Levir
Culpi - um técnico honesto, vitorioso e bem-humorado
Acompanho, no Facebook, o Grupo
Fechado "GALO". Pode-se
imaginar um bando de apaixonados pelo Galo. E a paixão cega, cega totalmente. Assim
tem gente que fala pelos cotovelos, outros com a alma e até com o coração.
Bobagens e verdades são ditas. Mais bobagens, é claro. Palpites lógicos e sem
lógica nenhuma. Afinal, o futebol é uma caixinha de surpresas. Novidade!
Agora, de uns tempos pra cá, a bola
da vez é falar mal do Levir Culpi. Injustiça a um técnico honesto, vitorioso e
bem-humorado.
Só para lembrar, Cuca, o técnico que
o antecedeu foi o Campeão da Libertadores. Com todos os méritos. Acontece que a
equipe tinha o Ronaldinho Gaúcho (quando ele ainda estava jogando futebol), o
ídolo da massa Tardelli, Bernard (o garoto com alegria nas pernas), Guilherme
(quando era jogador de futebol), Jô (no tempo em que marcava gols). E tinha
Réver e Pierre, além do zagueiro Leonardo Silva com 1 ano a menos, quando
conseguia, apesar das dificuldades, acompanhar uma corrida contra os atacantes
adversários.
Pois bem, o Levir pegou o time do
GALO com todos estes desfalques acima. E mesmo assim, em um ano, foi campeão da
Copa Brasil, Recopa e Campeonatos Mineiro.
E faz
uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Devemos chegar em segundo lugar. E
lembrem-se, perdeu o Maicosuel durante a temporada. Tem mais.
O Corinthians mereceu o título pelo
que fez no segundo turno, mas no primeiro turno teve ajuda da arbitragem,
enquanto o Galo foi prejudicado.
Vejamos.
Na 17ª rodada, o juiz deixou de
marcar um pênalti a favor do São Paulo contra o Corinthians. Uma manchete do lateral
Uendel.
Na 18ª rodada, um juiz paulista,
apitando uma partida de um clube paulista, marcou um pênalti, duvidoso, a favor
do Corinthians contra o Sport.
Na
19ª rodada, no jogo do GALO contra o Chapecoense, o juiz expulsou o zagueiro Leonardo
Silva, no primeiro tempo, num lance que era apenas para cartão amarelo. No
final da partida validou um gol irregular do Apodi que utilizou a mão, para ultrapassar o fraco
zagueiro Pedro Botelho do Galo.
Estes argumentos sobre a arbitragem
podem dizer que é desculpa de perdedor. Ocorre que a somatória destes pontos a
mais para o Corinthians e a menos para o GALO colocaram o time paulista na
liderança do campeonato e com mérito, não a deixou escapar, fazendo jus ao
título.
Gostam de dizer que o Levir é vice.
Esquecem que ele já foi campeão da Copa
Brasil, Recopa, Campeonatos Mineiro, Paulista, Catarinenese, Paranaense e duas
vezes campeão da Série B. E quem ajudou a empurrar o GALO na série B? O Senhor Tite,
atual campeão brasileiro.
Ser vice-campeão só não é melhor do que
ser campeão. E é claro que todos nós queremos ser campeões, mas de 20 times disputam
o campeonato, somente um consegue esta proeza, anualmente.
Veja o retrospecto do GALO desde o
rebaixamento em 2005 quando ficou em 20º, com 47 pontos, atrás de times como o Goiás,
Atlético Paranaense, Paraná, Fortaleza, Juventude, Figueirense, São Caetano,
Ponte Preta, Curitiba, sem a mesma tradição que o GALO.
Nos últimos campeonatos Brasileiros,
o GALO ficou em 5º lugar em 2014; 8º em 2013; 2º lugar (com 72 pontos) em 2012; 15º em 2011 (com 45 pontos - lutando para não cair); 13º lugar em 2010; 7º lugar em 2009; 12º em
2008; 8º lugar em 2007.
Em 2006
o GALO disputava a Série B
Nas
passagens do Levir Culpi pelo GALO ele foi campeão Mineiro em 1995, 2007 e 2015;
Campeão Brasileiro da Série B em 2006 e conquistou as inéditas Recopa em 2014 e
a Copa Brasil de 2014 em cima da raposa. Só por esta façanha mereceria uma
estátua na cidade do GALO.
É um treinador que vive o dia-a-dia
do clube, treina o time durante a semana, convive bem com os atletas, deve conhecer
os problemas pessoais, íntimos, econômicos dos jogadores. Convive, às vezes, com
pagamento atrasado dos salários. Tem a auxiliá-lo tem uma boa comissão técnica
para ajudá-lo em suas decisões.
Pode acontecer de fazer uma
substituição durante uma partida e ela não render o que era esperado. Jogador
de futebol é humano, não é uma máquina e depois treino é treino e jogo é jogo,
dizia o grande futebolista Didi.
O Levir pode também errar numa
escalação, ou armar um sistema tático
para determinado jogo e não funcionar. Ele também é humano, portanto não é
infalível. Acho até que em certas circunstâncias ele é obrigado a colocar o
Cárdenas, para ficar na vitrine e ver se aparece alguém querendo contratá-lo.
Jogador é patrimônio do clube e gerentes responsáveis têm que zelar pelo
patrimônio que administram.
Levir Culpi jogou, como atleta
profissional, durante 15 anos e é técnico de futebol desde 1986. Pode-se dizer
que é um vitorioso no meio futebolístico. E você que foi um perna-de-pau, um
bola murcha, apenas frequenta uma arquibancada quer saber mais de futebol que o
Levir? Falar mal, denegrir o Levir.
É preciso respeitar o profissional,
o ser humano. Pode-se até trocar de treinador. O Muricy é um bom nome. Um baita
treinador, tem currículo, tem histórias, títulos, mas isto não é suficiente para
sermos campeões todo ano. Muricy não foi. Nem Guardiola com o Barcelona o foi. Ninguém
é eternamente campeão. E se fosse perderia a graça.
(escrito
por Ildefonso Dé Vieira em 23/11/2015)