quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BODAS DE PRATA

O artigo abaixo foi escrito em 2002 quando o jornal Saca-Rolha completou 25 anos de existência. Já se passaram mais de 7 anos e o Saca-Rolha continua merecendo todos os elogios e um pouco mais.

Vinte e cinco anos se passaram desde o primeiro número do Saca-Rolha. É a Boda de Prata do mais persistente, aguerrido, renitente e combativo jornal da nossa cidade.

O meu amigo Renato Moreira da Silva, desde a primeira hora, vem trabalhando à frente do Saca-Rolha registrando a vida de nosso município com pertinência e perspicácia.

Daqui a cinqüenta ou cem anos quem quiser contar a história desse quarto de século de Guidoval encontrará no Saca-Rolha a sua fonte maior.

É só folhear seus números e páginas para encontrar campanhas institucionais reivindicando a instalação do Colégio de 2º grau , a implantação da EMATER, a construção do asfalto Guidoval-Ubá, as denúncias ecológicas como a poluição do Rio Chopotó.

Verá que o Saca-Rolha publicou notícias polêmicas como: Vereadores que compareciam descalços às reuniões da Câmara, teias de aranha no prédio da prefeitura, altura dos matos nas praças, ausência de jovens à missa, bois do delegado pastando pelas ruas da cidade, sem contar as campanhas sistemáticas contra os cães sem dono perambulando por nossas ruas, vira-latas vindos dizem de longe, de Miraí ou sei lá donde. O Saca-Rolha tem birra de vira-latas, todos.

Por ser moderno e contemporâneo o Saca-Rolha instiga controvérsias, promove discussões, dá o que falar, traz reflexões, alimenta debates, tempero inevitável a avanços e progressos. É um jornal com personalidade, não esconde a cara, toma posição, finca bandeiras.

Esculhambou a AREG (alguém ainda lembra dela). Apoiou e incentivou o nascimento da Sociedade Esportiva Recreativa 66. Por vezes erra, nunca de má-fé, aí se retrata. Dá as mãos, digo páginas, à palmatória.

Em algumas oportunidades criticou o meu pai, o Prefeito José Vieira Neto; mas também o elogiou por diversas vezes como na inauguração da Escola Municipal D. Leonor de Araújo Porto (D. Leonor:Bondade!) ou então o Governador Ozanan Coelho que fez o asfalto Guidoval-Ubá.

No Saca-Rolha existe o sagrado direito de divergir, expressar-se, contrapor-se. No Saca-Rolha podemos reler textos primorosos do nosso poeta José Geraldo, Professor Ibsen Francisco de Sales, Pe. Casemiro, Dr.Wilton Franco, Dr. Jorge Sobral Venâncio. Se emocionar com o poema “De como eu amo uma cidade” do Marcus Cremonese ou o “Se essa rua fosse minha” de José Francisco Barbosa. Curtir um “Dedo de Prosa” com o Prof. Antônio Barbosa ou rever as críticas bem-humoradas do fundador Antonio Augusto Rossi.

Atestar a coragem do Saca-Rolha quando defendeu o humilde Berto de Paula espancado por alguma besta humana. É um periódico que abre espaço a novos talentos. Foi através desse jornal que vi surgir o jovem promissor Rodrigo Marques de Oliveira, hoje fazendo Mestrado de Física na USP.

O Saca-Rolha faz bem à nossa saúde lembrando e consagrando os nossos patrimônios morais, intelectuais e culturais como o Maestro Osvaldo José de Barros (Sô Tute), Odilon Reis, Belarmino Campos, Petronilo Silva (Sô Nilo), Dr. Mário Geraldo Meireles, Ernani Rodrigues, Vó Elisa, Padre Oscar, Trajano Viana. Uma lista extensa.

Um jornal deve estar presente na alegria mas é imprescindível na dor. O Saca-Rolha mostrou que saber ser solidário. O que dizer de um jornal que veste luto com a dor da cidade?

O Saca-Rolha vestiu luto por D. Alzira Freitas Vieira (madrinha do Renatinho), Sô Marcílio Vieira (meu avô), Waldemar Rufino (Sô Nego, pai do meu amigo Zim), D. Margarida e Isaías Geraldo (pais de meu fraternal amigo Gonzaga). Poderia citar muitos outros conterrâneos.

O espaço é exíguo. Comovente mesmo foi a Edição Especial quando do falecimento da jovem Gracinha, filha da D. Inês e do Geraldo Franco (Kôde)?

O Saca-Rolha também é da folia e com alegria noticiou, ao longo do tempo, a Rua do Lazer, carnavais com a “Calouros do Samba” e “Vila Trajano”, Auto de Santana, Encenação em homenagem a Virgem Maria, Via Crúcis na Semana Santa, Festivais de Batidas, desfiles da Escola Estadual Mariana de Paiva. Aqui abro um parêntesis para uma pergunta: Por que não retornar ao nome original “Guido Marlière”? Eis uma boa causa!

O Saca-Rolha é assim, mete o bedelho em tudo. Um palpiteiro. É isso que o torna singular. É o tambor que ressoa os anseios da população. O Saca-Rolha sempre defendeu a nossa cultura. Sem cultura, morrem-se crenças, costumes, valores espirituais, um povo. É O NÃO EXISTIR.

Sabendo disso o Saca-Rolha promove festas, teatro, música, concursos de contos. É um pasquim metido a besta. Um agitador cultural.

O Saca-Rolha faz bodas, mas os meus parabéns vão para o Renatinho. Esta longa existência é fruto do idealismo e obstinação do Renatinho que muitas vezes é incompreendido por uma parcela da população de Guidoval. Não lhe conhecem o caráter e o espírito.

O quanto ele é íntegro. Ignoram-lhe a cultura, o bom papo, o amigo que ele é. Diria que se pode avaliar o quão virtuoso é um homem pelos amigos que tem. Renatinho tem os melhores amigos que se poderia almejar: Dr. Carmem mais os filhos Robert e Marcellus Cattete Reis Dornelas, Dr. Gerson Occhi, Sebastião (da Padaria) Avidago Andrade, a família Barbosa (Márcio, Túlio, Rilma, José Francisco, Hélio, Maria Carolina, Antônio), Antônio Augusto Rossi, Raymundo Francisco (Tilúcio), Marcílio José Vieira Neto. E muitos e muitos outros. São tantos e tantos que ultrapassam as páginas e fronteiras desse periódico.

PARABÉNS RENATINHO. É uma honra ser seu amigo.



EU RECOMENDO O SACA-ROLHA

Leiam o Saca-Rolha. Assinem o Saca-Rolha. Prestigiem o Saca-Rolha. Promovam o Saca-Rolha. Faça Propaganda da sua Empresa no Saca-Rolha, ele tem compromisso com os destinos de Guidoval. E você também.

escrito por Ildefonso DÉ Vieira

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