quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Conto de NATAL por Fabrício Marques de Oliveira


Significado do Natal
Autoria: Fabrício Marques de Oliveira

Em uma região bem distante, para lá das montanhas cobertas de neve, onde o vento parece nascer, existia uma grande clareira, e apenas um casebre já muito antigo, com uma chaminé sempre ativa. Dentro do casebre vivia um velhinho, aparentemente de bastante idade, que carregava na fisionomia o sofrimento de um homem trabalhador.

Os anos se passavam, e pouco se sabia a respeito daquele velhinho. Os moradores que viviam na vila próxima à clareira sabiam apenas que aquele senhor levava uma vida simples e que preferia ficar reservado em seu canto, o que era respeitado.

E naquela vila, o Natal de mais um ano se aproximava. As crianças já estavam ansiosas pelos presentes que iriam receber. 

Antes de dormir, os pequeninos ajeitavam cuidadosamente seus calçados embaixo das árvores de Natal. A vontade era de ficar ali até que Papai Noel passasse. Os pais, com todo amor, colocam as crianças para dormir, e combinavam de acordá-las no outro dia logo cedo para verem os presentes que Papai Noel havia deixado.

No entanto, naquela noite algo muito estranho aconteceu. As crianças de toda a aldeia se depararam com os calçados da mesma forma como os deixaram na noite anterior. A tristeza foi total, e os pais sofriam ainda mais ao ver o choro das crianças.

Em meio àquele cenário bastante diferente, um morador chama a atenção: a fumaça que ficava sempre viçosa atrás daquela mata, nos últimos dias havia perdido força, e naquele momento não estava presente. Era o primeiro dia que aquela chaminé não expulsava aquela mistura, tão comum na visão diária daqueles moradores. Era a primeira vez que Papai Noel não atendia às crianças. Coincidência?

Os pais, não suportando ver o desolamento de seus filhos, resolveram partir rumo ao casebre para conferir o que havia ocorrido. Ao se aproximarem, observaram diversas renas que circulavam ao redor da casinha e que os observava com um olhar bastante triste. Ao baterem na porta, ouviram uma voz bastante fraca dando sinal de vida, mas tão leve que dificultava o entendimento. Sob os olhares de aprovação das renas, como quem dizia “abram a porta”, os pais entram e se deparam com o velhinho acamado. E então foi possível entender toda a história.

Na semana que antecede ao Natal, Papai Noel adoeceu. Com isso, não teve como coletar mais lenha para queimar e aquecê-lo, e nem tratar das renas, ou simplesmente dar um olhar de carinho a elas. Mas os presentes já estavam todos prontos para serem entregues. Notando a ausência do companheiro de estrada, as renas resolvem se aproximar do casebre. Ao longo de alguns dias apenas circulavam ao redor da casa, mas não recebiam nada de carinho. Estava tudo diferente ao longo daqueles dias. 

E o Natal chegou. Diante da situação, as renas resolveram dar um sinal mais significativo: logo que estava amanhecendo, naquele dia especial, jogaram neve sobre a chaminé até que a fumaça acabasse. Foi uma forma de dizerem a todos que algo realmente estava errado.

E naquela manhã todos puderam compreender o real espírito do Natal: o amor. Muito além dos presentes ou de qualquer bem material, comemorar o Natal significa viver o nascimento, viver o amor entre as pessoas... 

Feliz Natal e Próspero 2013!

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