Odilon dos Reis
Odilon dos Reis nasceu no dia 25 de outubro de 1916, no antigo Sapé de Ubá, hoje Guidoval. Os seus pais
Camilo Marcos dos Reis e Etelvina Cesária Reis moravam, à época, na Praça do
Mercado, que já foi chamada de Praça Getúlio Vargas, hoje denominada Praça Três
Irmãos.
Ainda criança teve poliomielite que
lhe afetou uma das pernas, mas não foi o suficiente para que tivesse uma
infância saudável participando das brincadeiras e peraltices próprias da idade,
destacando-se na natação no Rio Chopotó.
Inteligente e vivaz, muito cedo
aprendeu música, tornando-se um instrumentista habilidoso tanto em instrumento
de sopro, em especial o trombone; como
em instrumentos de cordas. com destaque para o violino e o violão.
Artesão e perfeccionista, ainda
jovem aprendeu a profissão de alfaiate exercendo-a de 1932 a 1949 quando entrou
para o serviço público estadual, aposentando-se em 1981 por tempo de serviço.
Em
22 de abril de 1939 casou-e com Nelcina Efigênia Reis e tiveram duas filhas:
Ione e Terezinha
Quando em 1953 começou a funcionar o
Ginásio Guido Marlière, Odilon dos
Reis tornou-se o primeiro professor de Canto
Orfeônico da instituição.
É um dos fundadores, em 1936, da
famosa Banda "Jazz Sapeense"
que alegrou bailes e festividades, do município, na décadas de 30, 40 e 50.
Tocou violino em cinema mudo o teatros.
Com uma boa voz de barítono
participou do Coro da Igreja Matriz de Santana. Sonorizou, com seu violino,
inúmeros casamentos.
De 1960 a 1983 integrou o coral "Madrigal Ubaense”fundado e dirigido pelo Maestro Marum Alexander.
Nos anos 80, residindo na cidade de
Ubá, participou do Coro da Igreja São Januário tocando
violino junto com a pianista D. Chiquinha Dias Paes e outros.
Era compositor e arranjador. Fez uma
música interessante em homenagem ao Mundico (Raimundo Nonato de Faria).
Em Guidoval, fez parte da diretoria
do “Cruzeiro Futebol Clube", ao qual nutria paixão.
Enriqueceu o livro "Saudade Sapeense", publicado em
1982, escrevendo o "Soneto para o
Dé".
Escritor nato, dono de uma linda
caligrafia, culto, autodidata, escreveu sonetos, poesias, textos, gostava muito
de acrósticos e nos deixou alguns deles, assim revela a sua Jane. Que ainda
acrescenta: Tinha o dom da palavra, era eloquente, o talento para discursar era
inconfundível e em várias ocasiões, recorriam a ele para emprestar seu dom.
Sua casa era constantemente palco de
reuniões de vários amigos, músicos como ele, de Guidoval e os que residiam fora, mas em datas festivas,
era palco de saraus, noites regadas à
boa música e os deliciosos licores da sua esposa D. Efigeninha.
Para a família e amigos, o
conselheiro, o esposo dedicado, o pai
amoroso, o avô doce e firme, inigualável e inesquecível. Ensinamentos de
justiça, honestidade, lisura, decência, são legados que deixou para suas filhas
e netos e que tentamos transmitir para
seus bisnetos, os quais não tiveram a
alegria de conhecê-lo.
Faleceu, aos 69 anos, em 18/11/1984,
deixando uma lacuna imensurável no cenário esportivo-lítero-musical da nossa
cidade de Guidoval.
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