quarta-feira, 25 de junho de 2014

e-mail recebido do Dr. Plínio Meireles sobre as histórias da Gagaça



e-mail recebido do Dr. Plínio Meireles sobre as histórias da Gagaça

Realmente tudo o que a Maria das Graças comenta são também sabores e lembranças muito gratas para mim.

Começando pela D. Feinha, dela não somente tenho uma boa lembrança como também uma gratidão por um feito muito importante para mim, que veio através dela.

Não sei quantos sabem, mas a D. Feinha era uma rezadeira de muito poder.

Uma de suas especialidades era o Responsório de Santo Antonio. No ano de 1980, precisamente no mês de maio, depois de retornar de uma viagem a trabalho da cidade de Minas Novas - MG, constatei que a minha gaita de boca havia desaparecido. Sempre a levava comigo nas minhas viagens, mesmo que não fosse soprada nem uma vez.
Mas, era uma companhia. No mês de junho seguinte fui a Guidoval e visitei uma grande amiga, a Cesarina Coelho, irmã do Vianelo Coelho da Serra da Onça. Lá ela me comentou que pouco antes de eu chegar ela tinha recuperado uma toalha bordada que desaparecera no dia do velório da sua mãe, a D. Júlia, seis meses depois que mandara "Responsar para Santo Antonio", como se dizia, ou ainda se diz. Eu ainda sentia a falta e tinha uma tristeza pela perda da minha gaita, não somente pela qualidade do instrumento, uma Honner alemã, mas também por se tratar de um presente que meu pai me dera no ano de 1963.
Pensei também em mandar "Responsar". Ao retornar para a casa da minha tia Gildinha perguntei-lhe se sabia de alguém que rezasse o tal Responsório. Imediatamente ela me disse que a sua vizinha, a D. Feinha o fazia. No mesmo ritmo me dirigi à casa dela que prontamente se dispôs a fazê-lo.
O tempo passou e em fevereiro de 1981 me mudei com a família de Belo Horizonte para Brasília. Lá pelo mês de abril o meu filho Erick havia escrito uma carta para a sua professora primária da escola Ondina Amaral em Belo Horizonte.
Perguntei-lhe como a enviaria se não tinha o endereço. Ele então me respondeu que tinha e estava numa bolsa onde eu guardava umas cartas de antigas de namoradas, uma bolsa fina, que eu mesmo acondicionara em uma caixa juntamente com cobertores novos na época da mudança.
Ao colocá-la na caixa nada havia de especial. Mas logo ao tomá-la em busca do endereço, notei um peso diferente. Ao abri-la, a surpresa: lá estava a minha gaita, um ano depois do seu desaparecimento. Não havia recebido visitas nesse período. Um fato realmente inusitado. Sem explicação convincente. Somente o Responsório de Santo Antonio, rezado pela D. Feinha.
Milagre? Não sei o que responder. Mas sei de pelo menos mais dois casos de coisas desaparecidas e que reapareceram depois do "Responsório de Santo Antonio".
Quanto aos demais relatos, sempre tive estreitas relações de amizade com a sua família. Tinha longos papos com a D. Jovita que me dava muita atenção, eu apenas com quinze ou dezesseis anos.
Da D. Ruth, já fiz diversos comentários. Do Sr. Benjamim, me lembro dele em dias de chuva, depois dos relâmpagos, subindo nos postes para religar a chave caída, a fim de que a cidade não ficasse sem luz. Do Mundico, também já comentei como ele aprontava não somente com crianças mas também com adultos. Ele, por si só merece um estória de muitas páginas. Uma última que me disse em sua casa quando lhe perguntei pelo seu cunhado Benjamim, respondeu assim: "como dizia o Quinzim Pinto, morreu, mas está bem".
Também me lembro bem da lojinha da D. Sinhaninha e do circo Bartolo. A garotada pré adolescente era encantada com a atriz trapezista "Mascotinha". Que bom que sempre alguém nos faz recordar coisas boas da nossa terra



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