quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Frases, aforismos e ditos de Sapeenses

Os guidovalenses, em sua maioria, descendem de índios, franceses, negros, portugueses e italianos. Isto nos faz indolentes, irônicos, festeiros, trabalhadores, comunicativos, mas principalmente hospitaleiros. Não somos de perder o amigo, tampouco a piada. Somos frasistas, filósofos e palpiteiros. Metemos a colher de pau onde nem fomos chamados. De médico e louco, temos todos um pouco. Muito mais de loucos, é claro.
Hoje resolvi relembrar o “filosofar” de alguns dos nossos conterrâneos. A sentença número um, na minha opinião, proferiu o nosso saudoso Barão, o Zé do Fio. Eis o aforismo: “A vida está no sentir”. Poderia parar por aqui e o dia estaria ganho, mas vou continuar a citar outros apotegmas. (Palavra nova? Não conhece? Vá ao dicionário. Eu fui!) Vamos às frases.
Bié falou, tá falado!” (Gabriel Linhares, empreendedor guidovalense no século passado). “Eu sou feliz até nos sonhos!” (Fenderracha, músico e obsequioso).
Dinheiro gosta de quem tem dinheiro e chuva chove é no molhado” (Marcílio Vieira, avô do Redator Chefe deste jornal). “Se atalho fosse bom, ninguém fazia estradas.” (Zizinho do Marcílio, pai do escrevinhador destas linhas).
Vigarista é quem cai em conto-do-vigário.” (Dilermando Teixeira Magalhães). “Guidoval cidade nova seu nome latino-francês” (da música de Berkeley Silvério Gonzaga, o Neto).
Dominus vobiscum!” (Padre Oscar de Oliveira, celebrando, em latim, missa dominical na grandiosa Igreja Matriz de Sant’Ana que ele construiu com a ajuda do povo guidovalense).
Et cum spiritu tuo!” (respondia os Coroinhas, dentre eles o meu amigo Paulo Emílio filho da Dona Nadir e Zizinho Simões).
"Qualquer coisa é melhor que coisa nenhuma!" (Marcellus Cattete Reis Dornelas). "O que merece ser feito, merece ser bem feito!" (Profª Carmem Cattete)
Ô besteiro!” (Antônio Ribeiral) e “Ô estupore!” (Elísio Avidago), dois portugueses, construtores da nossa Guidoval.
"Anarriê, tur, Balancê, anavan, returnê” (Trajano Viana, agitador cultural nos anos 60, marcando quadrilha em francês). “Tira o Cuca! Deixa o Cuca aí...” (algazarra irreverente da Torcida do Cruzeiro, com direito ao inevitável cacófato).
Não se deve esperar mais do que a pessoa possa lhe dar.” (Wilton Franco). “Dou-lhe uma... Dou-lhe duas... Dou-lhe três...” (Orestes Occhi, maior leiloeiro guidovalense). “Malandro-e-meio não quebra galho” (Zé Manga Rosa, marceneiro, violonista, boêmio e andarilho).
Quem matô o Coroné?” (gente à toa que freqüenta a Esquina, irritando o saudoso andarilho Agripino). “Ôsprum!” “Uh! Terole!” “Thufo!” ”Hãm!” ”Tinindo!” ”Pedra noventa!” ”Mala!”. (Expressões de populares e andarilhos anônimos, inclusive “Ô! Lôco!” muito antes de existir o Faustão).
Sô Tuniquim, quim, quim/ Da perna torta, tá, tá/ Que se casô, zô, zô/ Com a Maricota, tá, tá” (meninada da Rua do Campo ao encontrar o velho Tuniquim). “Não dá coice não Elpídio!!!” (meninada da rua do Vai-e-Volta ao encontrar com o nosso eterno tocador de gaita). “Zé das Latas! Zé da Latas! Zé das Latas!” (meninada da Rua Santa Cruz correndo atrás do louco manso, até certo ponto). “Ilda Quiabo! Ilda Quiabo! Ilda Quiabo!” (meninada do Largo, Pracinha/Niterói e Rua dos Tocos azucrinando a Lelé da Cuca mais sorridente do mundo). “É hoje... É hoje... É hoje...” (meninada de todos os cantos, carregando tabuleta do Cinema do Severino Occhi, anunciando o filme do dia).
Je vous salue, Marie pleine de grace...” (Professora Marta Vieira rezando “Ave Maria, cheia de graça...” ao iniciar as sua aulas de francês no Ginásio Guido Marlière). “És filho de Medeiros?” (Henriquinho). “Aí aperta o zói do sapo!” (Zé Henrique, dono de uma venda no Fundão).
Entrei no Bar da Esquina/ Vi o Tarcísio com a bandeja/ Gritei pra ele volte/ E me estoure uma cerveja.” (Josias do Pombal, músico, radialista e comediante). “Mas hoje/ Você volta arrependida/ Me pedindo guarida/ Implorando o meu perdão” (Vicente do Dario do Chico do Padre, cantando uma de suas músicas).
É menina!” (a parteira Vô Elisa, ajudando mais uma guidovalense a vir ao mundo). “Bonjour/ Merci/ Je suis/ comment ça va?/ au revoir/ s'il vous plaît/ Je ne sais pás/ oui/ pardon / Je ne comprends pás.” (Damião José, negro retinto, metido a falar francês e falava, entre uma e outra rangida de dentes).
P.Q.P!!! C*#$!!! P&$*!!! B*&$*!!! F.D.P!!!” (Imprecações proferidas pelo ferrador de cavalos Gumercindo Alves Rodrigues, o Sô Gomes, depois de acertar uma martelada no cravo, na ferradura e no próprio dedo.) Aiiiii....
Belo saiu, Belo foi murçá, Belo não demora, Belo vórta já” (bilhete do Ferreiro Belo, pregado na porta de seu estabelecimento na Rua do Fundão). Tinha também este: “Belo mudô, difronte do Trajano, dibaixCor do textoo do Otaço”.
Corre! Grita o cérebro, corre tolo! / Anda, anda rápido bobo! / Corre, como máquina, o rolo." (José Geraldo, na poesia “Robot”)
Não poderia deixar de falar do amigo Renatinho (Renato Moreira da Silva) com “Se Deus quiser, daqui uns anos voltarei, arrumarei um grande amor e só aqui eu viverei” ma imortal “Canção do Guidovalense Ausente” ou ainda da (Congada do Benedito Medeiros) com “Oh Sinhá Santana/ Tua casa cheira/ Cravo e rosa, olé, lê/ Flor de laranjeira”.
E, como um bom cabotino, encerro com uma frase minha “Guidovalense não parte. Reparte! Uma parte fica. Outra parte, partCor do textoe!
Tem muitos outros aforismos. Deixo para uma outra oportunidade. Conto com a participação dos leitores e amigos do Jornal de Guidoval. Mandem as suas frases favoritas. COLABOREM!!!