sábado, 24 de outubro de 2009

Academia Antônio Barbosa de Letras


Recebi, pelos correios, o seguinte convite:

Academia Antônio Barbosa de Letras

Cem Anos Antônio Barbosa Neto

Meus Amores

Convida você e sua família para participar da “Noite de Autógrafos” dos alunos dos 5ºs anos do Ensino Fundamental.

Dia: 31/10/2009

Hora: 19:00

Local: Quadra da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto”.

Na parte interna do convite tem uma foto do patrono com a sábia frase:

O livro é excelente conselheiro, pois nos fala em silêncio e ninguém ao nosso lado fica sabendo”.

Antônio José Barbosa Neto


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Mais uma vez tenho a grata surpresa de receber honroso convite da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto”.

Creio que é o terceiro evento consecutivo deste educandário editando e lançando livros escritos pelos seus alunos.


O primeiro foi em novembro de 2007. À época mandei o seguinte telegrama:


Quero parabenizar à Diretora, Professoras e Alunos das 4ªs séries do Ensino Fundamental da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” por mais esta feliz iniciativa de “Noite de Autógrafos” pelo lançamento de mais um livro. O tema “Meio Ambiente” é muito apropriado, principalmente nestes tempos em que homens destroem a natureza em busca do lucro fácil.


Em 1979, fiz um samba-enredo para a “Agremiação Calouros do Samba” denunciando a poluição do nosso Rio Chopotó (Xopotó).


O refrão dizia:

Como pode o peixe vivo, nosso rio habitar, / Como pode a nossa gente, providências não tomar”.


Tinha outros versos, como o trecho “A poluição que arrasa o nosso rio, / De forma brutal e vulgar, / Deixando em nós este vazio, / De matar a vida pro progresso passar”.

E ainda “Chora, Chopotó / Chora, meu povo, / Nem que seja com lágrimas, / Vamos regá-lo de novo”.


Caríssima Diretora, Professoras e Alunos, são realizações como esta que engrandecem a nossa terra, consolidando nas nossas crianças o sentimento de verdadeiros cidadãos, construtores de um futuro melhor. Eu e minha família, impossibilitados de comparecer ao evento, manifestamos a nossa alegria em sermos lembrados por tão honroso convite e aproveitamos para desejar pleno êxito a mais esta realização.


Abraços dos conterrâneos,

Ildefonso, Lourdes e Thaís


O segundo evento ocorreu em 2008, quando mandei outro telegrama:


Mais uma vez venho parabenizar à Diretora, Professoras e Alunos da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” pela feliz realização da Academia “Antônio Barbosa Neto” de Letras. Hoje já é uma tradição em nossa terra. Continuem promovendo as letras e a nossa cultura. A melhor maneira de formarmos cidadãos é educando-os com exemplos, atitudes e ações.


O saudoso Antônio José Barbosa Neto, que empresta o seu nome a este educandário, gostava de escrever poesias, sonetos e artigos para jornais. Colaborou comigo na realização do primeiro livrinho do nosso município: “Saudade Sapeense” de 1982.


No próximo ano, no dia 17 de agosto, completam 100 anos do seu nascimento. Ele veio para Guidoval em 1932 e aqui casou, constituiu uma família honrada, foi lavrador, comerciante, escrivão da coletoria federal, chefe de repartição, exator, aposentando-se como controlador da arrecadação federal. Elegeu-se vereador da primeira Câmara Municipal da cidade, missão que desempenhou com entusiasmo, energia e criatividade.


O centenário do patrono desta instituição é um bom motivo para se comemorar. Espero que a minha sugestão tenha alguma valia.


Caríssima Diretora, Professoras e Alunos, compromissos assumidos anteriormente me impedem de comparecer a esta festa cultural. Tenho certeza de que o evento terá pleno êxito.


Abraços dos conterrâneos,

Ildefonso, Lourdes e Thaís


Agora temos o terceiro evento. Mais uma vez, sinto-me impedido de comparecer a este evento cultural tão importante na vida de nossa cidade, mas principalmente nas crianças-cidadãs que a Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” está formando.

Só me resta agora fazer um compromisso público de que no ano vindouro me empenharei para comparecer a este grande momento cultural de nossa terrinha.

Mesmo não sendo adivinho, cartomante, quiromante e muito menos profeta arrisco-me a prever que dentre os pequenos-alunos-escritores da Escola Municipal “Antônio Barbosa Neto” surgirá, em futuro próximo, um escritor de renome nacional.

É só esperar que o tempo me dará razão.

Abaixo, uma poesia escrita pelo PATRONO deste educandário em 1932, logo quando chegou em Guidoval:


Um comentário:

Plinio Augusto disse...

Sr. Antonio Barbosa Neto,

Em todas as atividades que exerceu na sua vida, foi realmente um poeta. Sempre alegre e com uma palavra engraçada para crianças e adultos. Me lembro dele desde tenra infância, quando ele estava inaugurando uma loja de brinquedos às vésperas de um Natal. Não me lembro o ano, mas me lembro da alegria que vislumbrava ao imaginar que naquele natal eu ganharia um daqueles brinquedos.
De outra feita, em outra loja de mercadorias variadas, em época chuvosa, ele encontrou de deu de presente para mim, para o meu irmão Aulo, seu filho Túlio e, salvo engano, também o Márcio, umas botas de meio salto e cano alto (até às canelas) a que se chamava "borzeguins". Com elas saíamos felizes amassando o barro nas ruas, debaixo da chuva que caía.
O Seu Antonio também teve um "Carro de Praça", salvo engano, um Chevrolet ano 1929, com rodas de raios de madeira e um bagajeiro na parte externa trazeira; apenas uma grade de ferro sem cobertura. Somente suportava a mala amarrada, que ficava toda empoeirada ao final da viagem, ou enlameada, se em época chuvosa.
Nesse carro ele levava a minha família a Dores do Turvo, na casa do meu avô Achiles, a quem ele chamava carinhosamente "Sô Axile".Foi grande amigo desse meu avô, e quando nos levava, também ficava por lá por uns dez a quinze dias, às vezes por ocasião do Jubileu de Nossa Senhora das Dores.
Também me lembro de certa vez nos levar a Urucânia para receber a bênção de Nossa Senhora das Graças, da medalha milagrosa, benção essa proferida pelo Padre Antonio Pinto, pároco dequela localidade e considerado um santo homem.
Nessa viagem também foi conosco o Sr. Rubens dentista que ainda morava em Guidoval.
Também me lembro do Seu Antonio Barbosa na sua estadia em Belo Horizonte, quando frequentou um curso preparatório para em seguida se submeter a um concurso que lhe propiciaria um cargo na Coletoria Federal de Guidoval. Nessa época eu já morava em Belo Horizonte e pude constatar o seu empenho e dedicação que culminou com o sucesso da sua aprovação.
Depois disso sempre o encontrava quando estava em Guidoval em época de férias e conversava com ele, sempre alegre e com uma piada ou uma lorota engraçada para nos contar.
Foi um lutador pertinaz que batalhou e tudo fez para que seus filhos alcançassem o sucesso e conceito de que hoje desfrutam.

Plinio Augusto de Meireles