sexta-feira, 17 de abril de 2009

SERENATA EM GUIDOVAL - (04 e 05/04/2009)



No dia 22/02/2009 o Marquim Cremonese (lá-das-Austrália) mandou-me um e-mail dizendo que viria passar um mês no Brasil.

Intimou-me e passou procuração para organizar uma serenata em Guidoval.

Disse “
Se não fizer uma serenata com você em Guidoval, não valerá a pena ter vivido.” Exageros de poeta.

Fiquei eu, com o doce abacaxi na mão. Para me ajudar a descascá-lo, convoquei a minha irmã Sueli, discípula fiel da grande mestra Carmem Cattete que ensinou:
"O que merece ser feito, merece ser bem feito!"

Contactei, ainda, o Virgilinho da Dona Maria do Carmo do Chico do Padre, o Bim do Manezim da Dona Jovita, a Gagaça da Parecida do Beijo e o meu irmão caçula, o Professor Marcílio do Zizinho do Marcílio.

Pediu-me mais o Marquim: “
convidar mais serenateiros, achar um lugar onde a gente possa se reunir, primeiro, tocar e cantar um pouco, sentados (e tomando uma ou outrazinha, que ninguém é de ferro...).Daí, junta-se as violas (vale sanfona, saxofone, qualquer outro instrumento que houver por perto), e dá-se um rolé pelas ruas, serenatando...”
A Sueli, que não é boba nada, convidou logo o Christiano (Juca do Benjamin), a mais bela voz da região. Deixou a ele a incumbência de arrastar os seus amigos violeiros de Ubá. Missão cumprida pelo Juca, com louvor, trazendo o Ézio, Alexandre, Magno e Marcos Setenta, exímios violonistas.

A Sueli também chamou a Mônica (Ubá), uma menina que canta como gente grande. De Visconde do Rio Branco veio o saxofonista Marcelo, professor de música na “Escola Estadual Cel. Joaquim Martins”.

Eu, intimei o Jáder Mendes que veio do Rio de Janeiro trazendo a tiracolo o saxofone e talento.

Aqui abro um parêntesis aos inúmeros amigos que tenho, prezo e estimo, mas não os convidei para o evento.
Explico-me ou tento me explicar.
O propósito era só convidar músicos, parentes e amigos do Marquim Cremonese.

E teve foi gente!

Somando daqui, dali, dacolá, eu esperava umas cinqüenta pessoas. O Marquim, detalhista, contou setenta e oito. Deve ter aparecido mais gente. No entra-e-sai, como formiguinhas errantes, tornou-se impossível contar os presentes.

Fugiu ao controle o número de participantes.
Talvez, fosse até pouca gente para uma grande festa, mas em demasia para uma boa roda de viola, que exige envolvimento, cumplicidade e principalmente um silêncio respeitoso para se ouvir uma boa música.
Fugiu de controle o número de convivas.
Até a emoção fugiu ao controle. Inda bem! Emoção nunca é demais!

Tinha quarenta dias que eu não bebia uma gota de álcool.
Rotina que faço desde a quaresma de 1975. Já são 34 anos que pratico este ritual, que só bem me faz, à saúde e ao bolso, mais à saúde.
Depois da meia-noite não resisti às pingas e aos torresmos.
E com quaisquer dez, doze ou quinze pingas eu fico meio-bêbado, sinal que também fico meio-sóbrio.

Ah! E antes que eu me esqueça...

Não posso me esquecer de falar da ajuda imprescindível da minha esposa Lourdes, atenta a todos os detalhes, inclusive na preparação da deliciosa canjiquinha e do grão-de-bico que a cada dia fica melhor. Sou provador oficial e testemunha disso.

Também não posso deixar de mencionar a minha mãe, Dona Tita, que além de todos os afazeres normais, que não são poucos, arranjou tempo para fritar uns “torresmo de barriga”, deu uma ordem aqui, outra ali e adiante. Benção Mãe!

Perdeu, quem mais tarde chegou, pois não ouviu a Terezinha Reis cantando músicas de Oscar Castro Neves, Edu Lobo e outros gênios da nossa MPB, sendo acompanhada pelo violão vibrante, melódico, rítmico e harmônico do seu marido Jair. Obrigado ao casal pela presença.

Uma doce nostalgia de sarau povoou o (re)encontro quando Marta Ribeiral declamou a poesia “Canção do amigo”.

A noite aproximou-se à perfeição quando o amigo Gerson Occhi, mestre em carisma, eloqüência e oratória, interpretou o poema “De como eu amo uma cidade” de autoria do homenageado Marcus Cremonese.

Para coroar a noite, na ESQUINA, confluência da Ponte sobre o Chopotó, Rua João Januzzi (Tocos), Rua Padre Baião (Campo) e Rua Sete de Setembro (Fundão); o meu primo e amigo Christiano cantou “Minha Serenata”, acompanhado pelos violões de Alexandre e Marcos Setenta.

Só este momento mágico já valeria a noite, a madrugada, o (re)encontro.
Sorte que tivemos muito outros momentos, impossíveis de adjetivar.
Emoções que filmadoras, máquinas não conseguem registrar.
Estas ficam no coração, abastecem a alma, nutrem o espírito.

OBRIGADO A TODOS QUE CONTRIBUÍRAM POR ESTES MOMENTOS!!! OBRIGADO MESMO!!!
escrito por Ildefonso José Vieira (Dé do Zizinho do Marcílio)
PS1:
Um agradecimento especial ao Marcius e Márcia que trouxeram a mãe, Dona Ruth Cremonese, ao nosso “encontro”.
PS2:
Aqueceram o meu coração, abraçar os amigos Olga e Zé Maria Matos, Paulo e Solange Occhi, Luiza Rosa, João Carlos e Soraia, Rita (esposa do Christiano), Dalva, Denise e Leon Denis, Renatinho, Janete, Gotardo, Valéria, Denise e Jairo Mendes, Virgilinho, Denize, Fabiano, Maria Tereza, Luciana e namorado, Gagaça da Parecida com o filho Guilherme e a namorada. Todos vieram abraçar e homenagear o amigo comum: Marcus Cremonese.
Ouça, trecho da serenata abaixo:


É noite alta e seu cantor vagueia pela rua
Vem suplicar junto a teus pés uma esperança tua.

Abre a janela da tua alma para meu carinho
e acende em meu caminho a luz do teu olhar

Tangendo estou no violão esta canção tão triste
num festival de solidão que a lua branca assiste

Passo a cantar, a soluçar, a minha dor
e aquela ingrata ouve a serenata
sem saber que mata esse seu cantor.

Eu olho o céu sem fim, céu tão perto de mim
Eu tenho o céu nas mãos, nunca teu coração.
Se queres uma estrela eu dou...
se queres minha vida eu dou...
e morro a bendizer a dor desse amargor,
pois que morri por ti...

Compositores: Jair Amorim e Evaldo Gouveia

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Elzo de Barros - mais uma estrêla no céu


Faleceu, no fim do mês de março, o nosso conterrâneo Elzo de Barros.


Por muitos anos ele foi barbeiro em nossa cidade.


É, quase, impossível encontrar um guidovalense que não tenha sentado em sua cadeira para fazer o cabelo ou a barba. Ouvir com atenção as suas histórias pitorescas e “verídicas”, apesar dele ser pescador e caçador (de carteirinha), mas acima de tudo era um colecionador de amigos.


Futebolista, ágil e veloz, defendeu com garra as cores alvi-negra do nosso brioso Cruzeiro de Guidoval.

Torcia para o Botafogo, o que muitos consideravam um defeito, mas para ele o clube carioca era simplesmente o “GLORIOSO” de Nilton Santos, Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo, Manga, Gerson e tantos outros craques que vestiram a camisa da seleção brasileira.


Em homenagem a ele resgatei um trecho do desfile da “Banda de Ká”.


Idealizada pelo Dr. Jorge Sobral Venâncio, a bandinha desfilou pelas nossas ruas nos carnavais de 1990 e 1991.


Neste vídeo de 4 min. e 53 min. têm vários guidovalenses que já faleceram.


Aproveito a ocasião para também prestar uma singela homenagem a estes conterrâneos que tantas alegrias nos deram em vida com exemplos de cidadania, amizade e alegria, e por isso mesmo tantas saudades deles sentimos.


Que DEUS os abençoe sempre!


São eles: Elzo de Barros, Jair Dentista, Fenderracha, Tavinho, Tilúcio, Dr. Wilton Franco, João Vicente, Silvestre, Dona Arlete Avigado Andrade, Dona Guimarzinha e Zizinho do Marcílio.


Assista ao Vídeo, abaixo: