sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Vianelo (Albino) Silva


Vianelo (Albino) Silva

Hoje, dia 16 de agosto, Vianelo Silva, conhecido como Vianelo Albino estaria completando 86 anos de idade, pois nasceu em 16/08/1933. Mas quis DEUS, que ele fosse para o seu reino em plena comemoração do Dia do Guidovalense, durante a Festa Santana. Faleceu no dia 25 de Julho. A Procissão do Mastro de Santana já havia percorrido várias ruas da cidade e o Quadro da Padroeira estava hasteado em frente a nossa Igreja Matriz de Santana. A fogueira acesa, nos céus espoucaram foguetes, um pequeno show pirotécnico, tradição mantida ao longo de mais de 60 anos, enquanto a nossa Corporação Musical Belarmino Campos tocava velhos dobrados e melodias atuais, sob os olhares e ouvidos atentos de centenas de pessoas aglomeradas nas escadarias no nosso grandioso templo.
E o meu saudoso amigo Vianelo, com certeza, deve ter assistido este último espetáculo junto aos seus entes queridos que já se abrigam sob o manto protetor do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era filho de José (Albino) Eduardo da Silva e Maria Rosa de Jesus que tiveram oito filhos: Chiquito Albino, Benvindo Silva, José, João, Elza, Eva, Elzi e Vianelo.
O meu pai José Vieira Neto (Zizinho do Marcílio) ficou orfão aos três meses de idade e teve como mãe de leite a Dona Maria Rosa de Jesus e por isto o papai considerava o Vianelo e os seus irmãos como irmãos de leite.
Vianelo exerceu várias atividades, artista circense (palhaço, trapesista, acrobata), comerciante, funcionário da Sociedade Esportiva Recreativa 66 (Clube Meia-Meia), apanhador de manga e  lavrador. Mas a atividade que mais lhe deu prazer era a de futebolista. Um amante devoto do Cruzeiro de Guidoval. Foi goleiro, técnico, massagista, roupeiro, bilheteiro, marcador de campo, cuidador do gramado e dependências do clube. Um futebolista.
E foi nos idos de 1960 que conheci o Vianelo. Ele era o goleiro do melhor Juvenil que eu conheci e o técnico do Infantil e do Infanto-Juvenil. Nesta época eu treinava no infantil. E me vem à memória, as missas dominicais do Padre Oscar de Oliveira. Na hora da homília, enquanto Padre Oscar subia ao púlpito para fazer a sua pregação, parte dos paroquianos saiam para o pórtico da igreja. Os fumantes, inveterados, como o Sô Trajano Viana, acendiam um cigarro. Outros, apenas conversavam fiado. E os meninos, o meu caso, ficavam discutindo futebol, ansiosos para saber quais os jogadores o Vianelo tinha escalado para a partida, na parte da tarde, no campo do Cruzeiro. A lista dos convocados era afixada no prédio do cinema no Fundão. Era uma emoção ver o seu nome relacionado, não importando se seria titular ou reserva.
Ah! E quanto ao sermão do Padre Oscar, assim que ele o terminava, todos voltavam para dentro da igreja para assistir o restante da missa.
Vianelo pescava e nadava muito bem. Arremeçava uma tarrafa com muita competência e ensinou muita gente a nadar no remanso da Cachoeira do Rio Chopotó.
Nos desfiles comemorativos do Ginásio Guido Marlière comandava uma equipe de alunos em acrobacias, pirâmides, saltos e piruetas. Era um sucesso estas apresentações.
Lembro-me de um circo-teatro montado na Rua do Vai-e-Volta, creio que na casa da Dona Eurídes, onde hoje funciona o cartório. Vianelo era o palhaço, a Zarinha da Dona Nadir uma das atrizes e o Frederico, irmão do Cuca, equilibrava-se em cima de um cilindro. Hoje parece que tem o nome chique de “balancê board”.
Como disse mais acima, o Vianelo era um futebolista e apaixonado pelo Clube de Regatas do Flamengo. E num tempo em que ainda não tinha TV em Guidoval, o futebol chegava através do rádio do telejornal do Canal 100 no cinema. Então o jeito de assistir aos seus ídolos era ir até o Rio de Janeiro.
E um flamenguista não mede esforços para ver o seu time. Capitaneados pelo Natalino Dornelas ia, em comitiva, Severino Occhi, Antônio Matos e Zé Maria Matos e Vianelo Albino torcer pelo MENGO, o mais querido.
Outra paixão do Vianelo eram os animais, em especial o Roque, um cachorro de rua que ele adotou. Um amigo inseparável. E quando o Roque morreu, a sua sobrinha Louriete, disse que ele sofreu bastante e várias vezes o viu, olhos marejados, com saudades do seu amigo.
Neste último dia 25 de julho, assistindo os fogos de artifícios, à porta da Igreja Matriz de Santana, o Mateus me informou que o Vianelo acabara de falecer. E me confidenciou que o Padre Oscar de Oliveira sofreu nos últimos anos de sua vida com uma doença que lhe causava enormes dores. E nesta fase de sua vida a única pessoa que ele aceitava que cuidasse da sua higiene pessoal era o Vianelo Albino, que cumpriu com esmero e abnegação esta missão.
Que DEUS guarde o bom cristão Vianelo Silva. E que os inúmeros amigos e conterrâneos que conviveram com o Vianelo reze pela sua alma.

Abaixo, FOTOS cedidas, gentimente, pela sua sobrinha Louriete.








ADENDO:

Nos idos de 1960 que conheci o Vianelo. Ele era o goleiro do melhor juvenil que eu conheci tinha ainda os atletas Luiz Pinheiro, Zé Maria Matos, Célio Teixeira Albino, Zé Américo, Dilermando e Luiz Antônio Ribeiral, Zé da Conceição, Candinho do Calixto, Oscar e Chiquinho Matos, Cidinho Vieira, Lucas de Freitas Vieira e Eloir Máximo.

Além de ser o goleiro do Juvenil, o Vianelo era o técnico do Infanto-Juvenil e do Infantil. E por esta época eu tinha idade para jogar no INFANTIL. E aproveito este espaço para relembrar alguns dos amigos e colegas contemporâneos: Chicão, Oscar (Belé) e Paulo Alberto (Pulica) do João Matos; Felício e Beto do Neném Siqueira; Roberto e Ronaldo Vieira do Geraldo Didu; Francisco e Luiz Antônio (Onça) do Zé Matias; Ângelo (do Sô Casin) Aguiar, Marcellus da Dona Carmem, Adauto Magalhães Ribeiral, Roldão do João Gonçalves,  Tião Medonha da Rua do Alto, João (do João) Nunes, Braz do Zé Firmino, Jorginho (Cariá) do Duzin, Mateus de Freitas Vieira, Flavinho do Dibens Queiroz, Nélio do Sô Gil Queiroga.

E como citei jogadores do Juvenil e do Infantil, lembrarei de alguns dos que jogavam no Infanto-Juvenil, que tinha o Vianelo também como técnico: Tarcísio (do Sô Raphael Cusati), Jorge (do Dr. Jair Dentista) Sobral Venâncio, Zé Juber Ribeiro do Felismino, Pedro Camargo da Dona Marfisa, Zé Sérgio do Zé Damato, Preto do João Matos, Ângelo do Olivier, Dunga do Geraldo Matos; Luiz Américo, Luciano e Paulo do Ferreirinha; Paulo César do Sô Gil Queiroga, José Jorge de Freitas  (Zé Bodega do Zé Negueta), Teco da Companhia (Pombal), Kléber do Jésus Ribeiro, Gonzaga ( do Duzin Vieira), Júlio César do Levindo Albino, Bráz do Calixto, Gilberto do Geraldo Pinheiro, Aloisio (Nite) e Fabinho do Zé Estulano, Aurinho e Quinca do Áureo Ribeiral.
 


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