quinta-feira, 20 de março de 2014

Fotos da posse de Gilberto Magalhães Occhi no Ministério das Cidades

Fotos da posse de Gilberto Magalhães Occhi no Ministério das Cidades








Fotos de  Rodrigo Nunes/MinCidades

Gilberto Occhi toma posse como ministro das Cidades

Gilberto Occhi toma posse como ministro das Cidades

A presidenta da República, Dilma Rousseff, empossou nesta segunda-feira (17/03), Gilberto Magalhães Occhi para o cargo de ministro das Cidades em substituição a Aguinaldo Ribeiro, que se afasta do cargo para disputar eleição no estado da Paraíba.
Gilberto Magalhães Occhi nasceu em 24 de julho de 1958 em Ubá (MG). Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Occhi é graduado em Direito pela Universidade de Vila Velha (ES) e pós-graduado nas áreas de Finanças e Mercado Financeiro pela Universidade de Vila Velha (ES), Gestão Empresarial pela Universidade de Brasília e Comércio Exterior pela Universidade Católica de Brasília.
Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1980 e acumulou experiência como gerente em diversas áreas da Instituição Financeira e do Banco Nacional da Habitação (BNH), como: tesouraria, saneamento, habitação popular e cobrança. Em 1995, Gilberto Occhi assumiu o cargo de gerente de mercado no Espírito Santo. Em 2004, foi designado para o cargo de superintendente regional em Sergipe. No ano de 2008, passou a ocupar o cargo de Superintendente Regional em Alagoas, quando atuou também como Conselheiro Deliberativo do SEBRAE/AL. E em 2011, assumiu o cargo de Superintendente Nacional da Região Nordeste.
Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff disse que o currículo do novo ministro Gilberto Occhi, assim como de outros ministros que tomaram posse, irá contribuir para o trabalho de desenvolvimento do país. “Gilberto Occhi acompanhou no governo da Caixa o desenho e a implementação de todas as políticas que agora terá atribuição de conduzir”, afirmou Dilma.
A presidenta ressaltou que as cerimônias de posse são inerentes a todos os regimes democráticos. Ela explicou que, em respeito à legislação eleitoral, os ministros anteriores precisam deixar suas funções para se submeterem ao julgamento das urnas. “Esses brasileiros que aqui estão hoje são responsáveis por estarmos construindo o Brasil do presente. O povo brasileiro é sábio e percebe quem esta do lado deles. 2014 vai ser um ano de muitas realizações”, ressaltou Dilma Rousseff.
O novo titular do Ministério das Cidades, Gilberto Occhi, disse que pretende dar continuidade às políticas públicas do Governo Federal e atender as cidades sem restrições. “Eu sou um ministro das cidades brasileiras. Esse é um ministério do Brasil. Vamos dar prosseguimento ao trabalho que Aguinaldo Ribeiro desempenhou tão bem. Vamos atender as determinações das políticas públicas do Governo Federal importantes para a população brasileira”, declarou. 
Para Gilberto Occhi, assumir o Ministério das Cidades é um grande desafio por ser um órgão importante para a população brasileira. “Por ter trabalhado na Caixa durante muitos anos, a minha relação com o Ministério das Cidades já é muito boa”, disse o ministro das Cidades.
Sobre as prioridades do Ministério das Cidades, o novo ministro destacou que os temas mobilidade urbana, trânsito, saneamento e o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) são exemplos de projetos estruturantes que a presidenta Dilma determinou ao órgão. “Tudo isso é prioridade no Governo Federal. Vamos continuar trabalhando para entregar estes empreendimentos à população brasileira e dar continuidade ao trabalho com os movimentos sociais e entidades”, garantiu Occhi ao dizer que o trabalho no Ministério das Cidades será realizado em interlocução com o Senado Federal, Câmara dos Deputados, ministérios e outros órgãos.
Ao falar diretamente ao ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, Dilma Rousseff afirmou que ele foi parceiro de alguns dos programas mais decisivos do governo. De acordo com ela, sob a coordenação de Ribeiro o programa Minha Casa Minha Vida alcançou 1,6 milhões de moradias entregues e 1,7 milhões de moradias contratadas. Além disso, a presidenta observou que os investimentos em mobilidade urbana chegaram a R$ 143 bilhões. “Voltamos a investir em metrôs, nove capitais já receberam os recursos. Iniciamos investimentos em VLTs, mais de 12 cidades já têm os projetos aprovados e os recursos oferecidos”, lembrou.
Outro ponto de destaque da atuação de Aguinaldo Ribeiro lembrado pela presidenta foi Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada- Um Pacto pela Vida). “O programa, em parceria com toda a sociedade civil, tem atuado no sentido de conter as mortes no trânsito”, finalizou.
Aguinaldo Ribeiro foi ministro das Cidades de 6 de fevereiro de 2012 a 17 de março de 2014.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério das Cidades


Gilberto Occhi toma posse no Ministério das Cidades

Gilberto Occhi diz que realizará políticas públicas para a população que mais precisa

O ministro das Cidades, Gilberto Occhi, disse nesta terça-feira (18/03), durante a transmissão de cargo, que seu objetivo no Ministério das Cidades é realizar políticas públicas para a população que mais precisa. “O meu compromisso é cumprir com as determinações do Governo Federal e do governo da presidenta Dilma Rousseff. Nosso objetivo é nobre: fazer com que as políticas cheguem naquelas pessoas que mais precisam”, disse Gilberto Occhi.
Após dois anos, o deputado federal, Aguinaldo Ribeiro, passou o cargo de ministro das Cidades para Gilberto Occhi, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal. O novo ministro das Cidades destacou que uma das recomendações da presidenta Dilma Rousseff é atender e trabalhar junto com os movimentos sociais brasileiros. “Está é uma das grandes preocupações que nestes dois dias eu pude perceber de maneira enfática pela presidenta Dilma”, afirmou.
Em seu discurso, Gilberto Occhi agradeceu Aguinaldo Ribeiro e a equipe técnica do Ministério das Cidades pelo apoio nesta nova etapa e disse que será um grande desafio substituir o ex-ministro. “Eu quero ser testemunha do seu conceito com a presidenta Dilma, pela confiança que ela tem em você. Parabéns! Lembro de uma conversa que tivemos em que você disse que o importante é o momento da saída. Essa saída é reconhecida, com dever cumprido. Vou procurar seguir os seus passos”, finalizou.
A cerimônia contou com a participação da ministra interina do Planejamento, Orçamento e Gestão, Eva Maria Chiavon, o presidente nacional do Partido Progressista (PP) e senador, Ciro Nogueira, e o líder do PP na Câmara dos Deputados, Eduardo da Fonte.
Histórico- Gilberto Magalhães Occhi nasceu em 24 de julho de 1958 em Ubá (MG). Funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi é graduado em Direito pela Universidade de Vila Velha (ES) e pós-graduado nas áreas de Finanças e Mercado Financeiro pela Universidade de Vila Velha (ES), Gestão Empresarial pela Universidade de Brasília e Comércio Exterior pela Universidade Católica de Brasília.
Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1980 e acumulou experiência como gerente em diversas áreas da Instituição Financeira e do Banco Nacional da Habitação (BNH), como: tesouraria, saneamento, habitação popular e cobrança. Em 1995, Gilberto Occhi assumiu o cargo de gerente de mercado no Espírito Santo. Em 2004, foi designado para o cargo de superintendente regional em Sergipe. No ano de 2008, passou a ocupar o cargo de Superintendente Regional em Alagoas, quando atuou também como Conselheiro Deliberativo do SEBRAE/AL. E em 2011, assumiu o cargo de Superintendente Nacional da Região Nordeste.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério das Cidades

terça-feira, 18 de março de 2014

GYMNÁSIO SÃO JOSÉ

GYMNÁSIO SÃO JOSÉ
(reminiscências do Dr. Plínio Augusto de Meireles).
Ainda há pouco, lendo uma das crônicas de Rubem Alves, onde ele fala de um certo Professor Severino que, ao introduzir seus alunos no encanto da poesia, sugeria que eles fizessem uma lista dos sons que ouviam na sua infância como: o canto do galo, o trinar do grilo, o sino das igrejas, o cantar do carro de bois, o apito da locomotiva a vapor etc.
Também lembra que T. S. Eliot escreveu que: "ao final das nossas longas andanças, chegamos finalmente ao lugar de onde partimos, e o vemos pela primeira vez". Agora nossos olhos são diferentes; são os olhos da saudade.
Assim me lembrei que no ano de 2012, não me recordo o mês, retornando da minha terra natal, Guidoval, em direção a Belo Horizonte, ao passar pela estrada que liga Ubá a Tocantins, ao olhar à esquerda logo na saída, deparei com uma paisagem bem conhecida minha. Estava passando em frente ao antigo "Gymnasio São José". Um internato dirigido pelo Dr. Newton Carneiro, aonde chegavam alunos de diversas localidades, inclusive de fora do Estado de Minas Gerais.
Não tive dúvidas. No primeiro retorno tomei a direção de volta e entrei naquele sítio. Deparei com as instalações preservadas do que foi aquele estabelecimento de ensino. Não sei até quando funcionou.
Procurei algum encarregado e pedi permissão para percorrer todas as instalações. Foi emocionante. Naveguei no passado e como falou Eliot, eu também tudo vi realmente pela primeira vez, certamente com os olhos da saudade. Naquele ano de 1952, eu, o meu irmão Aulo, e o amigo e conterrâneo Ronon Rodrigues estávamos ali internos para estudar na primeira série. Tínhamos que pensar muito nos estudos e não tínhamos ainda a consciência de observador. 
Não podíamos imaginar, então, que aquele ambiente todo viraria história em tempo não tão distante.
Logo ao transpor a porta de entrada avistei a escadaria que leva ao piso superior. No alto, em uma viga de grosso madeiro lavrado, ainda estava a inscrição em latim idealizada e enunciada pelo fundador do estabelecimento, Dr. José Januário  Carneiro, o "Dr. Fecas": "DULCE ET DECORUM PRO JUVENTUTE LABORARE" (Como é doce trabalhar pela juventude).
Antes de subir, passei pelas salas de aula que se localizavam no piso térreo, onde avistei as mesmas carteiras em que estudávamos no  ano de 1952, um amplo salão de estudos chamado "re-pouso" no qual passávamos a maior parte das tardes estudando e fazendo os deveres passados pelos professores, ainda mobiliado da mesma forma, e o refeitório onde tomávamos todas as refeições. Na parte dos  fundos um longo corredor com muro baixo para o exterior do prédio, no qual estavam instaladas mais de trinta  torneiras de água devidamente amparadas por uma mureta de escoamento, local onde fazíamos a higiene bucal matinal, após as refeições e à noite antes de dormir.
No início desse corredor, bem no alto afixado em uma peça de madeira, ficava um sino de bronze, de uns 40 centímetros de altura e cerca de 30 de boca, cujas badaladas nos acordavam pela manhã e anunciavam o início, os intervalos e o final das aulas, bem como os horários das refeições, do "repouso" (hora de estudo) à tarde e da hora de se recolher para dormir.
No piso superior ficavam os aloja mentos dos alunos, com as camas alinhadas lado a lado, tal como num quartel militar. Na época camas de molas, as famosas "Camas Patente", com colchões de capim, às vezes denominados crina vegetal. Havia o alojamento dos maiores, alunos que frequentavam a 3ª e 4ª séries ginasial e o dos menores, os que frequentavam a 1ª e 2ª séries.
Durante a noite esses dormitórios eram vigiados pelos chamados Chefes de Disciplina, escolhidos entre os alunos maiores.

Eram encarregados de manter a ordem, evitar balbúrdias noturnas e garantir o sono tranquilo e reparador das energias para as atividades do dia seguinte.
 Esses alojamentos eram ladeados por uma ampla varanda cercada por um gradil baixo de madeira.
Se algum aluno cometia indisciplina no alojamento, o Chefe poderia fazer-lhe uma advertência que, se não acatada, poderia resultar na sua expulsão do alojamento por tempo determinado pelo Chefe, ficando do lado de fora, na varanda, ainda que estivesse o tempo frio.
Me lembro muito bem. Aquele que sofre, nunca esquece. O Chefe de disciplina dos menores naquele ano era o conterrâneo Francisco Pinto de Aguiar, o Chiquinho do  Casinho. Numa certa noite, não me lembro a razão ou o que eu teria feito, mas o Chiquinho me pôs para fora do alojamento e eu passei quase toda a noite dormindo no piso da varando só de pijama, que naquela época era feito de tecido leve mas de mangas e calças compridas.
Além dos chefes de disciplina, havia outro aluno escolhido entre os maiores, geralmente da 4ª série, para ser o "badalista"; aquele que tocava o sino nos momentos devidos. Ao que me lembro, o badalista era o Miguel, não me recordo o seu sobrenome, mas que não gostava do apelido que lhe deram de boca murcha, "Miguel boca murcha".
No terreno do ginásio havia uma represa onde era permitido a natação e banho, salvo engano, às quartas feiras. Mesmo com a água toda barrenta, vermelha, não nos importávamos. Ficávamos lá todo o tempo permitido. Aos olhos de hoje, se um dos pais, principalmente as mães, vissem aquela piscina, com certeza chamariam a ANVISA para interditá-la. Mas na época isso não era levado tão a sério e não me lembro de que algum aluno tenha adoecido pelos banhos lamacentos. Hoje não se fazem mais crianças (ou pais) como naquele tempo.
Como não poderia deixar de ser, estando no Brasil, no ginásio havia também um campo de futebol, esporte também conduzido pelo professor de Educação Física.
Quando fomos admitidos alunos desse ginásio, aprovados em exame depois de frequentar, já naquela época, um curso preparatório, no nosso enxoval de interno, além do nosso uniforme de brim cáqui, no estilo da farda policial de Minas Gerais, devíamos levar também uni-formes adequados à prática da educação física e do futebol. Nesse particular me recordo de que, no primeiro dia de treino o professor colocou todos os interessados numa ampla "meia lua" no campo. Observando uns e outros, só de olho, pela sua experiência, selecionou os dois times a disputarem a partida. Nesse primeiro teste, só de olho, já "levei cerca". De cara ele percebeu que eu era um "perna de pau". Meu irmão, contudo, foi selecionado; não me lembro se o Ronon fora também; meu irmão jogava no colégio e depois em Guidoval, no ginásio e até no time do Cruzeiro local. Eu no máximo conseguia alguma brecha nos times de roça e, apesar das cacetadas não era expulso porque era filho do Dr. Mario.
Mas voltando ao São José, no piso dos alojamentos dormitórios havia um grande salão onde deixávamos os nossos pertences e roupas que ficavam guardados em um Baú grande de madeira, fechado a chave que trazíamos conosco. Era nesse baú que também guardávamos, junto com roupas, doces e outras guloseimas que as nossas mães nos enviavam. Esse baú era diariamente visitado depois do almoço para saborearmos as guloseimas maternas, mesmo que nos servissem sobremesa no refeitório.
Ao final das tarde, no intervalo depois do jantar até a hora de dormir, ficávamos no pátio externo à entrada do prédio do ginásio, bastante amplo, onde se conversava com os colegas, jogávamos pelada com bola de meia, e espantávamos pernilongos e outros insetos queimando bosta seca de vaca.
Da entrada do prédio do ginásio avistávamos do lado oposto a residência do Diretor e casas de alguns funcionários.
Nos fins de semana podíamos passar o dia todo na cidade de Ubá. Os internos cujas famílias residiam nessa cidade iam para as suas respectivas casas. Nós, os de outras localidades, passávamos o dia perambulando por diversos locais da cidade, indo ao cinema da matinê, tomando sorvetes e picolés, visitando algum conhecido, etc.
As saídas se revezavam. Se num sábado saiam os maiores, no domingo saiam os menores. Na semana seguinte a escala se invertia.
Para a saída caminhávamos a pé quase dois quilômetros até a cidade, acompanhados do Chefe de Disciplina. Para nós crianças essa distância parecia enorme, uma viagem. O retorno se dava, salvo engano, lá pelas sete ou oito horas da noite. Alguns se reuniam inicialmente no Bar Municipal, localizado na Praça ao lado da Igreja de São Januário. Esse bar , ainda existente no mesmo local, hoje mais cervejaria, naquela época servia lanches e salgadinhos em geral, além de uns deliciosos bolinhos açucarados assados em forminhas de empadas. Esses, que tanto me ficaram na memória visual e gustativa, passei a produzi-los em minha casa já há uns vinte anos e são gulosamente saboreados a quem os ofereço. Deixando desse bar, caminhávamos até o fim da cidade, na saída para Tocantins para, em outro bar cujo nome não me lembro, esperarmos pelos retardatários. Voltávamos no escuro, somente orientados pelo clarão da lua ou apenas pela luz das estrelas.
 Essas saídas poderiam ser suspensas no caso de mau comportamento do aluno durante a semana. Qualquer alteração comportamental nas salas de aula levava o professor a aplicar no aluno uma penalidade chamada "Seta". Caso o aluno levasse mais de três setas na semana, ficava impedido de ir até a cidade. Além disso, dependendo do teor da proeza, poderia ser instado a escrever "Linhas", cujas frases eram determinadas pelo professor algoz, por exemplo: escrever 100 vezes ou até mesmo quinhentas vezes: "Não devo me comportar mal na sala de aula e respeitar o professor". Para isto recebíamos as folhas de papel almaço necessárias à tarefa. Como as crianças naquela época já eram bem espertas,  costumávamos amarrar até quatro lápis inclinados, no espaçamento das linhas do papel, e conseguíamos escrever em um só movimento e de uma só vez até quatro linhas, reduzindo assim o tempo do nosso castigo.
O Ginásio São José era muito conceituado, não somente na região, e grandes nomes de políticos e profissionais de diversas áreas passaram por lá.
Tenho lembrança  de alguns professores, certamente não de todos. O Dr. Newton Carneiro, era o Diretor, filho do Fundador e pai de um dos nossos colegas da 1ª série, o Marciano, e era o professor de francês, falando e escrevendo com desenvoltura esse idioma. O Professor Manoel Reis, lecionava Latim. É, estudávamos Latim no primeiro ano ginasial. O Professor Manuel Arthidoro, lecionava Matemática, Desenho Geométrico e Trabalhos Manuais. Nessa última disciplina aprendíamos a trabalhar com madeira, cartão e argila. A Professora Nilda, filha do Diretor, lecionava História, O Professor Honorico, irmão do Diretor, não me lembro a matéria. Me lembro dele já em 1956, no Colégio Estadual Raul Soares, lecionando química. Não me lembro quem lecionava Português e Geografia. Música, acho que era a professora Maria Campos. Essa eu a visitei já nos seus 100 anos no Asilo de Ubá. Não me lembro se tínhamos aulas de religião mas, o ginásio contava com a assistência  do Padre Luiz, quase como um ca-pelão, mas não residia no local.
O Dr. Newton usava ininterruptamente uma boina preta de seda, em todos os locais que frequentava. Ao que falavam, ele teria sofrido algum distúrbio fisiológico que lhe produziu a queda total dos cabelos. Diziam também que ele obtivera uma permissão especial do Papa Pio XII para assistir à Santa Missa e outras cerimônias litúrgicas coberto pela citada boina. Quando ele se dirigia à cidade ou outros locais fora do ginásio em ambientes externos, a boina era substituída por um chapéu de lebre, com tal rapidez e eficiência, que não permitia a terceiros observar a sua calva. Hoje penso que seu comportamento seria bem diferente, levando em conta que desde o aparecimento público do catarinense Esperidião Amim, entre outros, inclusive eu, hoje  removo todos os pelos da cabeça com lâmina afiada e ainda passo um creme para dar um brilho.
De colegas me lembro de alguns com os quais me relacionava mais ou nomes que me ficaram na memória por qualquer razão. Um que foi da nossa 1ª série e estudamos depois até a faculdade de Medicina Veterinária, também com o Ronon, foi o Jorge Rubinich, que tinha o seu irmão mais velho André em série adiante de nós. Ainda como os anteriores, da cidade de Rodeiro o Luiz (Pança); outros, como o José Nicolatino, o Catabingas, assim apelidado pelo seu hábito de apanhar do chão o toco de cigarro atirado pelos maiores fumantes. Era permitido a alguns alunos fumarem. Da cidade de Tocantins vinham o Maurício Santiago, o Jojó e seu irmão mais novo, o José Teixeira Rocha Pinto, O Zé Pururú, o José Teixeira Pires; esse, há pouco tempo atrás o encontrei em Ubá, era advogado e provedor do Asilo local. O Toninho Crispi, bem gordinho mas pudera, seu pai era o dono da Fábrica de Macarrão. Também me lembro dos Carlos Cota; este chegou a ser Deputado Federal. Um outro, salvo engano da terceira série, o Rômulo Rola, que escrevia as falas que eu deveria proferir nas reuniões do Grêmio Escolar. Eu não tinha condições de escrevê-las e era muito acanhado. Este colega o reencontramos muitos anos depois, em 1959 ou 60, quando o Ronon se empregou numa loja de roupas masculinas em Belo Horizonte, a ROLAVESTE, do mesmo proprietário de uma casa de tecidos, a Casa Rola, onde encontramos o Rômulo trabalhando como vendedor. Essa loja pertencia a um tio seu, o Senhor João Rola.
Em uma de nossas saídas, não sei se sábado ou domingo, no ano de 1952, no final de uma tarde, me lembro que na praça da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina, uma multidão se aglomerava em frente o Cine Brasil, que naquele dia e hora estava recebendo a Cantora Ângela Maria, já no início de sua  fama, morena franzina mas esbelta. Eu a vi bem ao longe. Era muito pequeno, e não conseguia passar por toda aquela aglomeração sem me sufocar.
Uma curiosidade que chamava a atenção dos alunos era a bicicleta de um dos funcionários do ginásio, pelo fato de ter um farol muito diferente dos que conhecíamos. Era um farol de luz de carbureto. Quando escurecia o seu dono fazia gotejar água sobre o Carbureto de cálcio, produzindo o gás acetileno. Era só acender um fósforo e o gás em chama iluminava a estrada por onde ele devia passar.
Terminado o ano de 1952, aprovado na 1ª série, já estava prestes a ser inaugurado o Ginásio Guido Marlière em Guidoval. Assim, no ano seguinte eu, meu irmão, o Ronon e outros guidovalenses que estudavam também em Cataguazes e Leopoldina, para ele nos transferimos e permanecemos até a conclusão dessa etapa, para depois sairmos em busca do Curso Científico (hoje 2º grau) em outras localidades. Eu, o meu irmão e o Ronon retornamos a Ubá e nos matriculamos no Colégio Estadual Raul Soares por mais dois anos. Salvo engano o Ronon completou aí o terceiro ano. Nesse período eu e o Aulo estudamos música, violino e acordeom com a D. Chiquinha Dias Paes. Em 1958 fui para Juiz de Fora para o serviço militar e lá, juntamente com o meu irmão Aulo, passamos a estudar no Colégio Cristo Redentor, mantido pelos padres da Sociedade do Verbo Divino - SVD.
Duas curiosidades nesse ano de 1958: a primeira foi que no dia 9 de junho, juntamente com mais cinco soldados da FEA, em Benfica, participei da Guarda de Honra montada para o velório de D. Justino José  de Sant’ Ana, Bispo de Juiz de Fora falecido naquela data.
A outra que, salvo o engano do mês, mas acho que foi setembro, fui de Juiz de Fora para Ubá a convite da D. Chiquinha Dias Paes, para com ela, no Órgão, Senhor Odilon Reis, 1º violino e eu, 2º violino, executarmos um pequeno trecho do "Messias de Händel", o Aleluia, além de outras músicas, no casamento do Deputado Euro Arantes, advogado, nascido em Guidoval, famoso em Belo Horizonte pela criação do Jornal satírico o "Binômio", juntamente com seu amigo José Maria Rabelo. Foi a última vez que participei de uma apresentação tocando violino. Nunca mais toquei, mesmo tendo até hoje esse violino, todo revisado e mantido, à espera de um músico.
Foi um tempo muito bom e alegre, como quase todos os momentos passados da minha vida. Não tenho recordações de coisas e momentos desagradáveis. Se os tive, caíram no esquecimento. Alguma decepção passageira, pode ter ocorrido, mas nada que me trouxesse desgaste, sofrimento, angústia prolongada ou qualquer tipo de sequela. Até hoje acho sempre tirei vantagem até mesmo das adversidades. Acho que sou um sortudo.
Brasília, 03 de março de 2014, 03,00 horas.


 Vista lateral do Gymnasio
 
 Vista frontal do Gymnasio
 

 Sala de aula, móveis originais

 O Lavatório visto por trás
 

 O Lavatório visto de frente

O Sino anunciava os eventos

segunda-feira, 17 de março de 2014

SEU CANDINHO MENDES

SEU CANDINHO MENDES

Assim como o Dr. José Lincoln, um médico que teve sua importância em Guidoval nos anos 40 e hoje raríssimas pessoas podem se lembrar dele, do Seu Candinho Mendes somente algumas pessoas mais velhas de Guidoval podem se lembrar dele. Alguém com pelo menos sessenta e cinco anos de idade.
Mas eu tenho muitas e boas lembranças dele. Ele era pai do Seu Astolfo Mendes e avô do meu grande amigo e ex-prefeito de Guidoval, Cândido Mendes.
Quando eu tinha uns quatro anos de idade, lá pelos idos de 1943, morávamos em uma casa na Rua do Fundão (Sete de Setembro) pertencente ao Seu Álbero Campos, um dentista prático local.
                                   
            
                                               D. Ida, Plinio e Aulo - 1943


Nessa casa havia uma cancela na porta da rua para que eu não pudesse fugir. Também nessa época o meu pai não gostava que eu chupasse mangas, a não ser sob controle, e não me permitia muito os picolés.
Não sei explicar o porquê, nunca me falaram sobre isto, mas o Seu Candinho Mendes por vezes passando pela rua me roubava por sobre a cancela, parava logo em seguida no bar do Seu Chico Caputo, comprava uns três picolés, mandava embrulhá-los em papel impermeável, punha-os no bolso do seu paletó de Brim Cáqui e me levava para a fazenda, mesmo dentro da cidade, cuja casa principal ainda existe na antiga saída para Ubá.
Lá chegando ele me punha em pé sobre a laje circular que cobria a cisterna no quintal da casa e me permitia chupar os três picolés, que já haviam derretido um pouco. Eu me deliciava com eles e nunca me esqueci disto. Ainda tenho uma vaga recordação da imagem do Seu Candinho, que me proporcionava esta alegria. Na minha memória vejo um homem de baixa estatura, magro e sempre usando paletó cáqui e um chapéu meio amassado, com semblante alegre e bem humorado.
Brasília, 10 de setembro de 2013
Plinio Augusto de Meireles


PLINIO AUGUSTO DE MEIRELES

PLINIO AUGUSTO DE MEIRELES

Natural de Guidoval-MG, nascido em 19 de junho de 1939.
Filho de: Dr. Mário Geraldo de Meireles
    e de D. Ida Marotta Meireles

É casado com Leise Gonçalves de Oliveira Meireles, Natural de Corinto-MG, (20-01-1968).
Tem três filhos: Alex de Oliveira Meireles, Erick de Oliveira Meireles e Plínio Augusto de Meireles Júnior
Tem duas netas (filhas do Erick): Victoria Mirandela Meireles (8 anos) e Camila Mirandela  Meireles (6 meses)

Teve sua iniciação escolar aos 6 anos com a Professora D. Eurides Reis de Andrade (ensino especial, não havia ainda jardim da infância em Guidoval), ingressando, aos 7 anos, no antigo Grupo Escolar Mariana de Paiva, no ano de 1947, sendo sua Professora no primeiro ano a D. Irene Avidago e do segundo ano em diante, até a conclusão em 1950, a D. Carmem Catete Reis Dornelas.

Em 1952 iniciou o Curso Ginasial em internato, no antigo Ginásio São José, em Ubá-MG, transferindo-se em 1953 para o recém-criado Ginásio Guido Marlière em Guidoval, no seu primeiro ano de funcionamento, concluindo o 4º ano em 1955. 

Nos anos e 1956/57 cursou o 1º e 2º ano do então Curso Científico no Colégio Estadual Raul Soares em Ubá-MG,  iniciando o 3º ano científico no Colégio Cristo Redentor – SVD, em Juiz de Fora –MG, e não o concluindo aí devido a problemas de tempo com o  Serviço Militar que prestava na FEA, unidade militar próxima à cidade de Benfica.
Concluiu o 3º científico no Colégio Anchieta em Belo Horizonte em 1959.

Em 1962 ingressou na Escola de Veterinária da UFMG colando grau em 18 de dezembro de 1965.

Como profissional veterinário, a partir de 1966,  foi administrador da Fazenda Monte Alegre em Corinto-MG, prestou assistência aos produtores rurais na Cooperativa Agropecuária de Pedro Leopoldo Ltda. através do convênio INDA/COOPERATIVA e foi professor de Tecnologia de Produtos de Origem Animal na Escola de Veterinária da UFMG.
A partir de 1972 somente prestou serviço no INCRA (resultante da fusão INDA/IBRA), onde trabalhou nas áreas de planejamento, colonização e reforma agrária.

Em 1977 ingressou na Escola Superior de Agricultura de Lavras, onde iniciou e concluiu o Curso de Mestrado em Administração Rural, defendendo, em 1980, a Tese “Ações Administrativas e Participação Social em Cooperativa Agropecuária”, pela qual recebeu o conceito “A” e obteve o Grau de “Magister Scientiae”.

Aposentou-se em março de 1993. Em 1998 percorreu a pé, com sua esposa, 870 Km do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Em julho de 1999 iniciou uma especialização em Homeopatia no Instituto Homeopático François Lamasson, em Ribeirão Preto-SP, concluindo-o no ano de 2001.

Continua como aposentado morando em Brasília, lendo e estudando assuntos diversos.
Como esporte, faz caminhadas, anda de bicicleta e pratica QI-GonG (chi-kun) juntamente com sua esposa.

É o autor da melodia do Hino Oficial de Guidoval.


sábado, 15 de março de 2014

Posse Prefeito e Vereadores de Guidoval (01/01/1989)

Posse Prefeito e Vereadores de Guidoval (01/01/1989)