quarta-feira, 27 de julho de 2016

O jeito certo de se conduzir

O jeito certo de se conduzir
(Por Marcílio José Vieira Neto)

O trânsito está cada vez mais intenso na rodovia que liga Guidoval a Ubá. O crescimento acelerado da frota de veículos teve como consequência um aumento significativo de caminhões, automóveis, caminhonetes e motocicletas trafegando na MGC-120, sobretudo nos horários de picos. Embora o número de acidentes não seja alarmante, é preocupante, pois alguns condutores dirigem com imprudência e total desrespeito às leis do trânsito. 

Esta reportagem tem como objetivo, informar aos leitores algumas normas do código de trânsito brasileiro, e, com isso, contribuir para a maior segurança das pessoas que transitam por nossa estrada principal.

Já se vão longe os tempos em que poucos veículos faziam o percurso que nos leva à Cidade Carinho. Tempos em que raramente ocorriam acidentes entre veículos, pedestres e ciclistas. Nos últimos anos, com o trânsito mais intenso, a imprudência ou o excesso de bebida alcóolica de alguns condutores, tirou a vida de vários guidovalenses e pessoas de outras cidades. 

Segundo os dados do IBGE, em 2005, nossa cidade tinha 559 automóveis, 86 caminhões, 49 caminhonetes e 561 motocicletas (total de 1255). Em 2014, eram 1177 automóveis, 153 caminhões, 214 caminhonetes e 1467 motocicletas (total de 3011). Sem desconsiderar que mesmo antes de 2005, já eram bastantes veículos, o que aconteceu foi que a partir daquele ano a frota praticamente triplicou.
Nossa reportagem procurou o soldado da Polícia Rodoviária de Minas Gerais, Pedro Vieira Neto, filho do ex-prefeito Mateus Vieira e bisneto de Cid Vieira, primeiro prefeito de Guidoval, que esclareceu sobre algumas normas que devem ser seguidas nas vias terrestres abertas à circulação.

O primeiro aspecto a destacar é quanto à velocidade. A velocidade máxima na maior parte da rodovia Guidoval-Ubá, para automóveis, caminhonetes e motos é de 110 km/h, para ônibus e caminhões é de 90 km/h e 80 km/h para os demais veículos. Entre o trevo de acesso a Rodeiro e a chegada de Ubá; e entre o trevo da chegada de Guidoval até a ponte nova, existem placas determinando velocidade máxima de 60, 40 e 30 km. 

Todo veículo deve obedecer não apenas a velocidade máxima, como também a velocidade mínima, que é sempre a metade da máxima. Algumas vezes, veículos, sobretudo motocicletas, trafegam abaixo da velocidade mínima, e mesmo se afastando para a lateral da pista, colocam em risco suas vidas e as vidas das pessoas que hipoteticamente se envolveriam em um acidente.

O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. Muitos condutores, na ânsia de fazer uma ultrapassagem, costumam se aproximar demasiadamente do veículo à sua frente, aumentando o risco de acidente. 

O soldado Neto alertou que os principais motivos de acidentes são o excesso de velocidade e a ultrapassagem. Muitas vezes os condutores, vendo a estrada livre, dirigem em velocidade tão alta, desconsiderando a possibilidade de que possa surgir algum obstáculo inesperado na pista, o que tornaria inevitável um acidente. Também é comum veículos fazerem ultrapassagem em locais onde não existe a menor visibilidade de segurança para se realizar uma ultrapassagem.

Os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos veículos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Essa norma preserva a segurança dos mais frágeis, então não faz sentido uma motocicleta dar passagem pra um veículo maior, a menos que esteja em velocidade abaixo do permitido. 

É proibido ao automóvel ultrapassar a motocicleta na mesma faixa; se assim o fizer, os condutores correm risco de se colidir. Por outro lado, um caminhão mais rápido jamais pode se aproximar demasiadamente de um automóvel mais lento, pois para o caminhoneiro fazer a ultrapassagem ele deve guardar uma distância de segurança tanto ao ultrapassar quanto ao retornar pra sua faixa, e jamais deve pressionar um veículo à sua frente, posto que a norma é que ele dê preferência ao veículo menor 

Os veículos de tração animal (charretes, carroças, etc...) serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia do acostamento. Tais veículos têm preferência sobre os veículos motorizados, mas devem estar o mais próximo possível do acostamento a fim de trafegar com maior segurança.
A circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia ou acostamento, nos bordos da pista de rolamento, e no mesmo sentido de circulação dos demais veículos, com preferência sobre os automóveis. Os veículos motorizados devem preservar a segurança do ciclista, a preferência nas rodovias é do ciclista, sendo obrigação dos veículos motorizados guardar uma distância de segurança ao ultrapassar as bicicletas. Mesmo tendo a preferência na rodovia, os ciclistas devem se manter sempre no bordo da pista, e como nossa estrada tem um espaço fora da pista onde é possível andar de bicicleta, o mais seguro é que os ciclistas utilizem tal espaço sempre que possível, pois assim estará garantindo maior segurança. Outro aspecto relevante é que bicicleta poderá transitar no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores (contramão), somente quando o trecho for dotado de ciclofaixa, o que não é o caso da nossa rodovia.
Quanto ao fluxo de pedestres é importante salientar que caminhar numa rodovia é extremamente perigoso. Caminhe sempre no acostamento do seu lado esquerdo, pois é preferível ver os veículos que transitam mais próximo de si que os veículos mais distantes.
A prova que o trânsito na MGC-12O não é mais tão tranquilo é que a Polícia Rodoviária entende ser necessário um radar para controlar velocidade. Mas não é permitido colocar radar em rodovias onde não existe acostamento. Então cabe aos condutores dirigirem dentro da velocidade máxima permitida a fim de estarem mais seguros.
Quanto à sinalização e estado de conservação da rodovia, apesar do trajeto ser bem sinalizado, quase todas as placas, inclusive as que alertam sobre curvas e redução de velocidade, estão totalmente invisíveis porque o matagal tomou conta do espaço das sinalizações. Fazendo-se a limpeza do local, além das placas ficarem visíveis, haverá espaço para que ciclistas e pedestres possam transitar com maior segurança.
O código de trânsito defende a vida de todos os que trafegam pela rodovia. Se as normas forem seguidas, se todos transitarem com respeito e consciência, muitas vidas serão preservadas, muitas lesões irreversíveis serão evitadas, todos transitarão com mais tranquilidade e segurança.
Muitos guidovalenses perderam a vida na rodovia Guidoval/Ubá. Não podendo citar todos eles, evitamos citar alguém em especial. Mas é pela memória deles, pensando também nas famílias que jamais terão conforto por tamanha dor, que essa reportagem se fez necessária. Que jamais esqueçamos que o melhor caminho é quando conduzimos com respeito à própria vida e à vida das outras pessoas.

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