sexta-feira, 30 de agosto de 2019

São Félix e Santo Adauto (dia 30 de agosto)

São Félix e Santo Adauto  (dia 30 de agosto)
De acordo com uma antiga biografia, Felix e Adauto nasceram no século III e sofreram o martírio no princípio do século IV, provavelmente por volta do ano 304. Felix era um sacerdote romano que foi condenado à morte por ocasião da cruel perseguição aos cristãos, desencadeada pelo imperador Diocleciano. Contam que, quando estava sendo conduzido ao local onde seria executado, um desconhecido saiu do meio dos assistentes e foi ao seu encontro. Chegando perto dos soldados, o desconhecido exclamou em alta voz que também era cristão e, como tal, queria participar da mesma sorte de Felix. Os soldados não tiveram dúvida. 

Degolaram Felix e logo a seguir o desconhecido que havia audaciosamente desafiado as leis do Império Romano. Como nenhum dos presentes conhecia a identidade do desconhecido, ele foi simplesmente chamado de “Adauctus”, palavra latina que significa adjunto, isto é, aquele que vai, que segue junto. E Adauto ficou sendo o nome daquele que, junto com Felix recebeu a coroa do martírio. O episódio permaneceu vivo na memória da Igreja Romana que associou os dois mártires numa mesma celebração, a ponto de alguns acharem que eles eram irmãos. 

Os dois foram enterrados fora dos muros da cidade e, mais tarde, o Papa São Sirício mandou construir uma basílica sobre o túmulo deles. Essa basílica passou por restaurações e ampliações ao longo do tempo e foi alvo de peregrinações até além da idade média, quando foi devastada, caindo no esquecimento. Somente em 1903 a pequena basílica em que se encontravam os restos mortais dos dois santos, foi definitivamente recuperada. Nela se encontra hoje um dos afrescos mais antigos que se tem notícia, onde aparece São Pedro, recebendo as chaves da Igreja, na presença de Santo Estêvão, São Paulo, São Felix e Santo Adauto.

Hoje, no mundo pluralista em que vivemos, onde cada um busca um deus à sua imagem e uma religião ao seu próprio gosto, São Félix e Santo Adauto nos lembram que apesar de todos os perigos, vale a pena proclamar ao mundo nossa fé em Jesus Cristo e, nem que para isso tenhamos que enfrentar impérios poderosos como os do dinheiro, do poder e da mídia, anunciar seu projeto, que é de vida para todos. 

Os dois santos que celebramos hoje nos desafiam com uma pergunta: Pode um cristão que cruza os braços, que não se solidariza com aqueles que os dioclecianos deste mundo condenam à morte, celebrar cristãmente a Santa Eucaristia?

Zé Maria - Você conhece, você confia.

Zé Maria - Você conhece, você confia. 


Hoje, dia 30 de agosto, é aniversário do meu amiguirmão José Maria de Matos, o Zé Maria da Dona Lourdes do Sô João Matos. 

Tivemos a sorte de casarmos com mulheres da Família Magalhães Ribeiral, filhas de Maria de Lourdes Magalhães Ribeiral e Adauto Pacheco Ribeiral.
Aliás, o dia 30 de agosto é consagrado ao Santo Adauto.
  


Em 29/01/2015 eu publiquei o post mais abaixo. Volto a reproduzi-lo, acrescentando: 
Parabéns Amigo! Saúde, Paz e Sabedoria!

  

Dia 23 de maio de 2011, visitei o meu amiguirmão Zé Maria Matos. Tivemos a sorte de casarmos com mulheres da Família Magalhães Ribeiral.

Eu, com a Lourdes, formada em Relações Públicas. O Zé Maria com a Professora Olga, com quem tem duas filhas, a Dra. Milena, médica, e a Dra. Lorena, Cirurgiã-Dentista, casada com o Oftalmologista Dr. Marcelo Bogado, pai das suas duas netas: Larissa e Letícia.

A mais remota lembrança que tenho do Zé Maria vem dos tempos de criança, quando acompanhava o melhor juvenil do Cruzeiro de Guidoval.
Isto no início da década de 60.

Neste time, jogavam: Eloir Máximo, Oscar e Chiquinho Matos, Cidinho e Lucas Vieira, Célio Teixeira Albino, Vianelo Silva, Luiz Pinheiro, Zé da Conceição, Zé Américo, Candinho do Calixto, Dilermando e Luiz Antônio Ribeiral.

Mais tarde, Zé Maria, defendeu o time principal do Cruzeiro, fazendo dupla de zaga com o seu tio Paulo Pereira.


Apesar da pouca estatura para um beque de área, possuía grande impulsão e dificilmente perdia uma “bola de cabeça”.

Em janeiro de 2007, o Jornal de Guidoval, dirigido pelo meu irmão Marcílio, numa edição especial, fez uma revista contando a história do Cruzeiro de Guidoval.

Um belo trabalho realizado pelo meu irmão e que emocionou a cidade ao homenagear os craques do Cruzeiro, premiando os melhores atletas de todos os tempos.
O Zé Maria conquistou, por mérito, o seu troféu, ele que nos idos de 60 e início da década de 70, defendeu vários times da redondeza: Astolfo Dutra, Dona Euzébia, Ubá e Cataguases, cidade que depois escolheu para consolidar a sua vida profissional e formar uma família admirável.

Primogênito dos nove filhos homens da Dona Lourdes e do saudoso Vereador João Cezar de Matos, começou a trabalhar cedo, ajudando o pai que além de comerciante possuía um sítio nos arredores de Guidoval.

Quando o Prefeito Sebastião Cruz assumiu o governo do município de Guidoval no dia 31/01/1967, o José Maria de Matos foi convocado para ser o Chefe de Gabinete da revolucionária administração que se iniciava.

Trabalhou neste cargo, na Prefeitura Municipal, até 30/01/1973 quando terminou o mandato do amigo, compadre e Prefeito Cândido Mendes.

Em busca de melhoria e crescimento profissional foi trabalhar em Belo Horizonte, no recém-inaugurado Hipermercado Jumbo (hoje Extra).

Tempos depois, o empresário Edgar Machado Borges necessitando de uma pessoa de confiança, convidou-o para gerenciar a Cia. Interestadual Mineira Automobilística - CIMA, concessionária da General Motors (GM), em Cataguases.

Foi um sucesso. Mesmo com a reserva de mercado e área limitada para a venda de veículos, vinha gente de longe querendo comprar Opala Comodoro e outros carros da chevrolet das mãos do hábil vendedor que honrava os compromissos e tinha um pós-venda diferenciado.

Por divergências conceituais, que não vêm ao caso, Zé Maria virou a página com a CIMA. Imediatamente foi convidado pelo Padinha, dono da CATAUTO, Concessionária da Volks, para trabalhar com ele. Foi a vez de se ver aumentado o número de veículos da Volkswagen passeando pelas ruas de Cataguases e região.

Na década de 90, abriu uma Locadora de Vídeo, na época, de Fitas VHS. O negócio era bom e prosperou por um certo tempo. Acontece que começaram a surgir as fitas piratas, as locadoras de fundo de quintal sem compromisso com a qualidade e a lei, recolhimento de impostos, etc... Viu que era hora de tirar o time de campo. Tirou.

Com um talento ímpar para vendas iniciou uma parceria com o cardiologista Dr. Jaime Afonso Cruz de Souza, criando-se o Plano de Saúde PLAMCOR.

O que antes era apenas uma Clínica Especializada em Cardiologia, depois um pequeno hospital, cresceu, progrediu e transformou-se no Pronto-Cordis, hospital de referência na região. Tudo isto fruto de muito trabalho, dedicação e perseverança.

Com o falecimento do Dr. Jaime, o Zé Maria não encontrou mais ambiente para dar continuidade ao seu trabalho frente ao PLAMCOR.

Aposentou-se e por enquanto continua apenas cultivando amigos.

É por isto que sempre que posso dou um pulo até Cataguases para abraçá-lo, provar da sua hospitalidade, tomar “uns chop” no Bar do Goiaba, jogar conversa fora.

Desta vez, como disse no início do texto, visitei-o, um dia após ao consagrado à Santa Rita de Cássia, Padroeira de Cataguases.

Encontrei-o com o bom sorriso dos que nos são eternos amigos.

Vi que o seu veículo estampava na traseira um grande adesivo com os dizeres:
Zé Maria – Você conhece, você confia”.

Falei pra ele, vamos registrar este momento.
A Lourdes tirou a foto.

Disse-lhe que iria colocar no BloGuidoval.
Promessa cumprida, repito, afirmo e reafirmo:
Zé Maria – eu conheço, eu confio”.
PS:
Nas horas vagas, Zé Maria, cristão e devoto de Santa Rita de Cássia, bom camarada de coração e caráter, pratica boas ações fazendo doações de remédios aos necessitados, alimentos e agasalhos aos menos favorecidos.


(escrito pelo guidovalense Ildefonso Dé Vieira)

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

José Joaquim Nogueira


José Joaquim Nogueira

Recebi a triste notícia da morte do José Joaquim Nogueira, um amigo desde o tempo da infância e juventude.
Em 1963 fui seu vizinho na Rua Santa Cruz (Corta-Rabo), numa época em que as ruas eram pródigas em crianças. São contemporâneos dessa época, o seu irmão Álvaro, Cláudio e Clebinho do Chiquito Galdino, Joel do Coutinho, Zé Ângelo Foureaux (Bolinha), Paulinho do Benjamim, Braz do Calixto, Zé (Xereta) Oscar de Matos e os filhos do Sô João Matos: Luiz Gonzaga (Zagão), Chicão, Oscar (Belé), Paulo Alberto (Pulica).
Foram poucos meses, este primeiro contato, pois meus pais mudaram para Rua Coronel Joaquim Martins (Morro da Maria Sabiá) e depois para a Praça Getúlio Vargas (Niterói), por ser do lado de lá da ponte, que não existe mais, a enchente de 2012 a levou.
Em 1967, o José Geraldo da Silva (Zequinha do Pedro Dias), era o presidente do Grêmio Literário do Ginásio Guido Marlière. Empreendedor e dinâmico, o Zequinha liderou uma equipe para auxiliá-lo na realização de bailes para arrecadar recursos para a Formatura da Quarta Série Ginasial. Para o sucesso da empreitada contou com a colaboração criativa do Wilton Franco, Jorge Sobral Venâncio, meus vizinhos na Praça Getúlio Vargas. E da Rua Santa Cruz ajudaram o José Joaquim, Álvaro.
Começava uma amizade duradoura.  E a encorpar esta turma vieram se juntar Cláudio e Clebinho do Chiquito Galdino, Joel do Coutinho, Luiz Gonzaga (Zagão), Virgílio Luiz de Oliveira, Henrique Moreira Paz e Celso Coelho. E para não ficar um clube do Bolinha somaram-se as presenças femininas da Diana e Cristina, irmãs do José Joaquim, a Cleusa irmã do Cláudio e a sua tia Graça Oliveira, a Ângela, minha irmã. Esta sedimentando a “Turma da Santa Cruz”.
O Sr. Adão Nogueira, pai do José Joaquim, tinha uma fábrica de botinas que eram vendidas em toda a região. Eram famosas pela qualidade, preço e durabilidade. Quem modelava os calçados, recortando-os com um estilete, uma faca superafiada, era o habilidoso canhoto José Joaquim. Muitas vezes, nas minhas férias escolares, ficava na fábrica assistindo o José Joaquim trabalhando, concentrado na sua tarefa; enquanto eu, à toa, ouvia o Sô Adão contando histórias de Guidoval. Arrependo-me de não ter gravado estes causos, mas também, nesta ocasião, eu nem tinha um gravador.
         O Sô Adão possuía uma Rural Willys. O José Joaquim tinha carteira e disposição. E nós da TURMA tempo para gastar. Nos finais de semana saíamos a percorrer os cantos e recantos de Guidoval. Numa desses passeios, após a missa de domingo, fomos até a Fazenda de Santana com a intenção de subir até o topo da Serra. No primeiro contratempo, um bando de maribondos e uma touceira de samambaias-gigante desfizeram os nossos planos.
Este insucesso não nos roubou a vontade de subir até o cume da Serra de Santana. E numa segunda tentativa, mais preparados para a escalada, alcançamos o nosso objetivo. De apetrechos, levamos água, facão, binóculo e até violão. O Dr. Jair Dentista, pai do Jorge, ironizou: “subir a Serra tudo bem, mas para que levar um violão?”.

No percurso, durante a viagem, improvisamos uma música:
“Nós somos os pioneiros / Somos sempre os primeiros / A chegar.
Nós somos os violeiros / Somos sempre os primeiros  / A cantar”.

E emendávamos com uma música de propaganda da Coca-Cola, que fazia sucesso:

“Isso é que é / É a vida presente / Tudo que a gente sente / Tudo que a gente quer./
“Isso é que é (Coca-Cola)/É a vida presente (Coca-Cola é)/É o jeito de ser (Isso é que é).
Tudo que a gente quer./

Nesse tempo, Cláudio, Virgilinho, Henrique e eu arranhávamos um violão, o Jorge escaleta e o Wilton cantava. Faziam coro o José Joaquim, Álvaro, Joel, carregando um caderninho com letras de músicas. Não havia google, cifraclub, internet para pegar letras e cifras. Era na base do ouvido, mesmo. E saímos pelas ruas da cidade a fazer serenatas para namoradas, paqueras, amigos e amigas. Tenho guardado este caderno puído pelo tempo com as caligrafias dos amigos. O José Jaoquim registrou nele a música “Preciso aprender a ser só” de Marcos Valle & Paulo Sérgio Valle.

Em 1971, nossas vidas começavam a tomar rumos diferentes. O Wilton foi estudar na Bolívia, o Jorge em Juiz de Fora, o Zequinha prestes a se tornar Sub-Gerente da Caixa Econômica Federal. Alguns terminando o 2º grau e indo em busca de trabalho, outros dando prosseguimentos aos estudos, ingressando em universidades.
E numa dessas confabulações frequentes, praticamente diárias, marcamos um ENCONTRO para dez anos depois, à porta da Igreja Matriz de Santana, no dia consagrado à nossa Padroeira, 26 de julho.
E nesta data, quase todos, nos reencontramos na porta da igreja e depois fomos para a casa dos pais do José Joaquim, a residência do Sô Adão e Dona Ana. Ao lado do quintal, morava o Tio Bié, irmão da Dona Ana. Todos nós o tratávamos por TIO, um ser humano fantástico, autodidata, que sabia falar vários idiomas sem nunca ter frequentado uma escola para esta finalidade.
E no terreiro, nosso QUINTAL, que tantas vezes abrigou nossas conversas e confidências, “peladas” de futebol entre raízes de pés-de-manga e abacateiro, saboreamos churrasco e cervejas, mas principalmente uma prosa de amigos, em abraços fraternos, sorrisos de admiração e corações que se sabem perdoar as falhas alheias. Cantamos as mesmas músicas muitos anos atrás. Recontamos as mesmas histórias de tantas histórias, recitamos poesias, fizemos silêncio. ORAMOS.
Eu escrevi e li um texto que titulei de “Quintais da Vida”. Ele anda perdido nos escaninhos do meu quartinho, bagunçado, aguardando ser resgatado e quem sabe colocá-lo no BloGuidoval.
Fiz também uma música para marcar o acontecimento e deu o nome de “Amigos e Madrugadas”. Depois, em 2001, esta canção foi gravada por profisssionais de Belo Horizonte e está no meu CD “Gente & Terras Geraes”. No encarte dediquei “in Memorian Wilton Franco”, que faleceu, precocemente, em 27/10/1992.
A última vez que encontrei o amigo José Joaquim foi há uns seis meses atrás. Ele estava de mãos dadas com a Margarida, sua esposa; pareciam e eram um de casal de enamorados.
É muito triste a morte de um amigo. Que DEUS o acolha em seus braços, lhe dê abrigo e LUZ. Do José Joaquim continuarei a guardar as melhores lembranças. À Família, de tão queridos amigos, os meus Sentimentos, Solidariedade, Preces.



De pé: José Joaquim Nogueira, Wilton Franco, Cléber Oliveira, Tia Graça, Diana Nogueira
Sentados: Celso Pinto, Álvaro Nogueira, Jorge Sobral Venâncio, Joel do Coutinho e Dé Vieira
Fotografia tirada por José Geraldo da Silva (Zequinha do Pedro Dias)





De baixo para cima - (da esquerda para a direita)
Tia Graça, Cláudio, Henrique, Clévio, Celso, Dé e Álvaro.
Joel, Márcia, Zequinha, Wilton Franco (mãos abençoando), Cléber, José Joaquim.
Uma senhora não identificada e os meninos Clóvis e Aloísio (Nana).





Da esquerda para a direita:
Álvaro Nogueira, Dé Vieira, Virgilinho e Cláudio do Chiquito.
Sentado: Sinval da Ambulância

 Da esquerda para a direita:

Luiz Gonzaga de Matos (Zagão) e Ildefonso Dé Vieira




Califrafia de José Joaquim Nogueira em 30/06/1971,
da Música “Preciso aprender a ser só” de Marcos Valle & Paulo Sérgio Valle.