Vianelo (Albino)
Silva
Hoje, dia 16
de agosto, Vianelo Silva, conhecido como Vianelo Albino estaria completando 86
anos de idade, pois nasceu em 16/08/1933. Mas quis DEUS, que ele fosse para o seu
reino em plena comemoração do Dia do
Guidovalense, durante a Festa
Santana. Faleceu no dia 25 de Julho. A Procissão do Mastro de Santana já havia percorrido várias ruas da cidade e o Quadro da Padroeira estava hasteado em frente
a nossa Igreja Matriz de Santana. A
fogueira acesa, nos céus espoucaram foguetes, um pequeno show pirotécnico,
tradição mantida ao longo de mais de 60 anos, enquanto a nossa Corporação Musical Belarmino Campos
tocava velhos dobrados e melodias atuais, sob os olhares e ouvidos atentos de
centenas de pessoas aglomeradas nas escadarias no nosso grandioso templo.
E o meu
saudoso amigo Vianelo, com certeza, deve ter assistido este último espetáculo
junto aos seus entes queridos que já se abrigam sob o manto protetor do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era filho de
José (Albino) Eduardo da Silva e Maria Rosa de Jesus que tiveram oito filhos: Chiquito
Albino, Benvindo Silva, José, João, Elza, Eva, Elzi e Vianelo.
O meu pai José
Vieira Neto (Zizinho do Marcílio) ficou orfão aos três meses de idade e teve
como mãe de leite a Dona Maria Rosa de Jesus e por isto o papai considerava o
Vianelo e os seus irmãos como irmãos de leite.
Vianelo
exerceu várias atividades, artista circense (palhaço, trapesista, acrobata),
comerciante, funcionário da Sociedade Esportiva Recreativa 66 (Clube Meia-Meia), apanhador de manga e lavrador. Mas a atividade que mais lhe deu
prazer era a de futebolista. Um amante devoto do Cruzeiro de Guidoval. Foi
goleiro, técnico, massagista, roupeiro, bilheteiro, marcador de campo, cuidador
do gramado e dependências do clube. Um futebolista.
E foi nos idos
de 1960 que conheci o Vianelo. Ele era o goleiro do melhor Juvenil que eu conheci e o técnico do Infantil e do Infanto-Juvenil.
Nesta época eu treinava no infantil. E me vem à memória, as missas dominicais
do Padre Oscar de Oliveira. Na hora da homília, enquanto Padre Oscar subia ao
púlpito para fazer a sua pregação, parte dos paroquianos saiam para o pórtico
da igreja. Os fumantes, inveterados, como o Sô Trajano Viana, acendiam um
cigarro. Outros, apenas conversavam fiado. E os meninos, o meu caso, ficavam
discutindo futebol, ansiosos para saber quais os jogadores o Vianelo tinha
escalado para a partida, na parte da tarde, no campo do Cruzeiro. A lista dos
convocados era afixada no prédio do cinema no Fundão. Era uma emoção ver o seu nome relacionado, não importando
se seria titular ou reserva.
Ah! E quanto
ao sermão do Padre Oscar, assim que ele o terminava, todos voltavam para dentro
da igreja para assistir o restante da missa.
Vianelo
pescava e nadava muito bem. Arremeçava uma tarrafa com muita competência e
ensinou muita gente a nadar no remanso da Cachoeira do Rio Chopotó.
Nos desfiles
comemorativos do Ginásio Guido Marlière
comandava uma equipe de alunos em acrobacias, pirâmides, saltos e piruetas. Era
um sucesso estas apresentações.
Lembro-me de
um circo-teatro montado na Rua do Vai-e-Volta, creio que na casa da Dona
Eurídes, onde hoje funciona o cartório. Vianelo era o palhaço, a Zarinha da
Dona Nadir uma das atrizes e o Frederico, irmão do Cuca, equilibrava-se em cima
de um cilindro. Hoje parece que tem o nome chique de “balancê board”.
Como disse
mais acima, o Vianelo era um futebolista e apaixonado pelo Clube de Regatas do Flamengo. E num tempo em que ainda não tinha TV
em Guidoval, o futebol chegava através do rádio do telejornal do Canal 100 no cinema. Então o jeito de
assistir aos seus ídolos era ir até o Rio de Janeiro.
E um
flamenguista não mede esforços para ver o seu time. Capitaneados pelo Natalino
Dornelas ia, em comitiva, Severino Occhi, Antônio Matos e Zé Maria Matos e
Vianelo Albino torcer pelo MENGO, o
mais querido.
Outra paixão
do Vianelo eram os animais, em especial o Roque,
um cachorro de rua que ele adotou. Um amigo inseparável. E quando o Roque
morreu, a sua sobrinha Louriete, disse que ele sofreu bastante e várias vezes o
viu, olhos marejados, com saudades do seu amigo.
Neste último
dia 25 de julho, assistindo os fogos de artifícios, à porta da Igreja Matriz de Santana, o Mateus me
informou que o Vianelo acabara de falecer. E me confidenciou que o Padre Oscar de Oliveira sofreu nos
últimos anos de sua vida com uma doença que lhe causava enormes dores. E nesta
fase de sua vida a única pessoa que ele aceitava que cuidasse da sua higiene
pessoal era o Vianelo Albino, que
cumpriu com esmero e abnegação esta missão.
Que DEUS guarde o bom cristão Vianelo
Silva. E que os inúmeros amigos e conterrâneos que conviveram com o Vianelo
reze pela sua alma.
Abaixo, FOTOS
cedidas, gentimente, pela sua sobrinha Louriete.
ADENDO:
Nos idos de
1960 que conheci o Vianelo. Ele era o goleiro do melhor juvenil que eu conheci
tinha ainda os atletas Luiz Pinheiro, Zé Maria Matos, Célio Teixeira Albino, Zé
Américo, Dilermando e Luiz Antônio Ribeiral, Zé da Conceição, Candinho do
Calixto, Oscar e Chiquinho Matos, Cidinho Vieira, Lucas de Freitas Vieira e Eloir
Máximo.
Além de ser o
goleiro do Juvenil, o Vianelo era o
técnico do Infanto-Juvenil e do Infantil. E por esta época eu tinha
idade para jogar no INFANTIL. E aproveito este espaço para relembrar alguns dos
amigos e colegas contemporâneos: Chicão, Oscar (Belé) e Paulo Alberto (Pulica)
do João Matos; Felício e Beto do Neném Siqueira; Roberto e Ronaldo Vieira do
Geraldo Didu; Francisco e Luiz Antônio (Onça) do Zé Matias; Ângelo (do Sô
Casin) Aguiar, Marcellus da Dona Carmem, Adauto Magalhães Ribeiral, Roldão do
João Gonçalves, Tião Medonha da Rua do
Alto, João (do João) Nunes, Braz do Zé Firmino, Jorginho (Cariá) do Duzin, Mateus
de Freitas Vieira, Flavinho do Dibens Queiroz, Nélio do Sô Gil Queiroga.
E como citei
jogadores do Juvenil e do Infantil, lembrarei de alguns dos que jogavam no
Infanto-Juvenil, que tinha o Vianelo também como técnico: Tarcísio (do Sô
Raphael Cusati), Jorge (do Dr. Jair Dentista) Sobral Venâncio, Zé Juber Ribeiro
do Felismino, Pedro Camargo da Dona Marfisa, Zé Sérgio do Zé Damato, Preto do
João Matos, Ângelo do Olivier, Dunga do Geraldo Matos; Luiz Américo, Luciano e Paulo
do Ferreirinha; Paulo César do Sô Gil Queiroga, José Jorge de Freitas (Zé Bodega do Zé Negueta), Teco da Companhia
(Pombal), Kléber do Jésus Ribeiro, Gonzaga ( do Duzin Vieira), Júlio César do
Levindo Albino, Bráz do Calixto, Gilberto do Geraldo Pinheiro, Aloisio (Nite) e
Fabinho do Zé Estulano, Aurinho e Quinca do Áureo Ribeiral.
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