sexta-feira, 31 de maio de 2013

Prestação de Contas do SER 66 (abril/2013)

Recebo todo mês, da Presidenta do SER 66, Sra, Rita Bressan, a prestação de contas do nosso clube. 
É uma forma, transparente, dela informar aos associados como estão as finanças da associação. Como estão sendo empregadas as nossas mensalidades.
Agora, no facebook, vi duas fotos que a Neuza Bandeira postou mostrando como ficou a obra de reforma da fachada da Sociedade Esportiva e Recreativa 66 que foi destruída pela enchente de janeiro de 2012.
Só posso parabenizar à Rita pelo árduo trabalho à frente do SER 66.
 O nosso clube foi criado pelo idealismo e liderança do Vasco Cândido dos Reis.
Acompanharam-no nesta empreitada mais 65 guidovalenses.
Orgulho-me de fazer parte deste grupo.

Em 1979, quando da inauguração fiz uma música simples para o evento.

Abaixo, a transcrição da letra.


Ao nascer o Meia-Meia,
Não precisou de lua cheia
Para o céu iluminar.
Esta ideia tão brilhante
Será o diamante
Do nosso lugar.

Não precisa riqueza,
Nem tampouco beleza,
O importante é servir,
A este povo tão carente
De um lugar decente
Pra poder divertir.

UNIÃO PESSOAL             |
Precisamos melhorar          | repete
A nossa Guidoval                |
Para o nosso estar.              |



quinta-feira, 30 de maio de 2013

O discurso de Steve Jobs para os formandos de Stanford


O discurso de Steve Jobs para os formandos de Stanford
por Alessandro Brandão ()6/01/2007)

Vasculhando os meus arquivos encontrei um material bem interessante. O discurso de Steve Jobs, CEO da Apple e da Pixar, para os formandos de Stanford em 2005.

Mesmo que você já tenha lido este discurso vale a pena ler de novo (acho que já ouvi isso em algum lugar). Segue abaixo o discurso e o texto original com a tradução.

Segue abaixo a transcrição. É longa mas vale a pena.

This is the text of the Commencement address by Steve Jobs, CEO of Apple Computer and of Pixar Animation Studios, delivered on June 12, 2005.

Este é o texto do discurso de formatura feito por Steve Jobs, CEO da Apple Computer e dos Pixar Animation Studios, realizado em 12 de Junho de 2005.

I am honored to be with you today at your commencement from one of the finest universities in the world. I never graduated from college. Truth be told, this is the closest I’ve ever gotten to a college graduation. Today I want to tell you three stories from my life. That’s it. No big deal. Just three stories.
É uma honra estar com vocês hoje nessa formatura de uma das mais excelentes universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Verdade seja dita, esta foi a vez na vida em que eu cheguei mais perto de uma formatura de faculdade. Hoje eu gostaria de contar pra vocês três histórias da minha vida. É isso. Não é grande coisa. Só três histórias.
The first story is about connecting the dots.
A primeira história é sobre ligar os pontos.
I dropped out of Reed College after the first 6 months, but then stayed around as a drop-in for another 18 months or so before I really quit. So why did I drop out?
Eu deixei a Reed College depois dos primeiros 6 meses, mas então eu fiquei por lá como um “drop-in” por outros 18 meses, coisa assim, antes de eu realmente sair. Então por que eu saí?

It started before I was born. My biological mother was a young, unwed college graduate student, and she decided to put me up for adoption. She felt very strongly that I should be adopted by college graduates, so everything was all set for me to be adopted at birth by a lawyer and his wife. Except that when I popped out they decided at the last minute that they really wanted a girl. So my parents, who were on a waiting list, got a call in the middle of the night asking: “We have an unexpected baby boy; do you want him?” They said: “Of course.” My biological mother later found out that my mother had never graduated from college and that my father had never graduated from high school. She refused to sign the final adoption papers. She only relented a few months later when my parents promised that I would someday go to college.

Começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem e solteira estudante de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela achava muito fortemente que eu devia ser adotado por pessoas formadas, então tudo estava preparado pra que quando eu nascesse fosse adotado por um advogado e sua esposa. Exceto que quando eu apareci eles decidiram no último minuto que na verdade eles queriam uma garota. Então meus pais adotivos, que estavam numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: “Nós temos um garoto ‘imprevisto’; vocês o querem?” Eles disseram: “É claro!” Minha mãe biológica mais tarde descobriu que minha mãe adotiva nunca se formou na faculdade e que meu pai adotivo nunca se formou no colégio (ensino médio). Ela se recusou a assinar os papéis finais da adoção. Ela só cedeu alguns meses depois quando meus pais adotivos prometeram que um dia eu iria para a faculdade.
And 17 years later I did go to college. But I naively chose a college that was almost as expensive as Stanford, and all of my working-class parents’ savings were being spent on my college tuition. After six months, I couldn’t see the value in it. I had no idea what I wanted to do with my life and no idea how college was going to help me figure it out. And here I was spending all of the money my parents had saved their entire life. So I decided to drop out and trust that it would all work out OK. It was pretty scary at the time, but looking back it was one of the best decisions I ever made. The minute I dropped out I could stop taking the required classes that didn’t interest me, and begin dropping in on the ones that looked interesting.
E 17 anos depois eu fui pra faculdade. Mas ingenuamente eu escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e todas as economias dos meus pais de classe operária estavam sendo gastas na minha educação superior. Depois de seis meses, eu não podia enxergar o valor daquilo. Eu não tinha idéia do que queria fazer com minha vida e nenhuma idéia de como a faculdade poderia me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram durante suas vidas inteiras. Então eu decidi sair e confiar que tudo ia acabar dando certo. Era bem assustador naquela época, mas olhando para trás, foi uma das melhores decisões que eu já tomei. Assim que eu saí eu pude parar de assistir as aulas obrigatórias que não me interessavam, e comecei a assistir as que pareciam interessantes.
It wasn’t all romantic. I didn’t have a dorm room, so I slept on the floor in friends’ rooms, I returned coke bottles for the 5¢ deposits to buy food with, and I would walk the 7 miles across town every Sunday night to get one good meal a week at the Hare Krishna temple. I loved it. And much of what I stumbled into by following my curiosity and intuition turned out to be priceless later on. Let me give you one example:
Nem tudo foi tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então eu dormia no chão do quarto dos amigos; eu devolvia garrafas de coca-cola aos depósitos por 5 centavos pra poder comprar comida; e eu andava as 7 milhas (11,2 km) através da cidade toda noite de domingo pra pegar uma boa refeição semanal no templo Hare Krishna. Eu amava aquilo. E muito do que eu encontrei seguindo minha curiosidade e intuição se mostrou de valor incalculável mais tarde. Deixe-me dar um exemplo:
Reed College at that time offered perhaps the best calligraphy instruction in the country. Throughout the campus every poster, every label on every drawer, was beautifully hand calligraphed. Because I had dropped out and didn’t have to take the normal classes, I decided to take a calligraphy class to learn how to do this. I learned about serif and san serif typefaces, about varying the amount of space between different letter combinations, about what makes great typography great. It was beautiful, historical, artistically subtle in a way that science can’t capture, and I found it fascinating.
A Reed College naquele tempo oferecia quem sabe a melhor instrução sobre caligrafia no país. Por todo o campus, cada pôster, cada etiqueta em cada gaveta, apresentava uma bela caligrafia manual. Por eu ter saído e não ter que assistir as aulas normais, eu decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Eu aprendi sobre caracteres com e sem serifa, sobre a variação do espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna a grande tipografia grande. Era bonita, histórica, artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode capturar, e eu achei aquilo fascinante.
None of this had even a hope of any practical application in my life. But ten years later, when we were designing the first Macintosh computer, it all came back to me. And we designed it all into the Mac. It was the first computer with beautiful typography. If I had never dropped in on that single course in college, the Mac would have never had multiple typefaces or proportionally spaced fonts. And since Windows just copied the Mac, its likely that no personal computer would have them. If I had never dropped out, I would have never dropped in on this calligraphy class, and personal computers might not have the wonderful typography that they do. Of course it was impossible to connect the dots looking forward when I was in college. But it was very, very clear looking backwards ten years later.
Nada disso tinha sequer um lampejo de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos depois, quando nós estávamos projetando o primeiro computador Macintosh, aquilo tudo voltou. E nós colocamos tudo no Mac. Foi o primeiro computador com uma tipografia bonita. Se eu nunca tivesse entrado naquele simples curso da faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letra ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows só copiou o Mac, provavelmente nenhum computador pessoal teria. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, eu nunca teria entrado na aula de caligrafia, e os computadores pessoais poderiam não ter a maravilhosa tipografia que eles têm. Claro que era impossível conectar os pontos olhando pra frente quando eu estava na faculdade. Mas ficou muito, muito claro olhando pra trás dez anos depois.
Again, you can’t connect the dots looking forward; you can only connect them looking backwards. So you have to trust that the dots will somehow connect in your future. You have to trust in something – your gut, destiny, life, karma, whatever. This approach has never let me down, and it has made all the difference in my life.
De novo: você não pode conectar os pontos olhando adiante; você só pode conectá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos de algum jeito vão se conectar em seu futuro. Você tem que confiar em alguma coisa – seu intestino, destino, vida, karma, seja o que for. Essa idéia nunca me deixou cair, e fez toda a diferença na minha vida.
My second story is about love and loss.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
I was lucky – I found what I loved to do early in life. Woz and I started Apple in my parents garage when I was 20. We worked hard, and in 10 years Apple had grown from just the two of us in a garage into a $2 billion company with over 4000 employees. We had just released our finest creation – the Macintosh – a year earlier, and I had just turned 30. And then I got fired. How can you get fired from a company you started? Well, as Apple grew we hired someone who I thought was very talented to run the company with me, and for the first year or so things went well. But then our visions of the future began to diverge and eventually we had a falling out. When we did, our Board of Directors sided with him. So at 30 I was out. And very publicly out. What had been the focus of my entire adult life was gone, and it was devastating.
Eu fui sortudo – encontrei o que eu amava fazer cedo na vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Nós trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois numa garagem até uma companhia de 2 bilhões de dólares com mais de 4000 empregados. Nós tínhamos acabado de lançar nossa maior criação – o Macintosh – um ano antes, e eu tinha acabado de fazer 30. E então eu fui demitido. Como você pode ser demitido de uma empresa que você começou? Bem, conforme a Apple cresceu nós contratamos alguém que eu achava muito talentoso para levar a empresa comigo, e no primeiro ano, mais ou menos, as coisas saíram bem. Mas então nossas visões do futuro começaram a divergir e eventualmente nós tivemos uma briga. Quando isso aconteceu, nosso Quadro de Diretores ficou do lado dele. Então aos 30 anos eu estava fora. E muito escandalosamente fora! O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta se foi, e isso me destruiu.
I really didn’t know what to do for a few months. I felt that I had let the previous generation of entrepreneurs down – that I had dropped the baton as it was being passed to me. I met with David Packard and Bob Noyce and tried to apologize for screwing up so badly. I was a very public failure, and I even thought about running away from the valley. But something slowly began to dawn on me – I still loved what I did. The turn of events at Apple had not changed that one bit. I had been rejected, but I was still in love. And so I decided to start over.
Eu realmente não sabia o que fazer por alguns meses. Eu sentia que tinha falhado diante de toda a geração anterior de empreendedores – que eu deixei cair o bastão quando ele estava sendo passado a mim. Encontrei David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter trabalhado tão mal. Eu era uma falência pública, e eu até pensei em fugir do vale (do silício). Mas algo começou a surgir lentamente em mim – eu ainda amava o que eu fazia. A série de eventos na Apple não tinha mudado isso nem um pouquinho. Eu fui rejeitado, mas eu ainda estava apaixonado. Então eu decidi recomeçar.
I didn’t see it then, but it turned out that getting fired from Apple was the best thing that could have ever happened to me. The heaviness of being successful was replaced by the lightness of being a beginner again, less sure about everything. It freed me to enter one of the most creative periods of my life.
Eu não via isso na hora, mas o fato é que ser demitido da Apple foi a melhor coisa que jamais poderia ter me acontecido. O peso de ser bem sucedido foi trocado pela leveza de ser um iniciante de novo, sem ter certeza de quase nada. Isso me libertou para entrar num dos períodos mais criativos da minha vida.
During the next five years, I started a company named NeXT, another company named Pixar, and fell in love with an amazing woman who would become my wife. Pixar went on to create the worlds first computer animated feature film, Toy Story, and is now the most successful animation studio in the world. In a remarkable turn of events, Apple bought NeXT, I retuned to Apple, and the technology we developed at NeXT is at the heart of Apple’s current renaissance. And Laurene and I have a wonderful family together.
Nos cinco anos seguintes, eu comecei uma empresa chamada NeXT, outra empresa chamada Pixar, e me apaixonei por uma magnífica mulher que se tornaria minha esposa. A Pixar criou o primeiro filme do mundo animado por computador, Toy Story, e hoje é o mais bem sucedido estúdio de animação do mundo. Numa memorável seqüência de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que nós desenvolvemos na NeXT está no coração da atual ressurreição da Apple. E Laurence e eu temos uma maravilhosa família juntos.
I’m pretty sure none of this would have happened if I hadn’t been fired from Apple. It was awful tasting medicine, but I guess the patient needed it. Sometimes life hits you in the head with a brick. Don’t lose faith. I’m convinced that the only thing that kept me going was that I loved what I did. You’ve got to find what you love. And that is as true for your work as it is for your lovers. Your work is going to fill a large part of your life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do. If you haven’t found it yet, keep looking. Don’t settle. As with all matters of the heart, you’ll know when you find it. And, like any great relationship, it just gets better and better as the years roll on. So keep looking until you find it. Don’t settle.
Tenho toda a certeza de que nada disso teria acontecido se eu não fosse demitido da Apple. Foi um remédio de gosto amargo, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes a vida te bate na cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me manteve em ação foi o fato de que eu amava o que fazia. Você tem que achar o que você ama. E isso é tão verdade para o seu trabalho quanto é para seu companheiro. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e o único jeito de ficar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita que é um belo trabalho. E o único jeito de fazer um belo trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não achou, continue procurando. Não fique sentado. De todo o coração, você vai saber quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, só melhora mais e mais conforme os anos vão passando. Então continue procurando até achar. Não fique sentado.
My third story is about death.
Minha terceira história é sobre a morte.
When I was 17, I read a quote that went something like: “If you live each day as if it was your last, someday you’ll most certainly be right.” It made an impression on me, and since then, for the past 33 years, I have looked in the mirror every morning and asked myself: “If today were the last day of my life, would I want to do what I am about to do today?” And whenever the answer has been “No” for too many days in a row, I know I need to change something.
Quando eu tinha 17 anos, eu li uma citação mais ou menos assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provavelmente você vai acertar”. Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu tenho olhado no espelho cada manhã e perguntado a mim mesmo: “Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu ia querer fazer o que eu vou fazer hoje?” E sempre que a resposta foi “Não” por vários dias seguidos, eu soube que eu tinha que mudar alguma coisa.
Remembering that I’ll be dead soon is the most important tool I’ve ever encountered to help me make the big choices in life. Because almost everything – all external expectations, all pride, all fear of embarrassment or failure – these things just fall away in the face of death, leaving only what is truly important. Remembering that you are going to die is the best way I know to avoid the trap of thinking you have something to lose. You are already naked. There is no reason not to follow your heart.
Lembrar que eu logo vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas – estas coisas simplesmente somem em face da morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
About a year ago I was diagnosed with cancer. I had a scan at 7:30 in the morning, and it clearly showed a tumor on my pancreas. I didn’t even know what a pancreas was. The doctors told me this was almost certainly a type of cancer that is incurable, and that I should expect to live no longer than three to six months. My doctor advised me to go home and get my affairs in order, which is doctor’s code for prepare to die. It means to try to tell your kids everything you thought you’d have the next 10 years to tell them in just a few months. It means to make sure everything is buttoned up so that it will be as easy as possible for your family. It means to say your goodbyes.
Mais ou menos há um ano eu recebi um diagnóstico de câncer. Eu fiz um exame às 7:30 da manhã, e ele mostrou claramente um tumor no meu pâncreas. E eu nem sabia o que era um pâncreas! Os médicos me disseram que era quase com certeza um tipo incurável de câncer, e que eu não devia esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir pra casa e botar meus negócios em ordem, o que no idioma dos médicos significa: prepare-se para morrer. Significa tentar dizer aos seus filhos tudo o que você pensou que teria os próximos 10 anos para lhes dizer, em apenas uns poucos meses. Significa ter certeza que tudo está no lugar para que seja tão fácil quanto possível para sua família. Significa dizer adeus.
I lived with that diagnosis all day. Later that evening I had a biopsy, where they stuck an endoscope down my throat, through my stomach and into my intestines, put a needle into my pancreas and got a few cells from the tumor. I was sedated, but my wife, who was there, told me that when they viewed the cells under a microscope the doctors started crying because it turned out to be a very rare form of pancreatic cancer that is curable with surgery. I had the surgery and I’m fine now.
Eu fiquei com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, naquela noite eu tive uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio na minha garganta, através do meu estômago e dentro dos meus intestinos, colocaram uma agulha no meu pâncreas e pegaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando eles viram as células no microscópio os médicos começaram a chorar porque descobriram que era uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável através de cirurgia. Eu sofri a cirurgia e hoje eu estou bem.
This was the closest I’ve been to facing death, and I hope its the closest I get for a few more decades. Having lived through it, I can now say this to you with a bit more certainty than when death was a useful but purely intellectual concept:
Isto foi o mais perto que eu cheguei de encarar a morte, e eu espero que seja o mais perto que eu chegue por algumas décadas mais. Tendo sobrevivido, hoje eu posso dizer isto a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual:
No one wants to die. Even people who want to go to heaven don’t want to die to get there. And yet death is the destination we all share. No one has ever escaped it. And that is as it should be, because Death is very likely the single best invention of Life. It is Life’s change agent. It clears out the old to make way for the new. Right now the new is you, but someday not too long from now, you will gradually become the old and be cleared away. Sorry to be so dramatic, but it is quite true.
Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer pra chegar lá. E mesmo assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca escapou a ela. E é como deveria ser, porque a Morte é muito provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela tira o velho do caminho pra dar espaço pro novo. Por enquanto o novo são vocês, mas algum dia não muito distante, vocês gradualmente vão se tornar os velhos e sair do caminho. Me desculpe por ser tão dramático, mas é totalmente verdade.
Your time is limited, so don’t waste it living someone else’s life. Don’t be trapped by dogma – which is living with the results of other people’s thinking. Don’t let the noise of other’s opinions drown out your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary.
Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa. Não caia na armadilha do dogma – que é viver com os resultados do pensamento de outra pessoa. Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar sua voz interior. E mais importante, tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.
When I was young, there was an amazing publication called The Whole Earth Catalog, which was one of the bibles of my generation. It was created by a fellow named Stewart Brand not far from here in Menlo Park, and he brought it to life with his poetic touch. This was in the late 1960′s, before personal computers and desktop publishing, so it was all made with typewriters, scissors, and polaroid cameras. It was sort of like Google in paperback form, 35 years before Google came along: it was idealistic, and overflowing with neat tools and great notions.
Quando eu era jovem, havia uma maravilhosa publicação chamada “The Whole Earth Catalog” (O Catálogo de Toda a Terra), que era uma das bíblias da minha geração. Foi criada por um camarada chamado Stewart Brand não muito longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida à publicação com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica, então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras polaróides. Era tipo o Google formato brochura, 35 anos antes do Google aparecer: era idealista, e com abundância de recursos elegantes e idéias brilhantes.
Stewart and his team put out several issues of The Whole Earth Catalog, and then when it had run its course, they put out a final issue. It was the mid-1970s, and I was your age. On the back cover of their final issue was a photograph of an early morning country road, the kind you might find yourself hitchhiking on if you were so adventurous. Beneath it were the words: “Stay Hungry. Stay Foolish.” It was their farewell message as they signed off. Stay Hungry. Stay Foolish. And I have always wished that for myself. And now, as you graduate to begin anew, I wish that for you.
Stewart e sua equipe publicaram várias edições do “The Whole Earth Catalog”, e então quando seu papel estava cumprido, eles publicaram uma edição final. Era meados dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa da edição final havia uma fotografia do amanhecer em uma estradinha de terra, do tipo em que você poderia ficar pegando carona se você for aventureiro. Embaixo dela estavam as palavras: “Stay Hungry. Stay Foolish.” Era a mensagem de despedida deles ao sair do ar. Stay Hungry. Stay Foolish. E eu tenho sempre desejado isso pra mim mesmo. E agora, ao vocês se formarem para começar outra vez, eu desejo isto a vocês.
Stay Hungry. Stay Foolish.
“Stay Hungry. Stay Foolish.”
Thank you all very much.
Muito obrigado a todos vocês.
Steve Jobs

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A Saga de Guillaumet (Livro “Terra dos Homens de Antoine de Saint Exupéry)



A Saga de Guillaumet
(Livro “Terra dos Homens de Antoine de Saint Exupéry)

 “Comecei a fazer voltas sobre a lagoa, a trinta metros de altura, até a pane de gasolina. Depois de duas horas de manobra desci e capotei. Quando saltava do avião, a tempestade me lançou ao solo.
Firmei-me novamente nos pés e ela me virou outra vez. Tive de me meter sob a carlinga e cavar um abrigo na neve. Naquele buraco cerquei-me de sacos postais e, durante horas, esperei. Depois disso,quando a tempestade amainou, comecei a andar. Andei cinco dias e quatro noites”.
Exaurido pouco a pouco de seu sangue, de suas forças, de sua razão, avançava com uma teimosia de formiga, voltando sobre os passos para contornar um obstáculo, erguendo-se depois das quedas, subindo escarpas que iam terminar no abismo, sem se permitir nenhum repouso, porque não poderia se erguer, depois, de seu leito de neve. Quando escorregava, precisava se levantar depressa, para não ser transformado em pedra. O frio o petrificava de segundo a segundo. Se quisesse descansar, depois de um tombo, um minuto de repouso a mais, quando tentasse se erguer só encontraria músculos mortos.
Era preciso resistir às tentações: “Na neve a gente perde todo o instinto de conservação. Depois de dois, três, quatro dias de marcha tudo o que se deseja é o sono. Eu o desejava. Mas ao mesmo tempo pensava: Minha mulher... se ela crê que estou vivo, ela crê que estou andando. Os companheiros crêem que estou andando. Serei um covarde se não continuar andando. E andava. Cada dia alargava um pouco mais, com a ponta do canivete, um corte na costura da botina, para que os pés gelados, inchados, ainda pudessem caber ali dentro”.
“Do segundo dia em diante meu trabalho maior foi procurar não pensar. Sofria demais, minha situação era desesperada demais. Para ter a coragem de andar, precisava não pensar nisso.
Desgraçadamente controlava mal o cérebro: ele trabalhava como uma turbina. Mas eu ainda podia escolher as suas imagens. Fazia-o pensar em um livro, em um filme. E o filme e o livro desfilavam dentro de mim depressa: voltava à realidade da situação presente. Irremediavelmente. Então eu jogava ao meu cérebro outras recordações para que ele fosse se entretendo”.
“Fiz o que pude e não tenho mais esperança; por que me obstinar no martírio?” Bastava fechar os olhos para fazer a paz no mundo. Para retirar do mundo os rochedos, o gelo, a neve. Logo que as pálpebras milagrosas se fechassem, já não haveria mais os golpes, nem os tombos, nem os músculos doridos, nem o gelo ardente, nem esse peso da vida quando a marcha de um homem é como a marcha de um boi e quando o peso da vida é mais pesado que um carro. Você já gozava aquele frio que era veneno, aquele frio que era morfina enchendo o corpo de beatitude. Sua vida refugiava-se em torno do coração. Algo de precioso e doce encolhia-se no centro do seu ser. A consciência pouco a pouco abandonava as regiões longínquas daquele corpo, daquela pobre besta esgotada pelas dores que já começava a participar da indiferença do mármore.

Os remorsos vieram dos subterrâneos da consciência. Ao sonho misturaram-se de repente detalhes precisos. “Pensei em minha mulher. Minha apólice de seguro de vida lhe evitaria a miséria. Sim, mas o seguro...”
No caso de desaparecimento, a morte legal só é declarada depois de quatro anos. Este detalhe lhe apareceu nítido, apagando todas as outras imagens, seu corpo estava estendido ali, de bruços, em um forte declive, na neve. Quando viesse o verão ele rolaria com a lama, para um dos mil precipícios dos Andes. Você o sabia. Sabia também que um rochedo emergia das neves cinqüenta metros à sua frente. “Aí eu pensei: se me levantar poderei chegar até lá. Se escorar bem o meu corpo na pedra ele será descoberto quando vier o verão...”
Uma vez de pé, andou duas noites e três dias. Mas não pensava em ir muito longe: “Muitos sinais me anunciavam o fim. Por exemplo. Era obrigado a parar de duas em duas horas para abrir um pouco mais as botinas para esfregar neve nos pés que inchavam ou simplesmente dar um pequeno descanso ao coração. Nos últimos dias comecei a perder a memória. Muito tempo depois de recomeçar a marcha é que me lembrava: havia esquecido alguma coisa. Da primeira vez foi uma luva, e isso era grave, com o frio que me gelava as mãos; eu a havia deixado no chão, ao meu lado, e seguira caminho sem apanhá-la. Depois foi o relógio. Depois o canivete. Depois a bússola. Em cada parada eu me empobrecia. O que salva é dar um passo. Mais um passo. É sempre o mesmo passo que se recomeça. O que eu fiz, palavra que nenhum bicho, só um homem, era capaz de fazer.
Se alguém falar a Guillaumet de sua coragem ele dará de ombros. Mas seria traí-lo também celebrar sua modéstia. Ele está muito além dessa qualidade medíocre. Se dá de ombros é por sabedoria.
Sabe que uma vez no centro do perigo os homens não se horrorizam mais. Só o desconhecido espanta os homens. Sua verdadeira qualidade não é essa. Sua grandeza é a de sentir-se responsável.
Responsável por si, pelo seu avião, pelos companheiros que o esperam. Ele tem nas mãos a tristeza ou a alegria desses companheiros. Responsável pelo que se constrói de novo, lá, entre os vivos, construção de que ele deve participar. Responsável um pouco pelo destino dos homens, na medida de seu trabalho.
É um desses seres amplos que aceitam o destino de cobrir largos horizontes com suas folhagens. Ser homem é precisamente ser responsável. É experimentar vergonha em face de uma miséria que não parece depender de si. É ter orgulho de uma vitória dos companheiros. É sentir, colocando a sua pedra, que contribui para construir o mundo.

SAINT-EXUPERY, Antoine de – Terra dos Homens. 27. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 38-44.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Novo livro de Fernando Abritta

No dia 7 de junho, na Biblioteca Ascânio Lopes, em Cataguases, será lançado o novo livro do meu primo Fernando Abritta, filhos dos meus saudoso tios Lalade (Osweraldo Abritta) e Lili (Maria Vieira Abritta).

Mais que um livro, é um audiolivro para ler, ver e ouvir e tem o sugestivo nome “O caso da menina que perdeu a voz”.

É o terceiro livro do Fernando.
O primeiro foi “A Árvore” e o segundo “Uma história verde” em parceria com o poeta Joaquim Branco.

Sucesso, Fernando!

Abaixo, matéria que saiu publicada no Jornal Atual de Cataguases, edição nº 127 de maio de 2013.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Entrevista do Professor Gerson Occhi



Professor Gerson Occhi

Em entrevista ao programa “Fatos em Foco” TV Alterosa de Juiz de Fora, o Professor Gerson Occhi contou um pouco da sua brilhante e profícua carreira profissional e humanística.
Como sempre, ele não esquece da nossa Guidoval.

Abaixo, link para assistir o vídeo da entrevista.


domingo, 19 de maio de 2013

Dra. Milena Ribeiral Matos - Hospital Amaral Carvalho

Dra. Milena Ribeiral Matos
A Dra. Milena é filha dos conterrâneos José Maria de Matos e Olga Maria Ribeiral Matos. Formada em Medicina fez residência de Clínica Médica, por três anos, na Faculdade de Medicina de Barbacena, com um período intensivo no Hospital João XXIII (Pronto Socorro de Belo Horizonte).
Agora, em busca de mais saber científico e aperfeiçoamento profissional começa a sua especialização em Cancerologia Clínica no Hospital Amaral de Carvalho na cidade de Jaú (Jahu).
A Fundação Amaral Carvalho é a mais antiga entidade filantrópica privada brasileira de assistência à saúde e promoção do bem-estar, dedicada a pacientes carentes com câncer e suas famílias. Coordena 12 entidades distintas e atua nas áreas de assistência a saúde, assistência social, hemogerenciamento, prevenção, ensino, pesquisa e ação cultural.
A mais renomada delas é o HAC - Hospital Amaral Carvalho, um dos maiores centros de oncologia da América Latina que atende mais de 85 mil pacientes por ano de todo o Brasil, sendo que quase 100% deles atendidos pelo SUS (sistema único de saúde).
A Revista Etapa, da cidade de Jaú/SP, na Edição nº 97 (Março/Abril de 2013), publicou, nas páginas 10 e 11, uma reportagem sobre o Hospital Amaral Carvalho que transcrevo abaixo:


AMARAL CARVALHO recebe novos residentes médicos

Membros do corpo clínico e da diretoria da Fundação Hospital Amaral Carvalho recepcionaram os novos residentes médicos da instituição, na manhã do dia 4 de abril. O evento de boas vindas ocorreu na sala Professora Aparecida Cesarino e contou com a presença de cerca de 30 pessoas.
Sete profissionais deram início às atividades em diferentes especialidades e receberam apoio da direção do Hospital Amaral Carvalho. São eles Daliane Renale Vieira Marques Carneio e Milena Ribeiral Matos (Cancerologia Clínica), Bernardo Gouvêa de Souza Lima (Radioterapia), Eduardo Henrique Laurindo de Souza Lima (Mastologia), Antonio Cavani Neto (Urologia), Fernando Leite Souza Franceschi e Larissa Bueno Polis (Transplante de Medula Óssea).
O superintendente da Fundação, Antonio Luís Cesarino de Moraes Navarro afirmou ser um prazer receber novos profissionais, “Buscamos oferecer as melhores condições para um ensino de excelência e esperamos que eles se sintam parte de nossa equipe”, disse.

A Residência Médica

Para obter o título de especialista, após a graduação em medicina, o profissional pode participar do Programa de Residência Médica (PRM) na área de sua preferência. Instituída no Brasil pelo Decreto nº 80.281, de 5 de setembro de 1977 – junto a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) – este programa é realizado em “instituições de saúde, universitárias ou não, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional”, conforme artigo 1º do documento.
            Desde 1995, o Hospital Amaral Carvalho (HAC), um dos maiores centros de oncologia do país, integra o PRM com credenciamento e aprovação do Ministério da Educação. A instituição, que se destaca por oferecer atendimento humanizado e multidisciplinar com excelência a milhares de pacientes carentes, mantém cursos de residência médica com duração de dois a três anos, nas áreas de mastologia, cancerologia clínica, cancerologia cirúrgica, hematologia, transplante de medula óssea, cirurgia de cabeça e pescoço, radioterapia e urologia.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Andres Oyarzo - TERRA DA SOBRIEDADE

O chileno Andres Oyarzo é cantor e compositor, além de pregador missionário. É orientador espiritual da Terra da Sobriedade e membro da comunidade Mundo Novo, da Renovação Carismática Católica.

Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMC) lançará um CD e os direitos autorais serão revertidos para a TERRA DA SOBRIEDADE, uma organização que “atua em todos os níveis de atenção à saúde, oferecendo ações de promoção, prevenção, intervenção, tratamento, reinserção e atuação política; cumprindo seus objetivos sociais e atendendo a serviços, famílias e indivíduos com interesse ou necessidades em relação à dependência química, de qualquer raça, cor, sexo, credo e nacionalidade, em situação de vulnerabilidade pessoal e/ou social, relacionados ao uso e abuso de drogas”.
Assista o vídeo. Divulgue-o. Se puder, compre o CD.
Estará ajudando à Terra da Sobriedade que faz um trabalho sério e importante no “tratamento para dependentes químicos de ambos os sexos e seus familiares em grupos de mútua-ajuda, ambulatório, permanência-dia e hospedagem”.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nomes de cidades mineiras (autor anônimo)



CARTA  MINEIRA


Prezado Alfredo Vasconcelos,


Nesta  VIÇOSA  manhã  escrevo-lhe para dizer que a nossa prima LEOPOLDINA ESPERA FELIZ seu primeiro filho que se for homem chamar-se-á ASTOLFO DUTRA e JANUÁRIA, se for mulher. Enquanto ela aguarda seu rebento, lava roupa tranqüilamente nas BICAS existentes em um RIO NOVO que passa pelas terras de DONA EUZÉBIA, naquele LARANJAL perto também da CAPELA NOVA onde na hora do RECREIO a meninada sobre a PONTE NOVA  pesca LAMBARI e PIAU.

Neste BELO HORIZONTE, e neste ambiente FORMOSO de nossa terra, contemplando também pela madrugada a ESTRELA DALVA. Aliás, a prima comprou uma Casa na Rua ANTONIO DIAS. Você já sabia?Lembra daquelas PEDRAS DE MARIA DA CRUZ que você queria comprar? Ela resolveu vender.Na próxima semana o CONEGO MARINHO, da diocese de VOLTA GRANDE vai fazer a Festa de SÃO TOMAS DE AQUINO e se você quiser aparecer será um grande prazer. A nossa prima VIRGINIA é quem será responsável pelo evento.  Vai ter um show com o Agnaldo TIMOTEO e também com as TRÊS MARIAS. A festa era  para ser no mês que vem, mas todas as datas do cantor estavam preenchidas. A prima SERICITA vai fazer a comida (PERDIGÃO e PERDIZES no prato principal).De manhã o DOM SILVÉRIO vai crismar as crianças.Na fazenda fizemos algumas alterações no CURRAL DE DENTRO. O telhado estava com problemas.Vou lhe dar outra grande notícia: perto do ENGENHO NOVO, naqueles barrancos cheios de FORMIGA um empregado nosso descobriu OURO BRANCO E OURO PRETO, portanto será uma NOVA ERA e uma BOA ESPERANÇA para todos nós.Depois desta CONTAGEM de fatos de nossa família, graças damos a SENHORA DOS REMÉDIOS. Falarei agora da nossa cidade: chegou um JUIZ DE FORA, mas o CONSELHEIRO LAFAYETE pediu ao GOVERNADOR VALADARES para interceder junto ao PRESIDENTE BERNARDES para efetivar naquele cargo o SENADOR FIRMINO que muito fez por nós, quando por ele foi DESCOBERTO, juntamente com o CORONEL PACHECO a famosa LAGOA SANTA, depois daquela GOIABEIRA da fazenda POUSO ALEGRE.

Encontrei o BETIM, MARIANA e a ALMENARA e eles mandaram lembrança. E avisam que estarão viajando para ALÉM da PARAÍBA no próximo feriado de Santos Dumont.

Terminando, mando um abraço.


Seu primo,

MATIAS BARBOSA


PS1:

O “Buchinho” nosso prestigiado Corretor Zoológico, vamos no popular mesmo, anotador de jogo-de-bicho,  manda avisar ao banqueiro GUIDO-VALe  o que está escrito.
PS2: Nestes tempos de total falta de segurança é preciso ter cuidado quando seGUIDO VALe a pena parar, despistar, olhando uma vitrine aqui e acolá, só depois seguir em frente.

À Minha Mãe Geni Reis Barbosa (Zé Francisco Barbosa)



À Minha Mãe Geni Reis Barbosa

Quem a viu com eu vi,
Aguardando retorno daquele que cedo saiu,
Ora de bicicleta, ora num  Ford 29,
Em busca de sobrevivência para que não
Sentíssemos a carência.

Quem a viu como eu vi,
Peito molhado do leite sagrado,
Que a um filho alimentava e a outro adotivo
A seu peito sugava.

Que a viu como eu vi,
Reunindo os filhos de joelhos ao chão,
De olhos em Santa Teresinha e Santo Antônio
A pedir por outro Antônio quando viajava.

Quando a viu como eu vi,
Com habilidade nos dedos
A tecer lindas colchas de crochê
Para o filho amado.

Quem a viu como eu vi,
Bordando como ninguém
O primeiro enxoval de recém-nascido.

Quem a viu como eu vi,
No silêncio da noite, ouvindo a voz do filho
aflito.
Que conflito. Era somente saudade...

Quem a viu como eu vi,
Preocupada com o filho que julgava mais
necessitado.

Quem a viu como eu vi,
Trocando a dor do parto difícil por um largo
sorriso de felicidade
Quando ao mundo um novo filho dava.

Quem a viu como eu vi,
Lembrando sempre daquilo que o filho mais
gostava
Satisfazendo este desejo na mesa não faltava.

Quem a viu como eu vi,
Largas gargalhadas pelo mínimo que seu fIlho
fazia.

Quem a viu como eu vi,
Orgulhosa da família que constituiu.

Quem deliciou este tempero,
Que ninguém tem,
Como eu deliciei

Quem sentiu este amor como eu senti,
Quem teve este ventre como eu tive
Hoje entendo que uma Santa,
Aqui na Terra, me acariciou.
Por mim, chorou. Me amou.

Quem a viu como eu vi,
Dormindo sob rosas,
Agora acreditei que não volta.
Foi ao encontro do amor maior.

Já conheço este sereno fechar de olhos.
Ele já me machucou uma vez,
Mas guarde o que lhe disse baixinho no
coração:
“- Obrigado por ter me dado a vida
Até um dia. A casa está preparada.”

Seu amado filho
Seis de junho 1996

poema de Zé Francisco Barbosa