Discurso
feito por José Vieira Neto, mais conhecido como Zizinho do Marcílio, durante a
sua posse como Prefeito de Guidoval em 01.jan.1989.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Convite para Posse da Prefeita, Vice-Prefeito e Vereadores
CONVITE
Os Poderes Executivo e Legislativo de Guidoval, Estado de Minas
Gerais, convidam as Autoridades e o Povo em geral para participarem da
solenidade de posse dos vereadores, prefeita e vice-prefeito do município.
Programação:
Dia 1º de
janeiro de 2013
8:00 horas – Instalação da Câmara,
posse dos vereadores e eleição da Mesa Diretora para o primeiro biênio da
legislatura 2013 a 2016.
- Cláudio Henrique Vieira
- Evaldo Ribeiro Lopes
- João Rodrigo Alberto
- José Occhi Medeiros
- Joyce Gabriela da Silva Cruz
- Luciana Rodrigues Palmeira
- Luiz Antônio de Melo
- Roberto Carlos de Almeida
- Rogério Matos de Aguiar
9:00 horas – Missa em Ação de Graça na
Matriz de Sant’Ana, celebrada pelo Pe. Paulo Kowalczyk
11:00 horas – Posse da Prefeita e
Vice-Prefeito
-
Soraia Vieira Queiroz de Souza
-
Sandro Moretti Alves de Lima
Conto de NATAL por Fabrício Marques de Oliveira
Significado do Natal
Autoria: Fabrício
Marques de Oliveira
Em uma região bem distante, para lá das montanhas cobertas de neve, onde o vento parece nascer, existia uma grande clareira, e apenas um casebre já muito antigo, com uma chaminé sempre ativa. Dentro do casebre vivia um velhinho, aparentemente de bastante idade, que carregava na fisionomia o sofrimento de um homem trabalhador.
Os anos se passavam, e pouco se sabia a respeito daquele velhinho. Os moradores que viviam na vila próxima à clareira sabiam apenas que aquele senhor levava uma vida simples e que preferia ficar reservado em seu canto, o que era respeitado.
E naquela vila, o Natal de mais um ano se aproximava. As crianças já estavam ansiosas pelos presentes que iriam receber.
Antes de dormir, os pequeninos ajeitavam cuidadosamente seus calçados embaixo das árvores de Natal. A vontade era de ficar ali até que Papai Noel passasse. Os pais, com todo amor, colocam as crianças para dormir, e combinavam de acordá-las no outro dia logo cedo para verem os presentes que Papai Noel havia deixado.
No entanto, naquela noite algo muito estranho aconteceu. As crianças de toda a aldeia se depararam com os calçados da mesma forma como os deixaram na noite anterior. A tristeza foi total, e os pais sofriam ainda mais ao ver o choro das crianças.
Em meio àquele cenário bastante diferente, um morador chama a atenção: a fumaça que ficava sempre viçosa atrás daquela mata, nos últimos dias havia perdido força, e naquele momento não estava presente. Era o primeiro dia que aquela chaminé não expulsava aquela mistura, tão comum na visão diária daqueles moradores. Era a primeira vez que Papai Noel não atendia às crianças. Coincidência?
Os pais, não suportando ver o desolamento de seus filhos, resolveram partir rumo ao casebre para conferir o que havia ocorrido. Ao se aproximarem, observaram diversas renas que circulavam ao redor da casinha e que os observava com um olhar bastante triste. Ao baterem na porta, ouviram uma voz bastante fraca dando sinal de vida, mas tão leve que dificultava o entendimento. Sob os olhares de aprovação das renas, como quem dizia “abram a porta”, os pais entram e se deparam com o velhinho acamado. E então foi possível entender toda a história.
Na semana que antecede ao Natal, Papai Noel adoeceu. Com isso, não
teve como coletar mais lenha para queimar e aquecê-lo, e nem tratar das renas,
ou simplesmente dar um olhar de carinho a elas. Mas os presentes já estavam
todos prontos para serem entregues. Notando a ausência do companheiro de estrada,
as renas resolvem se aproximar do casebre. Ao longo de alguns dias apenas
circulavam ao redor da casa, mas não recebiam nada de carinho. Estava tudo
diferente ao longo daqueles dias.
E o Natal chegou. Diante da situação, as renas resolveram dar um sinal mais significativo: logo que estava amanhecendo, naquele dia especial, jogaram neve sobre a chaminé até que a fumaça acabasse. Foi uma forma de dizerem a todos que algo realmente estava errado.
E naquela manhã todos puderam compreender o real espírito do Natal: o amor. Muito além dos presentes ou de qualquer bem material, comemorar o Natal significa viver o nascimento, viver o amor entre as pessoas...
Feliz Natal e Próspero 2013!
Mensagem de NATAL - Márcio Barbosa
O conterrâneo Márcio Barbosa enviou-me uma bela mensagem
que ele leu no “Programa Palavras de
Vida”, da nossa Igreja Católica, na TV
Brasil, na antevéspera do Natal e, posteriormente, na Missa de Natal na Capela de
Santa Terezinha do Menino Jesus.
Transcrevo-a abaixo:
Cristo veio até nós
na pobreza de Belém, na fragilidade de uma criança, na singeleza de Maria e
José.
No convite aos pastores, revela-se a generosidade sem limites do
nosso único Deus e Senhor.
Junto ao presépio, o cristão torna-se também construtor da paz e da
fraternidade da compreensão e da concórdia, do amor e da reconciliação.
É com Cristo e em Cristo que iremos edificando entre
todos os seres humanos o reino de Deus.
Alegremo-nos e exultemos, celebrando mais uma vez, com imenso júbilo
e gratidão, o nascimento de Jesus, o filho de Deus, o nosso único Salvador.
Senhor. Aqui estamos diante do Teu
presépio para, novamente, celebrar o Teu santo Natal, A tua vinda até nós.
Com a Tua presença, tudo se transforma em vida.
Tudo desabrocha em ação de graças.
Tudo é hino de agradecimento. Do berço do recém-nascido emana
aquela atmosfera anunciando a paz, alegria, comunhão, encontro, perdão,
fraternidade.
Em Tua homenagem, trocamos correspondência com palavras cheias de
ternura e encanto, transbordando de otimismo e esperança de melhores dias.
Aos amigos, às pessoas queridas, enviamos presentes como sinal de
estima, de consideração, de nossa amizade.
Nos lares, os que estavam ausentes, distantes, tornam-se presentes,
reunindo-se com sés familiares.
Este sublime ambiente de júbilo, esta
atmosfera de cordialidade, este clima de compreensão, desejaríamos que
permanecessem para sempre no mais íntimo de cada um de nós e se difundissem
amplamente entre as pessoas, entre as nações, entre os povos do mundo inteiro.
É Natal. Nasce para todos nós Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso único
Salvador.
Mestre, O Teu Santo
Natal vai bem mais além do que um simples acontecimento festivo.
Esta saudável alegria que, durante o
período natalino invade nossa alma, percorre os nossos lares, une os povos,
atingindo a humanidade inteira, nasce naquela humilde gruta de Belém.
E agora, queremos fazer uma pausa. A Tua
face é semelhante a tantos rostos que conhecemos.
Em Ti se revela o semblante de nossos
irmãos e irmãs. Tu és um dos nossos. Não estamos mais sozinhos.
Espontaneamente, quiseste Te tornar
nosso companheiro e amigo no caminhar de nossa existência, de nossa
peregrinação terrena em direção à casa do Pai Celeste.
Senhor, as nossas esperanças, os
nossos sonhos, as nossas angústias, os nossos sofrimentos foram por Ti vividos
intensamente. Hoje como ontem, reconhecemos que Tu precisas renascer novamente
em nossas famílias, em nosso ambiente de trabalho, em todos os recantos de
nosso país.
Precisas renascer diariamente no mais
íntimo de cada um de nós. O Teu nascimento, celebrado ano após ano, desperta o
que existe de mais sagrado em nossa alma e faz desabrochar em nosso coração o
ardente desejo de participarmos de Tua santa amizade, de partilharmos do teu amor
sem limites, de vivermos para sempre ao Teu lado na eterna felicidade.
Nós Te suplicamos que aquela luz vinda
da singela e humilde gruta que Te acolheu, em Belém, continue iluminando o
caminho de nossa existência em direção àquela paz que os Anjos anunciaram no
dia do Réu Santo Natal: “GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS
POR ELE AMADOS.”
Queridos amigos, que a Luz de Cristo continue a iluminar seus
caminhos. Um grande, saudoso e fraternal amigo do Márcio e família.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Dr. Plínio e Leise no México e Colômbia
Dr. Plínio e Leise no México e Colômbia
O conterrâneo e amigo Dr. Plínio Meireles e a esposa Leise passearam
por trinta dias no México e na Colômbia.
Tivemos o privilégio, a Lourdes e eu, de recebermos, deles, um Calendário Maia entalhado em madeira.
O Plínio disse que era regalo. Eu digo que é muito mais, é
uma relíquia que irá adornar a nossa residência.
Em quaisquer circunstâncias, é recompensador quando somos lembrados
pelos amigos. Ainda mais quando estão em locais de meditação e deslumbramento. Um
sinal de que somos importantes para o Plínio e a Leise.
Obrigado pelo presente, mais do que um mimo, um gesto de amizade.
Abraços,
Lourdes e Dé
PS:
Abaixo, algumas fotos do passeio e do Calendário Maia.
Calendário Maia (entalhado em madeira)
Restaurante- Comida Tolteca
Castillo de Chapultepec
Castillo de Chapultepec (entrada)
Pirâmide da Lua
Pirâmide do Sol
Vulcão Popocatepe em ação
domingo, 23 de dezembro de 2012
Natal
NATAL

É o passado. Tempo para as boas recordações.
E somente as boas recordações.
O melhor do Natal não é o presente.
É o futuro. Como poderemos presentear
as novas gerações com um mundo melhor.
O melhor do Natal não é o presente.
É o agora. Contar com a sua amizade, sua solidariedade,
seu perfume amigo, o seu abraço e sorriso fraterno.
Isto sim; é NATAL!
NATAL é passado, é futuro, é agora; e não apenas PRESENTE.
Abraços
Dé, Lourdes e Thaís - Dez/2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Dr. Plínio Meireles comenta a honraria recebida pelo Gonzaga Geraldo
Este texto onde se comenta as honrarias recebidas e tão merecidas
pelo Engenheiro Agrônomo Luiz Gonzaga Geraldo, me deixa pelo menos quatro
saudosas recordações do passado.
Muito embora, o saudoso memorialista Dr. Pedro Nava, quando inquirido por um repórter sobre suas experiências passadas, tenha respondido que: “a experiência é como um carro com os faróis voltados para trás; só ilumina o passado”, o célebre Mario de Andrade teria dito muito antes: “o passado está feito para se recordar e não para se reviver”.
Contudo, todos nós que tivemos bons momentos e aventuras passadas, temos também boas razões para recordá-las e, como Roberto Carlos, podemos dizer: “emoções eu vivi”.
Na minha primeira recordação, me vem a lembrança dos pais do homenageado, o Sr. Isaías e a D. Margarida, cuja casa eu muito frequentei na sua fazendinha, quase sempre convidado para o almoço, e depois em Guidoval, na casa onde morou o Sr. Mário Queiroz. Sempre muito bem recebido pela atenção do Sr. Isaías e o carinho da D. Margarida.
Também pela amizade fraterna com o Luciano, que mesmo contrariando
a opinião do Eliseu da casa Sampaio, nos emprestava aqueles animais
maravilhosos, um cavalo e uma égua baios para nossos repassos e lazer.
Como se diria: enquanto descansavam da viagem do Luciano não
carregavam pedras, mas alguns amigos apenas. Agregando-se algo mais na relação
com essa família, eu e meu irmão Aulo tivemos como colegas no Ginásio Guido
Marlière os irmãos do Gonzaga, o José Geraldo e o João Batista.
Na segunda recordação está a então recém-criada ACAR. Salvo engano, no ano de 1950, víamos chegar a Guidoval, atravessando a ponte do Rio Xopotó, um Jeep do ano, novinho em folha, pilotado garbosamente pelo Engenheiro Agrônomo Nicolino Taranto, para dar assistência aos agricultores locais.
Não sei se por influência da ACAR, alguns dos nossos conterrâneos,
algum tempo depois, foram estudar agronomia em Viçosa. Naquela época já
tínhamos uma conterrânea formada em Medicina Veterinária no Rio de Janeiro, a
Geralda Batista. Somente em 1965 nos formamos nessa especialidade eu e o Ronom
Rodrigues e em 1966 o Roberto da Cunha Benini.
Na terceira e quarta recordações, que se complementam, vem a lembrança da cidade de Lavras, onde morei de 1978 a 1980, e a UFLA, onde nesse período frequentei o curso de Mestrado em Administração Rural, defendendo minha tese em Cooperativismo, com enfoque sociológico no ano de 1981.
Essas e outras recordações, tanto quanto novas informações sobre a nossa cidade e conterrâneos ilustres e prestigiados, podemos obter pelo Bloguidoval, graças ao empenho e dedicação do nosso querido conterrâneo Ildefonso Vieira, O Dé, uma pessoa muito importante para nós guidovalenses que moramos longe.
Os meus mais sinceros parabéns ao homenageado, Dr. Luiz Gonzaga Geraldo, e também ao amigo Dé, por nos propiciar o prazer dessas emoções.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Cântico Negro de José Régio
Cântico Negro
de
José Régio
"Vem por aqui"
- dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca princípio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio, pseudônimo
literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901.
Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de
Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu
principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no
entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois
atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925)
— apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras
posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o
indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o
orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante
os outros e perante a si mesmos.
Professora Carmem Cattete Reis Dornelas
Ela semeou
Justa e merecida a homenagem que a
“Agremiação do Samba Vila Trajano” prestou à Profª Carmem Cattete Reis Dornelas.
Toda cidade aplaudiu o desfile de domingo e terça-feira de carnaval.
Cidadã exemplar, D. Carmem - “mestra de
todas as artes” - educou várias gerações
de guidovalenses. Dirigiu com competência e dedicação a “Escola Primária
Mariana de Paiva”.
Historiadora, pesquisou, escreveu,
dirigiu e encenou a “História do Ribeirão Preto”, saga de uma raça que faz com
que nos orgulhemos de sermos seus conterrâneos. Promotora Cultural tomou parte em peças teatrais.
Artista Plástica, registra a nossa terra
em lindas
aquarelas. Artesã, faz trabalhos manuais que nos sensibiliza
pela criatividade e delicadeza. Deveriam ser mais divulgados, exportados,
ensinados às novas gerações.
Católica, cristã, devota, catequiza e comanda o Coral de crianças.
Encena, todo ano, o Auto de Santana e Via Sacra na Semana Santa.
Escritora, poetisa contribuiu com o
livro “Saudade Sapeense” escrevendo um lindo soneto dedicado ao Sô Trajano
Viana, por coincidência, nome da Escola de Samba que ora lhe rendeu homenagem.
Compôs hinos a Guidoval e ao Ginásio Guido Marlière.
Progressista, já participou ativamente
da política do município sendo eleita vereadora por 3 mandatos (31/01/71 a
31/01/83). Foi a primeira mulher a assumir
a nossa Câmara Municipal, inclusive a Presidência. Tive o privilégio de
lhe dar o meu primeiro voto, no seu primeiro mandato, quando foi a mais votada
do município.
Idealista, colaborou com vários jornais
de nossa cidade. Roubei-lhe o título acima de um artigo (ELE SEMEOU...) que escreveu em 11/06/1961 no jornal "A VOZ DE GUIDOVAL". No artigo, D.
Carmem enaltece Ernani Rodrigues chamando-o de “o semeador de ginásios”. Cheia
de otimismo conclama os jovens formandos no incipiente “Ginásio Guido Marlière” a retribuírem, no futuro, o ensino recebido,
seja “florescendo a agricultura da cidade”, transformando-a na "Canaã da
Zona da Mata", seja “delineando
planta de jardins e prédios para enfeitar a terra natal”. Já havia exemplo “de
professoras educando à nossa infância”. “Seriam, esses jovens, a
reserva moral de Guidoval.” D. Carmem tinha a
esperança nesses jovens. Estavam iniciando o curso superior no Rio de Janeiro,
Belo Horizonte e outras cidades, futuros médicos, agrônomos, professoras,
advogados, arquitetos, engenheiros, veterinários, contabilistas. Alguns,
poucos, pouquíssimos, aceitaram o chamamento de D. Carmem. Muitos ainda não
fizeram o que realmente podem pela nossa cidade. Ainda há tempo.
Por toda esta capacidade de liderar,
lutar, opinar, apontar caminhos, buscar soluções para a nossa terra, D. Carmem
faz jus às homenagens recebidas.
Resta-me agradecer a DEUS por sua fértil e frutífera existência.
Louvar a iniciativa da Vila Trajano pelo brilhante desfile. Parabéns aos carnavalescos
Luiz Januário, Joana do Pedro Cid, Aloísio Pinheiro, Edir Pires, Cristiano
Ribeiro, Marcílio Vieira, Raimundo do Tilúcio e todos os demais membros da
Comunidade da Vila Trajano pela feliz iniciativa, consagrada de êxito.
escrito por Ildefonso DÉ
Vieira
Artigo publicado, anteriormente, no jornal Saca-Rolha sobre o carnaval de 2003
ADENDO:
Para ler, na íntegra, o artigo escrito
por D. Carmem (ELE SEMEOU...) é só
acessar a página do Site de Guidoval
em http://www.devieira.com.br/guidoval.com/escola.htm.
Nesse artigo são citados nominalmente:
José Maciel Queiroga, Pedro Dias da Silva Filho, José Francisco Barbosa, Márcio
Nalon, Túlio Barbosa, Maria Pinto de Aguiar, Maria da Glória Simões Jorge, Marilene
Avidago Cruz, Élvia Reis de Andrade, Nelci Reis Campos, Maria Cecília da Cunha Benini,
Elzira Rodrigues, Márcio Barbosa, Laércio e Deoclécio Cattete Reis, Grenalvan Câncio
dos Reis, Gerson Occhi, Maria de Lourdes Bressan, Fábio Nalon de Queiroz,
Roberto e José Geraldo da Cunha Benini, João Batista Vieira, Plínio Augusto de
Meireles, Aulo Marcos Meireles, Ronan Rodrigues, Arlindo Ferraz Filho, José
Geraldo, Marta Vieira, Marlene Gonçalves da Cruz, Eliene e Joseli Carvalho
Lopes, Joarez Alves de Freitas, Henrique da Costa Reis, Joaquim de Freitas
Guimarães.
domingo, 16 de dezembro de 2012
EMATER-MG homenageia Governador Anastasia e Gonzaga Geraldo
EMATER-MG
homenageia Governador Anastasia e Gonzaga Geraldo
A Escola Agrícola de Rio Pomba, em 1971, formou a primeira turma de Técnicos
em Agropecuária. É com orgulho que digo pertencer a este grupo.
Em 1972, passei no concurso
da CEMIG para trabalhar em
eletrificação rural. Fui designado para São João del Rei. Cheguei à cidade no
dia 15 de agosto. Sinos badalando, banda de música tocando música sacra, ruas
enfeitadas para a procissão à Assunção
de Nossa Senhora. Ainda não havia chegado ao céu e já recebia as bênçãos da
Mãe de Jesus Cristo. Um dia emocionante para um rapaz de 20 anos.
A empresa pagou minha
hospedagem, por um mês, no Hotel Espanhol. Regalias da companhia para eu ir me
adaptando ao novo habitat. Nesse mesmo mês, encontrei o conterrâneo Luiz Gonzaga
Geraldo, filho dos saudosos Sô Isaías e Dona Margarida Geraldo. Recém-formado em agronomia, Gonzaga
trabalhava no escritório local da Associação de Crédito e Assistência Rural (ACAR-MG).
Solícito, um gentleman, Gonzaga
me convidou para morar na sua república. E mais, foi avalista e fiador. Nascia
uma amizade que permanece por mais de 40 anos. A república era composta por
Arlindo e Rui (Lavras), Mauro (Caconde), Takaó (Três Rios), Luiz (Nazareno), Dr.
Eli de Oliveira Carvalho (Conselheiro Lafaiete), Adilson e Professor Newton
(Barbacena). E nessa república cheguei a ser presidente. Em sistema de rodízio,
todos eram a cada mês.
Depois nas voltas que o
mundo dá, eu fui trabalhar em Lavras até aportar em BH. O Gonzaga transferiu-se
para Carandaí, Governador Valadares, fez Mestrado em Economia Rural na Universidade
Federal de Lavras (UFLA). Percorreu
a nossa Minas Gerais, inúmeras vezes, por todas as regiões.
Exerceu ao longo desse tempo
diversas atividades como extensionista rural, fazendo palestras, administrando
cursos, escrevendo livros e folhetos, coordenando a Administração Rural, o
Núcleo de Crédito Rural.
No biênio 1996/1997, presidiu
a Caixa de Beneficência dos Funcionários da Associação de Crédito e Assistência
Rural (CABEFE). Atualmente é Membro Efetivo do Conselho Deliberativo.
Agora em 6 de dezembro, Dia
do Extensionista Rural, a EMATER comemorando
64 anos de existência, homenageou diversos funcionários pelo tempo de serviço
dedicado à empresa.
Um dos agraciados foi o conterrâneo
e amigo Engº Agrônomo Luiz Gonzaga Geraldo. Recebeu placa e medalha pelos 40
anos de trabalho.
A solenidade contou com
presença do Governador Antônio Anastasia que recebeu a “Medalha do Mérito de Extensão Rural” por sua dinâmica atuação em
prol da assistência técnica e extensão rural mineira. A honraria foi criada em
2001. O primeiro condecorado foi
o ex-presidente Itamar Franco, quando exercia, à época, o cargo de governador
de Minas Gerais.
No seu discurso, o Governador Anastasia afirmou “que a atividade de
extensão rural é fundamental e tem sido uma das responsáveis para o alcance dos
resultados positivos da agricultura em Minas Gerais”.
“Todos nós mineiros temos
que ficar muito orgulhosos com o trabalho que a EMATER faz, que a extensão rural faz em nosso Estado. Se os
indicadores da agricultura mineira, ao longo dos últimos anos, têm sido tão
positivos, é porque, de fato, conseguimos colocar a extensão rural como um dos
pilares fundamentais desse desenvolvimento”, disse o governador.
“A agricultura pode mais
do que contribuir como âncora verde da nossa economia, mas ser o sustentáculo
da nossa prosperidade e desenvolvimento, sempre em equilíbrio, de modo
sustentável”,
destacou o governador.
“Tenho convicção que nos próximos dois anos,
que são os remanescentes de meu mandato, teremos ainda motivos muito positivos
de comemoração”,
afirmou Antonio Anastasia.
A ACAR-MG foi criada em 1948 e extinta em 1975, sendo substituída
pela EMATER-MG. Atualmente tem como
Presidente o Dr. Marcelo Lana Franco.
É vinculada à Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, dirigida pelo Elmiro Nascimento (primeiro
suplente do Senador Aécio Neves).
A EMATER-MG está presente em 783
municípios mineiros. Até o fim de 2012, deverá atender uns 400 mil agricultores
familiares, 7.795 organizações comunitárias e 372.643 pessoas em
sustentabilidade ambiental.
Os serviços prestados à
sociedade renderam-lhe o reconhecimento nacional. Em 2012, a EMATER-MG foi eleita pela terceira vez
a melhor empresa de Desenvolvimento Agropecuário do Brasil. A categoria faz
parte do Prêmio Melhores do Agronegócio da revista Globo Rural. Essa foi a
oitava edição do Prêmio.
Convidada pelo Governador
Anastasia, a nossa Prefeita eleita Soraia
Vieira Queiroz de Souza assistiu a cerimônia. Aproveitou para levar, em
nome dos guidovalenses, o nosso abraço ao conterrâneo homenageado.
Permito-me voltar ao tempo.
Recordo o estágio que fiz na antiga ACAR
em Ubá. Era uma precondição a conclusão do curso técnico em Rio Pomba. Aprendi
a reconhecer a importância desta empresa através do trabalho desenvolvido pelos
seus extensionistas que compartilhavam os seus conhecimentos aos agricultores e
fazendeiros da nossa região.
Em 1982, quando prefeito de
Guidoval, o meu pai José Vieira Neto, mais conhecido por Zizinho do Marcílio,
implantou o Escritório Local da EMATER
em nossa cidade. Um benefício aos nossos lavradores. Nesse mesmo ano, Zizinho, inaugurou
o prédio da “Administração Municipal Cid
Vieira” abrigando: escritório da EMATER,
Biblioteca Municipal Ernâni Rodrigues e órgãos da administração municipal e
estadual.
Gonzaga Geraldo é casado com
a conterrânea Rosália Ribeiro Ramos Geraldo. Têm dois filhos: Dr. Leonardo,
advogado, casado com a Antonella e Dr. Gustavo, médico, casado com Ana Paula,
pais do Benício.
Os nossos PARABÉNS ao amigo
Gonzaga pela justa homenagem, e a toda família, que, assim, como eu, deve estar
toda orgulhosa.
Fotos:
Cedidas
pela Assessoria de Comunicação da Emater-MG (Sebastião Avelar - jornalista)
Texto:
Governador Antônio Anastasia
Soraia e Gonzaga
Marcelo Lana Franco, Soraia e Gonzaga
Engº Agrônomo Luiz Gonzaga Geraldo e Dr. Marcelo Lana Franco
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Marcílio Boaventura Vieira Abritta
Marcílio Boaventura Vieira Abritta
Esta história tem uns 50 anos. As minhas histórias, assim como eu, estão ficando velhas. Ocorreu em meados de 1962, ou começo de 63, durante as férias escolares. Não me recordo se chovia dezembros ou fazia frios de julho.
Eu sei é que o “Cine Guidoval", do Severino Occhi, apresentou o show do maior sucesso infantil, à época, no país. O cantor-mirim era o filho mais velho do Tio Lalade e Tia Lili, o primoMarcílio Boaventura Vieira Abritta.
E eu estava lá. Vaidoso, feliz, todo orgulhoso com o sucesso dele, que imitava com perfeição um menino espanhol, ator e cantor conhecido como Joselito.
Os filmes emocionavam crianças e adultos no mundo inteiro. Guardo para mim esta noite inesquecível, dessas para ficar dependurada no varal da memória.
Marcílio se apresentava em programas de TVs em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro como o “Joselito brasileiro”.
Não sei detalhes de como foi descoberto o seu talento musical. Sei que a acompanhá-lo a todos os lugares estava o Padre José (?González Raposo?), uma espécie de preceptor, guarda-costas, empresário e guia espiritual.
O missionário Padre José pertencia ao Seminário Claret, da cidade de Rio Claro em São Paulo. Nesteeducandário, Marcílio ingressou em 1961.
Naquele tempo dar instrução aos filhos era um privilégio de ricos. As famílias mais humildes só conseguiam dar estudos aos filhos mandando-os para seminários mantidos por padres ou colégios técnicos subsidiados pelo governo.
Acredito que não foi por vocação do Marcílio ou promessa e devoção dos pais Osveraldo Abritta(Lalade) e Maria Vieira Abritta (Lili) que ele entrou para o seminário. Foi a vontade e a necessidade de aprender, progredir e vencer na vida. Foi um ato de sabedoria e coragem, desprendimento com sofrimento dos seus pais ao se privarem da companhia do primogênito. Nesse seminário Marcílio estudou o ginasial e quase todo colegial.
Revivendo estes fatos, me vem uma boa saudade dos bons momentos que passei em Cataguases. As brincadeiras com os primos Cláudio, Júlio, Fernando e Marcílio. As primas Inês e Isabel, bem mais novas e por serem meninas, brincavam com as suas bonecas.
E íamos,moleques, percorrer ruas do Bairro Granjaria, pular córregos, invadir as dependências do Colégio Cataguases, adentrando-no pelo buraco aberto na cerca devassável. Participar das “peladas” no campo de futebol. Penetrar as dependências do colégio, admirar as belezas do projeto de Oscar Niemeyer, jardins de Burle Marx e obras de Portinari.
Um dia, sozinho, com a inconseqüência dos meus oito ou nove anos, perambulando pelas ruas desse bairro me perdi lá pras bandas da Praça de Esporte. Atrevi-me a atravessar a linha férrea, cruzar a Avenida Astolfo Dutra. Depois foi uma proeza para encontrar o caminho de volta. Retornar ao latifúndio dos tios Lalade e Lili , situado entre a Avenida João Inácio Peixoto e Avenida Cel. Artur Cruz. Foi uma manhã de susto e medo, perdido entre ruas arborizadas na terra da Revista Verde e Rosário Fusco.
Numa dessas férias fomos a Cataguarino. No final do século 19, esse pequeno lugarejo acolheu o casal Joseph Abritta e Angela Salerno, avós do Tio Osveraldo. E lá a família multiplicou-se. Hoje temos Abritta eAbrita espalhados por todos os cantos, povoando esse mundaréu.
Ficamos hospedados na casa de um parente do Tio Lalade que possuía um armazém. Um dos comerciantes só andava de camisolão. Sofria de incontinência urinária. Esta imagem inusitada ficou guardada para sempre na minha cabeça.
Assim como o meu pai Zizinho do Marcílio, o Tio
Lalade torcia pelo Vasco da Gama desde antes do “Expresso da Vitória”. E permaneceu fiel ao time de coração até a eternidade.
Ao ver o brasão rubro-negro, maior adversário do seu clube, ouriçou-lhe os pelos, mexeu com os seus brios. Tio Lalade teve umaideia, propôs ao sobrinho, nesse caso eu, a seguinte estripulia “vamos esconder o coração do Flamengo dentro desse sapato-estribo”. Topei na hora. Toda criança gosta de um mal feito. E nessa ocasião eu ainda não estava contaminado pelo “flamenguismo”, doença que depois que nos pega, jamais nos abandona.
Colocamos o plano em prática. Tio e sobrinho, cúmplices, sorrateiros, esconderam o emblema do time da Gávea no interior do sapato de bronze. Não sei por quanto tempo ficou sumido o distintivo do MENGO. Sei que a travessura persiste na minha memória.
E nessa Pasárgada encravada ao pé da Serra da Onça, éramos amigos do rei, nesse caso a FamíliaAbritta. E mesmo sob a cerrada vigilância do Padre José, guarda-costas do Marcílio; aprontamos as nossas bagunças. Nadamos no córrego. Apoderamos da quase centenária
Igreja do Divino Espírito Santo do Empoçado. Tivemos acesso ao sistema de som. Colocamos na vitrola discos de 78 rpm. Sonorizamos a dorminhoca Cataguarino com melodias e chiados. Na sacristia encontramos uma vasilha repleta de hóstias. Com a autorização eclesial do primo Marcílio comemosmuitas hóstias. Eu que fizera a Primeira Comunhão havia pouco tempo achei, a princípio, uma heresia comer hóstias. Acontece que o argumento do primo mais velho e seminarista continha fundamento. Sem a CONSAGRAÇÃO, a hóstia seria apenas uma massa de pão ázimo. Não pecamos.
Hoje não tem mais a velha igreja. Os doidos, sempre de plantão, desmancharam-na em 1965.
Não sei se antes ou depois desse passeio a Cataguarino, pegamos uma carona no almoço oferecido pelo Monsenhor da Igreja Santa Rita de Cássia ao Padre José e Marcílio. Uma ceia, um banquete.
Em meados da década de 60 fervilhava o mundo musical. Era assim na Meia Pataca do poeta Joaquim Branco e no antigo Sapé de Ubá, na Barbearia do Sô Nilo onde se reunia os bambambãs da música de Guidoval.
Em 1965, os Beatles contagiam com Help de Lennon/McCartney, Roberto Carlos ataca de “Quero que Vá Tudo pro Inferno” e os RollingStones de Mick Jagger eletriza a juventude com "(I Can't Get No)Satisfaction".
Contrapondo-se ao rock'n'roll, no Brasil apelidado de iê-iê-iê ou Jovem Guarda; a Bossa Novaconsagrava-se na trilogia de João Gilberto com (Chega de Saudade - 1959), (O Amor, o Sorriso e a Flor - 1960) e (João Gilberto - 1961). Isto sem contar as canções românticas de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra como Minha namorada e Primavera; além dos disputadíssimos festivais de música da TV Excelsior e Record. Elis Regina interpretando Arrastão, Nara Leão cantando a Banda de Chico Buarque e Jair Rodrigues arrebatando o público com a Disparada de Theo de Barros e Geraldo Vandré.
E caminhando “sem lenço e sem documento” pelas ruas, praças e avenidas na terra dos Peixoto discutíamos as nossas preferências musicais. Os irmãos Fernando e Marcílio fãs ardorosos do rock/iê-iê-iê; eu e o primo Nivaldinho, filho da Tia Zizi e Tio Nivaldo Abritta, defensores da Bossa Nova e da boa Música Popular Brasileira (MPB). Tolas discussões que não levam a nada, como todas as discussões.
Em 1968 eu estudava na Escola Agrícola de Rio Pomba. No dormitório, cada quarto contava com 18 camas, nove de cada lado. A cama ao meu lado era do amigo juiz-forano Mauro Callado. Um dia ele chegou com um violão que passou a morar entre as nossas camas. Notando a minha curiosidade pelo instrumento, ele se dispôs a me ensinar os três primeiros acordes. Com eles tocava todo meu minguado repertório. Todos os acordes feitos no primeiro traste (Lá maior, Ré maior, Mi sétima). Um fiasco.
De novo veraneando por Cataguases, usufruindo da hospitalidade e o carinho da Tia Lili e Tio Lalade, encontro o Marcílio Boaventura dedilhando um violão. Aproveito para lhe revelar que eu estava tentando apreender a tocar este instrumento. E tô tentanto até hoje. O Marcílio tocava num conjunto da cidade, realizava bailes na região. Dominava guitarra e baixo. Em poucos minutos me deu uma aula sobre o braço do violão. Os intervalos das notas, tom, semitom, bemóis e sustenidos. E a tacada de mestre, o acorde feito no primeiro traste, se repetido com pestana, ao longo do braço do violão, ia se modificando como numa escala musical. De repente aprendi um dicionário de acordes. Simples, fantástico, inacreditável. Uma lição para o resto da vida.
Agora me bateu uma dúvida. Não sei se antes ou depois de tocar nesse conjunto musical, o Marcílio teve um programa numa rádio de Cataguases. Formou uma dupla com a cantora Maria Alcina. A duplaMM. Mais tarde a Maria Alcina seguiu uma fugaz carreira solo. Mesmo talentosa, surgiu e evaparou-se no sucesso de “Fio Maravilha”. Coisas da vida!
E no turbilhão da roda-viva cada primo foi para um lado. Eu andei por Rio Pomba, São João del Rei, Lavras e me fixei em BH. O Júlio rumou para o Mato Grosso. O Fernando andou por BH e estabeleceu-seem Juiz de Fora. O Cláudio, inteligente, não saiu da Granjaria. O Nivaldinho “gauchou” lá pras bandas de Rio Grande, próximo ao Chuí. O Marcílio Boaventura andou por Leopoldina e lá trabalhou até aposentar-se no IBGE. Fiel às suas raízes não abandonou Cataguases. Constituiu família, tem filhos. Nas horas de folga, planta taiobas.
Como hoje é dia do aniversário do Marcílio, deixo aqui os meus parabéns, felicidades e votos de muita Saúde, Sorte e Sucesso!
escrito por Ildefonso Dé Vieira
em 11/12/2012
Os primos estão agora se reencontrando nas páginas do facebook.
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