Perdi um amigo
Amigo
tem vários significados, dependendo do ponto de vista de cada pessoa diante de
determinada situação. Para este momento quero definir como amigo aquele que
sempre me tratou com muito carinho e respeito.
Escrevo este texto em homenagem a José Luiz
Magalhães, alguém que aprendi a admirar e gostar na época em que estudava para
o concurso de Professor do Estado de Minas Gerais; ocasião em que ganhei um amigo.
As
viagens eram sempre muito divertidas, ele nunca demonstrava cansaço,
contrariedade, nunca ficou de cara feia (mesmo tendo que trabalhar nos finais
de semana). Era sempre muito alegre e comunicativo.
No
micro-ônibus eu viajava na poltrona da frente, ao lado do motorista, pra ficar
conversando com ele, e a gente falava de tudo durante a viagem a Muriaé,
sobretudo de coisas divertidas, alegres. Um dia, já sem assunto, a gente
resolveu contar os carros pra ver qual rodovia era mais movimentada: a de Guiricema
para Visconde do Rio Branco ou a de Ubá para Guidoval. Não recordo qual tinha
mais movimento na época, mas recordo bem do amigo que viajava alegre,
trabalhando numa tarde de domingo após um dia todo fora de casa, dirigindo
feliz por estar fazendo uma coisa que gostava muito: ser um bom servidor na
profissão que escolhera para ganhar o pão de cada dia.
O tempo
passou, mas a amizade permaneceu. Não tínhamos muito contato. Mas sempre que
nos víamos a alegria estava estampada em nossos rostos de amigos, que pra mim
significa desejar o bem ao próximo. Desejou o bem ao próximo é amigo. E José
Luiz Magalhães sempre me desejou o bem e da minha parte recebeu o mesmo
sentimento.
Ao
receber a notícia que ele tinha falecido, ontem (18 de fevereiro de 2014), não
acreditei. Descendo a Rua Padre Baião, encontrei com Sô Zezinho Rezador (outro
grande amigo); veio dele a frase que acatei imediatamente: Seja feita a vontade
de Deus!
Hoje
cedo, na Escola Mariana de Paiva, ao ver a tristeza demonstrada por duas
adolescentes da zona rural, que para vir estudar eram conduzidas pelo ônibus
escolar dirigido pelo Luiz, percebi o quanto ele era querido pelos alunos.
Conversando
com o Gonçalves, concunhado dele, a gente falava sobre o que se leva dessa
vida; leva-se isso: amigos que ganhamos com gestos de desejar o bem; amigos que
se aproximam por um pequeno período e depois seguem seus destinos, mas que
sempre terão o outro no coração.
Levam-se
muitas outras coisas para o além; as que ficam para a eternidade
serão sempre o que temos de melhor em nós e doamos para os outros.
Luiz
deixou as melhores lembranças possíveis, para seus familiares, companheiros de
trabalho, vizinhos, e incontáveis passageiros que usufruíram de sua maneira
exemplar de conduzir um transporte público – dentre eles este cronista e as
adolescentes que hoje encontrei no pátio de nossa escola com os olhos cheios de
lágrimas.
escrito por Marcílio José Vieira Neto
Um comentário:
Palavras que brotam do coração!
Dá para sentir o quanto eram amigos
Lindo!!!
Maria José Baía Meneghite
Jornal Leopoldinense
Leopoldina MG
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