Rua
Conde de Conceição
Morei nesta
rua em 1962. Tinha 10 anos. Estou escrevendo sobre este tempo. Aos 29 anos, em
1981, fiz uma música para a “Agremiação Calouros do Samba” e intitulei de “Vó Elisa, nossas ruas - nossa história”. Fazia críticas a nomes de algumas de nossas ruas que reverenciava pessoas que
apesar de serem importantes no cenário nacional eram desconhecidas pelo nosso
povo. E sabedoria popular vingava-se
dando apelido a estas ruas:
“Rua do Alto,
Maria Benzedeira,
Das Flores,
do Campo, Sacramento,
Saudade, do Sapo, da Cachoeira,
Largo, Pracinha, Rua do Zé Bento.”
E ainda: Fundão, Vai-e-Volta, Niterói, Corta-Rabo, Esquina, Fundão, Morro do Trajano, Morro da Sá Lódia, Tatal, Sabiá, Papagaio.
No final da canção reivindicava um nome de rua para a Vó Elisa. E numa
estrofe eu ironiza:
“Conceição quem foi este Conde,
da índia, morena
ou mulata,
pergunto ninguém
responde,
Rua dos "Tocos" não tem cascata.”
Naquele
tempo sem internet e o Google, não fazia a menor ideia quem poderia ser este
Conde. E a minha fraca memória registrava “Conde da
Conceição” ao invés de “Conde de Conceição”.
Agora,
pesquisando, li que em 7 de março de 1868 o Imperador D. Pedro II conferiu o
título de Conde de Conceição a Dom Antônio Vicente Ferreira Viçoso, Bispo desde
12 de janeiro de 1844.
O Bispo era
amigo do Visconde de Ouro
Preto (Afonso Celso de Assis Figueiredo) pai do Conde de Afonso Celso
(Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior), que foi proprietário da “Fazenda
Sant'Ana da Serra” e dono de um casarão na Rua do Fundão onde depois funcionou
as “Escolas Reunidas” e a Prefeitura Municipal de Guidoval.
Creio que a homenagem da Rua Conde de Conceição foi por influência do Conde
Afonso Celso. Em Minas Gerais tem dois municípios em homenagem ao Bispo: Dom
Viçoso e Viçosa.
Dom Antônio Vicente Ferreira Viçoso, nasceu em Peniche (Portugal) em 13
de maio de 1787, oitavo bispo da arquidiocese de Mariana, e faleceu no dia 5 de
agosto de 1875.
Para mais informações acessar o link:
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