Prefeito
Dilermando Teixeira de Magalhães
Dilermando Teixeira de Magalhães, filho de Joaquim Teixeira
Magalhães e Henriqueta Gomes Magalhães, nasceu a 9 de dezembro de 1896 em
Rodeiro, nessa época um pequeno distrito da cidade de Ubá.
Ainda jovem, casou-se com Olga Teixeira Magalhães com quem
teve nove filhos: José (Dilermando), Félix (Tito), Maria de Lourdes, Lenira,
Salete, Glorinha, Cleto, João e Vera Lúcia.
Na década de 20,
compra uma fazenda em Filgueiras, próximo ao povoado de Grama, povoação pertencente
à Juiz de Fora. Ali, começa a cultivar café.
Em 1929, a quebra da Bolsa de Valores de
Nova Iorque traz imediatos reflexos na economia brasileira. Os preços
internacionais do café despencam. A situação é agravada por uma superprodução
de café: 30 milhões de sacas.
É assim que a crise de 1930 encontra o
fazendeiro Dilermando Teixeira de Magalhães, com menos de 34 anos e já com
cinco filhos para criar.
Essa crise leva inúmeros fazendeiros à
ruína, dentre eles o Sr. Dilermando. O governo pagava uma mixaria para arrancar
e queimar o café.
Perdendo tudo que adquirira com muito trabalho, Dilermando retorna
à Ubá, sem saber o que fazer e vai morar na Fazenda de D. Cocota, mãe da sua
esposa Olga, lá na região conhecida como Emboque, divisa com as terras do Dr.
Ângelo Barleta.
Possuidor de muitos amigos, Dilermando
encontra, em Dr. Peluzo, um anjo da guarda, um verdadeiro protetor. Este
sabendo de um leilão de uma fazenda (em Sapé de Ubá), em condições muito
especiais, dá um lance e a arremata em nome do Dilermando.
A sede da fazenda estava caindo aos
pedaços, mesmo assim foi com a esposa e filhos nela morar. A esposa Olga,
econômica e trabalhadora, passou um ano sem comprar um metro de pano.
A fazenda tinha muita mata virgem.
Dilermando arrumou trabalhadores em Guidoval para derrubar a mata. Só com a
venda da madeira pagou o terreno e ainda lhe sobrou algum capital para investir
na propriedade.
Passando a conviver no distrito de Sapé de Ubá, logo, logo se fez
respeitado e granjeou novas amizades.
A aspiração do pequeno distrito era a
sua autonomia administrativa, se transformar em cidade.
Residindo no Sapé, Dilermando acabou envolvendo-se com os anseios
dos munícipes.
Sob a liderança do Deputado Levindo
Ozanan Coelho, junto com os Vereadores Manoel Reis Moreira (PR) e Astolfo
Mendes de Carvalho (PSD) da Câmara Municipal de Ubá, ao lado do Padre
Sinfrônino de Almeida e do alfaiate José de Azevedo Costa, o fazendeiro
Dilermando Teixeira de Magalhães fez parte da Comissão de Emancipação do
Município de Guidoval.
Em de 27 de dezembro de 1948, através da
Lei estadual nº 336, criou-se o município de Guidoval coroando-se de êxito os
trabalhos dessa comissão.
Em 6 de março de 1949, houve a primeira eleição para Prefeito
Municipal de Guidoval. Elegeu-se para Prefeito o Sr. Cid Vieira (PR/UDN) com
953 votos e como Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães (PR/UDN) com
947 votos. Tomaram posse em 27/03/1949.
Em 26/01/1951 devido a problemas
particulares e de saúde o Sr. Cid Vieira licencia-se do cargo de prefeito. Em
27/01/1951 o Vice-Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães assume a prefeitura
até 27/03/1953, final desse mandato eletivo.
No recém criado município, tudo
necessitava, tudo estava por fazer. Dinâmico, corajoso, determinado e
empreendedor, Dilermando pôs "mãos à obras".
Abriu estradas, urbanizou e desobstruiu
ruas, construiu e refez pontes, perfurou poços artesianos, iniciou a
canalização de água na cidade, instalou escolas rurais, reformou a escola da
cidade, deu incentivos fiscais para a criação e instalação de Ginásio Guido
Marlière. Isto tudo, mesmo com as enormes dificuldades financeiras do novo
município.
Acontece que existia em Guidoval, como
de resto em todo país, uma briga política inconciliável entre o PR/UDN e o PSD.
A comunidade queria que Dilermando continuasse à frente da prefeitura na
próxima gestão.
Dilermando revela-se um político hábil ao condicionar a sua
candidatura a prefeito, para o próximo mandato, desde que houvesse a UNIÃO de
todas as correntes partidárias do município.
Em 27/04/1952 há uma reunião sem
precedentes do PR, PSD, UDN e PTB em que os partidos prometem uma trégua em
suas desavenças ideológicas. Esta "UNIÃO PARTIDÁRIA" esta registrada
em ATA da Câmara Municipal de Guidoval de 10/06/1952, à página 92A.
O primeiro fruto dessa união partidária
em Guidoval acontece quando uma comitiva composta por José Geraldo Vieira
(Presidente do PR), Astolfo Mendes de Carvalho (Presidente do PSD), Vereador
Sebastião Cruz, Farmacêutico Trajano Viana, Professora Jesuína Simões e
liderada pelo Deputado Levindo Ozanan Coelho vai à Belo Horizonte, interceder
junto do Governador do Estado de Minas Gerais e às diversas secretarias em
busca de melhorias para o município.
Consegue como resultados imediatos:
Instalação do Grupo Escolar, criação de Posto de Higiene, autorização para
empréstimo à Caixa Econômica Estadual e contrato com a Secretaria de
Agricultura para perfuração de poços artesianos.
No dia 28/03/1953 em Sessão solene, a
Câmara Municipal de Guidoval dá posse ao Sr. Dilermando Teixeira de Magalhães
(Prefeito) e ao Sr. Astolfo Mendes de Carvalho (Vice-prefeito), ambos eleitos
pelo Partido Social Democrático. Na ocasião, apresentaram diploma expedido pelo
Juiz Eleitoral da 152ª zona do Estado de Minas Gerais.
Encerrou o seu mandato de prefeito em
04/02/1955 realizando inúmeros benefícios e melhorias para a cidade
recém-emancipada.
Antes de completar 70 anos, em 8 de junho de 1966, faleceu o
Prefeito Dilermando Teixeira de Magalhães.
Principais obras de sua
administração
- Rebaixamento da Rua do Fundão (Rua Sete de Setembro) com a Rua
dos Tocos (atual Rua João Januzzi)
- Ponte sobre o "Córrego da
Lage" entre as ruas Belarmino Campos e Sete de Setembro
- Ponte da Cachoeira (Rua São Vicente de
Paulo)
- Incentivo fiscal para construção do
prédio do Ginásio Guido Marlière
- Obras na Av. Padre Sinfrônino de
Almeida, Praça Major Albino e na Rua Conde da Conceição (atual João Januzzi)
- Execução de obras de urgência da Praça
Santana
- "Bolsa de estudo" para o
Ginásio Guido Marlière.
- Isenção de Impostos e Taxas, durante 5
anos, ao Prédio do Sr. Antenor Bressan para o funcionamento do Ginásio Guido
Marlière.
- Doação de Cr$5.000,00 (cinco mil
cruzeiros) à Comissão dos Festejos de MOMO.
- Reparos no prédio que funciona a Escola
Onze de Junho.
- Elaboração de Planta urbana da cidade
- Lei sobre "Plano de
Urbanização" da cidade, com planta topográfica das ruas, avenidas e
praças.
- Verba para o "Albergue de São
Vicente de Paulo".
- Criação do "Serviço Especial de
Estradas e Caminhos".
- Canalização de água na cidade
- Perfuração de poços artesianos
- Construção do Grupo Escolar Mariana de
Paiva
- Instalação de Rede Elétrica na Ponte
Raul Soares
- Autorização de crédito de Cr$120.000,00
para compra de um caminhão
Eventos Culturais durante
a sua Gestão como Prefeito
- Surgimento em 1953 do jornal
"Cidade de Guidoval" sendo Diretor o Sr. Sebastião Cruz e Redator, o
Dr. Mário Geraldo Meireles
- Cinema
- Bailes carnavalescos
- Doação de terreno ao Estado para
construção de nova escola.
- 2 Bandas de Música
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