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O
Salim me convidou
Para um forrobodó
Na casa da sua vó
De colete e paletó
Na casa da sua vó
De colete e paletó
Meti
um terno
Fui "praquele" cafundó
Vi uma morena só
Garganta deu um nó
Fui "praquele" cafundó
Vi uma morena só
Garganta deu um nó
Puxei
conversa
Mais de esperteza do que dó
Ela sorriu...
Gostou do meu gogó
Mais de esperteza do que dó
Ela sorriu...
Gostou do meu gogó
Fomos
pro alpendre
Comendo pão-de-ló
Quando latiu prá mim
O vira-lata Totó
Comendo pão-de-ló
Quando latiu prá mim
O vira-lata Totó
Nem
pestanejei
Meti-lhe o pé no fiofó
O dono apareceu
Trazendo um enorme cipó
Meti-lhe o pé no fiofó
O dono apareceu
Trazendo um enorme cipó
Nem
quis explicação
Saber de trolo-ló
Formou-se a confusão
Um enorme qüiproquó
Saber de trolo-ló
Formou-se a confusão
Um enorme qüiproquó
Pernada,
rasteira,
Levantando o pó
Nego rolando ribanceira
Até o Chopotó
Levantando o pó
Nego rolando ribanceira
Até o Chopotó
Mulheres
rezando
À Nossa Senhora do Ó
O sanfoneiro muito vivo
Atacou novo forró
Sabedoria de Salomão
Paciência de Jó
À Nossa Senhora do Ó
O sanfoneiro muito vivo
Atacou novo forró
Sabedoria de Salomão
Paciência de Jó
Já
avisei para o Salim
Não volto mais
No forrobodó da sua vó
Não volto mais
No forrobodó da sua vó
Músicos
Voz: Paulo Loureiro
Violão: Geraldo Vianna
Baixo: Milton Ramos
Bateria: Esdra (Neném) Ferreira
Percussão: Ricardo Cheib
Teclados: Clóvis Aguiar
Rapsódia negra
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É noite de São João,
É noite de lua cheia,
Lá fora faz frio.
Em torno do fogo aceso no terreiro,
vindos do Congo e da Guiné,
Crioulos e crioulinhos,
caboclos e cabranazes,
dançam e se misturam
aos sons dos rapapés
com o som dos instrumentos mais exóticos
Zunem, zunzunem os tambus e os urucungos,
zinem berimbaus,
gritam estrídulos apitos,
troam tambores, reco-recos e timbales,
ouvem-se chios de chinelos e de caixas,
cascavelhadas de chocalhos rechuchados,
rugidos e remugidos,
rouquidos e zangarreios,
grulhos, grugrulhos,
de cangueiras e de canzas,
de puítas e de marimbas,
zonzons de embiaxós.
Picando o passo,
o dançador desarticula-se,
saracoteia, cabriola,
regamboleia, e perereca,
e se distorce,
e desconjunta-se
em tremuras epilépticas,
em contraturas espasmódicas, tetânicas,
como o doente, quando dá o tângoro-mângoro,
e ficam zangaralhões,
bambalhamassas,
trangalhadanças.
Como as corujas, como os corvos crocitando,
em uivos surdos, em regougos agoureiros,
de cururus, jacurutus e noitibós,
Lúgubres, fúnebres, soturnos,
se misturam os zumbos dos urucungos e os rufos dos timbatus.
Trinam, tinindo, campainhas retínulas . ..
Há rataplãs, tantãs de tamborins,
roucos tutuques de zabumbas e ritumbas
— e o batourar, tamborilando, interrupto,
no babaréu das mussambas, o barundum dos atabaques.
Em trepe-trepe, em trape-trape, em teque-teque,
em estralada estrepitosa, estrondeante,
taraz-baraz, quadrupedando,
estrupidante, rugitando, em rugibó,
estalido e sapateio,
retumba o mundo africano,
trabuca o cateretê!
texto de Martins Fontes
adaptação e interpretação do Prof. Ibsen Francisco de Sales –
SALIM
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