quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Perdi um amigo

Perdi um amigo

Amigo tem vários significados, dependendo do ponto de vista de cada pessoa diante de determinada situação. Para este momento quero definir como amigo aquele que sempre me tratou com muito carinho e respeito.
 Escrevo este texto em homenagem a José Luiz Magalhães, alguém que aprendi a admirar e gostar na época em que estudava para o concurso de Professor do Estado de Minas Gerais; ocasião em que ganhei um amigo.
As viagens eram sempre muito divertidas, ele nunca demonstrava cansaço, contrariedade, nunca ficou de cara feia (mesmo tendo que trabalhar nos finais de semana). Era sempre muito alegre e comunicativo.
No micro-ônibus eu viajava na poltrona da frente, ao lado do motorista, pra ficar conversando com ele, e a gente falava de tudo durante a viagem a Muriaé, sobretudo de coisas divertidas, alegres. Um dia, já sem assunto, a gente resolveu contar os carros pra ver qual rodovia era mais movimentada: a de Guiricema para Visconde do Rio Branco ou a de Ubá para Guidoval. Não recordo qual tinha mais movimento na época, mas recordo bem do amigo que viajava alegre, trabalhando numa tarde de domingo após um dia todo fora de casa, dirigindo feliz por estar fazendo uma coisa que gostava muito: ser um bom servidor na profissão que escolhera para ganhar o pão de cada dia.
O tempo passou, mas a amizade permaneceu. Não tínhamos muito contato. Mas sempre que nos víamos a alegria estava estampada em nossos rostos de amigos, que pra mim significa desejar o bem ao próximo. Desejou o bem ao próximo é amigo. E José Luiz Magalhães sempre me desejou o bem e da minha parte recebeu o mesmo sentimento.
Ao receber a notícia que ele tinha falecido, ontem (18 de fevereiro de 2014), não acreditei. Descendo a Rua Padre Baião, encontrei com Sô Zezinho Rezador (outro grande amigo); veio dele a frase que acatei imediatamente: Seja feita a vontade de Deus!
Hoje cedo, na Escola Mariana de Paiva, ao ver a tristeza demonstrada por duas adolescentes da zona rural, que para vir estudar eram conduzidas pelo ônibus escolar dirigido pelo Luiz, percebi o quanto ele era querido pelos alunos. 
Conversando com o Gonçalves, concunhado dele, a gente falava sobre o que se leva dessa vida; leva-se isso: amigos que ganhamos com gestos de desejar o bem; amigos que se aproximam por um pequeno período e depois seguem seus destinos, mas que sempre terão o outro no coração.
Levam-se muitas outras coisas para o além; as que ficam para a eternidade serão sempre o que temos de melhor em nós e doamos para os outros.
Luiz deixou as melhores lembranças possíveis, para seus familiares, companheiros de trabalho, vizinhos, e incontáveis passageiros que usufruíram de sua maneira exemplar de conduzir um transporte público – dentre eles este cronista e as adolescentes que hoje encontrei no pátio de nossa escola com os olhos cheios de lágrimas.
escrito por Marcílio José Vieira Neto

Um comentário:

Anônimo disse...


Palavras que brotam do coração!
Dá para sentir o quanto eram amigos
Lindo!!!
Maria José Baía Meneghite
Jornal Leopoldinense
Leopoldina MG