quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Guidoval precisa de líder



escrito por Ildefonso Dé Vieira
publicado no jornal Saca-Rolha de 18/set/2004

           Já tivemos vários líderes como Padre Oscar de Oliveira (Igreja Matriz de Santana), Dr. Mário Geraldo de Meireles (Hospital São Vicente e Jornal “Cidade de Guidoval”), Vasco Cândido dos Reis (Sociedade Esportiva e Recreativa 66), Prof. Ernani Rodrigues (Ginásio Guido Marlière), Belarmino Campos (Ateneu Sapeense e Banda de Música), Álbero Campos (Clube Francisco Campos). Todos eles sem cargos executivos no município, mesmo assim realizaram grandes obras através de liderança e determinação.
Tivemos saudosos prefeitos: Cid Vieira, Dilermando Teixeira Magalhães, Otaciano da Costa Barros, Eduardo Nicodemo Occhi, Francisco Moacir da Silva, Sebastião Cruz, Cândido Mendes e José Vieira Neto (Zizinho do Marcílio), líderes que com dinamismo, abnegação e coragem executaram inúmeras obras importantes no município.
Faz muito tempo que nossa cidade carece de líderes. Faltam planos, objetivos, ideais, metas, diretrizes, ações. Lastimavelmente nossa cidade está encolhendo material-e-espíritualmente.
Cadê a Banda de Música, as Congadas, o time do Cruzeiro, o cinema, o teatro, a antena parabólica, o festival de batidas, o campo do Sete/Vai-quem-quer/Boa Esperança? O asfalto que nos liga a Ubá esta minguando, desaparecendo a cada chuva, ano-a-ano. Voltaremos ao carro-de-bois? Há quanto tempo não se constrói uma casa popular?
Por que não se incentiva e patrocina o futebol infanto-juvenil onde se formam mais que atletas, cidadãos, o futuro homem de amanhã? Não custa caro. Por que não temos uma Banda de Música? Já tivemos duas, antigamente, quando a população era muito menor. Quanto custa? Pouco, muito pouco. Custa determinação, vontade política. Questão de prioridade.
Hoje temos uma Guidoval suja, lotes sem muro, ruas esburacadas, passeios incompletos e irregulares, sem meio-fios, construções fora do alinhamento da rua, casas sem nenhum padrão arquitetônico ou estético. É só ver no que esta se transformando a nossa Rua Sete de Setembro, (Fundão), totalmente desfigurada.
É preciso entender que POLÍTICA NÃO É PROFISSÃO e sim uma FUNÇÃO PÚBLICA. É DOAÇÃO. Um trabalho de voluntariado para servir ao próximo. Um prefeito tem que ser participativo e PARCEIRO de todos os segmentos da sociedade.
Precisamos de um visionário do progresso. Na verdade o que o povo quer é uma cidade limpa, ruas bem cuidadas, passeios por onde se possa caminhar. Um sistema de saúde funcionando, educação para os filhos, emprego para os pais, creche e playground para as suas crianças, carinho aos mais velhos.
Está chegando mais uma eleição para prefeito de Guidoval. É preciso escolher, com muita consciência, o próximo governante pensando no bem de toda coletividade. Chega das falsas promessas de campanha eleitoral quando tudo se promete e depois nada se realiza.
O novo prefeito precisa saber relacionar com os governos estadual, federal e os municípios vizinhos. Buscar incansavelmente recursos, melhorias e obras para a nossa cidade.
Muitos dos postulantes ao cargo de prefeito já tiveram a sua vez de fazer por Guidoval, são velhos conhecidos da população. Tiveram a sua oportunidade de realizar. É só analisarmos estas administrações e tirarmos as nossas próprias conclusões.
A política é arte de bem governar os povos, habilidade no trato das relações humanas.  Eu já escolhi o meu candidato. É o líder que Guidoval precisa. Vamos RESGATAR GUIDOVAL.

domingo, 19 de agosto de 2012

Dia do Guidovalense


 (publicado no Jornal de Guidoval - nº 18 - Junho/2006)

Em 1961 o jornal “A VOZ DE GUIDOVAL”, dirigido por Trajano Fernandes Viana e José Maciel Queiroga, o Zé do Gil, idealiza o Dia do Guidovalense a ser comemorado em 26 de julho, junto com a festa da nossa Padroeira Santana.

À época, era prefeito o saudoso Eduardo Nicodemo Occhi que aprovou a iniciativa e participou da primeira Comissão Organizadora do evento composta por diversos segmentos da sociedade. 

Decidiu-se que no Dia do Guidovalense o prefeito teria o compromisso de entregar uma melhoria ao município. Na primeira festa, Eduardo Occhi inaugurou a nossa primeira praça urbanizada: Major Albino.

A simples e luminosa idéia do jornal resultou em várias melhorias nos anos que se seguiram, com os prefeitos executando alguma benfeitoria para o município.

Tivemos obras e obras. Aconteceram casos de negligência no cumprimento da promessa firmada em 1961. Talvez por falta de visão administrativa ou recursos financeiros. Não é o caso de agora denunciar. Vamos olhar para frente. Aprender com o passado, aperfeiçoar no futuro.

Ocorreram festas e festas. O que diferencia o fracasso do sucesso numa festa é a organização, planejamento, participação, envolvimento. A improvisação, quase sempre, é má companheira.

É necessário, todo início de ano, formar uma comissão representativa da sociedade, para elaborar a programação do Dia do Guidovalense. É preciso da união de todos, prefeito, vereadores, professoras, diretoras, estudantes, religiosos, jornalistas, funcionários públicos, comerciantes, empresários, agricultores, fazendeiros, trabalhadores em geral, juntos para o êxito de nossa festa maior.

Devemos perpetuar tradições. Não pode faltar nas festividades a Alvorada Musical, de preferência com banda de música de nossa terra, a Procissão e Elevação do Mastro com o Quadro da Padroeira ao lado da fogueira, acompanhada do “Congado”, mais a bênção de Missa Solene na Matriz de SANTANA e novena cultuando a Padroeira com participação das comunidades rurais.

Não esquecer do Momento Cívico com hasteamento dos pavilhões Nacional, Estadual e Municipal à frente da prefeitura e quem sabe um desfile ou apresentação de alunos das escolas do município ou das Escolas de Samba “Calouros” e “Vila”.

É bem-vinda uma partida de Futebol do Cruzeiro ou o encerramento de um torneio ou campeonato municipal envolvendo times da cidade e zona rural.

O povo gosta de vibrar com a emocionante Corrida de Bicicleta e à Pé, a Queima de Fogos de Artifício à porta da igreja, um festival e apresentação de Música Sertaneja na Praça Santo Antônio.

Para reencontros e reminiscências, os barzinhos da cidade e o Baile da Saudade. Valorizemos a nossa cultura. É de bom alvitre uma peça de teatro, apresentações musicais, exposição de produtos da terra, fotos e artesanatos.

Para coroar os festejos, conceder o Título de Cidadão Guidovalense a quem realmente o mereça. Alguns agraciados não fizeram coisa nenhuma para receber a honraria. Eram políticos que em nada contribuíram por Guidoval, apenas pescaram nossos votos, sumiram, só aparecem de eleição em eleição.

Aproveito para lembrar de três beneméritos que ainda não foram condecorados pela nossa Câmara Municipal. São eles: José AlanMáximo (matéria do Jornal de Guidoval - nº 15), o fotógrafoAdão (ver matéria ao lado) e o poeta Marcus Cremonese que escreveu o mais lindo poema de amor à nossa cidade. Para compreendermos a ligação sentimental do Marcus com Guidoval basta reler o artigo “E por falar em serenata...” no JG (nºs 16 e 17 - Abril e maio/2006). O Saca-Rolha publicou o poema “De como eu amo uma cidade” no número 73 de 26 de julho de 1999.

Ah! Não pode faltar no Dia do Guidovalense a presença do Etiene(ver matéria ao lado) que com mérito já recebeu o título de Cidadão Guidovalense. No mais é rezar a nossa Mãe Santana agradecendo pelas dádivas da vida.

Transparência administrativa, respeito ao cidadão

 (publicado no Jornal de Guidoval - nº 16 - Abril/2006)

Um prefeito é o síndico de um grande condomínio: o município. Durante as campanhas políticas brigam, lutam, prometem tudo para serem eleitos. Depois, empossados, esquecem as promessas e fazem o que bem lhes dá na telha. Adeus programa de governo, juramentos e compromissos assumidos. 

É bom que saibam, todos os prefeitos, que não fazem nenhum favor à população. Disputaram, alguns à tapa, para ocupar o cargo e são bem remunerados para exercê-lo.

Os seus salários vêm dos impostos que pagamos. E não são poucos. E tome IPTU, IPVA, ISS, Imposto de Renda ou ainda o ICMS do cigarro, da cerveja, do arroz e do feijão. Nós, pacatos condôminos, temos que pagar sem reclamar, pois se chiarmos estamos sujeitos a cair na dívida ativa, esperta como muitos políticos.

Por isso o mínimo que se espera é uma administração transparente. Tal e qual a mulher de César, imperador romano, a uma administração pública não basta ser honesta, ela têm que parecer honrada.

É necessário afixar balanços mensais da prefeitura nos locais de maior circulação de pessoas como nas escolas estaduais e municipais, postos de gasolina, Câmara Municipal, Posto de Saúde e até no Bar da Esquina. Por que não?

Em algumas cidades, a Lei Orgânica obriga a prefeitura a afixar diariamente na sua sede o movimento de caixa do dia anterior (o chamado boletim de caixa), discriminando todos os pagamentos efetuados. A nossa Câmara Municipal bem que poderia aperfeiçoar e evoluir a Lei-Maior do nosso município.

A comunidade não pode ficar alienada dos gastos municipais, portanto não fazem mais que a obrigação divulgar as despesas, para sabermos aonde está indo o nosso suado dinheirinho. Temos dois jornais em nossa cidade, o Saca-Rolha e o Jornal de Guidoval e em nenhum dos dois é divulgado o balanço da prefeitura. Por que será?

Um bom exemplo vem da cidade de Ribeirão Bonito-SP que criou a ONG “Amigos Associados de Ribeirão Bonito” (AMARRIBO) para promover o desenvolvimento social e humano da cidade. Acabaram recebendo denúncias de irregularidades na administração municipal e resolveram elaborar uma Cartilha para identificar e combater a corrupção. Estão na cartilha alguns tópicos que podem alertar que “há algo de podre no reino de Dinamarca” como disse Shakespeare.

Listarei alguns: “Resistência das autoridades a prestar contas, falta crônica de verba para os serviços básicos, parentes e amigos aprovados em concursos públicos arranjados, falta de publicidade dos pagamentos efetuados, perseguição a vereadores que pedem explicações sobre gastos públicos, empresas constituídas às vésperas do início de um novo mandato, fraudes em licitações dirigidas, esquemas de notas frias ou notas fiscais com valores redondos ou próximos do valor de R$ 8 mi”.

Ou então falcatruas como “adquirir bens e serviços por meio do procedimento de carta-convite quando se trata de gastos de até R$ 80 mil reais ao ano, falta de controle de estoque na prefeitura, promoção de festas públicas para acobertar desvios de recursos, pagamentos com cheques sem cruzamento”.

No site da AMARRIBO você pode encontrar, ler, imprimir ou fazer download da cartilha integral. É só acessar a página http://www.amarribo.org.br. São informações e dicas úteis para o cidadão comum e mesmo para os vereadores, responsáveis pela fiscalização das contas municipais. Saberá da força que tem os cidadãos quando se unem em prol de uma causa nobre que é cuidar dos interesses do município.

"Exercer a cidadania não é apenas votar, mas, também, fiscalizar o poder público", afirma Pedro Sérgio Ronco da AMARRIBO. A nossa obrigação não termina com o voto, temos que acompanhar, fiscalizar, exigir dos administradores públicos lisura e cumprimento de suas obrigações. A Transparência administrativa significa respeito ao cidadão.

Legislar e Fiscalizar


 (publicado no Jornal de Guidoval - nº 17 - Maio/2006)

Muita gente, a maioria, desconhece ou não dá importância à Câmara Municipal. Votam, às vezes, em vereadores por favores recebidos como uma carona até o hospital em Ubá, uma caixa d'água, um saco de cimento ou um punhado de telhas. A distribuição destes mimos e pequenos agrados desobrigam os vereadores de exercerem as suas verdadeiras funções de LEGISLAR, FISCALIZAR e DELIBERAR. O prejuízo deste desvio de conduta é da sociedade.

A Câmara Municipal é responsável por criar leis que assegurem direitos aos cidadãos e melhorias ao município. Fiscalizar e acompanhar a execução do orçamento. Julgar as contas da prefeitura. Fixar vencimentos dos servidores públicos. Dar forma ao Regimento Interno, e principalmente, elaborar a Lei Orgânica (Constituição do Município), suas alterações, acréscimos e aprimoramento.

Houve um tempo em que os vereadores nada recebiam para exercer a sua nobre missão. Bons tempos, hein!!! Pela nossa Câmara passaram ilustres guidovalenses que exerceram a vereança sem nenhum pagamento. A recompensa??? Servir ao município, ora bolas!!!

Era comum um vereador pedir licença para que outro colega assumisse o seu lugar. Gentlemen das causas públicas. É bom que se saiba que política não é PROFISSÃO e sim um ENCARGO, ofício de doar-se à coletividade.

O “golpe de 64” criou monstrengos e casuísmos como senadores biônicos, prefeitos nomeados, eleições indiretas e remuneração a vereadores em cidades com menos de cem mil habitantes.

Garanto que há em Guidoval mais de 54 cidadãos dispostos a exercer de “graça”, o cargo de vereador. Portanto, como são nove vereadores que compõem a nossa câmara, existe mais de seis concidadãos propensos a candidatar-se para cada cadeira de vereador.

São conterrâneos, nos mais variados segmentos representativos da sociedade, como professores, comerciários, comerciantes, agricultores, fazendeiros, funcionários públicos, industriais, industriários e aposentados dispostos a colaborar com a municipalidade e desempenhar essa missão comunitária sem receber ou usufruir do erário público.

Raras e esparsas são as reuniões da câmara e dá para conciliar as atividades profissionais do cotidiano com a de vereador. Muito se economizaria caso não houvesse gastos com os vereadores. Daria para construir casas populares, manter asilos para idosos e creches infantis, doar verbas para banda de música, contratar professores de informática, fazer convênios com cursos profissionalizantes, distribuir bolsas de estudos. Não tudo de uma vez, é claro que faltaria grana, mas seriam verbas substanciais que a própria Câmara poderia escolher, priorizar e definir a aplicação.

Uma vez que os vereadores não abrem mão de seus salários, que pelo menos cumpram com os deveres e obrigações inerentes ao mandato que lhes foi outorgado pelo povo.

Comer, coçar, legislar e fiscalizar, é só começar...

Voz ao vento


(publicado no Jornal de Guidoval - nº 21 - Out/2006)
  
Tenho vários assuntos que gostaria de comentar. Faltam tempo e espaço. São palpites, sugestões, tempestade de idéias. Nem sei por onde começar. Vamos lá... 

É preciso fazer Tombamento de prédios, casarões e fazendas do município. Tombar ao contrário do que se possa pensar, significa um conjunto de ações realizadas pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. 

Já perdemos os casarões do Sebastião Reis, Juca Damato, Felismino, Pensão da Maria Pereira, Grupo Escolar Antigo, Prefeitura Velha, além da Igrejinha São José e Fazenda Santana (um crime). Ainda há tempo de salvar um pouco do nosso patrimônio. 

Já tivemos em atividade, simultaneamente, duas bandas de música, hoje nenhuma. Faz falta uma Banda para nossas festas, batizados, coroações, alvoradas, procissões e até enterros. Corporações musicais ajudam na formação de cidadãos e até de músicos profissionais. O Ministério da Cultura tem um “Programa de Apoio a Bandas de Músicas” com doação de instrumentos, oferta de cursos de capacitação dos regentes. O telefone para maiores informações é (61) 3316-2126 ou (61) 3316-2104. Criar e manter uma banda é barato. Faz bem à alma da comunidade. 

O conterrâneo José Jorge, do Zé Negueta, me telefonou sugerindo gravar um CD com músicas de guidovalenses. Registrar chorinhos do Sô Nilo, valsas e dobrados do Sô Tute, o samba sincopado de Josias do Pombal, canções carnavalescas de Vicente do Dario e Neto (Berkeley Silvério Gonzaga), sambas-enredo do Aloísio Pinheiro, Marcílio Vieira, Luizinho do Virgílio e Tarcísio Mendes. Perpetuar o “Gato Preto” do Zé Manga Rosa, a toada que o Zé Bento fez para os meninos da Memélia Ramos e Landinho Estulano. Imortalizar músicas da dupla sertaneja Canhoto e Carlito, do violeiro e repentista Oswaldo Soares, canções do Wanderlei do Duzin Vieira, Renatinho, Domingos Coelho, Cláudio do Chiquito e Marquim do Leon Denis. Eternizar a música que Odilon Reis fez em homenagem ao Mundico. É possível concretizar este projeto, basta somarmos ações do legislativo, executivo, empresários e comerciantes. 

Uns anos atrás, passando na cidade de Guarará me chamou a atenção a enorme quantidade de casas recém-pintadas. Informaram-me que a prefeitura entra com a mão-de-obra e o proprietário com a tinta. É só fazer um cadastro das pessoas interessadas para priorizar a ordem de atendimento. Taí um bom exemplo a ser copiado. De quebra ainda daríamos serviço ao Jorge e Roberto do Tilúcio, Agnaldo e tantos outros pintores de nossa terra, que poderiam também ensinar o ofício a funcionários da prefeitura que, por ventura, encontram-se sem função. 

No minifúndio de papel que me resta nesta página proponho a criação de uma pista de “cooper” na Rua Padre Baião até a Vila Trajano. Determinar aos proprietários para murar os seus lotes vagos. Fazer calçamento e urbanização nas imediações do Monumento do Guido. Canalizar todo o esgoto que é despejado no Córrego da Lajinha. Gramar as encostas da Vila Trajano, plantando flores e até árvores frutíferas. Construir, pelo menos, um trecho de arquibancada no Campo do Cruzeiro. Pintar de cal os meios-fios existentes. Embeleza-se a cidade com medidas simples e de baixo custo. 

Descobrir a localização da Aldeia do Morro Grande onde moravam várias famílias dos índios Coroados, com um provável sítio arqueológico com utensílios e ossadas dos silvícolas, primeiros habitantes de nossa terra, a ser explorado turisticamente. 

Criar, através de voluntários, cursos de artesanato, tricô, crochê, bordados, doces, salgados. Alguns de nossos abnegados e magnânimos professores, em horários disponíveis, poderiam criar um cursinho intensivo gratuito, nos meses de outubro, novembro e dezembro, para melhor capacitar os nossos jovens alunos que queiram ingressar num curso superior em Ubá, Viçosa e Juiz de Fora.

Finalizando, ajardinar e florir as nossas praças, resgatar o nosso Canário da Terra, deixando pratos de canjiquinha, suspensos, espalhados pela cidade e transformar a frase “Guidoval, a mais mineira das cidades” do escritor Lúcio Cardoso em slogan oficial

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Banda "Lyra de Xopotó"

A banda surgiu a partir do programa de Rádio "Lira de Xopotó" criado e apresentado pelo radialista Paulo Roberto na Rádio Nacional a partir de 1954 e que tinha como finalidade ser um incentivo às bandas de música do interior. 

O programa era veiculado aos sábados e contava com os arranjos do maestro Lírio Panicali. Era apresentado através de um diálogo entre o radialista Paulo Roberto e Mestre Filó, personagem representado pelo músico Jararaca. 

Com o sucesso do programa, a banda que nele se apresentava passou a gravar discos. 

O primeiro disco da banda foi lançado pela Sinter ainda em 1954 com os dobrados "Dobrado Francisco Sena Sobrinho" e "Sonhador", ambos de Lírio Panicali. No mesmo ano gravou mais um disco com o dobrado "Mocinho de circo" e o maxixe "Arregaça a saia", ambas de autoria do maestro Lírio Panicali. Em 1955, a banda gravou, também de Lírio Panicali, o dobrado "Capitão Miranda Pinto" e a quadrilha "Quadrilha". No ano seguinte, foram gravadas a polca "Julieta" e a valsa "Saudade de Queluz", ambas de Lírio Panicali. 

Em 1957, a banda regravou com sucesso o maxixe "Cristo nasceu na Bahia", de Sebastião Cirino e Duque. Em seguida, a banda lançou novo disco que trazia a polca "Mestre Filó", de Radamés Gnattali, inspirada na personagem de Jararaca no programa apresentado por Paulo Roberto na Rádio Nacional. Ainda nesse ano a banda lançou dois LPs com músicas de carnaval dos anos de 1928 a 1946 - período áureo dos grandes clássicos do samba, como "Camisa listrada", de Assis Valente, e "Feitiço da Vila" e "Com que roupa", de Noel Rosa. 

Com os arranjos de Jararaca o disco destacou-se no carnaval daquele ano tocando em diversos bailes pela cidade do Rio de Janeiro. A respeito do repertório ali gravado Ary Vasconcelos sugeria na contracapa: "A fórmula de se fazer um grande samba como qualquer um desses parece hoje perdida - quem sabe se não a redescobriremos pela audição deste long-playing". 

Em 1958, a banda gravou as canções natalinas "Noite feliz", de Franz Gruber e "Jingle bells", esta última, com arranjo de Lírio Panicali. Em 1960, a banda lançou um último disco com o dobrado "São Paulo quatrocentão", de Garoto e Chiquinho, e a marcha "Me dá um dinheiro aí", de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira. Com o fim do programa na Rádio Nacional, a banda acabou saindo de cena, após gravar dez discos em 78 rpm e dois LPs.

Altamiro Carrilho (21/12/1924 - 15/08/2012)


Altamiro Aquino Carrilho
Nascimento: 21/12/1924 - Santo Antônio de Pádua, RJ
Falecimento: 15/8/2012

Instrumentista e Compositor. 
Filho de Lyra de Aquino Carrilho e Octacilio Gonçalves Carrilho, cirurgião dentista que gostava de ajudar as pessoas menos favorecidas. Membro de uma família de oito irmãos, entre eles, o flautista Álvaro Carrilho. Seu avô materno, Carlos Manso de Aquino, era tão apaixonado por música que ao nascer sua primeira filha lhe deu o nome de Lyra. Nome também de sua banda: Lyra de Orion - que tocava no coreto da praça onde as famílias da cidade se reuniam para ouvir e aplaudir. Aos 15 anos mudou-se com a família para São Gonçalo (Niterói), no Rio de Janeiro. Logo depois, a família transferiu-se para o bairro de Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro. Trabalhou como farmacêutico e continuou seus estudos de música à noite, até conseguir comprar uma flauta de segunda mão. Consagrado no Brasil inteiro, é considerado uma lenda viva do choro, tendo se apresentado em mais de 48 países, sempre com absoluto sucesso. Cidadão Carioca (título concedido pela Câmara dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro). Com mais de uma centena de discos gravados, considerava-se discípulo de Patápio Silva. Faleceu aos 87 anos de idade, em uma clínica no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, devido a problemas respiratórios.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

MPB4 - trilha sonora de bons momentos de minha vida.


Morre aos 68 anos o músico Magro Waghabi, do MPB4 

Morreu, às 6h30m da manhã desta quarta-feira, o músico Antônio José Waghabi Filho, o Magro, do grupo MPB4. Magro, de 68 anos, que descobriu um câncer de próstata em 2002, fazia tratamento para metástase desde 2010. No dia 8 de junho deste ano, Magro fez sua última apresentação ao lado do grupo, que ajudou a fundar em 1963, em Natal, no Rio Grande do Norte. No dia 11 de junho, foi internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, onde foi transferido para a UTI na última sexta-feira. 

Último a entrar para a formação original do MPB-4 - que ganharia este nome em 1964, um ano depois de nascer como Quarteto do CPC (Centro Popular de Cultura) - Antonio José Waghabi Filho, o Magro, se tornou peça fundamental do grupo ao assumir sua direção musical. Muitos dos arranjos vocais que tornaram célebre o conjunto foram criações suas.
Nascido em Itaocara (Nordeste do Estado do Rio), multi-instrumentista que se dedicou mais aos teclados, ele foi decisivo, por exemplo, para a concepção de "Roda viva", a música de Chico Buarque que o compositor apresentou ao lado do grupo no Festival da Record de 1967, conquistando o quarto lugar. "Roda viva" virou presença quase obrigatória nos shows do MPB-4 - que nunca encerrou suas atividades, tendo havido apenas a troca de Ruy Faria por Dalmo Medeiros em 2002.
Foi em 1965, em São Paulo, que o quarteto conheceu Chico. No ano seguinte, dividiram (também com Odete Lara) o palco da boate Arpége, no Rio, no show "Meu refrão". E pelo menos até 1974, no show "Tempo e contratempo", o MPB-4 e os arranjos vocais de Magro acompanharam Chico em quase todos os discos e espetáculos.
— Ele fez arranjos importantes para o Chico. O arranjo vocal de "Roda Viva" tem uma importância muito grande para a trajetória dessa música. É um exemplo de como um arranjo pode acrescentar muito ao resultado final — afirmou o violonista e maestro Luiz Claudio Ramos, que toca com Chico desde os anos 1970.
Amigos que conversavam frequentemente sobre arranjos, Luiz Claudio e Magro trabalharam juntos, no final da década de 1970, no show "Cobra de vidro", que o MPB-4 e o Quarteto em Cy apresentaram ao longo de dois anos. Complementares, os dois conjuntos vocais realizaram vários espetáculos e discos juntos.
— Estou muito chocada. Era um irmão nosso. E era o maestro do grupo. Foi sempre maravilhoso trabalhar com ele — disse Cybele Freire, do Quarteto em Cy, destacando também o talento na cozinha de Magro, que foi sócio do restaurante Razão Social, em Botafogo. — Ele fazia uma feijoada de amendoim como ninguém.
Ao mesmo tempo divertido e aguerrido, Magro contribuiu para que o MPB-4 consolidasse sua identidade como um grupo de perfil político durante a ditadura militar, mas também com espaço para o humor. Dentre os discos marcantes do conjunto estão "De palavra em palavra" (1971) e, sobretudo, "Cicatrizes" (1972), no qual os arranjos vocais de Magro sobressaím em faixa como "San Vicente" (Milton Nascimento/Fernando Brant) e "Partido alto" (Chico Buarque). O músico também assinou arranjos para outros artistas.
Magro descobriu um câncer de próstata em 2002. Após anos morando num sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense, decidiu se mudar para São Paulo e intensificar o tratamento. Estava internado desde 11 de junho no Hospital Santa Catarina. Seu último show ocorrera três dias antes, em Natal. Miltinho, Aquiles e Dalmo passaram, então, a se apresentar sozinhos.
Último disco do MPB-4 com a participação de Magro, "Contigo aprendi" foi gravado no ano passado e lançado em julho. "Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música", escreveu Aquiles no site do grupo.
O corpo do músico será cremado nesta quinta-feira, às 11h, no Crematório da Vila Alpina, em São Paulo. Magro deixa mulher e dois filhos.
http://oglobo.globo.com/cultura/morre-aos-68-anos-musico-magro-waghabi-do-mpb4-5723149