quarta-feira, 25 de abril de 2012

Vera Queiroz Hallums


Alguns amigos e conterrâneos me perguntaram, por e-mail, telefone e pessoalmente “quem é a Vera Queiroz?”

A Vera é filha do Paulo Queiroz e Dona Ida da Rocha Calçado. Tem dois irmãos: Maria Lívia e Paulo. Residiam à Rua São Vicente de Paulo (Rua da Cachoeira) na casa onde depois morou o Teixeirão, o Chiquinho Matos.
Depois a família mudou-se para Ubá.

Estudamos todo o curso primário juntos. Tivemos a felicidade de sermos alunos da Professora Élvia Reis Andrade, da 2ª à 4ª série (1960-1963).

Nas memoráveis festas cívicas, lembro que por duas vezes contracenei com a Vera.
Uma foi no dia 13 de maio, Abolição da Escravatura.

Ela representou a Princesa Isabel. Eu todo encarvoado fui o escravo, preto véio, que lhe agradecia pela Lei Áurea.

Noutra ocasião, um sete de setembro, data da Independência do Brasil.
A Vera, sempre princesa, foi a Dona Leopoldina e eu o D. Pedro I.

Agora, tanto tempo depois, a Vera reside na Inglaterra, país da mais sólida monarquia.

Em 26/01/2008 organizei um encontro dos colegas do grupo escolar para fazer uma singela homenagem à Élvia.

Consegui o e-mail da Vera. Contatei-a. Impossibilitada de comparecer mandou uma bela mensagem à Élvia, dizendo que abraçara a carreira de professora devido a grande admiração pela nossa mestra.

Nossa turma foi a primeira a concluir a 4ª série primária da Escola Estadual Cel. Joaquim Martins.

Por iniciativa (creio que) da Professora Eneida, esposa do meu saudoso amigo Zim do Sô Nego (Manuel Rufino), fundou-se o “Clube de Saúde Dr. Mário Geraldo Meireles”.

Era o chamado Pelotão da Saúde e tinha por função administrar os primeiros socorros, caso necessário, aos alunos acidentados.

Para compor este pelotão foi feita uma eleição entre os alunos da quarta-série primária. Eleição livre, direta, democrática e secreta. Todos os alunos podiam votar e serem votados.

Apurado os votos, a Vera teve quase que a totalidade dos votos.
Foram ainda votados a Cleusa Maria de Oliveira, Rosália de Fátima Ribeiro Ramos, Maria Inês Carvalho de Azevedo, Ângelo Pinto de Aguiar e eu, formando a diretoria do pelotão.

Eu tive dois votos. O meu, em causa própria, e o de um anônimo amigo ou fã o que me valeu o cargo de primeiro secretário. Até hoje não descobri quem me deu o seu voto de confiança. Assim sou grato a todos os colegas de sala.

Pois bem, quase toda sala votou na Vera Lúcia Queiroz.
A Vera tinha inúmeros predicados. Citarei alguns: Inteligente, rica e bonita.

Tempo passou. Nunca mais vi, pessoalmente, a Vera.

Agora, na tragédia que a enchente provocou em Guidoval, a Vera manifestou-se solícita, dinâmica  e solidária.

Entrou em contato com a Shelterbox (http://www.shelterbox.org.br), uma organização inglesa, que faz ajuda humanitária em todo o planeta, em casos de calamidade, fornecendo tenda e equipamentos a famílias que estão desalojadas ou desabrigadas.

Enquanto muitos discutiam isso e aquilo, blablablá, nhenhenhém , politiquice e politicagem, a Shelterbox instalou algumas barracas na Fazenda do Tãozinho, às margens da estrada Guidoval - Monumento do Guido, abrigando famílias da Várzea Alegre atingidas pela calamidade. Eficiência britânica no país da burocracia.

Vera é casada com o inglês Mike Hallum.
Juntos, no Reino Unido, sediam a ChildrensAid (www.childrensaid.org.br)

Vera tem um filho, Ricardo Calçado, responsável pela ONDA SOLIDÁRIA (www.ondasolidaria.org/).
Assista o vídeo com uma entrevista do Ricardo no final do post. 

É uma ONG que tem por:

Missão
“Promover a inclusão social gerando oportunidades em comunidades de baixa renda no Brasil e estimular a conscientização e a participação de indivíduos em diversas partes do mundo para construção de uma sociedade global mais justa e solidária”

Nossos valores
Solidariedade
Igualdade
Honestidade 

Nossos princípios
Transparência
Respeito
Trabalho em equipe

Assim, dentre as várias qualidades de Vera, podemos acrescentar:
 “Solidariedade é outro nome que se pode dar à Vera e família
Ângelo, Maria Inês, Profª Eurides (Diretora),Vera, Profª Eneida, Cleusa, Rosália e Ildefonso

Professores, pais e alunos na instalação do Pelotão de Saúde
Barracas da Shelterbox na Fazenda do Taõzinho

Vídeo com o Ricardo - filho da Vera

SOS GUIDOVAL – Agradecimentos



Recebi e-mail da Iracema Reis Matos Oliveira, que em nome da Comissão SOS Guidoval faz uma prestação de contas e agradecimentos.
Transcrevo, abaixo:

Agradeço a todos pelas doações e apoio. Pedimos que continuem a divulgar e apoiar, pois precisamos ainda de muita ajuda para melhorarmos as condições de vida dos afetados .

Muitas foram as doações: alimentos, kits de higiene pessoal, de limpeza e móveis doados.

Em nome da comissão S.O.S. Guidoval e demais vicentinos e voluntários, nosso muito obrigada de coração a todos e continue nos ajudando a ajudar.

SOS GUIDOVAL:

Presidente da comissão é o Pe.Paulo Kowalczyk, sac nosso pároco que junto com o Otaciano de Almeida - Vice-Presidente, Maria de Lurdes Bressan - 1º Tesoureiro, Adail Luiz de Almeida - 2º Tesoureiro, Hélio Henrique Rodrigues – 1º Secretário e Lúcia Rosa da Cruz Arruda – 2º Secretário, juntamente com o conselho central de Ubá da SSVP e demais Vicentinos Guidovalenses conseguimos até agora as seguintes doações:

O INTERSIND juntamente com a funcionária Luiza e a equipe SOS Guidoval, doaram para a população 73 cadeiras, 04 sofás de 2 lugares, 12 sofás camas, 08 sofás de 3 lugares e 1 poltrona.

A fábrica de móveis JÔ SANDRO doou e a comissão repassou para a população:
 3 guarda-roupas e 7 cômodas.

A fábrica LOPAS: 4 cômodas, 20 camas, 7 sofás.

A JB Móveis de Minas, (Batista- Tista do Tatau e Marisa) 80 colchões.

Com as verbas depositadas na conta da SOS GUIDOVAL, foram compradas 60 cômodas .

O Lions Club Manchester de Juiz de Fora-MG, (representado pelos Guidovalenses: o casal Luciano Ferreira e Graça Geraldo e o casal Moacir Gonçalves e Alécia Rossi Gonçalves), fizeram diversas doações de móveis, donativos e outros diretos a vários Guidovalenses afetados e apoio a financeiro a reforma que será feita agora a casa do José Bento.

Irmã Maria Cristina Caetano, do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, filha de Guidoval, conseguiu através da sua Congregação uma generosa doação para os flagelados pela enchente.

Os Vicentinos fizeram uma criteriosa sindicância e a ajuda já está chegando às vítimas.

Com a doação das Religiosas, conseguimos comprar: 76 latas de tinta 18l, 152 sacos de cimento, 4,5 m3 de areia, 44 varas de ferro, 7 portas, 3 m3 de pedra brita, 35 telhas de amianto, 700 blocos, tinta esmalte, verniz, massa corrida

Ao Ildefonso pela divulgação e apoio, nosso muito obrigada.

Quem quiser nos ajudar, poderão fazer o seu depósito no:
Banco do Brasil: (Código 001)
Agência: 0270-4
Conta Corrente: 47717-6
SOS Guidoval SSVP - Ubá.

Desde já agradecemos a todos demais guidovalenses e amigos dos mesmos que direto ou indiretamente tem ajudado amenizar as perdas dos irmãos afetados pela devastadora enchente de 02 de janeiro.

Contamos com o apoio e presença de todos no show que teremos em Guidoval em Julho com Pedro Bismark (Nerso da Capitinga).

Contamos com apoio e colaboração de todos.
Iracema Reis Matos Oliveira

OBSERVAÇÃO:
O meu amigo Antônio Orlando (Espigão) e amigos da CEMIG, liderados pelo Engº Edgard Pereira Cardoso também fizeram doação para o SOS Guidoval.

ADENDO:
Fui informado, por e-mail, que a Loja Maçônica Liberdade 21, sediada em Belo Horizonte contribuiu com R$2.000,00

segunda-feira, 23 de abril de 2012

GENE SHARP - um pacifista revolucionário


Gene Sharp é um filósofo e cientista político indicado a prêmio Nobel da Paz .
Escreveu o livro “Da ditadura à democracia

O download do livro, gratuito, pode ser adquirido no link

Ele desenvolveu a teoria da “Resistência não violenta”.

A GNT exibiu o documentário “Como Iniciar Uma Revolução”.
Tem a duração de 1h e 30 min.

Para saber mais sobre Gene Sharp, acesse o link
http://es.wikipedia.org/wiki/Gene_Sharp (wikipedia/espanhol)


Manhattan Connection - Completo - 20/02/2011

domingo, 22 de abril de 2012

Edgard (Patachoca)


Ontem, recebi e-mail do conterrâneo Edgard Martins Pacheco. Ele reside em Cataguases e é conhecido como PATACHOCA.

É filho do Zé Boiota, um grande violonista da décadas de 1950/1960. É primo do Tatal,  Tista do Tatal e do Zé Manga Rosa.

Tem um jornal (http://jornalcataguases.com.br).  O  “Informativo Regional dos Bairros – um jornal a serviço do povão” (EL PATACHOCA).

Não tem medo de cara-feia e de políticos. Mete o malho na administração municipal, estadual e federal, principalmente se for “tucana”.

Tem também uma rádio na internet a Rádio Patachoca.

Tem um acervo substancial de filmes e músicas antigas.

No e-mail que recebi ele manda o seguinte recado:

“Ouçam músicas antiguíssimas da época do Sr. Nilo, Manga Rosa, etc...
RADIO CULTURA PATACHOCA
(www.radiocataguases.com.br)
Leia Jornal dos Bairros EL-PATACHOCA, autêntico e destemido.O mais caceteiro da região.”

Não o conheço pessoalmente, mas sendo de Guidoval, morando na Meia-Pataca, descendente da família Martins só pode ser gente boa.

Bola pra frente Edgard (Patachoca).

sábado, 21 de abril de 2012

Dr. Gerson Occhi recebe mais uma Medalha em JF


O conterrâneo e amigo Dr. Gerson Occhi vem, merecidamente, colecionando láureas, prêmios, diplomas, medalhas, comendas, reconhecimento pelo notável desempenho profissional à frente do ILCT (Instituto de Lacticínios Cândido Tostes).

Leia a transcrição da notícia abaixo:

CÂMARA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA CONCEDE MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO AO ILCT
     
             O ILCT recebeu ontem, 19, a Medalha do Mérito Legislativo, categoria Educação, concedida pela Câmara Municipal de Juiz de Fora. A solenidade, realizada no Plenário Francisco Afonso Pinheiro, reuniu autoridades civis e militares para homenagear pessoas físicas e jurídicas que reconhecidamente prestam relevantes serviços em suas áreas de atuação. Entre os agraciados, estavam o secretário de Estado de Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, o secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge Marques, o comandante geral da PMMG, coronel Márcio Martins Sant’Ana, o chefe do Estado-Maior da PMMG, coronel Divino Pereira de Brito, o deputado estadual Lafayette Andrada, e o deputado federal George Hilton.
             A solenidade foi conduzida pelo presidente da Câmara, vereador Carlos Bonifácio. O ILCT foi representado pelo chefe do CENS, Gerson Occhi, que recebeu a medalha e o diploma. O prefeito Custódio Mattos saudou os homenageados e destacou a importância de todos para o crescimento do município. “Agradeço a cada um dos homenageados, tanto aos que atuam na rotina da nossa cidade, quanto àqueles que mesmo não vivendo aqui, vêm contribuindo decisivamente para o progresso de Juiz de Fora”.
          Em nome dos agraciados, o secretário Danilo de Castro falou do compromisso de todos em atuar com dedicação em prol do bem comum. “Atento à importância política e econômica de Juiz de Fora, o governo de Minas tem se emprenhado em resgatar compromissos históricos assumidos com esse município e toda a Zona da Mata”, citando os últimos investimentos anunciados para a região.
             A Medalha do Mérito Legislativo foi criada em 2001 e, este ano, marca as comemorações dos 159 anos da Câmara Municipal, completados este mês. A honraria distinguiu 15 categorias: Agropecuária, Comércio e Serviços, Comunicação, Cultura, Direitos Humanos, Educação, Esporte, Filantropia e Assistência Social, Indústria, Justiça, Meio Ambiente, Militar e Segurança Pública, Política, Saúde, Transporte, Turismo e Mérito Excepcional. A escolha dos homenageados é feita pelo Conselho Permanente do Mérito, integrado pelos 19 vereadores, com indicações de entidades representativas da sociedade organizada.
  
ASCOM EPAMIG ILCT
Ana Cristina Ajub
Ascom EPAMIG ILCT
(32)3224-3116 ramal 205
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG
Gerson Occhi, Danilo de Castro e o vereador Wanderson Castelar

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Centenário de nascimento de Eduardo Nicodemo Occhi


No dia 04/12/2012 completará 100 anos do nascimento do saudoso Prefeito Eduardo Nicodemo Occhi.

Ele nasceu na cidade de Miraí, filho de Orestes Occhi e Rosa Lenzi Occhi, ambos italianos.

Ainda criança, acompanhando os pais e irmãos, transferiu-se para a Fazenda Santana, onde o pai era proprietário de uma "venda" de secos e molhados.

Casou-se a Professora Zilda de Araújo Mendonça e construíram uma família exemplar, que honra e dignifica a todos guidovalenses.

Aqui, na nossa cidade, Eduardo Occhi edificou a sua vida afetiva, social e econômica.

Foi agricultor, fazendeiro, comerciante, Presidente do Cruzeiro Futebol Clube, Delegado de Polícia, Adjunto de Promotor de Justiça da Comarca de Ubá para o distrito de Guidoval, Vereador, Presidente da Câmara e Prefeito de nosso município com um fecundo mandato.

No link http://www.devieira.com.br/guidoval.com/geduardo.htm tem uma síntese biográfica escrita pelo filho Dr. Gerson Occhi.

É preciso reverenciar, homenagear, as personalidades que no passado trabalharam em prol da nossa comunidade com abnegação e altruísmo.

Contamos com a sensibilidade das nossas lideranças para promover eventos que dignifiquem o CENTENÁRIO DE NASCIMENTO deste saudoso guidovalense que recebeu da Câmara Municipal de Guidoval o Título de Cidadão Honorário em 26 de julho de 1972.

Uma sociedade é do tamanho dos atos de seus líderes.

Atenciosamente,
                        Ildefonso José Vieira                               
Carta enviada para: 
Prefeito Municipal Élio Lopes dos Santos
Câmara de Vereadores de Guidoval
Escola Estadual Mariana de Paiva
Escola Estadual Cel. Joaquim Martins
Escola Municipal Antônio Barbosa Neto
Escola Municipal Cid Vieira


Prefeito Cândido Mendes e Prefeito Eduardo Occhi
Inauguração da Praça Major Albino. 
Trajano Viana (segurando o guarda-sol), fotógrafo, Padre Oscar de Oliveira e Prefeito Eduardo Occhi

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Israel López "Cachao" - Si me pudieras querer

Esses músicos cubanos maravilhosos e suas maravilhosas melodias.  Vídeo dirigido pelo ator e cineasta Andy Garcia. 
No filme "A Cidade Perdida" tem mais música e uma história emocionante bem contada.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lançamento do livro "Uma Verde História" em BH

Joaquim Branco (poeta, escritor, jornalista, professor universitário) e o meu primo Fernando Abritta (poeta/escritor/designer/Cataguases/Juiz de Fora/BH/mundo) escreveram o livro "Uma Verde História".
O lançamento do livro, aqui em Belo Horizonte, será na Livraria Quixote.
Dia: 16/04/2012 (segunda-feira) às 18:30 hs
Rua: Fernandes Tourinho, 274 (Savassi)

   #  #  #  #  #


Eu vou lá. Ver, rever, abraçar o meu primo, adquirir em exemplar do livro que conta a história da visionária "Revista Verde" de Cataguases, cidade cultura da Zona da Mata Mineira.
Ildefonso Dé Vieira

PS:
Link com artigo do Manoel Hygino dos Santos no jornal HOJE EM DIA sobre o livro:

sábado, 7 de abril de 2012

Guido Thomaz Marlière - O Ir.: Revolucionário francês no Brasil

A História do maçom francês que sobreviveu a revolução francesa de Napoleão, veio com a família imperial portuguesa ao Brasil, aqui construiu a sua história. 
Quando faleceu a consternação foi geral diante das lagrimas dos selvagens.
http://www.filhosdehiran.blogspot.com.br/2012/03/guido-thomaz-marliere-o-ir.html

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fogo morto por Gagaça da Parecida do Benjamin.


A criançada sabia que no mês de julho, na fazenda do Sô Tão, o fogo ardia nas fornalhas que faziam borbulhar o caldo da cana para transformá-lo, primeiro, em melado e, depois, em rapadura, ambos gostosos como nada mais podia ser.

E sabiam também que antes, podia-se saborear o melado quente com angu ou inhame cozido, esticar a puxa-puxa, que escorria-lhes fartamente pelo queixo, por entre os dedos das mãos, terminando por lamber-lhes a blusa e até  a ponta do dedão do pé. Isso e muito mais era um sonho que durava meses e que se realizava no mês das férias escolares do meio do ano.

E era para lá que íamos em vários finais de semana seguidos, enquanto desfrutávamos das férias  em casa  nossa avó. Levantávamos cedo, antes mesmo que o preguiçoso Sol do mês de julho desse as caras em meio à neblina da manhã que tudo vestia com seu manto branco e espesso.

O caminho que os meninos e a avó percorriam era sinuoso, empoeirado, cercado de imenso canavial que se transformava em moldura viva da estrada, e marcado pelos pés dos passarinhos que  nele deixavam um bordado indefinido e incapaz de ser refeito por quem se atrevesse a repeti-los.

E nós, que então já carregávamos na mão os chinelos de borracha ou os tamancos de madeira, caminhávamos sinuosamente pelo caminho acompanhando as pegadas dos passarinhos na areia, pulando nos barrancos, levantando o talco fino e pesado pelo sereno que o envolvia, sentindo o cheiro gostoso do mato verde molhado pelo orvalho da noite, colhendo  as flores dos maracujás cujas ramas se esticavam nervosas sobre a antiga cerca de arame farpado já coberto pela ferrugem do tempo, indo esticada aqui, dando barriga ali, sem saber onde terminar, observando a última estrela da manhã que já esmaecia, dando lugar ao Sol que ainda se fazia preguiçoso, deixando transparecer um amarelo quase desmaiado.

A avó conduzia os netos para que não se confundissem nas encruzilhadas e mudassem o rumo da caminhada.
Ainda de longe, sentia-se o cheiro gostoso da cana já esmagada pelos enormes dentes da moenda, certamente já transformado na garapa e já borbulhando nas enormes tachas de cobre que ardiam durante todo o dia sobre as longas e vermelhas línguas do fogo, estimuladas pelo bagaço da cana moída.

Quando, enfim, lá chegávamos, já estavam na porteira, para nos receber, os primos da roça, que logo nos abriam os dentes numa risada gostosa de felicidade por estarmos com eles durante aquele dia. E também os cachorros que eram muito amigos, pois nos conheciam de vários anos seguidos. Pelo balançar do rabo de cada um deles sabíamos que nos seguiriam durante todo o dia, como amigos. Não entrávamos na casa. Deixávamos nossa avó no alpendre antigo, todo coberto por uma cortina de brincos de princesa e, alegremente ela era recebida pela irmã Antoninha. E corríamos  para o terreirão da fazenda.

Enquanto as filhas mais velhas cuidavam da arrumação da casa ou já cuidavam dos preparativos do almoço que prometia ser maravilhoso, brincávamos com os mais novos. Pulávamos nos montes de bagaço de cana, mexíamos as tachas borbulhantes de melado, pegávamos os patos e as galinhas que se descuidassem à nossa frente, brincávamos na água clara e murmurante do riacho que saborosamente passava a língua na areia que lhe servia de colo, fazendo rolar os pequeninos seixos, por entre os quais ela deslizava mansamente, bebíamos o leite quente e espumante que jorrava dos peitos das vacas e que Cavaco ou Xará ou Raimundo nos servia canecas esmaltadas ou de alumínio, colhíamos maracujá do mato, dependurados nas ramas, cobras finas enroscadas nos galhos das árvores.

No final da tarde, voltávamos para a cidade. Empoeirados, melados, cansados, levando na pele o gostoso cheiro da terra e do capim gordura, além dos bichos de pé que só seriam descobertos mais tarde, quando os dedos começassem a coçar.

Éramos muito crianças, mas como poucas, completamente felizes. Aqueles passeios eram umas das pequenas felicidades certas de nossa vida de criança.
Hoje, a fazenda não existe mais. O gado já não muge no curral. O engenho esfriou. As chaminés não cospem mais fumaça. A engenhoca enferrujou. O maracujá murchou. O caminho mudou seu rumo. Os passarinhos não bordam mais a areia fina com seus minúsculos pezinhos, porque esta foi levada pelo vento.

O canavial que espanava as nuvens do céu e se deixava ficar ao sabor do vento, foi cortado pela raiz. Os donos da terra se foram e a voz do “capitão” daquele eldorado se calou. Alguns filhos se mudaram para a cidade grande. Jovita e Penha também se foram. Da avó, só restam a saudade e as boas lembranças de um tempo que não volta mais. Os tempos mudaram. O rumo de tudo mudou e vivemos apenas das boas lembranças porque, hoje, o fogo é morto.

Crônica escrita pela Maria das Graças Santos Carmo inspirada nos passeios à Fazenda do Sô Tão e da sua Tia Antoninha.
Foi o seu primeiro trabalho publicado pela Editora Litteris - RJ, numa antologia chamada Escritores de Ouro, em 2002.

Parabéns, prima Gagaça, por nos proporcionar tão boa e nobre emoção recordando os tempos da nossa infância. 
 (foto tirada da internet)

Doação de livros à biblioteca de Guidoval

O conterrâneo e escritor Lindomar da Silva (http://bloguidoval.blogspot.com.br/2012/03/lindomar-da-silva-escritor-guidovalense.html) conseguiu, com a sua editora, vários livros para a nossa biblioteca.

Abaixo, transcrevo e-mail  da responsável pela Biblioteca Pública Municipal Prof. Ernani Rodrigues.

“Lindomar os livros chegaram hoje dia 04/04/2012  pela transportadora.
Muito obrigada. Gostei muito.
Depois farei um ofício à editora e a você agradecendo pelos livros doados.
Um grande abraço,
Leila Pinheiro”

Parabéns Lindomar pela iniciativa.
Obrigado à Editora RHJ.

No site da editora, podemos ler (http://www.editorarhj.com.br/quem-somos)

Quem somos

Desafio é a palavra que orienta a RHJ desde sua fundação. Começamos como distribuidora, em 1974, já preocupados em tornar o livro – esse objeto mágico – mais acessível e adorado por crianças e adolescentes. Iniciamos a publicação de obras infanto-juvenis em 1987. Então, focamos nosso trabalho junto a professores e escolas. Lançar nossos próprios livros foi a maneira encontrada de fomentar a alfabetização de modo prazeroso no país. E, até hoje, esta representa nossa meta primordial.

Ao resgatarmos tradições folclóricas e assim propiciarmos releituras da mais alta qualidade, mediante recursos que tornam os livros mais atrativos, nosso propósito consiste em formar novos leitores e conquistar definitivamente o gosto pela leitura. Acreditamos que a literatura pode modelar cidadãos mais responsáveis, democráticos e senhores de uma postura mais crítica perante o mundo.

Começando com cinco títulos de literatura infantil, da coleção Guri, a RHJ reúne hoje mais de 200 publicações. Mantemos o compromisso social de divulgar e colocar livros significativos quanto ao valor literário e educacional, ao alcance do maior número possível de leitores. O reconhecimento de nosso trabalho confirma-se, inclusive, por meio de premiações recebidas no Brasil, como: Jabuti, APCA, Altamente Recomendável, Melhor Livro de Imagens, Hors Concours, O melhor para crianças, Projeto editorial, Melhor livro sem texto e Melhor livro Infantil. E premiações recebidas no exterior: White Ravens (Alemanha), Octogone (França), BIB Plaque (Eslováquia), The Noma Concours (Japão) e The Ibby Honour List Diploma (Canadá).

Nossa sede localiza-se em Belo Horizonte; temos filiais em Uberlândia, Brasília, Goiânia, além dos nossos distribuidores representando a RHJ por todo o País.

E por que consideramos o livro um objeto mágico? Por que ele é capaz de transpor barreiras físicas e ideológicas. Por meio da leitura, a imaginação se torna infinita e ilimitada – nossos sonhos como editores

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dr. Rodrigo - um cientista guidovalense


Guidovalense inaugura campus do IFMG, em Governador Valadares

O Guidovalense Rodrigo Marques de Oliveira, filho da professora aposentada Neli Marques de Oliveira e do sitiante aposentado Anides de Oliveira Filho inaugurou a sede do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus de Governador Valadares, no último dia 26.

Rodrigo está como Diretor Geral do instituto desde julho de 2011. A partir desta data trabalhou arduamente para que a sede do IFMG ficasse em condições de receber os mais de 500 alunos, que até então estudavam em uma sede provisória. 

A nova sede conta com um prédio de Ensino com mais de 20 salas de aula, prédio Administrativo, auditório para mais de 200 pessoas, laboratórios de informática, laboratórios didáticos de física, química e biologia, biblioteca com centenas de volumes, sala de estudo e cantina para alunos e servidores. 

Em breve, devem ser construídos o ginásio poliesportivo, um prédio exclusivo para a biblioteca, mais um prédio de salas de aula e mais um de laboratórios.

O guidovalense tomou posse no segundo semestre de 2010 como professor de física. Tamanha sua dedicação e competência implicou em rápida ascensão e reconhecimento no campus, o que lhe garantiu a ocupação de cargos importantes tais como: Auxiliar de Pesquisa, Coordenador de Ensino e atualmente como Diretor Geral.

Rodrigo é físico formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). Fez seu Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP - Campus de São Carlos), uma das universidades mais conceituadas do país. Durante sua vida acadêmica recebeu dos colegas o apelido de “Guidoval”. 

Fruto de trabalho e esforço junto a outros pesquisadores, publicou dentre outros, um artigo científico no periódico “European Journal of Chemical Physics and Physical Chemistry”, um dos mais relevantes na área.

Em Guidoval foi membro atuante do Movimento Ecológico Guidovalense (MEG), do qual é um dos fundadores. 

Em julho de 2001 o MEG foi homenageado no CD Gente & Terras Geraes lançado por Ildefonso Vieira e, como membro da diretoria, Rodrigo entregou ao Guidovalense uma placa-homenagem do MEG em agradecimento, com uma mensagem escrita por Amyr Klink:
"... existe um tempo para melhorar;
para se preparar e planejar;
igualmente existe um tempo
para partir para a ação.
Porque um dia é preciso parar de
sonhar, tirar os planos das gavetas e,
de algum modo, começar."

Passados praticamente dez anos dessa homenagem, Rodrigo parece ter levado consigo a mensagem que estava na placa entregue ao amigo. Muitos sonhos foram deixados para trás... e diversos objetivos foram alcançados...

Parabéns Prof. Dr. Rodrigo Marques de Oliveira por mais essa conquista.