No dia 22/02/2009 o Marquim Cremonese (lá-das-Austrália) mandou-me um e-mail dizendo que viria passar um mês no Brasil.
Intimou-me e passou procuração para organizar uma serenata em Guidoval.
Disse “Se não fizer uma serenata com você em Guidoval, não valerá a pena ter vivido.” Exageros de poeta.
Fiquei eu, com o doce abacaxi na mão. Para me ajudar a descascá-lo, convoquei a minha irmã Sueli, discípula fiel da grande mestra Carmem Cattete que ensinou: "O que merece ser feito, merece ser bem feito!"
Contactei, ainda, o Virgilinho da Dona Maria do Carmo do Chico do Padre, o Bim do Manezim da Dona Jovita, a Gagaça da Parecida do Beijo e o meu irmão caçula, o Professor Marcílio do Zizinho do Marcílio.
Pediu-me mais o Marquim: “convidar mais serenateiros, achar um lugar onde a gente possa se reunir, primeiro, tocar e cantar um pouco, sentados (e tomando uma ou outrazinha, que ninguém é de ferro...).Daí, junta-se as violas (vale sanfona, saxofone, qualquer outro instrumento que houver por perto), e dá-se um rolé pelas ruas, serenatando...”
A Sueli, que não é boba nada, convidou logo o Christiano (Juca do Benjamin), a mais bela voz da região. Deixou a ele a incumbência de arrastar os seus amigos violeiros de Ubá. Missão cumprida pelo Juca, com louvor, trazendo o Ézio, Alexandre, Magno e Marcos Setenta, exímios violonistas.
A Sueli também chamou a Mônica (Ubá), uma menina que canta como gente grande. De Visconde do Rio Branco veio o saxofonista Marcelo, professor de música na “Escola Estadual Cel. Joaquim Martins”.
Eu, intimei o Jáder Mendes que veio do Rio de Janeiro trazendo a tiracolo o saxofone e talento.
Aqui abro um parêntesis aos inúmeros amigos que tenho, prezo e estimo, mas não os convidei para o evento.
Explico-me ou tento me explicar.
O propósito era só convidar músicos, parentes e amigos do Marquim Cremonese.
E teve foi gente!
Somando daqui, dali, dacolá, eu esperava umas cinqüenta pessoas. O Marquim, detalhista, contou setenta e oito. Deve ter aparecido mais gente. No entra-e-sai, como formiguinhas errantes, tornou-se impossível contar os presentes.
Fugiu ao controle o número de participantes.
Talvez, fosse até pouca gente para uma grande festa, mas em demasia para uma boa roda de viola, que exige envolvimento, cumplicidade e principalmente um silêncio respeitoso para se ouvir uma boa música.
Fugiu de controle o número de convivas.
Até a emoção fugiu ao controle. Inda bem! Emoção nunca é demais!
Tinha quarenta dias que eu não bebia uma gota de álcool.
Rotina que faço desde a quaresma de 1975. Já são 34 anos que pratico este ritual, que só bem me faz, à saúde e ao bolso, mais à saúde.
Depois da meia-noite não resisti às pingas e aos torresmos.
E com quaisquer dez, doze ou quinze pingas eu fico meio-bêbado, sinal que também fico meio-sóbrio.
Ah! E antes que eu me esqueça...
Não posso me esquecer de falar da ajuda imprescindível da minha esposa Lourdes, atenta a todos os detalhes, inclusive na preparação da deliciosa canjiquinha e do grão-de-bico que a cada dia fica melhor. Sou provador oficial e testemunha disso.
Também não posso deixar de mencionar a minha mãe, Dona Tita, que além de todos os afazeres normais, que não são poucos, arranjou tempo para fritar uns “torresmo de barriga”, deu uma ordem aqui, outra ali e adiante. Benção Mãe!
Perdeu, quem mais tarde chegou, pois não ouviu a Terezinha Reis cantando músicas de Oscar Castro Neves, Edu Lobo e outros gênios da nossa MPB, sendo acompanhada pelo violão vibrante, melódico, rítmico e harmônico do seu marido Jair. Obrigado ao casal pela presença.
Uma doce nostalgia de sarau povoou o (re)encontro quando Marta Ribeiral declamou a poesia “Canção do amigo”.
A noite aproximou-se à perfeição quando o amigo Gerson Occhi, mestre em carisma, eloqüência e oratória, interpretou o poema “De como eu amo uma cidade” de autoria do homenageado Marcus Cremonese.
Para coroar a noite, na ESQUINA, confluência da Ponte sobre o Chopotó, Rua João Januzzi (Tocos), Rua Padre Baião (Campo) e Rua Sete de Setembro (Fundão); o meu primo e amigo Christiano cantou “Minha Serenata”, acompanhado pelos violões de Alexandre e Marcos Setenta.
Só este momento mágico já valeria a noite, a madrugada, o (re)encontro.
Sorte que tivemos muito outros momentos, impossíveis de adjetivar.
Emoções que filmadoras, máquinas não conseguem registrar.
Estas ficam no coração, abastecem a alma, nutrem o espírito.
OBRIGADO A TODOS QUE CONTRIBUÍRAM POR ESTES MOMENTOS!!! OBRIGADO MESMO!!!
escrito por Ildefonso José Vieira (Dé do Zizinho do Marcílio)
PS1:
Um agradecimento especial ao Marcius e Márcia que trouxeram a mãe, Dona Ruth Cremonese, ao nosso “encontro”.
Um agradecimento especial ao Marcius e Márcia que trouxeram a mãe, Dona Ruth Cremonese, ao nosso “encontro”.
PS2:
Aqueceram o meu coração, abraçar os amigos Olga e Zé Maria Matos, Paulo e Solange Occhi, Luiza Rosa, João Carlos e Soraia, Rita (esposa do Christiano), Dalva, Denise e Leon Denis, Renatinho, Janete, Gotardo, Valéria, Denise e Jairo Mendes, Virgilinho, Denize, Fabiano, Maria Tereza, Luciana e namorado, Gagaça da Parecida com o filho Guilherme e a namorada. Todos vieram abraçar e homenagear o amigo comum: Marcus Cremonese.
Aqueceram o meu coração, abraçar os amigos Olga e Zé Maria Matos, Paulo e Solange Occhi, Luiza Rosa, João Carlos e Soraia, Rita (esposa do Christiano), Dalva, Denise e Leon Denis, Renatinho, Janete, Gotardo, Valéria, Denise e Jairo Mendes, Virgilinho, Denize, Fabiano, Maria Tereza, Luciana e namorado, Gagaça da Parecida com o filho Guilherme e a namorada. Todos vieram abraçar e homenagear o amigo comum: Marcus Cremonese.
Ouça, trecho da serenata abaixo:
É noite alta e seu cantor vagueia pela rua
Vem suplicar junto a teus pés uma esperança tua.
Abre a janela da tua alma para meu carinho
e acende em meu caminho a luz do teu olhar
Tangendo estou no violão esta canção tão triste
num festival de solidão que a lua branca assiste
Passo a cantar, a soluçar, a minha dor
e aquela ingrata ouve a serenata
sem saber que mata esse seu cantor.
Eu olho o céu sem fim, céu tão perto de mim
Eu tenho o céu nas mãos, nunca teu coração.
Se queres uma estrela eu dou...
se queres minha vida eu dou...
e morro a bendizer a dor desse amargor,
pois que morri por ti...
É noite alta e seu cantor vagueia pela rua
Vem suplicar junto a teus pés uma esperança tua.
Abre a janela da tua alma para meu carinho
e acende em meu caminho a luz do teu olhar
Tangendo estou no violão esta canção tão triste
num festival de solidão que a lua branca assiste
Passo a cantar, a soluçar, a minha dor
e aquela ingrata ouve a serenata
sem saber que mata esse seu cantor.
Eu olho o céu sem fim, céu tão perto de mim
Eu tenho o céu nas mãos, nunca teu coração.
Se queres uma estrela eu dou...
se queres minha vida eu dou...
e morro a bendizer a dor desse amargor,
pois que morri por ti...
Compositores: Jair Amorim e Evaldo Gouveia
4 comentários:
Dé, imagino a emoção das pessoas participando de momentos tão sublimes: cantar serenata, no interior, tudo 'original', nada de fakes nem fotoshops, soltando a voz e o coração. Guidoval deveria fazer sempre eventos assim, mantendo a tradição da boa música e, principalmente, da convivência. Abraços.
Ildefonso,
fico encantada e emocionada ao ver um evento tao especial acontecendo na nossa TERRINHA por conta da sua dedicação e amor 'a ela.Pessoas como você fazem esse mundo ser diferente e bom de se viver.Parabéns!!! Fiquei pesarosa por não ter presenciado essa serenata.Abraços,
Rosana Cattete
Só hoje, agora, li o seu generoso comentário.
Obrigado!
Amiga Rosana, só hoje, agora, li o seu gentil comentário. Abraços, Dé
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