skip to main |
skip to sidebar
Prefeito José Vieira Neto
Prefeito José Vieira Neto
Filho de Marcílio José Vieira e Belminda Queiroz Vieira, José Vieira Neto nasceu a 15 de setembro de 1.925.
Aos três meses ficou órfão da mãe, que faleceu devido às complicações do parto, fato então comum naquela época.
Sô Marcílio, como era conhecido o seu pai, foi um agricultor-de-minifúndio, de tarefas e quartas, boiadeiro por opção e gosto e nas horas de folga, artesão de couro cru, tecendo laços, cabrestos, arreios, selas e principalmente amizades.
Antigamente, era comum a fabricação caseira de sabão, utilizando-se Soda Cáustica.
A empregada da família deixou um lata deste produto em local impróprio e José Vieira Neto, criança com pouco mais de dois anos, bebeu um restinho deste veneno.
Isto lhe causou um estreitamento do esôfago, que o impedia de engolir um simples caroço de feijão inteiro. Pelo resto de sua vida, teve problemas de engasgamento na ingestão de alimentos e provavelmente foi o motivo do tumor que alojou-se em seu esôfago, causando-lhe a morte depois das complicações na cirurgia para extirpá-lo.
José Vieira Neto, ganhou o apelido de Zizinho e desde muito cedo lidava com cavalos, bois, burros, bezerros, mulas, éguas, novilhas, jumentos e vacas.
Com sete anos de idade, a égua em que galopava foi chifrada por uma vaca "pegadeira". A égua morreu no local. Zizinho sobreviveu a mais este golpe.
Com quinze anos já conduzia boiadas de Guidoval para o Rio de Janeiro. Viagens que duravam mais de trinta dias.
Naquela época, o rádio ainda era um eletrodoméstico raro e de luxo, poucos tinham acesso a este bem de consumo.
José Vieira Neto, Zizinho, em suas andanças pela então Capital Federal, o Rio de Janeiro, escutava as marchinhas de sucesso para o próximo carnaval.
Depois Zizinho solfejava estas músicas para o Sr. Odilon Reis, que dentre as inúmeras qualidades; era músico e instrumentista habilidoso; que as passavam para a partituras. Estas canções alegravam os carnavais de Guidoval, através dos acordes das Bandas do Turunas e Jazz Sapeense.
Apesar de prazeirosa, instigante e saudável a vida de viajante, não combinava com quem queria constituir uma família.
Em 25 de setembro de 1.950, casou-se com Maria Madalena Vieira, filha de Ildefonso José Gomes e Maria José Alves Gomes.
Mudou de atividade, deixando de ser boiadeiro; abrindo um açougue à Rua Conde da Conceição, apelidada de Rua dos Tocos, hoje Rua João Januzzi.
Neste empreendimento teve como empregado, ajudante e amigo o Sr. Antônio Martins Nogueira, conhecido como Toninho do Açougue.
Na região do Pombal, próximo à Fazenda Henrique de Almeida, existe um pontilhão, sobre o Rio Chopotó. Chamamos na nossa região, de Pontilhão uma ponte da estrada de ferro, formada por trilhos, dormentes e espaços vagos. Vãos e Desvãos. Dormente-sim, dormente-não.
Neste pontilhão, já caíram bois e vacas, não sendo possível aproveitar a carne para consumo, pois misturaram-se osso-e-carne.
Atravessavam este pontilhão de bicicleta, Zizinho mais a frente e Toninho do Açougue um pouco atrás. Zizinho ao olhar para trás para conversar qualquer coisa com o companheiro, também virou o guidom e a roda da bicicleta entrou no dormente-não, no des-vão. Zizinho desequilibrou-se, inevitável queda de mais de 10 metros de altura.
O instinto de sobrevivência e as mãos de Deus, fizeram com que Zizinho agarrasse o dormente-sim, insuficiente para impedir a queda, mas o necessário e vital para mudar a sua trajetória, amortecida pelos braços vigorosos da Virgem Maria.
Ao invés de cair em linha reta, sobre pedras-água, precipitou-se para debaixo do pontilhão, sobre um monte de água-areias. Sobreviveu a esta e a outras quedas.
Do lombo de um burro, na vizinha cidade de Visconde do Rio Branco, pé preso ao estribo.
Do comprador de gado de São Gonçalo/Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro, que não pagou as dívidas com o Zizinho.
Do fazendeiro, de café de Maringá, estado de Paraná; que não honrou os compromissos, na compra de várias tropas de burro.
Do motorista que quebrou o chassi do caminhão, danificando a fonte de renda para as dívidas a pagar.
José Vieira Neto (Zizinho) honrou sempre seus compromissos, voltando economicamente à estaca zero.
Em 1.969, depois de tantos sobressaltos foi contratado como empregado da Prefeitura Municipal de Guidoval, como um simples carroceiro.
Aceitou o trabalho, com decência e humildade. Os amigos, entretanto; julgaram que Zizinho (José Vieira Neto) era digno de tarefa mais nobre e pleitearam um cargo mais decente.
O prefeito, mesmo relutante, atendeu à solicitação dos companheiros de partido, passando-o a Fiscal Municipal.
Passou a função, mas não a incumbência de realizar a tarefa.
Sentindo-se sem função a desenvolver, Zizinho pediu para ser o motorista da ambulância, onde poderia ser útil à prefeitura e à comunidade.
Começou assim a prestar serviços a todos que necessitavam de assistência médica, independente de credo, cor, simpatia partidária.
Não tinha hora ou dia para acordar e transportar doentes a Ubá, Juiz de Fora, Belo Horizonte ou onde estivesse o recurso médico.
Doente não voltava para Guidoval sem o devido atendimento para a sua carência.
Deixou de ser apenas um motorista, para transformar-se num embaixador, relações públicas, elo de ligação entre os doentes e os médicos e enfermeiras dos hospitais, passando a estes todos os presentes que ganhava, um leitão ou um frango; das pessoas humildes do meio rural.
Esta rotina, de prestar ajuda à todos, angariou a simpatia de toda a população, e não lhe restou outra alternativa que ser candidato a vereador, por imposição da voz do povo.
Em 1.972, candidatou-se a vereador, sendo o vereador mais votado de toda a história, do município de Guidoval, tanto percentualmente, como quantitativamente.
Eleito vereador, não abandonou o povo que o elegera, dando continuidade ao atendimento a toda população, companheiro ou adversário político.
Em 1.976 candidatou-se a prefeito, sendo eleito com a maior margem de votos para o segundo colocado.
Exerceu dois mandatos de Prefeito, no períodos de 01/02/77 a 31/01/83 e de 01/01/89 a 06/07/90, quando faleceu durante o seu mandato.
José Vieira Neto, ZIZINHO, foi boiadeiro, açougueiro, dono de bar, caminhoneiro, fiscal de obras públicas, motorista de ambulância e principalmente amigo dos mais pobres.
Principais Obras da Administração de José Vieira Neto
- Asfalto Guidoval - Ubá
- Prédio do Colégio de 2º Grau -
- Prédio da Administração Municipal Cid Vieira
- Casas Populares na Vila Trajano
- Casas Populares na Vila
- Quadra de Esportes Natalino Dornellas
- Escola Municipal no Ribeirão Preto
- Ponte Municipal sobre o Rio Chopotó - Guidoval - Rodeiro
- Escritório Local da EMATER
- Reservatório Municipal Marcílio José Vieira, na Rua do Alto
- Poços Artesianos no Clube 66 e Rua Belarmino Campos
- Antena Parabólica
- Toda rua asfaltada em Guidoval
Eventos Culturais durante a sua Gestão como Prefeito
- Construção e Inauguração do Clube 66
- Surgimento do Jornal Saca-Rolha
- Festival de Batidas
- Lançamento do Livro Saudade Sapeense
- I Mini-Olimpíada Guidovalense
- Sede da Corporação Musical Belarmino CamposNa foto abaixo, o Prefeito José Vieira Neto (Zizinho) e o Dr. Eduardo Levindo Coelho (Secretário de Estado ) na inauguração do Prédio do Colégio de 2º de Guidoval.
Nenhum comentário:
Postar um comentário