terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Centenário de Adauto Pacheco Ribeiral



Centenário de Adauto Pacheco Ribeiral

            Hoje está completando CEM ANOS do nascimento de Adauto Pacheco Ribeiral que veio ao mundo em 24 de janeiro de 1917, dia consagrado a São Francisco de Sales.
            Ele é o quinto filho do casal Antônio Pacheco Ribeiral e Leovegilda Alves Pacheco que tiveram 10 filhos, sendo seis homens (José, Pedro, Adauto, Odilon, Áureo e Albro) e quatro mulheres Maria conhecida por Lica, Olga, Filomena de apelido Mena e a caçula Vitória.
            O seu pai, Antônio Pacheco Ribeiral, nasceu em Portugal em 29/01/1879 no lugarejo conhecido por Santo Aleixo de Além Tâmega, Freguesia do Concelho de Ribeira de Pena, pertencente ao município de Vila Real situada na Zona Norte do país.
            Veio para o Brasil com uns 17 anos em busca de melhoria de vida, pois nesta época Portugal vivia grandes dificuldades econômicas.
            Com enorme disposição para o trabalho e com a ajuda dos filhos, Antônio Pacheco Ribeiral de lavrador passou a pequeno agricultor, progrediu tornando-se um respeitável fazendeiro em Guidoval. Conseguiu transmitir aos filhos este amor no trato e manuseio da terra.
            No dia 26 de abril de 1941, aos 24 anos, Adauto Pacheco Ribeiral casou-se com Maria de Lourdes Magalhães e foram morar na fazenda do Sr. Antônio Pacheco Ribeiral.
            O início de uma vida a dois é difícil, mas com afeto, cumplicidade, companheirismo, respeito e, principalmente, muito AMOR as dificuldades foram sendo superadas.
            Com a pequena economia que possuía e um empréstimo, Adauto comprou um sítio do seu irmão José Ribeiral. Derrubou uma parte da mata, contratou muita gente e plantou milho. Terra nova, fresca, fértil, retribuiu numa farta colheita.
            Naquele ano, foi o agricultor que mais produziu milho nas redondezas. Quase nem tinha lugar para armazenar o milho produzido e, com a venda, pagou o empréstimo e ainda sobrou um bom recurso para impulsionar os negócios. Plantava-se ainda arroz e fumo, que era considerado o melhor da região.
            Em janeiro de 1942 nasceu a primeira filha Marta. Em 1943 mudou para a pequena casa na propriedade adquirida. Zuleika, a segunda filha, e os dois primeiros filhos Luiz Antônio e Dilermando nasceram nesta casa. Todos vieram ao mundo com a ajuda de parteira.
            Com os filhos chegando à idade escolar, contrataram uma pessoa para alfabetizá-los, mas a melhor solução seria mudar para Guidoval para continuar os estudos.
            Compraram uma casa na Rua Governador Valadares, mais conhecida por “Vai-e-Volta”. Demoliram a velha construção e ergueram uma nova casa.
O casal que já possuía um lar, agora tinha uma boa e confortável casa na cidade.
            A mudança da roça para a cidade não foi bem aceita pelos meninos Luiz Antônio e Dilermando, que sentiam saudades do “vovô Ribeiral” tirando leite das vacas, cuidando das criações. Já morando na cidade nasceram: Olga Maria, Adauto, Maria de Lourdes, Meire e Alexandre, completando nove filhos.
            O passatempo preferido de Adauto Pacheco Ribeiral era jogar partidas de "Buraco" no Bar do Jésus Fernandes. Era considerado um dos melhores jogadores. Memória invejável no acompanhar do descarte, no desenrolar dos lances da partida, contando ainda com uma sorte  presentemente constante, transformou-se  de  forma irrefutável num jogador praticamente imbatível. É o que diziam os que o conheceram.
            Um momento sagrado na família era durante as refeições. Adauto fazia questão de todos à mesa. Após uma oração de agradecimento, compartilhava os alimentos com os filhos. Vivia, vivenciava a Família.
            Quando a sua esposa Dona Lourdes Ribeiral fazia os deliciosos pastéis e biscoitos de polvilho, ele surrupiava alguns e distribuía aos filhos, para deleite das crianças e desespero da dona de casa que nunca conseguia completar a porção necessária para levar à mesa.
            À noite, banho tomado e roupa limpa, após o jantar, os filhos sentavam-se nos bancos da cozinha e ficavam ouvindo o pai contando histórias da família, da sua mocidade e de seu pai Antônio Pacheco Ribeiral. Sobre a mesa, bolos, broas, roscas, café e leite, lanche para ir dormir, feitos pela atenta e zelosa mãe, que já tinha preparado a cama, os agasalhos, pijamas e camisolas.
            A excepcional ideia de mudar para a cidade para que os filhos pudessem estudar rendeu valiosos frutos. As cinco filhas formaram-se no Curso Normal, tornando-se professoras, sendo que três delas exerceram o magistério até aposentadoria. Além de normalistas concluíram  curso superior em Pedagogia, Educação Física, Letras e Relações Públicas.
            Os filhos também estudaram. O mais velho, Luiz Antônio é Veterinário em Brasília,  Dilermando aposentou-se como Contador na CESP, Adauto é Laticinista e o caçula Alexandre trabalha no Ministério da Agricultura.
            Mesmo sabendo e tendo facilidade para fazer contas, calcular juros, para os negócios do dia-a-dia o Sr. Adauto teve que aprender a MATEMÁTICA que se ensinava no recém-criado Ginásio Guido Marlière onde estudavam as filhas mais velhas Marta e Zuleika.
            Para isto pediu ajuda ao amigo e professor Sr. Hugo Sampaio para lhe passar os ensinamentos da matéria. Lição aprendida e depois repassada às filhas.
            Esta tarefa depois foi destinada aos filhos mais velhos que tinham a obrigação de acompanhar e ensinar aos irmãos mais novos os deveres de casa.
            Os seus filhos lhe deram 13 netos, todos formados em curso superior: Tatiana (Cientista Política); Bruno (Educador Físico); Lorena (Cirurgiã-Dentista); Tamara (Nutricionista);  Juliana (Comunicação Social); Thaís (Cirugiã-Dentista); Camila (Médica-Veterinária);  Felipe (Administrador de Empresas); Milena (médica); André (Psicólogo); Igor (Administrador de Empresas); Laura (Ciência da Computação) e Túlio (Biólogo).
            É maravilhoso ver os netos, continuação do seu sangue e DNA, estudando, formando nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
            Dos netos vieram quatro lindas bisnetas: Larissa, Ana, Letícia e Maria.
Adauto Pacheco Ribeiral, se vivo fosse, poderia se vangloriar dos filhos honestos, trabalhadores, cumpridores de suas obrigações.
            Na década de 60 a medicina engatinhava na área cardíaca. Não haviam grandes controles e preocupações com níveis de colesterol, tampouco testes ergométricos, cateterismo.
            Com menos de 50 anos, Adauto, teve o primeiro enfarte. As prescrições médicas eram dieta, repouso, alimentação saudável e alguns medicamentos. Mesmo se seguidas à risca não eram garantia de uma vida prolongada.
            Adauto Pacheco Ribeiral teve mais um outro enfarte, desta vez fulminante, que o vitimou em 09/07/1968. Tinha pouco mais de 51 anos.
            Hoje, no CENTENÁRIO de seu NASCIMENTO é tempo de ORAR e AGRADECER a DEUS pela sua EXISTÊNCIA. Relembrar com orgulho da sua história de vida.



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