Estudos da Agência Nacional de Águas -
em face das enchentes do Rios Pomba e Muriáe
Recebi e-mail do amigo/irmão José Maria de Matos com dados,
informações e estudos relevantes sobre providências para combater, prevenir,
atenuar as enchentes dos Rios Pomba e Muriaé.
Enviei uma cópia para a Prefeita Soraia e a Vereadora Joyce.
Transcrevo abaixo o
e-mail:
Meu caro amigo José Maria.
Conforme sua solicitação, passo a informá-lo que o contato que
poderá esclarecer a Sra. Prefeita toda a situação é a
minha amiga Maria Aparecida Vargas, do Consorcio da Bacia do Rio Paraíba do
Sul, cujo endereço eletrônico é: vargasma@terra.com.br; podendo a Sra. Prefeita
entrar em contato com ela através do mesmo.
Segue em anexo, um dos trabalhos já gerados e que explica muito bem
o que ocasiona e ocasionou as enchentes no Rio Pomba e Muriaé.
Sobre o assunto passo a esclarecer o que segue:
Considerando as últimas enchentes ocorridas em 2008 e 2011 nas
Bacias dos Rios Pomba e Muriaé, foi celebrado o
Contrato nº 39/ANA/2010, referente à elaboração de “
Estudos para Concepção de um Sistema de Previsão de Eventos Críticos na Bacia do Rio Paraíba
do Sul e de um Sistema de Intervenções Estruturais para Mitigação dos Efeitos
de Cheias nas Bacias dos Rios Muriaé e Pomba e
Investigações de Campo Correlatas
”, adjudicado pela Agência Nacional de Águas – ANA – à
ENGECORPS
|
Os estudos que foram desenvolvidos visando à concepção final do
SIEMEC - Sistema de Intervenções Estruturais para Mitigação dos Efeitos de
Cheias, tiveram início mediante levantamentos de campo
realizados em cada cidade integrante do Sistema, com vistas ao levantamento in
loco e mapeamento dos problemas de inundações das áreas urbanas, além da coleta
de propostas preexistentes, formuladas pelas municipalidades e/ou outras
instituições, visando ao controle de cheias nessas cidades.
Na sequência, os estudos, analisaram em
profundidade a gênese das cheias nas bacias dos rios Pomba e Muriaé, avaliando a topologia das bacias, suas principais
características climáticas, fisiográficas, hidromorfológicas e de uso e ocupação do solo, além das
vazões de cheia geradas pelos modelos hidrológicos desenvolvidos no âmbito do
SISPREC - Sistema de Previsão de Cheias.
Tais estudos concluíram, em síntese, que os episódios de enchentes
registrados nas áreas urbanas de interesse devem-se, predominantemente, às
vazões de cheia geradas nas regiões de cabeceiras das bacias hidrográficas dos
Rios Pomba e Muriaé.
Ou seja, verificou-se que as enchentes foram ocasionadas pelos
afluentes dos Rios Pomba e Muriaé.
A concepção geral do SIEMEC engloba a implantação de quatro barragens
nas regiões de cabeceira das bacias dos rios Pomba e Muriaé
(barragens de Carangola, Xopotó, Muriaé
e Tombos), além de obras de canalização nas áreas urbanas beneficiadas pelo
Sistema.
Na bacia do rio Pomba, foram propostas as seguintes obras:
· Subsistema 1:
Implantação da barragem de Xopotó, no rio de mesmo nome, afluente
da margem esquerda do rio Pomba;
· Subsistema 2:
Canalizações dos trechos fluviais nas cidades de Santo Antônio de
Pádua e Cataguases
A barragem de Xopotó localiza-se no rio Xopotó, a cerca de 30 km a
montante da cidade de Cataguases, em local onde o
vale é encaixado. Optou-se por um maciço de CCR, que facilita a implantação da
barragem no eixo proposto.
Com relação à Bacia do Rio Pomba, temos:
· Cidades de Cataguases e Santo Antônio de Pádua
Nas cidades de Cataguases e Santo Antônio
de Pádua, as obras apresentadas, integrantes dos Subsistemas 1 e 2, constituem
alternativas adequadas, oferecendo proteção em ambas as cidades para cheias com
TR de 25 anos. O reservatório de Xopotó alaga uma área desocupada, controla as
cheias do rio Glória e ameniza as cheias em Cataguases
e em cidades que não fazem parte dos estudos específicos do SIEMEC, como por
exemplo, Dona Euzébia.
Finalmente, cabe salientar que não foram propostos diques laterais
ao longo das canalizações previstas ou dos leitos naturais dos rios Carangola, Muriaé e Pomba, pois
essas obras, apesar de causarem uma sensação de conforto à população, são muito
susceptíveis a rompimento quando a vazão de projeto é superada.
Nesses casos, as consequências são piores
que as da própria enchente, visto que o nível d’água na cidade sobe em pouco
tempo, impossibilitando a remoção da população.
Abraços.
Eugênio Kneip Ramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário