Os anjos existem e eu vi.
Pode não existir o céu e a vida eterna,
mas os anjos existem e eu vi.
Numa forma serena, tranqüila,
ajoelhada em pueril santidade
a orar.
Sabe lá Deus por quê, por quem,
e só mesmo o Senhor
em precioso mutismo,
que na imortal sinfonia de silencio
se satisfaz e se abastece
dos pequeninos gestos,
da prece desprovida de ambição, sabe.
Os anjos existem e eu vi,
à minha frente
com emoção, vaidade, zelo excessivo,
querência de abraçar, beijar, fazer carinho.
Por respeito aos anjos,
apenas sorri plenificado
à minha filha Thaís
de infinita infância e pureza,
genuflexa a humílimo presépio natalino.
escrito em 28/12/1984
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