No dia 29/11/1921 nasceu Maria de Lourdes Magalhães Ribeiral.
Hoje completa 90 anos de idade. Em sua homenagem, Thaís, Lourdes e eu, fizemos
o vídeo texto abaixo.
Na primavera de 1921, no dia 29 de novembro, nasceu Maria de
Lourdes Teixeira de Magalhães. Nascia mais uma valorosa mulher mineira: de
fibra, caráter e personalidade.
O parto ocorreu na fazenda dos avós paternos, Sr. Joaquim Teixeira Magalhães e Dona Henriqueta
Gomes Magalhães, que residiam no distrito de Rodeiro da cidade de Ubá.
Era a primeira filha do casal Olga e Dilermando Teixeira Magalhães,
que já tinham dois meninos.
O mais velho, José Maria Magalhães, o saudoso Zé Dilermando,
acabara de completar 3 anos e Félix Teixeira Magalhães, o saudoso Tito, ainda
não tinha feito 2 anos.
Seus pais tiveram 11 filhos. Dois morreram ainda pequeninos: Rui e Ural.
Depois da Maria de Lourdes nasceram Lenira, Glorinha, Salete,
Cleto, João e Vera Lúcia.
Hoje sentimos a falta da Glorinha, sempre presente nos
acontecimentos da família.
Maria de Lourdes teve uma infância comum às crianças no início do
século XX.
Não existia TV, internet, celular.
As brincadeiras eram lúdicas, interativas. Brincar de casinha, de boneca,
cantigas de roda, pular corda, jogar peteca feita com palha-de-milho; ou subir
nos pés de goiaba e manga e colher os melhores, mais doces e saborosos frutos.
Naquele tempo, à filha mais velha cabia a missão de ajudar a mãe na
criação dos demais irmãos, tarefa que Maria de Lourdes desempenhou com carinho,
e por isso é admirada e respeitada pelos irmãos, familiares e amigos.
Essa dedicação
à família impediu-lhe de estudar, formar, tornar-se professora, sonho que
acalentou em sua juventude.
Quando tinha seis anos de idade, seus pais compraram uma fazenda em
Filgueiras, próximo ao povoado do Grama, hoje um bairro de Juiz de Fora.
Dilermando plantava café, o grande produto da economia do país. Os
negócios iam bem, até que houve a crise financeira de 1929 com a quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque. A crise espalhou-se pelo mundo todo.
Inúmeros fazendeiros quebraram, perderam tudo e não foi diferente
com Dilermando.
Voltou à estaca zero. Retornou a Ubá e arrematou, num leilão, uma
fazenda em Guidoval. Recomeçou de novo, do nada.
Com muito trabalho, os ventos de prosperidade começaram a sorrir
para a Família Teixeira Magalhães.
O patriarca Dilermando, com o seu dinamismo, conquistou respeito e amigos
na cidade de Guidoval.
Atuante e líder natural fez parte da Comissão para a Emancipação de
Guidoval, tornando-se o primeiro vice-prefeito da cidade e, em seguida, prefeito
do município.
Enquanto o pai, empreendedor, cuidava da parte financeira, Maria de
Lourdes aprendia com sua mãe, Olga, cozinhar, bordar e costurar, prendas
domésticas essenciais na economia familiar. Cresceu ajudando os pais nas
tarefas diárias.
Bons tempos a recordar quando visitava as primas e familiares que
residiam em Ubá, ou então ir à missa dominical no Sapé de Ubá e, às vezes,
assistir a uma partida de futebol.
Foi assim que conheceu o grande amor de sua vida: o jovem Adauto
Pacheco Ribeiral.
Ainda lembra o primeiro presente que recebeu do Adauto: um vidro de
perfume.
O aroma deste mimo permanece em sua memória afetiva.
Até que para a sorte de todos nós, descendentes, quis o destino
tecer e escrever o início de uma bela história de amor!
Aos 19 anos, no dia 26 de abril de 1941 casou-se com Adauto Pacheco
Ribeiral e passou a assinar Maria de Lourdes Magalhães Ribeiral.
Foram morar na casa do sogro: Antônio Pacheco Ribeiral.
O início de uma vida a dois é difícil, mas com afeto, cumplicidade,
companheirismo, respeito e, principalmente, muito AMOR as dificuldades foram
sendo superadas.
Com a pequena economia que possuía e um empréstimo, Adauto comprou um
sítio do seu irmão José Ribeiral.
Derrubou uma parte da mata, contratou muita gente e plantou milho.
Terra nova, fresca, fértil, retribuiu numa farta colheita.
Naquele ano, foi o agricultor que mais produziu milho nas redondezas.
Quase nem tinha lugar para armazenar o milho produzido e, com a venda, pagou o
empréstimo e ainda sobrou um bom recurso para impulsionar os negócios.
Plantava-se ainda arroz e fumo, que era considerado o melhor da
região.
Em janeiro de 1942, nasceu a querida filha Marta. Maria de Lourdes
tinha pouco mais de 21 anos.
Por mais um ano moraram na fazenda do Sô Antônio Ribeiral.
Ao mudar para a pequena casa da nova propriedade, Marta já andava. Zuleika,
a segunda filha, e os dois primeiros filhos Luiz Antônio e Dilermando nasceram
nesta casa. Todos vieram ao mundo com a ajuda de parteira.
Com os filhos chegando à idade escolar, contrataram uma pessoa para
alfabetizá-los, mas a melhor solução seria mudar para Guidoval.
Compraram uma casa na Rua Governador Valadares, mais conhecida por
“Vai-e-Volta”. Demoliram a velha
construção e ergueram uma nova casa.
O casal que já possuía um lar, agora tinha uma boa e confortável casa
na cidade.
A mudança da roça para a cidade não foi bem aceita pelos meninos
Luiz Antônio e Dilermando, que
sentiam saudades do “vovô Ribeiral” tirando leite das vacas, cuidando das
criações.
Já morando na cidade nasceram: Olga Maria, Adauto, Maria de
Lourdes, Meire e Alexandre.
Vó Lourdes diz com satisfação que a grande emoção de sua vida foi o
nascimento de cada um dos seus filhos.
E pronuncia com imponência o nome dos nove filhos: Marta, Zuleika,
Luiz Antônio, Dilermando, Olga Maria, Adauto, Maria de Lourdes, Meire e
Alexandre.
Quando a Vó Lourdes fazia os deliciosos pastéis e biscoitos de
polvilho, Vô Adauto surrupiava alguns e distribuía aos filhos, para deleite das
crianças e desespero da dona de casa que nunca conseguia completar a porção
necessária para levar à mesa.
Um momento sagrado na família era durante as refeições. Vô Adauto
fazia questão de todos à mesa. Após uma oração de agradecimento, compartilhava os
alimentos com os filhos.
À noite, banho tomado e roupa limpa, após o jantar, os filhos sentavam-se
nos bancos da cozinha e ficavam ouvindo o pai contando histórias da família, da
sua mocidade e do Vovô Ribeiral. Sobre a mesa, bolos, broas, roscas, café e
leite, lanche para ir dormir, feitos pela atenta e zelosa mãe, que já tinha
preparado a cama, os agasalhos, pijamas e camisolas.
Administrar uma casa, uma família não é fácil.
Definir o cardápio do almoço e jantar, controlar o estoque da
despensa, cozinhar, costurar, lavar, passar, engomar, colocar os filhos para
dormir, despertá-los para ir ao colégio, acompanhar os deveres escolares, cuidar
dos uniformes, noites insones cuidando das imprevisíveis doenças infantis:
catapora, sarampo, coqueluche, caxumba.
E depois disso tudo, ainda sobrar tempo para fazer compotas de
doces, roupinhas para as bonecas das filhas, contar histórias e canções de
ninar aos filhos.
E, como se não bastassem tantos afazeres e obrigações, aos 46 anos Vó
Lourdes ficou viúva.
O caçula, Alexandre, com 6 anos, a primogênita Marta, preparando-se
para casar.
Os filhos ainda estudando, a caminho de formar.
Assim, de repente, de dona de casa, passou também a ser a chefe da
família.
Uma responsabilidade enorme, mas Vó Lourdes enfrentou os desafios
do destino com coragem e decisão. Foi através da sua fé em Deus e de suas
orações que encontrou forças para seguir adiante.
Conseguiu dar estudos aos filhos.
E o sonho juvenil de ser professora concretizou-se nas cinco filhas
normalistas.
Hoje, pode se vangloriar dos filhos honestos, trabalhadores,
cumpridores de suas obrigações.
E se viver muito dá muito trabalho, também traz muitas alegrias e
recompensas.
É maravilhoso ver os netos, continuação do seu sangue e DNA,
estudando, formando nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
São 13 netos.
- Tatiana (Cientista Política);
- Bruno (Educador Físico);
- Lorena (Cirurgiã-Dentista);
- Tamara (Nutricionista);
- Juliana (Comunicação Social);
- Thaís (Cirugiã-Dentista);
- Camila (Médica-Veterinária);
- Felipe (Administrador de Empresas);
- Milena (médica);
- André (Estudante de Psicologia);
- Igor (Administrador de Empresas);
- Laura (Ciência da Computação)
- Túlio (Estudante de Biologia).
Se há forte emoção em ter filhos, acolher os netos é uma felicidade
imensa que agora se perpetua nas três lindas bisnetas:
- Larissa, Ana e Letícia.
Qualquer reunião da família se transforma em festa! São momentos de
confraternização.
É bom reunir, rever a turma de Brasília, São Paulo, Divinópolis,
Cataguases, Caldas, Alfenas e Belo Horizonte.
Tanta história para contar, os estudos, namoros, atualizar as
novidades, “facebookear ao vivo”.
Uma pena que estes encontros são menos freqüentes do que a gente
gostaria:
às vezes, nas férias, feriados prolongados, batizados, aniversários,
formaturas, casamentos...
Nestas ocasiões, é sempre um prazer saborear as iguarias da Vó
Lourdes: bife acebolado, arroz de forno, carne de panela a desmanchar na boca,
pastéis, biscoitos de polvilho, bolos, arroz doce, feijão cozido na panela de
ferro, angu com uma consistência inimitável. Ah! E deliciar-se com o seu famoso pudim!
Os filhos aprenderam com a Vó Lourdes os segredos da culinária. Todos
são craques!
As mulheres, cada uma mais prendada que a outra. Os homens também
herdaram este dom.
A galinhada preparada pelo Tio Alexandre, com o seu cheiro
delicioso, é dar água na boca.
Se quiser agradar a Vovó, é só chamá-la para disputar uma partida
de buraco, canastra, escopa ou mexe-mexe. Sempre aparecem os sapos e
palpiteiros. Nada que perturbe a sua “paciência”.
Depois puxe uma prosa com a vovó. É gratificante ouví-la contando
causos, narrando histórias, cantando modinhas, canções que povoaram a sua vida.
Faça um brinde à sua sabedoria, adquirida ao longo do tempo.
A sabedoria da mulher mineira, mulher guerreira, mulher vitoriosa.
Uma mulher que vive para servir à família.
Mãe exemplar, exerce o seu papel com perfeição! Adora “corujar” os filhos, os netos e, agora, as
bisnetas! Gosta de participar e acompanhar cada momento da vida em sua família.
Hoje estamos aqui reunidos para celebrar uma data especial: os seus
90 anos!
90 anos vividos com muito amor, amizade, companheirismo, afeto...
90 anos de muito trabalho, muita luta, paciência, persistência...
90 anos de alegrias e momentos difíceis também...
90 anos de força, determinação, devoção, superação...
90 anos coroados de bondade, caridade, lealdade, sabedoria...
90 anos de muita FÉ, ensinamento maior que nos tem passado com
dignidade e uma vida exemplar, da qual toda a nossa família se enche de
orgulho!!!
Os seus 90 anos podem ser traduzidos como a nossa história!
A história da família TEIXEIRA - MAGALHÃES - RIBEIRAL.
E a história de cada um de nós teve origem em você!
Porque você é a fonte, a nascente, a nossa base, o nosso esteio!
Além de ser uma mãe perfeita, é uma avó maravilhosa! Você construiu
uma família linda e unida, viveu e vive incondicionalmente para essa família e,
acima de tudo,
VOCÊ É a NOSSA FAMÍLIA!!!
Você é TUDO para nós!!!
Queremos agradecer a Deus pela pessoa iluminada que você é!
AMAMOS VOCÊ,
MARIA DE LOURDES
MARIA DE LOURDES TEIXEIRA DE MAGALHÃES
MARIA DE LOURDES MAGALHÃES RIBEIRAL
DONA LOURDES
MÃE, AVÓ, BISAVÓ,
VOVÓ LOURDES
Que Deus continue fazendo de você essa pessoa abençoada, tão
querida, tão admirada e tão amada por todos nós!!!
PARABÉNS!!!
MUITA FELICIDADE... SEMPRE!!!
escrito por Thaís, Lourdes e Dé
nov/2011
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