sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CHACAL (Murilo Chafy Hallak)



CHACAL (Murilo Chafy Hallak)

Cheguei a São João Del Rei em 15 de agosto de 1972 para trabalhar na CEMIG.

Eu que era o primogênito da minha Família, encontrei na empresa um irmão mais velho, o meu professor e Mestre, o amigo BOLÃO, o apelido de Maurílio de Caxias Chaffy Hallak.
Através do BOLÃO conheci o seu irmão CHACAL. Poeta e Compositor. Não tenho medo de afirmar que é o maior compositor popular da cidade onde nasceram os libertários Tiradentes e Tancredo Neves. Que me perdoem o Agostinho França, Roberto e Ginego.
Tive a felicidade de ser parceiro do CHACAL na música “Quiumbandão”, tema enredo da “Escola de Samba Falem de Mim” no carnaval de 1975. Neste ano ela terminou empatada com a insuperável “Qualquer Nome Serve” comandada pelo dramaturgo, ator, escritor, médico e Professor Jota Dangelo. Um feito, uma façanha.
Ainda com CHACAL fiz o samba “Rio de Debret” para a “Depois eu Digo”, mas ele não classificou para representar a Escola na avenida.
Acompanhei o nascimento de algumas de suas canções do Chacal como a que ele dedicou à esposa Marta e a primeira filha Marluana.
Trabalhei na CEMIG em São João Del Rei de 1972 a 1975. Depois quando me mudei, sempre retornava à cidade, ficava hospedado no casarão do Sô Chaffy.
Quando faleceu a Dona Lucy, mãe do Chacal, fui solidário a sua dor. Ele pediu-me para acompanhá-lo ao violão. Queria cantar, no velório, as suas músicas para a sua fã número um, Dona Lucy. Convenci-lhe que as pessoas não entenderiam este nosso gesto. Sua mãe entenderia a mensagem, mas o povo, não. E junto com amigos comuns, convencemos ao Chacal a ir desabafar em outro local.
Com o violão, uma garrafa de cachaça e muita dor, fomos fazer a nossa cantoria nas escadarias da Igreja Nossa Senhora das Mercês.
Muito tempo depois visitando o Chacal fiz um “pout-pourri” costurando algumas de suas canções com uns trôpegos versos-e-sons de minha autoria.
Nesta ocasião, eu e minha esposa Lourdes, recebemos a doce hospitalidade da Marta. Cantamos, bebemos, relembramos velhas histórias.
A "Banda Bandalheira" que desfila todos os anos no sábado anterior ao do carnaval, este ano prestou-lhe uma merecida homenagem desfilando com o tema "CHACAL VIVE".
Fiquei sabendo do evento pelo facebook e impossibilitado de comparecer à homenagem recorri ao Pedro Parente e às filhas do Chacal para conseguir uma camisa. Imediatamente a Marluana prontificou-se a atender o meu pedido, poupando o Pedrão da tarefa de me arrumar uma camisa.
Já estou de posse da camisa. Chegou no dia 22. Ontem, 23/02/2017, cinco anos após o falecimento do Chacal, bebi uma dose de cachaça da “Velha Aroeira”, fiz uma gravação caseira cantando o velho “pout-pourri” e postei o vídeo no YouTube.
Agora, além de carregar o Chacal, na memória, no coração, também vestirei a sua camisa.
Obrigado Marta, Marluana, Marlimara, Maraline, Marcilene, Ângela e Aila! Pelo carinho e consideração. E Bênçãos Divinas para a alma do Chacal.

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