vida.” — Álvaro Costa e Silva, Jornal do Brasil

sábado, 17 de outubro de 2009

ELPÍDIO (por Dr. Plínio Augusto de Meireles)

ALGUMAS LEMBRANÇAS DE GUIDOVAL GUARDADAS NA MEMÓRIA
escrito por Dr. Plínio Augusto de Meireles
em 11/09/2009

Elpídio Manoel Maximiliano, nascido em 05 de fevereiro de 1925. Mas, quando se lhe perguntava o nome ele respondia que se chamava “Erpide Sirva Camarote”

Do Elpídio eu me lembro de quando devia ter 7 ou 8 anos, ou seja, lá pelos idos de 1946/47, quando morávamos na esquina do Fundão com Rua do Campo.

A entrada da casa era pela Rua do Campo. Não havia porta nem cancela ao nível da rua. Uma passagem em escada de cerca de um metro de largura dava acesso a um patamar de mais ou menos um metro quadrado, que depois de atingido chegávamos à porta da casa que ficava à direita de quem subia. Era uma porta de madeira maciça com cerca de dois metros e meio de altura. Foi nesse patamar que um dia vimos pela primeira vez o Elpídio.

Ao sair de casa para a escola deparei com alguém dormindo sobre uma esteira naquele quadrado, todo coberto até a cabeça. Chamei minha mãe. O odor do ambiente não estava muito agradável naquele instante devido a algumas descargas gasosas disparadas momentos antes. Não o acordamos. Saltei por sobre ele para o primeiro degrau da decida e somente mais tarde o ficamos conhecendo.

Nessa época devia ser um rapaz de seus vinte e dois anos, negro, ainda usando calças curtas, à meia canela, com suspensório do mesmo tecido, à semelhança dos bermudões de hoje. Isso se considerada a data de nascimento acima que encontrei na sua biografia no “site” de Guidoval. Mas, na minha lembrança eu vejo um rapaz de uns dezessete anos, o que me leva a certa dúvida quanto à data citada. Mas, se for verdadeira, o equívoco então será da minha memória. Contudo, a história deverá ser mais interessante do que a exatidão dessa data. O Elpídio gostava de tocar uma flauta de bambu, feita por ele mesmo, a qual chamava de “froita” e, mais tarde, sempre portava e tocava uma gaita de boca. Suas músicas preferidas eram Asa Branca e o bolero Jamais Te Esquecerei, que ele pronunciava “O mat que serei”. Dessas, ele soprava apenas umas poucas notas. Tocava mais outras tantas músicas improvisadas, as quais ele denominava “calango”.

Também sempre que solicitado cantava uma música com a seguinte letra: “Eu comprei uma boneca prá Totonha batizá; a boneca pegô fogo quinuá pegô chorá”. Tinha o antebraço esquerdo mantido dobrado quase em ângulo reto com a parte superior por uma prega de pele, resultado, segundo ele contava, de uma queimadura por água fervendo. Mesmo assim ele era muito forte e realizava trabalhos diversos, como por exemplo, rachar lenha para ser queimada nos fogões da cidade, onde ainda não haviam chegado os fogões a gás. Apenas uns poucos a querosene. Mas o trabalho que ele mais gostava era de puxar uma carroça, especialmente se cantasse à semelhança dos carros de bois. Como esses carros de transporte eram feitos de madeira, era comum também fazer-se o eixo entre as rodas das carroças e dos carros de bois com madeira especial em cujos lados próximos às rodas havia um rebaixamento onde se encaixavam sob medida uma peça de madeira a cada lado, a que chamavam de “cocão”, presa no corpo do carro ou da carroça, permitindo o deslocamento do veículo com firmeza e segurança. Com o deslocamento do carro, especialmente se muito pesado, o eixo esquentava demais pelo atrito, correndo o risco de pegar fogo. Para a sua conservação e evitar o problema, passava-se ao redor da parte que atritava uma mistura de azeite de mamona com carvão moído através de um pincel.

Essa mistura, além de proteger o eixo, fazia com que o atrito produzisse um ruído multisonoro ao que se chamava o “cantar do carro de bois”. O Elpídio adorava o cantar dos carros de bois e preferia puxar as carroças que também cantassem. Às variações de sons ele chamava de “mudança de toada”. Assim, as pessoas que queriam atraí-lo para transportar areia, lenha ou qualquer outro material, cuidavam para adquirirem carroças que cantassem. Ele às vezes andava quilômetros atrás de um carro de bois, como se dizia, comendo poeira, só para ouvir o carro cantar. Caminhava quase meio dia até Guidoval, desde a Companhia, região próxima a Visconde do Rio Branco, uma plantação canavieira pertencente a uma usina açucareira daquela localidade e administrada pelo capitão Henrique de Almeida. Uma curiosidade da casa do capitão é que naquela época ele possuía uma geladeira doméstica, cuja refrigeração era feita por barras de gelo,colocadas na parte superior, que lhe eram fornecidas pela usina. Não havia energia elétrica naquela área rural.

Essas caminhadas do Elpídio aconteciam muito na época da colheita de cebola e de outros produtos agrícolas que já fizeram a riqueza de Guidoval e que chegavam à cidade em carros de bois; tiveram o seu apogeu e hoje não acontece mais. Posteriormente, a partir 1954 ou 55, cerca de seis anos depois de adquirir o “status” de cidade, para tristeza do Elpídio e dos seus proprietários, ficou proibido a entrada e circulação de carros de bois cantando pelas ruas de Guidoval. Já no início das ruas eram afixadas placas advertindo para o cumprimento da determinação e anunciando multa pelo seu descumprimento. O Elpídio era uma pessoa mansa, incapaz de fazer qualquer mal. Segundo o meu pai, o Dr. Mário, ele tinha idade mental igual a uma criança de 4 ou 5 anos. Chorava quando contrariado e só tomava banho e trocava a roupa uma vez por semana quando ia visitar a sua irmã, a Pina, como ele dizia, que morava primeiramente na Companhia, mudando-se depois para a Rua do Alto em Guidoval.

Tinha suas preferências para trabalhar para certas pessoas, como a D. Ida do Dotore Mário, o Sr. José de Barros, a quem ele chamava “Sô Juquinha José de Barros”, o Pedro Carioca, homem alto, sempre usando um chapéu escuro e camisa xadrez, que às vezes até subia na sua carroça e era puxado pelo Elpídio pelas ruas de Guidoval sem qualquer acanhamento. Uma curiosidade sobre o Pedro Carioca é que, não sabendo ler, pagava ingresso no cinema do Severino Occhi para alguém que, ficando ao seu lado, lia para ele as legendas dos filmes.

O Elpídio tinha um linguajar muito particular, engraçado para quem o ouvia, e muitas vezes demorávamos a entender o que ele dizia, e também tinha expressões muito interessantes e curiosas. Quem convivia com ele se deliciava com seu jeito de ser e seu modo de falar. Certa vez presenciei o Padre Oscar a lhe perguntar: _“Meu filho, por que você não vai à missa? E ele respondeu: _“Porque num sô isprivitado”. E num gosto de home de saia e “concifico” (crucifixo) no pescoço”. De outra feita ele foi acometido de caxumba que resultou num abscesso que deveria ser lancetado. Para isso o meu pai o convenceu de ir até Ubá, no hospital, salvo engano, levado pela Shirley do Seu Gil e a minha irmã Luiza Amélia, para que o Dr. Lourenço realizasse o procedimento. Lá chegando foi um trabalhão para convencê-lo a entrar no consultório desse médico cirurgião. Ele estava do lado de fora e, quando o Dr. Lourenço se aproximava, ele se abaixava atrás de um carro. Quando o Doutor se abaixava ele se levantava. Assim, se repetindo várias vezes. Aí o Dr. Lourenço dizia: “venha, entre meu filho”. Ele respondia: “num sô seu fio. Sô fio do Dotore Mário. Num gosto de home de camisola”. (o Doutor estava com um jaleco branco e comprido). Quando se conseguiu que ele entrasse numa sala para pequenos atendimentos cirúrgicos se recusou deitar na maca porque não queria sujar o “lençol dos outros”. O Dr. Lourenço teve que realizar o procedimento com ele sentado numa cadeira. Um dia chegando à casa do meu tio Mariozinho (Mario Marotta) a quem ele chamava de “Marzim”, a Gildinha, esposa do Mario, dirigiu-se a ele perguntando: “você está sumido? Por onde tem andado?” e ele respondeu: “tava carregando água no tambor de pamunico”. Ninguém sabia do que se tratava até que esmiuçando a conversa descobriu-se que era um pequeno tambor de 20 litros de capacidade que lhe dera o seu sobrinho Antero, que trabalhava em uma padaria. Esse tambor chegava à padaria contendo o Pó Amoníaco (sal amoníaco), utilizado no preparo de bolos e roscas. Daí a corruptela por ele não saber pronunciar corretamente o nome do produto.

De vez em quando também repetia uma história, segundo ele, de quando andava “pelo mundo” com sua mãe. Tendo esta certa vez pedido pousada numa fazenda, o fazendeiro além de negá-lo ainda a teria chamado de “sua vaca”. Aí ele ficou muito bravo com o homem e respondeu: “que a minha mãe é u’a vaca, o senhô tamém é um vaco”. Gostava de fumar cachimbo, de madeira ou de barro, que comprava no comércio local.

Mas o cabo ele mesmo gostava de fazer com um talo seco e oco que ele dizia ser “fedegoso”. O fumo que usava era o de rolo, produzido na localidade, que ele cortava bem fino com um canivete. Mas preferia mesmo era ganhar aquele em pacotes aluminizados e perfumados, apropriados para cachimbos de alta classe, que ele dizia “fumo papiado prá cachimbo”. Sempre que ia de Belo Horizonte para Guidoval eu levava um desses pacotes para ele. Ele mantinha um grande apreço pelo Dário tintureiro, uma baiano que chegara a Guidoval e, como trabalho, lavava ternos masculinos e chapéus de lebre, como se dizia. À noite, nos feriados e fins de semana também vendia “bejús” que ele próprio fabricava em sua casa, para alegria da garotada e também de adultos que saboreavam essa guloseima. O Elpídio se referia ao Dário, chamando-o de: “Dário tintureiro da Licinha do Dário”. O Dário, salvo engano, professava a Religião Batista e era um homem muito caridoso a ponto de conseguir remédios para distribuir com pobres e necessitados. Em sua maioria, vermífugos e alguns ferruginosos para combater a anemia conseqüente. Muitas vezes o Elpídio passou por anemias intensas, a ponto de nós o presenciarmos roendo e comendo cacos de telhas e pedaços de tijolos de barro, uma perversão do apetite na busca de ferro, que acomete pessoas bastante infestadas de vermes e muito anêmicas.

Nessa ocasiões o Dário lhe oferecia remédios, mas ele recusava dizendo que não tomava “remédio sambraista da pobreza”; “só do dotore Mário”. Assim, quando ia à nossa casa e o meu pai percebia o problema lhe dava um remédio granulado e saboroso, de cor marrom, que ele chamava de “tierrinha”. Nos idos de 1966 eu já formado em Medicina Veterinária, trabalhava na profissão e administrava a Fazenda Monte Alegre no município de Corinto – MG. Possuía uma Rural Willis, uma “Arural” na linguagem do Elpídio, e com ela fui a Guidoval na festa de Santana.

Nessa época o meu irmão Aulo cursava o último ano de Medicina e também estava lá. Fomos a Ubá buscar alguém que chegara de ônibus e levamos o Elpídio. Ao retornarmos à noite o Aulo guiava o veículo e, ao passarmos pela ponte de madeira próxima à residência do Seu Dico Peixoto, uma das rodas escorregou da prancha de rodagem e todos nós levamos um pequeno susto, já que a referida ponte não dispunha de proteção lateral. Chegando em casa o Elpídio se antecipou a contar o ocorrido e disse: _ Esse Aulo é um doido. Se a gente tivesse caído no rio ia molhar a roupa e morrer de frio. Depois que me casei e meu filho Alex já estava com pouco mais de um ano, fomos a Guidoval. Nessa oportunidade o Elpídio estava na casa do meu tio carregando areia num daqueles carrinhos de ferro com uma só roda na frente, que ele chamava de “galeota”. Quis carregar a criança no carrinho, mas percebeu que a minha mulher Leise estava com medo de o menino cair. Aí ele a tranqüilizou dizendo: “Num tem perigo, eu num deixo dar buléu”. E quando íamos embora, ao nos despedirmos , ele acenava e dizia: “Alô greve, nada mas”. Era o seu até breve.

Certa vez o meu pai resolveu levá-lo a Belo Horizonte. Foi deveras muito engraçado. Viajou em um fusca juntamente com meu pai e minha irmã Luiza Amélia, mais o motorista, o Luciano Viana, namorado da minha irmã. Ao entrar na cidade ficou muito admirado com a quantidade de veículos que circulavam à frente e dos lados daquele em que viajava. Muito espantado com o que via, falou: “To bismado! Os tomove tudo impariadinho e as casa uma pro riba da outra!” Ficava bravo toda vez que o trânsito parava e ficou encantado quando andou de elevador, a que ele chamava de “levadeus”. Dizia que dava um frio na barriga. Estava hospedado na casa dos meus pais na Rua Sete de Abril, no Bairro Pompéia, casa esta junto a um lote vago, cheio de mato, de propriedade do meu pai. O Elpídio não tinha o hábito de satisfazer suas necessidades fisiológicas em banheiros fechados, as “viagens”, como ele dizia, para não fazer zueira para os outros.

Assim, preferia sair sorrateiramente, saltar o muro e fazer, como sempre, as suas viagens no mato. E, quando estava com diarréia dizia que estava “jogando longe”. Nesse período em que esteve em Belo Horizonte na casa dos meus pais, eu morava na cidade vizinha, Pedro Leopoldo que distava 45 quilômetros, onde trabalhava como Médico Veterinário na Cooperativa Agropecuária. O Elpídio foi levado até lá, viajando de ônibus, juntamente com a minha irmã, a Gildinha, o Mariozinho e outros. Durante a viagem ele ficou numa poltrona com uma pessoa desconhecida e, por isto, se sentava um tanto torto para um lado, talvez por receio de incomodar o outro. Num certo momento a pessoa ao seu lado vendo-o assim perguntou-lhe: _
O senhor sofre da coluna? E ele respondeu: _ Não, eu sô mesmo de Guidoval. Ficou em Belo horizonte por cerca de uns quinze dias. No início achou tudo muito interessante, mas, com o correr do tempo, foi batendo a saudade de Guidoval e teve que ser levado de volta. Tanto na casa em que morávamos em Guidoval, como tempos depois na casa do meu tio Mariozinho, além de rachar lenha, puxar carroça e outros serviços, ele também socava pimenta do reino e canela em um almofariz de bronze.


Naquela época não era freqüente encontrar esses produtos já moídos. E, nos últimos tempos de sua vida, tanto a pimenta como a canela eram produzidas e colhidas no quintal do meu tio e não mais piladas em almofariz, e sim moídas em um moinho próprio. Foi fotografado realizando essas tarefas em algumas oportunidades. Porém, sempre que lhe mostrávamos uma foto socando o almofariz, se dizíamos que ele estava socando pimenta ele negava e afirmava estar socando canela. O mesmo acontecia se falássemos o contrário. Também na casa do meu tio ficava muito bravo com a Gildinha quando ela punha o Marinho e o Marquinhos de castigo ou queria bater neles por alguma arte que faziam e dizia: “num gosto que fica izemprano os meninos”. Muitas vezes a Gildinha o pegou chorando no quintal e ele não dizia a razão. Em algumas ocasiões, logo depois e voltava a contar a velha história do fazendeiro. Quem sabe aquela lembrança lhe causava saudades da mãe ou o evento lhe tivesse produzido algum tipo de trauma?... De outra feita, no cemitério de Guidoval, por ocasião do enterro da D. Ana Ramos, o Sô Tão (pai do Chará) que era muito gozador falou para a Luiza Amélia, minha irmã, e a Marli do Sô Gil, que o Elpídio também havia morrido. Imediatamente as duas desceram a galope o morro do cemitério e, chegando ao quintal da nossa casa viram que o Elpídio estava lá, bem vivo e rachando lenha. Mesmo assim as duas se abraçaram e choraram muito. Elas contaram o ocorrido e ele mesmo achou engraçado. Depois, quando contava o caso para outras pessoas falava assim: “A Zuzameli e a Marli pensaro que eu morri e ficaro branquinha feito vara verde.”

Depois de muito tempo morando em Guidoval, mudou-se para Visconde do Rio Branco juntamente com seu sobrinho Antero. Já doente e até hospitalizado foi levado a Guidoval pelo sobrinho e sua esposa a fim de sacramentar com o polegar um documento que lhe conferia a aposentadoria que havia em fim conseguido. Já no ônibus, com roupa de hospital e bastante depauperado a Gildinha foi até ele e, de caçoada, lhe perguntou: _ Você não quer rachar um pouco de lenha para mim? E ele respondeu: _ Agora num posso mais. Tô aposentado. Algum tempo depois morreu vindo a ser sepultado em Guidoval, em 18 de junho de 1998, onde não havia quem não o conhecesse e o considerasse muito. Sempre andou descalço. Nunca suportou nada nos pés, nem mesmo sandálias havaianas que ele experimentou usar algumas vezes. Foi uma presença sempre alegre e gratificante tanto para crianças como para os adultos que o conheceram e, sem dúvida, faz parte da história e da cultura de Guidoval. Esse relato não é resultante de uma pesquisa, mas apenas um registro da minha memória. Por isto, as datas podem não ser precisas, haja visto o que já comentei no início sobre a minha dúvida a respeito da data de seu nascimento. Do mesmo modo a ordem cronológica dos eventos, mesmo que tenha boa lembrança da sua ocorrência.

Belo Horizonte 11 de setembro de 2009

Plínio Augusto de Meireles





sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Tico-Tico no fubá" a quatro mãos


O Marquim Cremonese me recomendou o vídeo abaixo com seguinte recado:

"Imagina só se o Vô Nilso, o Sô Nilo e o Sô Odilon vissem uma coisa dessas aqui. Lá de cima eles estão vendo, com certeza."

Eu acrescentaria:
João Queiroz, Zé Manga Rosa, Zé Boita, Zé Afra e Chico do Padre.

É um vídeo no Youtube com o DUO
Cecilia Siqueira e Fernando Lima (Duo Siqueira Lima) interpretando o "Tico-Tico no fubá" a quatro mãos.

Gostei e postei para os seresteiros guidovalenses e os meus amigos amantes da boa música.

Suzana Herculano-Houzel

Suzana Herculano-Houzel é neurocientista.

Veja abaixo entrevista dela à Ana Maria Braga:


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dr. Edison Cattete Reis (Rio de Janeiro)


Algumas FOTOS do Lançamento livro


"VIVA Guidoval Imortal"

no Rio de Janeiro






















Dr. Edison Cattete Reis (Guidoval)


O Saca-Rolha de 03/10/2009 noticiou o lançamento do livro "VIVA Guidoval Imortal" escrito pelo do Dr. Edison Cattete Reis.


clicando sobre a imagem abaixo, lê-se muito melhor a reportagem



Abaixo, algumas FOTOS do EVENTO.

Dr. Edison e Profª Carmem Cattete


Lourdes, Vésper, Cecília, Maria Leonor, Murilo (à frente).
Mais ao fundo Prof. Evandro, Dr. Rodrigo e namorada.


Ildefonso DÉ Vieira, Dr. Edison Catette Reis e Professor Gerson Occhi.

Dr. Plínio Meireles, Leise eDr. Edison.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Marcus Cremonese - cidadão do mundo

O meu amigo Dr. Gerson Occhi, sempre atento às coisas do mundo e de Guidoval, me avisou por e-mail que o jornal "Tribuna de Minas" publicou um suplemento falando dos juizforanos bem sucedidos mundo afora.

Dentre eles figurava o nosso amigo e, praticamente, conterrâneo Marcus Cremonese.
Mesmo com algum atraso, registro abaixo a notícia.

clicando sobre a imagem abaixo, lê-se muito melhor a reportagem

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Saca-Rolha - Edição 132

Saca-Rolha
Edição Nº 132 (03/10/2009) - Página 01

Clique nas IMAGENS para abrir no Tamanho Normal




Saca-Rolha
Edição Nº 132 (03/10/2009) - Página 02




Saca-Rolha
Edição Nº 132 (03/10/2009) - Página 03




Saca-Rolha
Edição Nº 132 (03/10/2009) - Página 04


terça-feira, 6 de outubro de 2009

PRIMEIRO SARAU CULTURAL



I SARAU CULTURAL


DIA: 07/10/2009
HORÁRIO: 19:00
LOCAL: Escola Estadual Mariana de Paiva - Guidoval