(publicado no Jornal de Guidoval - nº 17 - Maio/2006)
Muita gente, a maioria,
desconhece ou não dá importância à Câmara Municipal. Votam, às vezes, em
vereadores por favores recebidos como uma carona até o hospital em Ubá, uma
caixa d'água, um saco de cimento ou um punhado de telhas. A distribuição destes
mimos e pequenos agrados desobrigam os vereadores de exercerem as suas
verdadeiras funções de LEGISLAR, FISCALIZAR e DELIBERAR. O
prejuízo deste desvio de conduta é da sociedade.
A Câmara Municipal é responsável
por criar leis que assegurem direitos aos cidadãos e melhorias ao município.
Fiscalizar e acompanhar a execução do orçamento. Julgar as contas da
prefeitura. Fixar vencimentos dos servidores públicos. Dar forma ao Regimento
Interno, e principalmente, elaborar a Lei Orgânica (Constituição do
Município), suas alterações, acréscimos e aprimoramento.
Houve um tempo em que os
vereadores nada recebiam para exercer a sua nobre missão. Bons tempos, hein!!!
Pela nossa Câmara passaram ilustres guidovalenses que exerceram a vereança sem
nenhum pagamento. A recompensa??? Servir ao município, ora bolas!!!
Era comum um vereador pedir
licença para que outro colega assumisse o seu lugar. Gentlemen das causas
públicas. É bom que se saiba que política não é PROFISSÃO e sim um ENCARGO,
ofício de doar-se à coletividade.
O “golpe de 64” criou
monstrengos e casuísmos como senadores biônicos, prefeitos nomeados, eleições
indiretas e remuneração a vereadores em cidades com menos de cem mil
habitantes.
Garanto que há em Guidoval mais
de 54 cidadãos dispostos a exercer de “graça”, o cargo de vereador. Portanto,
como são nove vereadores que compõem a nossa câmara, existe mais de seis
concidadãos propensos a candidatar-se para cada cadeira de vereador.
São conterrâneos, nos mais
variados segmentos representativos da sociedade, como professores,
comerciários, comerciantes, agricultores, fazendeiros, funcionários públicos,
industriais, industriários e aposentados dispostos a colaborar com a
municipalidade e desempenhar essa missão comunitária sem receber ou usufruir do
erário público.
Raras e esparsas são as
reuniões da câmara e dá para conciliar as atividades profissionais do cotidiano
com a de vereador. Muito se economizaria caso não houvesse gastos com os
vereadores. Daria para construir casas populares, manter asilos para idosos e
creches infantis, doar verbas para banda de música, contratar professores de
informática, fazer convênios com cursos profissionalizantes, distribuir bolsas
de estudos. Não tudo de uma vez, é claro que faltaria grana, mas seriam verbas
substanciais que a própria Câmara poderia escolher, priorizar e definir a
aplicação.
Uma vez que os vereadores não
abrem mão de seus salários, que pelo menos cumpram com os deveres e obrigações
inerentes ao mandato que lhes foi outorgado pelo povo.
Comer, coçar, legislar e
fiscalizar, é só começar...
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