JOSÉ BARTHOLO
Baiano de Vitória da Conquista, José
Bartholo não era propriamente um anão, mas um homeM tronco. Tinha o torso
normal, mas suas pernas, braços e mãos eram atrofiados. Mesmo assim era ágil no
trapézio, sustentando o corpo com os antebraços. Sempre andava bem vestido, na
maior estica, como se costumava dizer, terno branco, chapéu panamá.
Gostava de bilhar e quando jogava era
tração. O povo corria pra ver o Bartholo – centímetros mais alto que a mesa,
segurando o taco de bilhar como os tocos de braço – dar trabalho aos
adversários.
Ele fazia dupla com meu pai – os
excêntricos também formam dupla – e lembro-me de que, quando os dois entravam
em cena, o povo os saudava com este versinho:
É
hoje, é hoje, é hoje!
No
Circo do Nerino!
Viva!
Viva! Viva!
Bartholo
e Picolino!
Mas, como excêntrico que era, Bartholo
precisava de um clown. E quem veio desempenhar esse papel – tanto no picadeiro
como na vida -, durante o período que esteve no Nerino, foi meu primo Júlio
Avanzi. Os dois, além da profissão, tinham em comum o gosto por mulheres e pela
boemia. Sumiam assim que chegávamos numa nova praça e voltavam, trançando as pernas,
de madrugada.
Tempos depois, o Bartholo casou-se com a Zizinha, o Júlio Avanzi
com a Odete Colman, e os dois fanfarrões aquietaram-se. Um pouco.
(tirado
da página 29 do livro Circo Nerino de Roger Avanzi e Verônica Tamaoki)
Um comentário:
Eu conheci o Gran Bartholo circo que era comandado pelo sr. José Bartholo, na época em que o circo apresentava peças teatrais. Boas lembranças!
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