Renato
Moreira da Silva - 80 anos
Sou
amigo do Renato Moreira da Silva que eu chamo de Renatinho. Tem até quem o
chame de "Delegado". Sinto-me
honrado em tê-lo como amigo. Agora, no dia 05 março ele faz 80 anos de idade.
Parabéns, felicidades, saúde e paz é o que eu desejo neste momento.
Na
década de 60 ele fez uma canção sobre a nossa Guidoval. Seria uma canção do
exílio. Na década de 70 acrescentei uns versos e trovas à sua canção original,
tornei-me seu parceiro, e deu o nome de "Canção do Guidovalense Ausente".
É a primeira música no meu CD "Gente & Terras Geraes".
É
o Diretor-Presidente do "Saca-Rolha",
jornal com maior tempo de vida na história do nosso município. São quase 40
anos. Combativo, aguerrido, sempre defendendo interesses da nossa cidade e dos
nossos cidadãos, principalmente os mais humildes.
Em
homenagem ao RENATINHO transcrevo abaixo a sua/nossa música e dois textos que
fiz sobre ele, publicados no jornal "Saca-Rolha".
CANÇÃO DO GUIDOVALENSE AUSENTE
(
Renato Moreira da Silva e Dé Vieira )
Guidoval eu vou te deixar
E lá de longe em ti eu vou pensar
Se é preciso o que eu posso fazer
O destino assim quis
Agora tenho que sofrer
E lá de longe em ti eu vou pensar
Se é preciso o que eu posso fazer
O destino assim quis
Agora tenho que sofrer
E a canção que ora me delira
Não é mentira Guidoval é isso aí
A música, a lira,
Eu quero morrer aqui
Minha querida
Sei que tu és muito boa
Mas eu vou não é à toa
Eu preciso melhorar
Se Deus quiser daqui uns anos voltarei
Arrumarei um grande amor
E só aqui eu viverei
Oh! Mãe SANTANA ! Oh! Vó Elisa !
Oh! Guidoval nunca acharei outra igual!
Oh! Sinhá SANTANA!
Tua casa cheira
Cravo e rosa, olê lê
Flor de laranjeira
Músicos:
Voz: Eleny Galvan
Violão: Geraldo Vianna
Baixo: Milton Ramos
Bateria: Esdra (Neném) Ferreira
Percussão: Ricardo Cheib
Sax Tenor: Eduardo Neves
Teclados: Clóvis Aguiar
Voz: Eleny Galvan
Violão: Geraldo Vianna
Baixo: Milton Ramos
Bateria: Esdra (Neném) Ferreira
Percussão: Ricardo Cheib
Sax Tenor: Eduardo Neves
Teclados: Clóvis Aguiar
Ouça a música "Canção
do Guidovalense Ausente"
PowerPoint sobre a "Canção do Guidovalense Ausente"
GUIDOVALENSE DE
ESTIRPE
NÃO
LI E NÃO GOSTEI. Explico.
Toca
o telefone. Atendo. É a minha irmã Zezé indignada com o fax que acabara de
receber de Guidoval. Nele, um escrito infame, desairoso e inverídico sobre o
Renato Moreira da Silva. O folhetim, não se sabe a que propósito, difama e
denigre um verdadeiro cidadão guidovalense. Conheço o
Renato,
Delegado, Renatinho desde quando eu ainda era criança. Primeiro como jogador de
futebol e mais tarde técnico de nosso glorioso Cruzeiro Futebol Clube, depois
em 1.961, como jornalista e repórter do jornal "A Voz de Guidoval".
No
início da década de 70 produtor, dramaturgo, diretor e ator de diversas peças
teatrais encenadas em nossa cidade.
Num
país onde poucos conseguem se alfabetizar, Renatinho tem curso superior, é
economista. Este conhecimento lhe permitiu ser professor no Ginásio de Guidoval
e na Faculdade de Visconde do Rio Branco.
Desde
1.977, mesmo com sacrifícios, dirige o SACA-ROLHA, jornal com maior tempo de
vida e sobrevida de nosso município.
O
verdadeiro caráter do Renatinho está registrado nas páginas do SACA-ROLHA
através de campanhas institucionais reivindicando o Colégio de 2º grau ,
EMATER, asfalto Guidoval-Ubá, denunciando sempre a poluição do Chopotó,
defendendo o indefeso e humilde Berto de Paula espancado por alguma besta humana.
Pode-se
também ver, no jornal, o espírito iluminado de Renato Moreira da Silva
liberando espaço a nossos poetas e escritores, promovendo concurso literário,
valorizando nossos ícones culturais como o Maestro Osvaldo José de Barros (Sô
Tute) ou a Profª Carmem Cattete Reis Dornelas ou destacando nossos baluartes
morais como a parteira Maria Leopoldo ou mesmo apoiando movimentos como a Rua
do Lazer e o Festival de Batidas .
É
verdade que em Guidoval, realmente, aportam-se muitos pára-quedistas. Eu mesmo
conheço vários. Não é este o caso do meu amigo Renatinho, um guidovalense nato.
Entretanto,
o fato de nossa cidade abrigar tão díspares cidadãos, sabe vindos lá de onde; é
o que a torna atraente e cativante, esta babel hospitaleira, merecedora de elogios
até do grande escritor Lúcio Cardoso.
Só um
guidovalense da gema pode entender o que é alimentar-se de idealismo e sonhos, contentar-se com as homeopáticas
doses de honradez, preferir a pobreza digna ao invés de migalhas do fausto
perdulário e bajulatório.
Renatinho
poderia até estar no bem bom, pendurado num emprego na prefeitura, amparado por
decisão judicial. Não quis. Ou então continuar lecionando no ginásio de nossa
cidade se submisso fosse, ao poder fugaz, fato muito comum a alguns eternos puxa-sacos
de plantão. Também não quis. A sua liberdade e independência não têm preço. É
autêntico, com opinião própria e um só compromisso : a consciência tranqüila.
Daqui
a cem anos quando de nós só o pó restar, tenho certeza que sobreviverá a mais
linda canção guidovalense, a minha canção do exílio, música que eu considero
como o Hino do Guidovalense Ausente, feita pelo fértil compositor Renatinho,
cuja letra transcrevo abaixo:
"Guidoval
eu vou te deixar / E lá de longe, em ti
eu vou pensar. / Se é preciso, o que eu posso fazer,/ O destino assim quis,
/Agora tenho que sofrer. / Minha querida, sei tu és muito boa, / Mas eu vou não
é à toa, / Eu preciso melhorar. / Se Deus quiser, daqui uns anos eu voltarei, /
Arrumarei um grande amor / E só aqui eu viverei. "
Ao
Renatinho a minha irrestrita solidariedade.
O amigo Ildefonso Dé Vieira
A
PEDIDOS
(publicado na Edição Nº 64 – 30 de maio de
1.998)
Em abril de 1.977, abandonado sem
sutileza no Fundão, largado displicente na Esquina, disperso afoito e
bebadamente em bares e botequins, infiltrado clandestinamente por debaixo de
algumas portas de respeitáveis lares guidovalenses, surgiu o SACA-ROLHA.
A princípio, uma BRINCADEIRA,
anônima, provocativa e rebelde dos jovens Antônio Augusto (Brito) Rossi, Márcio
Dias, Edgar Avidago Andrade e Luiz Oliveira, exposta, quase que ilegível; em
papel mimeografado, que pretensiosa auto - intitulava-se de " jornalzinho
dos jovens guidovalenses".
Ao
que parecia um despropósito, de imediato, veio socorrer, e mais uma vez e como
sempre; dar credibilidade, o Sr. Trajano Viana, um guardião de nossa história e
cultura.
O que poderia ser uma farra de
outono "ENGELECIDA" no nosso inverno, sempre generoso, transformou-se
num compromisso "tropical" e candente, nas mãos, nos poros, voz e
luta eloqüente do meu amigo Renatinho (Renato Moreira da Silva), nem sempre
compreendido; mas porta-estandarte, desta batalha, quase inglória, mesmo que
infinda, eterna e duradoura.
Como intruso, participei do início
da existência do SACA-ROLHA. Escrevi e opinei. Sempre encontrei guarida às
minhas manifestações, obtusas, disparatadas ou ímpares. Divergi, resmunguei,
discordei, briguei. Nunca encontrei censuras às minhas contestações. Posso
afiançar o SACA-ROLHA é o porta-voz dos anseios guidovalenses. Merece todo
crédito e apoio. Vale tentar e enfrentar este desafio.
É preciso que todo guidovalense que
se orgulha de sua terra, Presente ou AUSENTE, colabore para a sua existência,
se possível, PRINCIPALMENTE contribuindo financeiramente.
Pode não ser a melhor voz que
ressoa, desperta e discute todas as nossas inquietações, mas é somente a ÚNICA
disposta a REBELAR contra o cotidiano vulgar.
Observações Desnecessárias:
Poderia falar do SACA-ROLHA que teve
como colunistas o Padre Casemiro, o Dr. Wilton Franco, o Dr. Jorge Sobral
Venâncio, o Dr. Ronaldo Ribeiro dos Santos, o Professor Ibsen Francisco de
Sales (SALIM), o Professor Antônio José Barbosa, o magnânimo José Geraldo (sei
que a sua humildade vai detestar, mas é o menor adjetivo que encontrei para
expressar todo o seu talento).
Poderia falar do LUTO do SACA-ROLHA
pela morte da Gracinha do Geraldo ( Kôde ) Franco. (Ver edição de julho/77 –
Ano I )
Se espaço houvesse, falaria da
Edição Nº 12, de 27/08/77, que promoveu Concurso de Contos, brigou pelo asfalto
Guidoval-Ubá, o Colégio de 2º Grau, os bois do delegado de polícia
"pastando na pracinha", do lançamento da Luz Negra ( deficiência de
iluminação nas ruas ), o mau cheiro nas ruas centrais e " se vereador com
cara fechada mete medo ".
Tem mais, o SACA-ROLHA, promovendo
incentivando o Festival de Batidas, a Mini Olimpíada Guidovalense, Missa dos
Dias dos Pais, condenando o gesto DESUMANO de "marmanjos e marmanjas"
agredindo um indigente com problemas mentais.
Parece que foi HOJE, foi bem antes
de ONTEM. Infelizmente não prestaram atenção ao SACA-ROLHA.ONTEM pode Ser HOJE
que bem pode ser AMANHÃ.
Recado para Rodrigo M. de
Oliveira
Leio sempre o SACA-ROLHA, quando
chega à minha casa. (raramente). Me entusiasma a sua dedicação e inteligência
em defesa da ECOLOGIA. Busque entre seus amigos e guidovalenses, Britos,
Marcinhos, Luizinhos e Edgares, se possível novos Renatinhos. Guidoval precisa
de novos sonhadores.
Um sonhador : Ildefonso ( DÉ ) Vieira
Publicado no jornal Saca-Rolha, na Edição Nº
64 – 30 de maio de 1.998