quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Trecho “O arroz de palma” de Francisco Azevedo

Trecho “O arroz de palma” de Francisco Azevedo

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema — principalmente no Natal e no Ano-Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência.
Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio.
Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida — azeitona verde no palito — sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano — quem diria? — solou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este, o mais gordo e generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero ou do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero.
Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e a cebola. Não se envergonhe se chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, essas especiarias — que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar — tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe “Família à Oswaldo Aranha”, “Família à Rossini”, “Família à Belle Meunière” ou “Família ao Molho Pardo” — em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras, apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada — seriam assim um tipo de “Família Diet”, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Há famílias, por exemplo, que levam muito tempo para serem preparadas. Fica aquela receita cheia de recomendações de se fazer assim ou assado — uma chatice! Outras, ao contrário, se fazem de repente, de uma hora para outra, por atração física incontrolável — quase sempre de noite. Você acorda de manhã, feliz da vida, e quando vai ver já está com a família feita. Por isso é bom saber a hora certa de abaixar o fogo.

Já vi famílias inteiras abortadas por causa de fogo alto. Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente, na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie.
Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Revista Guidoval em Pauta - 3ª Edição - Novembro/2014

Revista Guidoval em Pauta - 3ª Edição - Novembro/2014









quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Pronunciamento do Senador Aécio Neves (05/11/2014)

Pronunciamento do Senador Aécio Neves

Plenário do Senado Federal - Brasília – 05/11/2014

Retorno hoje à tribuna, ao lado de tantos dos nossos companheiros, para falaraos brasileiros pela primeira vez, desde que se encerrou a campanha eleitoral que enfrentamos este ano.

Antes de qualquer outra ponderação, devo afiançar-lhes: sinto-me especialmente gratificado e feliz!

Vivi uma das jornadas mais importantes de toda a minha trajetória política, de toda minha vida – a mais difícil e desafiadora que um homem com responsabilidade pública pode protagonizar.

Estou agradecido e honrado pela manifestação de mais de 51 milhões de brasileiros de todas as nossas regiões, de todos os municípios, de todas as idades e classes sociais, que viram na nossa candidatura a possibilidade de construir um caminho melhor para o Brasil.

Um caminho para mudar de verdade o Brasil.

É com esse sentimento e consciente de minhas graves responsabilidades que retorno a esta Casa e venho a esta tribuna. E retorno com convicções ainda mais sólidas.

Nos últimos meses, representando inclusive muitos de vocês, representando inclusive muitos dos senhores que aqui estão e milhões de brasileiros que nos ouvem hoje, me coloquei como alternativa na defesa de um Estado mais eficaz. Um Estado moderno, que valorizasse a transparência, reconhecesse a meritocracia e, sobretudo, zelasse pelo bom destino do dinheiro público e prestação de serviços de qualidade à população.

Defendi a retomada das reformas para modernizar nossa economia e retirá-la da paralisia e do marasmo em que o atual governo a colocou.

Comunguei, junto com milhares de brasileiros, em especial com Marina Silva e Eduardo Campos, a agenda do desenvolvimento sustentável, a transição rumo à economia de baixo carbono, caminho que se mostra cada vez mais imperativo se quisermos construir um futuro adequado para nossos filhos e netos.

Advoguei em todas as partes do Brasil a necessidade da maior participação do investimento privado na construção da infraestrutura para que deixássemos deser aprisionados por uma visão ideológica estatizante e ultrapassada.

Defendi a manutenção e avanços nos nossos programas sociais, para que pudessem servir melhor à população e sair definitivamente da perversa exploração eleitoral a que foram mais uma vez submetidos.

E propus a reaproximação do Brasil ao resto do mundo, ao qual demos as costas nos últimos anos ao priorizar as parcerias com governos ideologicamente alinhados.

Também, senhoras e senhores, me posicionei na firme na defesa de valores que foram aviltados dia após dia; na busca da recuperação da ética atropelada pelo vale-tudo político; na preservação do interesse público, tão vilipendiado por interesses privados e partidários; e no combate sem tréguas à corrupção, que atinge níveis como nunca antes se viu no país.

Ao atual estado de coisas, mais de 50 milhões de brasileiros, senhores senadores, disseram não.

E disseram “não” porque buscavam e sonhavam, como continuando buscando e sonhando, com um país melhor, um país verdadeiramente justo, mais honesto, mais equilibrado e um governo que seja mais eficiente e aja com maior decência.

Porque acreditam que o rigor da lei deve atingir a todos.

Estes milhões de cidadãos que marcharam conosco também compartilham da nossa visão de que o atual modelo político encontra-se esgotado, degradado pelos atos daqueles que nos governam há mais de uma década.

Assim como nós, também perceberam que convivemos hoje com um modelo econômico estagnado, desequilibrado, cada vez mais isolado do mundo, com um Estado pesado e pouco produtivo.

Aos apoios e tantos foram eles que recebemos foram se somando muitosoutros, e pouco a pouco nossa candidatura deixou de ser apenas a de um partido político, de uma coligação partidária, para se tornar um movimento como poucas vezes se viu na história brasileira.

Perdemos as eleições por uma pequena diferença, mas algo de novo,novíssimo aconteceu no Brasil: a chama da renovação se acendeu e continua mais forte do que nunca, ultrapassando o tradicional marco do processo eleitoral. 

Sinto nas ruas, nas conversas e tenho certeza que os senhores da mesma forma percebem isso, nas redes sociais, que o ânimo da população por uma verdadeira mudança, por um novo rumo, não esmoreceu.

Tenho a dizer a todos e a cada um de vocês: nosso projeto para o Brasil continua mais vivo do que nunca.

Senhoras e Senhores. Parlamentares que lotam este plenário. Travamos nestas eleições uma disputa desigual. Uma disputa em que os detentores do poder usaram despudoradamente o aparato estatal para se perpetuarem, por mais quatro anos, no comando do país. Esta é a verdade.

Adotou-se um vale-tudo nunca antes visto na nossa história. Nossos adversários cumpriram o aviso dado ao país, de que nas eleições se pode “fazero diabo”. E fizeram.

Mostraram que não enxergam limites na luta para se manter no poder. A má-fé com que travaram a disputa chegou às raias do impensável, do absurdo. E agrediu a consciência democrática do país.

Primeiro atingiram Eduardo Campos, depois Marina Silva e, por último,fui eu o seu alvo preferencial. Mais grave ainda, espalharam o medo entre pessoas humildes, manipularam o sentimento de milhares de famílias, negando-lhes o livre exercício da cidadania.

Esta intimidação e esta violência só têm paralelos em regimes que demonstram muito pouco apreço pela democracia. Nesse vale-tudo eleitoral, legitimaram acalúnia e a infâmia como instrumentos da luta política. Usaram a mentira para tentar assassinar reputações.

Acrescentou-se ao cenário do uso vergonhoso da máquina pública, simbolizado emblematicamente pela atuação dos Correios, essa grande empresa brasileira. E aqui peço licença para saudar os seus funcionários e agradecer as inúmeras manifestações de solidariedade que deles recebemos na luta contra esse crônico aparelhamento da empresa.

Neste caso, viu-se o inimaginável, que resume um pouco de tudo o que aconteceu: de um lado a postagem de correspondências da candidata do PT sem chancela, significa que, na prática, nunca o Brasil saberá qual volume depropagandas do PT foi efetivamente enviado sem pagamento.

De outro lado, a não-entrega de milhares de correspondências pagas pelos partidos de oposição, e deixo aqui mais uma vez nesta tribuna, constatada esta denúncia como as enviadas pelo PSDB e o Solidariedade não chegaram aos seus destinatários. E essas violações são objeto hoje de ações protocoladas por nós na Justiça Eleitoral e na Procuradoria da República.

Mas não foi apenas isso. A anti-política também assumiu a face do medo que fez milhões de brasileiros reféns da insegurança.

Vejam os senhores, aonde chegaram: Sabe disso o senador Cássio Cunha Lima e tantos outros brasileiros. Nas regiões mais pobres do país, carros de som espalhavam que 13 era o número para permanecer no Bolsa Família e 45 o número para se descredenciarem do programa.

Famílias receberam ligações e mensagens dizendo que se a oposição vencesse, o programa Minha Casa, Minha Vida seria extinto.

Funcionários de empresas estatais foram informados de que iríamos privatizar empresas e que seriam todos eles demitidos!

No geral, o que se assistiu foi uma campanha baseada no estímulo ao ódio – um projeto amesquinhado e subordinado ao marketing do medo e da ameaça.

Tentaram, a todo custo, dividir o país ao meio, entre pobres e ricos,entre Nordeste e Sudeste como se não fôssemos, e esse fosse o nosso mais valioso patrimônio, um só povo, um só país, uma só esperança de temposmelhores.
*
A vitória do PT alavancada através desses expedientes explica o grande sentimentode grande frustração que tomou conta de milhões de brasileiros após oresultado.

Mesmo enfrentando tudo isso, e esta para mim é a questão mais relevante, o sentimento de mudança que moveu a candidatura das oposições que tive a honra deliderar alcançou um resultado magnífico.

Reconhecemos o resultado das eleições. Sou um democrata. E aqui não se trata mais de contar votos, de fazer comparações, ou medir desempenho apenas do ponto de vista eleitoral.

Mais importante que tudo isso é saudar o novo país que surgiu das urnas. E esse é o fato mais marcante, extraordinário e maravilho dessas eleições que a história haverá de registrar: nós assistimos ao despertar de um novo país. Um país sem medo. Um país crítico. Um país mobilizado. Um país com voz e convicções.

Um país que não aceita mais o discurso e a propaganda que tenta sem prejustificar o injustificável. Que tenta esconder a realidade.

O Brasil que saiu das urnas é um novo Brasil, onde os brasileiros descobriram que podem eles próprios serem protagonistas do seu próprio destino.

Por todas as regiões, milhares de pessoas ocuparam as ruas de forma espontânea. Não apenas para apoiar um nome, mas uma causa. Os brasileiros, senhor presidente e senhores senadores, perderam o constrangimento de dizer aquilo que não concordam, que não aceitam, que não pactuam. E eles não pactuam mais com a corrupção, com o desmando e com tanta ineficiência.

Ocuparam as ruas para mostrar que sabem o que está acontecendo com oBrasil e que não vão permanecer mais em silêncio.

Nessa campanha eleitoral, milhões de brasileiros, e a história registrará isso de forma muito clara, tomaram posse do seu próprio país. Os exemplos estão por todos os cantos.
Estão nos idosos e quantos foram aqueles com quem me encontrei ao longo desta caminhada, de 80 ou de mais de 90 anos de idade, que me diziam que faziam questão de ir às urnas para ajudar a fazer a mudança.

Nas crianças que me enviaram desenhos e mensagens por toda a parte dopaís querendo participar deste processo que significa na verdade a construçãodo seu próprio futuro.

Este país se fez ver nos debates que tomaram as escolas e universidades de todo país.
Nos jovens que ocuparam de forma pacífica e alegre as ruas de todo Brasil. Nas correntes de oração que uniram milhões de brasileiros.

E me emociono de lembrar de muitas delas. Das freiras clarissas, que ouviam os nossos debates de joelho acreditando num país melhor para todos os brasileiros. 

Ao final, acredito sinceramente que esta campanha permitiu o reencontrodos brasileiros com o país que ainda sonham ter e sonhamos ser.

Me sinto particularmente honrado em ter podido ser parte desse movimento.E com a mesma firmeza com que falei aos brasileiros e os convoquei a darem voz à sua indignação e à sua esperança, saúdo neste momento, mais uma vez a todosos brasileiros, mas especialmente das regiões mais pobres e de forma especialíssima ao Nordeste brasileiro, mas saúdo aqueles que, corajosamente, marcharam ao nosso lado, mobilizados por um único desejo, uma única vontade, um único sonho em comum: o sonho da mudança. A mudança que representa um novo projeto depaís, no lugar de um projeto de poder.

Quero expressar aqui o meu mais irrestrito respeito àqueles que democraticamente fizeram outra opção e deixar minha palavra de agradecimentoaos companheiros do PSDB, do DEM, do Solidariedade, do PTB e dos outros partidos que fizeram conosco essa caminhada.

E agradeço de forma especial aos companheiros do PSB de Eduardo Campos,do PPS, do PV, do PSC, do pastor Everaldo aqui presente, e dissidentes do PMDB,em especial Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon e Ricardo Ferraço, dentre outros; do PDT de Pedro Taques, Cristovam Buarque e Reguffe; e do PP da grande senadora e amiga Ana Amélia, quero aqui agradecer o privilégio da sua companhia nesta caminhada, do senador Dornelles, e de tantos quantos em partidos que não estão hoje no âmbito da oposição, fizeram fazer prevalecer a sua consciência e a sua responsabilidade para com o país.

Através deles, homenageio, milhares de lideranças políticas, espalhadas por todos os municípios brasileiros que disseram sim à mudança. A essas forças políticas, somaram-se forças da sociedade: sindicatos de trabalhadores, entidades de classe, associações comunitárias, profissionais liberais, médicos, advogados, servidores públicos indignados com o que vêem acontecer em suas empresas.

Mas nada, nada foi mais forte do que a volta dos jovens às ruas para, deforma pacífica, dizer um sonoro “Basta” a tudo que está aí.

Portanto, meus amigos e minhas amigas,

Subi já várias vezes a esta tribuna. Por inúmeras vezes na tribuna da nossa Casa irmã, a Câmara dos Deputados, mas em nenhum momento, com esta carga de responsabilidade.
E quero aqui, do alto desta responsabilidade, reafirmar para que os anais desta casa registrem para a história que, de todas, a mentira foi a principal arma dos nossos adversários.

Mentiram sobre o passado para desviar a atenção do presente. Mentiram para esconder o que iriam fazer tão logo passasse as eleições. Fomos acusados de propostas que nunca fizemos. Assistimos a reiteradas tentativas de reescrever a história, sempre nos reservando o papel de vilões que jamais fomos, e não somos.

No entanto, não demorou muito para que a máscara começasse a cair. O Brasil escondido pelo governo na campanha eleitoral está se revelando a cada dia. Alertei durante todo o processo sobre os riscos da inflação. Perante toda a nação, a presidente insistiu em negar o problema evidente da alta de preços, da carestia. O desenrolar dos fatos mostrou quem tinha razão.

Apenas três dias após as eleições – repito: três dias – o Banco Central elevou os juros já escorchantes da nossa economia e não sei se irá parar por aí...

Para a presidente, em sua campanha, elevar os juros era retirar comida do prato dos mais pobres.

Pois bem, se isso era verdade,foi o que ela fez logo que ganhou as eleições: prejudicando os brasileiros mais carentes. E sabia que iria fazer isso!

O governo escondeu o rombo das contas públicas brasileiras, que registraram em setembro o pior resultado da nossa história: R$ 20 bilhões num único mês! Resultado: desde o início do governo Dilma, a dívida pública brasileira já cresceu mais de oito pontos do PIB apenas nesse período.

Escondeu reiteradamente que havia a urgente necessidade de ajustes, mas agora antecipa que eles deverão ser “duríssimos”, no ano que vem, em meio a um ambiente econômico que já não cresce e que a cada dia gera menos empregos.

Para complicar, o déficit comercial só cresce, indicando problemas flagrantes na competitividade da nossa economia, e o rombo nas contas externas aumenta e nossas taxas de investimentoe poupança só diminuem. Chegamos a ter a menor taxa de nossa economia em décadas.

A candidata oficial também negou a necessidade de reajustar tarifas públicas e, mais que isso, acusou a minha candidatura de estar preparando-os, caso vencêssemos as eleições.

Pois bem, a presidente já está fazendo o que disse que não faria: na próxima semana, teremos o aumento da gasolina e já nesta semana as tarifas de energia sofrerão reajustes que simplesmente anulam toda a redução obtida com a truculenta intervenção havida no setor elétrico nos últimos dois anos.

Sem falar na ameaça, estampada nos jornais de hoje, de que no verão nos esperam apagões de energia. E o mais grave, senhoras e senhores, ao omitir dos brasileiros a verdade, e adiar medidas necessárias a conta a ser paga aumenta exatamente para aqueles que menos têm.

Me orgulho de ter feito uma campanha limpa. Mas isso parece não importar aos donos do poder. Ganhamos,devem estar dizendo, e é isso que importa. 

Quem falou a verdade foi tachado de pessimista, de ser contra o Brasil, e quantas vezes ouvi essas acusações. Mas a história rapidamente mostrou quem tinha razão: esconder, camuflar, virou a rotina deste governo.

Só não conseguiram esconder os escândalos de corrupção porque os delatores que faziam parte do esquema resolveram falar a verdade para diminuir suas penas e todo esforço feito inclusive nesta Casa pra inibir as investigações foi em vão. Os fatos falaram mais alto.

Agora, os que foram intolerantesdurante 12 anos falam em diálogo. Pois bem: qualquer diálogo tem que estar condicionado ao envio de propostas que atendam aos interesses dos brasileiros e, principalmente, ao aprofundamento das investigações e exemplares punições àqueles que protagonizaram o maior escândalo da história deste país, já conhecido como “Petrolão”.

A triste realidade é que o governo não se preparou para controlar a inflação, recuperar o controle fiscal e reduzir nosso desequilíbrio externo para voltarmos a crescer e gerar empregos de maneira sustentável.

O que se observa hoje é um governo ainda sem um plano econômico – aliás, sem plano algum que tenha sido trazido a conhecimento da sociedade brasileira. Exceto pela ameaça de aumento da carga tributária e de mudanças em direitos dos trabalhadores, como o seguro-desemprego – contra os quais desde já nos posicionamos.

Senhoras e senhores. Ainda que por uma pequena margem, o desejo da maioria dos brasileiros foi que nos mantivéssemos na oposição. E é isso que faremos, com o ânimo redobrado.

É isso o que faremos conectados com o sentimento de metade do país que temos hoje a responsabilidade de representar.

Faremos uma oposição incansável, inquebrantável, intransigente na defesa dos interesses dos brasileiros. Vamos fiscalizar, acompanhar, cobrar e denunciar. Vamos combater sem tréguas a corrupção que se instalou no governo brasileiro.

E, mesmo sendo minoria no Congresso, vamos lutar para que o país possa avançar nas reformas e nas conquistas que precisamos alcançar.

E a nossa prioridade deverá continuar a ser a mesma que teríamos se fossemos governo: sempre os mais pobres, sempre a diminuição das desigualdades que ainda nos envergonham. 

É hora de olhar para frente. De cuidar o presente, para prover o futuro que o Brasil e os brasileiros merecemter.

Três compromissos fundamentais vão orientar a nossa luta: o compromisso com a liberdade, com a transparência e com a democracia. Primeiro, a defesa intransigente das liberdades, em especial a liberdade de imprensa. Segundo, a exigência da transparência em todas as áreas da administração pública. Terceiro, a defesa da autonomia e fortalecimento dos poderes como base de uma sociedade democrática.

E aqui antecipo, que o decreto dos conselhos populares enviado ao Congresso Nacional sem qualquer discussão prévia, deverá ter aqui, no Senado, o mesmo fim que teve na
Câmara dos Deputados, o seja, o arquivo.

Defendo como sempre defendi, aampliação das consultas populares e da participação popular na definição das políticas públicas neste país. Mas isso tem de ser feito em diálogo permamente com os representantes do povo brasileiro e eles estão aqui no Congresso Nacional.

Senhoras e senhores, neste cenário de tão grandes dificuldades esperadas, vamos estar mais firmes do que nunca: vamos cumprir o nosso dever!

Precisamos estarmos atentos aos nossos adversários, que, poucos dias depois das eleições, divulgam um documento oficial que mostra sua verdadeira face: a da intolerância, a da supressão das liberdades, a dos ataques às instituições.

Mais que isso, nossos adversários de novo não se constrangem em propor um projeto que se pretende hegemônico, o oposto daquilo que a democracia pressupõe: liberdade de escolha e alternância de poder.

Não satisfeitos em atacar instituições, em atentar contra a democracia, tentaram carimbar na nossa candidatura características que na verdade retratam a própria ação petista.

Dizem no documento que a minha candidatura representou “o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, anostalgia da ditadura militar”.

Não, senhoras e senhores, esses atributos que jogam sobre mim, na verdade, eles jogam 51 milhões de homens e mulheres que são verdadeiramente atacadas pelo PT neste instante em um documento oficial.

A grande verdade é que nossa campanha respeitou os limites da ética, falou a verdade, defendeu a democracia em todos os instantes e, por isso, conectou-se com toda a sociedade brasileira.

Não, nós não somos isso que querem fazer crer. Somos na verdade, brasileiros de várias matrizes ideológicasque se, de alguma forma, se juntaram, se encontraram, no mesmo campo político,no mesmo projeto, porque este era o projeto melhor para o país.

Senhora e senhores, essas não são,como disse aqui, as características do povo brasileiro. Somos um povo generoso.E a missão da atual e próxima presidente da República, disse isso a ela no telefonema que lhe fiz, logo após a homologação do resultado eleitoral, é exatamente este, maior que qualquer outro, de unir o país, em torno de um projeto de desenvolvimento, mas para isso é preciso falar a verdade. Para isso é preciso encarar nos olhos todos os brasileiros.

Como já disse, e repito mais uma vez, é nosso desejo verdadeiro contribuir para que o país avance através das reformas que os brasileiros há tanto tempo esperam e há tanto tempo buscam,como a reforma política e a tributária.

É hora de o Brasil conhecer as bases da proposta de reforma política do governo até hoje omitida. Porque deverá ser debatida e aprovada nesse Congresso legitimamente eleito e depois sim, submetida através de referendo, ao crivo da sociedade brasileira.

Qualquer outro caminho é mais uma tentativa diversionista para tentar distrair a platéia de outros graves problemas que estamos enfrentando e ainda vamos enfrentar.

É nosso compromisso, senhoras e senhores, transformar o Bolsa Família em política de Estado, para livrar o país, definitivamente, da chantagem eleitoral, que se repete, eleição após eleição, a céu aberto, sem qualquer constrangimento.

Da mesma forma, vamos trabalhar incessantemente para dar à segurança pública patamar de política de estado,para por fim às omissões do governo central nesta área.
Vamos cobrar cada uma das promessas para a melhoria da qualidade da nossa educação básica, ainda tão fragilizada e carente de recursos e esforços convergentes.

É crucial recuperar imediatamente os patamares de investimento em saúde pública, para revertermos o quadro dramático de desassistência em todo o país.

Cobraremos, senhoras e senhores,e este é o nosso papel, deste governo a vigência de um estado que respeite direitos, em contraposição ao flagrante regime de drásticas insuficiências quese abateu sobre o país e penaliza diretamente os mais pobres, os que mais precisam, aqueles que menos têm.

E este talvez seja, senhoras e senhores, o grande desafio do Brasil do nosso tempo: ser uma Nação que garanta direitos dignos dos cidadãos.

O Brasil real exige providências efetivas que resgatem os direitos das pessoas à vida, à dignidade. Basta de tanta omissão. Chega de terceirizar responsabilidades e penalizar estados endividados e municípios à beira do colapso financeiro.

E aqui faço questão de reiterar um dos nossos compromissos mais importantes: a restauração plena da Federação brasileira, engolfada pela incúria do governismo e uma das mais drásticas concentrações de recursos, poder e mando da história republicana na órbita daUnião.

O Brasil exige – e nós cobraremos desse governo - respeito à lógica federativa, o que significa compartilhar decisões e responsabilidades e repartir com mais justiça e equidade os impostos arrecadados com o trabalho dos cidadãos.

Por iniciativa desta casa e saúdo mais uma vez a senadora Ana Amélia, começamos a trabalhar e conseguir avanços nessa direção.

Peço licença para encerrar essas minhas primeiras palavras agradecendo a todos e a cada um dos companheiros, e a cada um deles, com que tive a honra de cumprir essa jornada de amor ao Brasil.

Saúdo, na família de EduardoCampos, de sua esposa Renata e seus filhos, cada família brasileira que uniu gerações no sonho de mudar o Brasil.

Saúdo em Marina Silva a capacidade de priorizar, acima de tudo, o amor ao Brasil. A ela meu imenso respeito pessoal e a certeza de que, mais do que nunca, seu protagonismo se faz necessário para consolidarmos a grande travessia.

Nos companheiros do PSDB, saúdo o encontro e o reencontro com a nossa história, nossos princípios e nossos compromissos com o país.

E me permito homenagear a todos na figura do grande estadista Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República.

Aos nossos aliados, saúdo o desprendimento e a crença inabalável em uma Nação forte, justa, mais igual. A oposição a partir de agora não terá a voz de um líder. Seremos todos porta-vozes de um inédito sentimento por mudanças que galvanizou o país.

E me dirigindo, respeitosamente, aos que venceram essas eleições, e que democraticamente cumprimento, reafirmo que: ao olharem para as oposições no Congresso Nacional, não contabilizem apenas o numero de cadeiras que ocupamos seja no Senado ou na Câmara.

Enxerguem, através de cada gesto, de cada voto, de cada manifestação de cada um dos nossos, a voz estridente demais de 51 milhões de brasileiros que não aceitam mais ver o país capturado por um partido e por um projeto de poder.

É a esses brasileiros que quero garantir ao final, de forma muito clara: nossa travessia não terminou. Nós não vamos nos dispersar.

A cada brasileiro e a cada brasileira que foi às ruas. Que vestiu as cores da nossa bandeira. Que enfrentou as calúnias e constrangimentos de um exército pago nas redes sociais. Que com alegria e esperança defendeu a mudança, a ética e a união dos brasileiros. A cada um de vocês, digo, em nome dos companheiros da oposição, agora e a cada dia dos próximos anos: estaremos presentes. Vamos em frente, juntos sempre, por um Brasil melhor que o Brasil atual!

Muito obrigado.

Foto: Orlando BritoFoto: Orlando Brito

Xô Ditadura!

Às armas contra os que cultivam o germe do arbítrio

Faz bem o PSDB em se demarcar dos órfãos da ditadura.
Ricardo Noblat -

 Aproximem-se prá lá os que pedem um golpe militar para abortar o segundo governo consecutivo de Dilma. 

Procedem assim os ignorantes, irresponsáveis, incautos e os que jamais chegariam ao poder a não ser mediante um golpe.

Maldito o tempo das vivandeiras de quartéis. Assim eram chamados nos anos 50 e 60 do século passado os políticos e civis em geral que assediavam os chefes militares para que interrompessem o Estado de Direito.

Mil vezes um governo do PT eleito pela maioria dos brasileiros do que uma ditadura acanhada ou deslavadamente assumida. 

Só quem não viveu durante uma ditadura para admitir seu restabelecimento.

O Brasil tem mais tempo de regime autoritário do que de democracia. O mais recente deles se estendeu entre 31 de março de 1964 a janeiro de 1985 quando Tancredo Neves se elegeu presidente e Sarney tomou posse.

A ditadura militar matou ou desapareceu com 362 pessoas, segundo a Comissão Nacional da Verdade. Cassou mandatos e direitos políticos de milhares de pessoas. Torturou outros milhares. Infundiu o medo em gerações.

O direito ao habeas corpus foi suspenso. As prerrogativas dos juízes foram suspensas. O Congresso, emasculado. A censura acabou com a liberdade de imprensa. Qualquer pessoa poderia ser presa com ou sem nenhum motivo.

Faz bem o PSDB em se demarcar dos órfãos da ditadura. Faz mal o PT em se valer deles para tentar inibir manifestações legítimas.

Às armas que se amparam em argumentos para combater os que cultivam o germe do arbítrio!
Ditadura nunca mais (Foto: Arquivo Google)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Campanha de REVITALIZAÇÃO das Escadarias em Guidoval



A todos os guidovalenses, em especial à Família Teixeira Magalhães

A Prefeitura de Guidoval está fazendo uma campanha para revitalizar as escadarias da nossa cidade. A prefeitura entra com a mão-de-obra, coordenação e execução dos trabalhos e conta com a colaboração de conterrâneos para a aquisição de materiais.

Já foi revitalizada a “Escadaria Amaro Ramos” que contou com expressiva contribuição da Família Ramos. Esta escadaria fica no prolongamento da Rua Vereador João Cezar de Matos, após a “Escola Estadual Coronel Joaquim Martins”, ligando a parte alta à antiga estrada Rio-Bahia.

Atualmente, estão revitalizando a “Escadaria Prefeito Dilermando Teixeira Magalhães”. Ela liga a Praça Nossa Senhora do Rosário (Rua do Alto) à Rua Maria Flora de Jesus (Maria Benzedeira).

Será feito um trabalho artístico com retalhos de cerâmica (um mosaico), pintura da fachada das casas com a tinta Nova Cor. Será colocado corrimão e iluminação.

            Em seguida será revitalizada a “Escadaria Vasco Cândido do Reis” que fica na Avenida Sebastião Inácio da Costa (Bairro Padre Baião/Trajano Viana), antiga Rio-Bahia.

Os trabalhos estão sob a coordenação da Neuza Maria de Oliveira Bandeira Pinheiro. Quem quiser colaborar com mais este projeto para a melhoria de nossa cidade é só depositar na conta da Prefeitura conforme dados abaixo:

Instituição: Caixa Econômica Federal (104)
Agência: 3750
Conta Corrente: 1324-0
CNPJ: 18.128.215-0001/58
Operação: 013


Eu já fiz a minha contribuição. Qualquer quantia será bem-vinda.

Abaixo, uma síntese biográfica do Prefeito Dilermando Teixeira Magalhães tirada do Site de Guidoval (http://www.devieira.com.br/guidoval.com/gdilerm.htm).




Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães



Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães

Dilermando Teixeira de Magalhães, filho de Joaquim Teixeira Magalhães e Henriqueta Gomes Magalhães, nasceu a 9 de dezembro de 1896 em Rodeiro, nessa época um pequeno distrito da cidade de Ubá.
            Ainda jovem, casou-se com Olga Teixeira Magalhães com quem teve nove filhos: José (Dilermando), Félix (Tito), Maria de Lourdes, Lenira, Salete, Glorinha, Cleto, João e Vera Lúcia.
            Na década de 20, compra uma fazenda em Filgueiras, próximo ao povoado de Grama, povoação pertencente à Juiz de Fora. Ali, começa a cultivar café.
Em 1929, a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque traz imediatos reflexos na economia brasileira. Os preços internacionais do café despencam. A situação é agravada por uma superprodução de café: 30 milhões de sacas.
É assim que a crise de 1930 encontra o fazendeiro Dilermando Teixeira de Magalhães, com menos de 34 anos e já com cinco filhos para criar.
Essa crise leva inúmeros fazendeiros à ruína, dentre eles o Sr. Dilermando. O governo pagava uma mixaria para arrancar e queimar o café.
Perdendo tudo que adquirira com muito trabalho, Dilermando retorna à Ubá, sem saber o que fazer e vai morar na Fazenda de D. Cocota, mãe da sua esposa Olga, lá na região conhecida como Emboque, divisa com as terras do Dr. Ângelo Barleta.
Possuidor de muitos amigos, Dilermando encontra, em Dr. Peluzo, um anjo da guarda, um verdadeiro protetor. Este sabendo de um leilão de uma fazenda (em Sapé de Ubá), em condições muito especiais, dá um lance e a arremata em nome do Dilermando.
A sede da fazenda estava caindo aos pedaços, mesmo assim foi com a esposa e filhos nela morar. A esposa Olga, econômica e trabalhadora, passou um ano sem comprar um metro de pano.
A fazenda tinha muita mata virgem. Dilermando arrumou trabalhadores em Guidoval para derrubar a mata. Só com a venda da madeira pagou o terreno e ainda lhe sobrou algum capital para investir na propriedade.
Passando a conviver no distrito de Sapé de Ubá, logo, logo se fez respeitado e granjeou novas amizades.
A aspiração do pequeno distrito era a sua autonomia administrativa, se transformar em cidade.
Residindo no Sapé, Dilermando acabou envolvendo-se com os anseios dos munícipes.
Sob a liderança do Deputado Levindo Ozanan Coelho, junto com os Vereadores Manoel Reis Moreira (PR) e Astolfo Mendes de Carvalho (PSD) da Câmara Municipal de Ubá, ao lado do Padre Sinfrônino de Almeida e do alfaiate José de Azevedo Costa, o fazendeiro Dilermando Teixeira de Magalhães fez parte da Comissão de Emancipação do Município de Guidoval.
Em de 27 de dezembro de 1948, através da Lei estadual nº 336, criou-se o município de Guidoval coroando-se de êxito os trabalhos dessa comissão.
Em 6 de março de 1949, houve a primeira eleição para Prefeito Municipal de Guidoval. Elegeu-se para Prefeito o Sr. Cid Vieira (PR/UDN) com 953 votos e como Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães (PR/UDN) com 947 votos. Tomaram posse em 27/03/1949.
Em 26/01/1951 devido a problemas particulares e de saúde o Sr. Cid Vieira licencia-se do cargo de prefeito. Em 27/01/1951 o Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães assume a prefeitura até 27/03/1953, final desse mandato eletivo.
No recém criado município, tudo necessitava, tudo estava por fazer. Dinâmico, corajoso, determinado e empreendedor, Dilermando pôs "mãos à obras".
Abriu estradas, urbanizou e desobstruiu ruas, construiu e refez pontes, perfurou poços artesianos, iniciou a canalização de água na cidade, instalou escolas rurais, reformou a escola da cidade, deu incentivos fiscais para a criação e instalação de Ginásio Guido Marlière. Isto tudo, mesmo com as enormes dificuldades financeiras do novo município.
Acontece que existia em Guidoval, como de resto em todo país, uma briga política inconciliável entre o PR/UDN e o PSD. A comunidade queria que Dilermando continuasse à frente da prefeitura na próxima gestão.
Dilermando revela-se um político hábil ao condicionar a sua candidatura a prefeito, para o próximo mandato, desde que houvesse a UNIÃO de todas as correntes partidárias do município.
Em 27/04/1952 há uma reunião sem precedentes do PR, PSD, UDN e PTB em que os partidos prometem uma trégua em suas desavenças ideológicas. Esta "UNIÃO PARTIDÁRIA" esta registrada em ATA da Câmara Municipal de Guidoval de 10/06/1952, à página 92A.
O primeiro fruto dessa união partidária em Guidoval acontece quando uma comitiva composta por José Geraldo Vieira (Presidente do PR), Astolfo Mendes de Carvalho (Presidente do PSD), Vereador Sebastião Cruz, Farmacêutico Trajano Viana, Professora Jesuína Simões e liderada pelo Deputado Levindo Ozanan Coelho vai à Belo Horizonte, interceder junto do Governador do Estado de Minas Gerais e às diversas secretarias em busca de melhorias para o município.
Consegue como resultados imediatos: Instalação do Grupo Escolar, criação de Posto de Higiene, autorização para empréstimo à Caixa Econômica Estadual e contrato com a Secretaria de Agricultura para perfuração de poços artesianos.
No dia 28/03/1953 em Sessão solene, a Câmara Municipal de Guidoval dá posse ao Sr. Dilermando Teixeira de Magalhães (Prefeito) e ao Sr. Astolfo Mendes de Carvalho (Vice-prefeito), ambos eleitos pelo Partido Social Democrático. Na ocasião, apresentaram diploma expedido pelo Juiz Eleitoral da 152ª zona do Estado de Minas Gerais.
Encerrou o seu mandato de prefeito em 04/02/1955 realizando inúmeros benefícios e melhorias para a cidade recém-emancipada.
Antes de completar 70 anos, em 8 de junho de 1966, faleceu o Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães.

Principais obras de sua administração
- Rebaixamento da Rua do Fundão (Rua Sete de Setembro) com a Rua dos Tocos (atual Rua João Januzzi)
- Ponte sobre o "Córrego da Lage" entre as ruas Belarmino Campos e Sete de Setembro
- Ponte da Cachoeira (Rua São Vicente de Paulo)
- Incentivo fiscal para construção do prédio do Ginásio Guido Marlière
- Obras na Av. Padre Sinfrônino de Almeida, Praça Major Albino e na Rua Conde da Conceição (atual João Januzzi)
- Execução de obras de urgência da Praça Santana
- "Bolsa de estudo" para o Ginásio Guido Marlière.
- Isenção de Impostos e Taxas, durante 5 anos, ao Prédio do Sr. Antenor Bressan para o funcionamento do Ginásio Guido Marlière.
- Doação de Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros) à Comissão dos Festejos de MOMO.
- Reparos no prédio que funciona a Escola Onze de Junho.
- Elaboração de Planta urbana da cidade
- Lei sobre "Plano de Urbanização" da cidade, com planta topográfica das ruas, avenidas e praças.
- Verba para o "Albergue de São Vicente de Paulo".
- Criação do "Serviço Especial de Estradas e Caminhos".
- Canalização de água na cidade
- Perfuração de poços artesianos
- Construção do Grupo Escolar Mariana de Paiva
- Instalação de Rede Elétrica na Ponte Raul Soares
- Autorização de crédito de Cr$120.000,00 para compra de um caminhão

Eventos Culturais durante a sua Gestão como Prefeito
- Surgimento em 1953 do jornal "Cidade de Guidoval" sendo Diretor o Sr. Sebastião Cruz e Redator, o Dr. Mário Geraldo Meireles
- Cinema
- Bailes carnavalescos
- Doação de terreno ao Estado para construção de nova escola.
- 2 Bandas de Música