Centenário
de Adauto Pacheco Ribeiral
Hoje está
completando CEM ANOS do nascimento de Adauto
Pacheco Ribeiral que veio ao mundo em 24
de janeiro de 1917, dia consagrado a São
Francisco de Sales.
Ele é o quinto
filho do casal Antônio Pacheco Ribeiral e Leovegilda Alves Pacheco que tiveram
10 filhos, sendo seis homens (José, Pedro, Adauto, Odilon, Áureo e Albro) e
quatro mulheres Maria conhecida por Lica, Olga, Filomena de apelido Mena e a
caçula Vitória.
O seu pai, Antônio
Pacheco Ribeiral, nasceu em Portugal em 29/01/1879 no lugarejo conhecido por
Santo Aleixo de Além Tâmega, Freguesia do Concelho de Ribeira de Pena,
pertencente ao município de Vila Real situada na Zona Norte do país.
Veio para o
Brasil com uns 17 anos em busca de melhoria de vida, pois nesta época Portugal vivia
grandes dificuldades econômicas.
Com enorme
disposição para o trabalho e com a ajuda dos filhos, Antônio Pacheco Ribeiral
de lavrador passou a pequeno agricultor, progrediu tornando-se um respeitável fazendeiro
em Guidoval. Conseguiu transmitir aos filhos este amor no trato e manuseio da
terra.
No dia 26 de
abril de 1941, aos 24 anos, Adauto Pacheco Ribeiral casou-se com Maria de
Lourdes Magalhães e foram morar na fazenda do Sr. Antônio Pacheco Ribeiral.
O início de uma
vida a dois é difícil, mas com afeto, cumplicidade, companheirismo, respeito e,
principalmente, muito AMOR as dificuldades foram sendo superadas.
Com a pequena
economia que possuía e um empréstimo, Adauto comprou um sítio do seu irmão José
Ribeiral. Derrubou uma parte da mata, contratou muita gente e plantou milho.
Terra nova, fresca, fértil, retribuiu numa farta colheita.
Naquele ano,
foi o agricultor que mais produziu milho nas redondezas. Quase nem tinha lugar
para armazenar o milho produzido e, com a venda, pagou o empréstimo e ainda
sobrou um bom recurso para impulsionar os negócios. Plantava-se ainda arroz e fumo,
que era considerado o melhor da região.
Em janeiro de
1942 nasceu a primeira filha Marta. Em 1943 mudou para a pequena casa na
propriedade adquirida. Zuleika, a segunda filha, e os dois primeiros filhos
Luiz Antônio e Dilermando nasceram nesta casa. Todos vieram ao mundo com a
ajuda de parteira.
Com os filhos
chegando à idade escolar, contrataram uma pessoa para alfabetizá-los, mas a
melhor solução seria mudar para Guidoval para continuar os estudos.
Compraram uma
casa na Rua Governador Valadares, mais conhecida por “Vai-e-Volta”. Demoliram a velha construção e ergueram uma nova casa.
O casal que já possuía um lar, agora tinha uma boa e confortável
casa na cidade.
A mudança da
roça para a cidade não foi bem aceita pelos meninos Luiz Antônio e Dilermando, que sentiam saudades do “vovô Ribeiral”
tirando leite das vacas, cuidando das criações. Já morando na cidade nasceram:
Olga Maria, Adauto, Maria de Lourdes, Meire e Alexandre, completando nove
filhos.
O passatempo
preferido de Adauto Pacheco Ribeiral era jogar partidas de "Buraco"
no Bar do Jésus Fernandes. Era considerado um dos melhores jogadores. Memória
invejável no acompanhar do descarte, no desenrolar dos lances da partida,
contando ainda com uma sorte
presentemente constante, transformou-se
de forma irrefutável num jogador
praticamente imbatível. É o que diziam os que o conheceram.
Um momento
sagrado na família era durante as refeições. Adauto fazia questão de todos à
mesa. Após uma oração de agradecimento, compartilhava os alimentos com os
filhos. Vivia, vivenciava a Família.
Quando a sua
esposa Dona Lourdes Ribeiral fazia os deliciosos pastéis e biscoitos de
polvilho, ele surrupiava alguns e distribuía aos filhos, para deleite das
crianças e desespero da dona de casa que nunca conseguia completar a porção
necessária para levar à mesa.
À noite, banho
tomado e roupa limpa, após o jantar, os filhos sentavam-se nos bancos da
cozinha e ficavam ouvindo o pai contando histórias da família, da sua mocidade
e de seu pai Antônio Pacheco Ribeiral. Sobre a mesa, bolos, broas, roscas, café
e leite, lanche para ir dormir, feitos pela atenta e zelosa mãe, que já tinha
preparado a cama, os agasalhos, pijamas e camisolas.
A excepcional
ideia de mudar para a cidade para que os filhos pudessem estudar rendeu
valiosos frutos. As cinco filhas formaram-se no Curso Normal, tornando-se
professoras, sendo que três delas exerceram o magistério até aposentadoria.
Além de normalistas concluíram curso
superior em Pedagogia, Educação Física, Letras e Relações Públicas.
Os filhos também
estudaram. O mais velho, Luiz Antônio é Veterinário em Brasília, Dilermando aposentou-se como Contador na CESP,
Adauto é Laticinista e o caçula Alexandre trabalha no Ministério da Agricultura.
Mesmo sabendo e
tendo facilidade para fazer contas, calcular juros, para os negócios do
dia-a-dia o Sr. Adauto teve que aprender a MATEMÁTICA que se ensinava no recém-criado
Ginásio Guido Marlière onde estudavam
as filhas mais velhas Marta e Zuleika.
Para isto pediu
ajuda ao amigo e professor Sr. Hugo Sampaio para lhe passar os ensinamentos da
matéria. Lição aprendida e depois repassada às filhas.
Esta tarefa depois
foi destinada aos filhos mais velhos que tinham a obrigação de acompanhar e ensinar
aos irmãos mais novos os deveres de casa.
Os seus filhos
lhe deram 13 netos, todos formados em curso superior: Tatiana (Cientista
Política); Bruno (Educador Físico); Lorena (Cirurgiã-Dentista); Tamara
(Nutricionista); Juliana (Comunicação
Social); Thaís (Cirugiã-Dentista); Camila (Médica-Veterinária); Felipe (Administrador de Empresas); Milena
(médica); André (Psicólogo); Igor (Administrador de Empresas); Laura (Ciência
da Computação) e Túlio (Biólogo).
É maravilhoso
ver os netos, continuação do seu sangue e DNA, estudando, formando nas mais
diversas áreas do conhecimento humano.
Dos netos vieram
quatro lindas bisnetas: Larissa, Ana, Letícia e Maria.
Adauto Pacheco Ribeiral, se vivo fosse, poderia se vangloriar
dos filhos honestos, trabalhadores, cumpridores de suas obrigações.
Na década de 60
a medicina engatinhava na área cardíaca. Não haviam grandes controles e
preocupações com níveis de colesterol, tampouco testes ergométricos,
cateterismo.
Com menos de 50
anos, Adauto, teve o primeiro enfarte. As prescrições médicas eram dieta,
repouso, alimentação saudável e alguns medicamentos. Mesmo se seguidas à risca
não eram garantia de uma vida prolongada.
Adauto Pacheco
Ribeiral teve mais um outro enfarte, desta vez fulminante, que o vitimou em
09/07/1968. Tinha pouco mais de 51 anos.
Hoje, no CENTENÁRIO
de seu NASCIMENTO é tempo de ORAR e AGRADECER a DEUS pela sua EXISTÊNCIA.
Relembrar com orgulho da sua história de vida.
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