Na Edição Nº 58 de Junho 2015, o Informe Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB) traz uma reportagem “Sonhos
que viram desafios; desafios que constroem realidades” falando do Arquiteto
e Engenheiro Civil Ricardo Aguiar Magalhães, o primogênito dos conterrâneos
Cleto Teixeira Magalhães e Maria Aguiar Magalhães.
São seis páginas falando do Ricardo que é Diretor de
Comunicações do CBDB, um idealizador, antes
de qualquer uma das várias tarefas e funções que exerce atualmente.
Ricardo Magalhães constrói prédios e barragens desde
criança. Empresário e especialista no setor barrageiro, contabiliza no
portifólio realizações que vieram de antigos sonhos e projetos.
A matéria começa assim:
Acho que alguns já ouviram esta história, mas creio
que ela é o melhor começo: passava as
férias da infância com meus avós. Na
roça, como dizemos em Minas Gerais, em
Guidoval, lugarejo perto de Ubá, onde nasci. E roça tem quintal a perder
de vista, especialmente quando a gente é
pequeno, quando tudo tem outro tamanho. Na roça faltava água tratada, então a
gente ia buscar no chafariz, que era perto da Rua do Alto. O centro era no
Fundão, e a rua onde meus avós moravam era conhecida como Vai-e-Volta. O
chafariz deixava um rastro de água, um sulco, até o Fundão, passando pela porta
da casa onde eu inventava todo tipo de brincadeiras e arregimentava a
participação de quem quer que fosse e passasse por perto.
Este contexto, a rua de terra, me deram muita inspiração: e lá ia eu fazendo barragens de
barro no sulco do chafariz até o Fundão,
com um cano de talo de folha de mamona
enterrado tampado com semente até encher as
barragenzinhas. Daí eu tirava a semente, chamava quem estivesse perto para ver a água saindo, feliz
da vida, e partia para a barragem de
baixo. Lá sabia eu que isso era partição
de curso d ́água? Isto quando não estava fazendo moinho
d
́água no córrego com manivela de soltar papagaio, ou urbanizando o quintal todo com arruamentos e
engradados de cerveja de madeira, que
pareciam pequenos prédios, ou fazendo
casas com restos de tijolos e bambus para minhas primas brincarem de cozinhar...
Aí, estava na cara que ia ser Engenheiro Civil,
Arquiteto, Urbanista e Geotécnico de
Barragens. Eu me esquecia da vida nisso,
como até hoje. Estudante de Engenharia Civil,
estagiei no CETEC, com levantamento de deteriorações, e na METROBEL, com cadastro de cruzamentos
inseguros.
Primeiro trabalho, na LEME Engenharia, no Projeto Sapucaia, hoje Simplício. Sapucaia era o
arranjo dos arranjos, na época, pois
tinha de tudo um pouco e, então, aprendi
geotecnia na prática, com Jânder de Faria Leitão.
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