Dona Therezinha
e Dr. Edgar Reis de Andrade
No próximo dia 13 de agosto Dona Therezinha de Jesus
Queiroz de Andrade completará 90 anos de idade.
Esta data importante foi comemorada no dia de 30 de abril
no Salão da Associação dos Gestores Fazendários do Estado de Minas Gerais (ASSEMINAS).
Fica no bairro Floresta em Belo Horizonte.
A antecipação deveu-se ao lançamento do livro “Dignidade, seu
nome EDGAR”, biografia do ilustre
guidovalense Dr. Edgar Reis de Andrade, saudoso marido da Dona Therezinha.
O livro foi escrito, com emoção e detalhes, pela educadora
Maria Auxiliadora Queiroz de Carvalho (Dorinha), irmã da aniversariante Dona Therezinha.
Tentarei sintetizar as informações contidas no livro.
SOBRE O
LIVRO
Dr Edgar Reis de Andrade nasceu no dia 6 de setembro de
1926. É filho de Sebastião Vieira de Andrade e D. Etelvina Reis de Andrade,
tendo como irmãos Eurídes, Edson, Edilena, Élvia e Filomena.
Em 1940, com 14 anos incompletos, foi estudar o ginasial
no Colégio Anchieta de Nova Friburgo – RJ, um seminário fundado em 1886 por
irmãos jesuítas italianos da Província Romana.
Além dos intensivos estudos e a rigidez do prestigiado
educandário, haviam as horas de lazer quando Edgar praticava esportes e
aprendeu a tocar bombardino, integrando
a banda do colégio.
Após o término do curso do ginásio regressou à terra
natal, ao distrito do Sapé, nome este logo depois mudado para Guidoval, em
homenagem ao fundador Guido Marlière.
Além do descanso das férias escolares foi lhe dado um
tempo para refletir se realmente tinha vocação para exercer o sacerdócio.
Mas o destino quis que ele conhecesse a bela jovem
Therezinha Queiroz que conquistou o seu coração. O amor falou mais alto e
encerrou a carreira de um futuro sacerdote.
Continuando os seus estudos foi para Viçosa onde fez o 1º
e 2º ano do científico. Concluiu o 3º ano no Colégio Anchieta, em Belo Horizonte.
Para ajudar a custear os estudos chegou a trabalhar até de Guarda-Noturno.
Depois, por dois anos cursou Direito em Juiz de Fora.
Nesse período foi locutor de uma rádio local, pois possuía uma boa dicção e
falava muito bem. Terminou o seu curso na Faculdade de Direito da Universidade
do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, na época a capital do país.
Para bancar os seus estudos trabalhava no Banco de
Crédito Real de Minas Gerais durante o dia e à noite era aluno de Direito.
Em 01/07/1955, Therezinha e Edgar ficaram noivos. E no
final desse ano, em 19/12/1955, formou-se em Direito. Aluno brilhante, mereceu
a honra de ser o “juramentista” da
turma. E o fez em Latim, na solenidade de colação de grau.
Em 25/01/1958 casaram-se na Igreja Nossa Senhora da
Conceição, hoje Santuário Arquidiocesano, no bairro Lagoinha-BH.
Desta
união nasceram quatro filhos.
A primogênita, Maria de Lourdes, é odontóloga e
professora na Faculdade de Odontologia da UFMG. Casada com Dr. Francisco
Massara, têm duas filhas: Letícia e Luiza.
O segundo filho, Edson, formou-se em odontologia, mas o
talento para a música levou a dedicar-se a esta nobre arte. É professor na
Escola de Música da UFMG. Casado com a pianista Valéria Sheid Gazire. O filho
Edson Sheid, assim como o pai, é um virtuose no violino. Reside em Nova Iorque.
A terceira filha, Margareth, é pedagoga e professora
aposentada. Possui inúmeras habilidades artísticas. Casada com Luiz Alberto
Prosdocimi.
O caçula, Fernando, é fisioterapeuta, especialista em
Gerontologia. Casado com Renata Mara Martins Borges Queiroz. Têm uma filha: Cecília.
Dr. Egdar, logo que formou em Direito passou no concurso
público para Delegado da Polícia Civil, mas só foi nomeado quatro anos depois.
E enquanto aguardava a nomeação foi trabalhar na cidade
de Itanhomi-MG, onde advogou, foi professor de inglês e inspetor no ginásio
local.
Empossado como delegado trabalhou em várias cidades mineiras:
Carangola, Ubá, Leopoldina, Cataguases, Ponte Nova, Juiz de Fora e Belo
Horizonte.
Por todas as cidades por onde trabalhou cultivou amizades
e recebeu homenagens, comendas e títulos honorários.
Quando o Dr. Ozanan Coelho era Governador de Minas Gerais
chamou o Dr. Edgar ao seu gabinete e lhe disse: “Eu estava pensando aqui comigo,
você nunca me pede nada. Edgar, você quer ser Secretário de Segurança do Estado
de Minas Gerais?”
Dr. Edgar recusou o honroso convite. Não era homem de
ambições, e sim, de firmes convicções, sabia das implicações que isto geraria
em sua vida pessoal e profissional. Resguardar, cuidar da Família era a sua
primeira missão.
Diz a Professora Dorinha, autora do livro: “Sábio Dr. Edgar”. Concordo, plenamente.
Homem dedicado, devotado, de hábitos simples, instalou à
entrada da porta principal de sua residência uma placa com inscrição em latim: “Parva Domus Magna Quies” que significa
“Pequena morada, grande descanso”.
O amor, a paixão consegue proezas. Dr. Edgar, inspirado,
fez uma bela poesia, em forma de acróstico, para a amada Therezinha. E não
cansava de declamá-lo.
Dr. Edgar, mesmo sendo Delegado de Polícia, não usava
armas. No lugar delas carregava um crucifixo que com fé e devoção acompanhou-o
por toda a vida.
No
livro a Mestra e escritora Dorinha descreve com emoção precisa:
Acometido pela “Síndrome de Guillan-Barré”, conseguiu
superar a doença com a ajuda de médicos, enfermeiros e família. “Após a
recuperação foi junto com Therezinha participar de uma Celebração de
Ação de Graças por sua vida.”
“Quatro anos depois, apareceu um glioblastoma, um tumor
maligno em local inoperável, de rápido crescimento, em sua maioria letal”.
“Durante os subsequentes três meses de vida, a partir do diagnóstico, soube
passar por todas as fases dessa enfermidade, demonstrando consciência do mal
que sofria”. Enfrentou com resignação e altruísmo as adversidades da vida.
Um dia após completar 76 anos, na visita matutina no CTI,
acompanhada da Therezinha, sua filha Margareth disse bem próximo ao ouvido do
Edgar: “Papai, pode ir em paz. Cuidarei da mamãe como o senhor o faria, não
deixando faltar-lhe atenção e carinho”.
“Era o que faltava para sua partida sem preocupação que o
prendia ainda nessa esfera terrestre. O amor por sua companheira inseparável se
expressou até o último segundo de vida. Em paz, ele nos deixou em 7 de setembro
de 2002.”
“Margareth
e a irmã Maria de Lourdes cumprem com fidelidade a promessa feita o pai. Assistem
sua mãe com carinho, proteção, presença constante, dedicação indescritíveis,
contando também com o suporte dos irmãos Edson e Fernando.”
Dr.
Edgar faleceu um dia após completar 76 anos de idade em 07/09/2002.
SOBRE A
FESTA (aniversário e lançamento do livro)
No dia 30 de abril de 2017 Dona Therezinha convidou os
familiares e amigos para o lançamento do livro “Dignidade, seu nome EDGAR” escrito pela sua irmã Dorinha. Aproveitou a ocasião para
comemorar o seu aniversário de 90 anos.
A reunião esteve perfeita. Um buffet impecável, boa
música, confraternização, quando todos brindaram à vida de Dona Therezinha e à
memória do inesquecível Dr. Edgar.
A admiração que tenho pelo casal é vitalícia e
hereditária. A amizade é familiar. Vem desde a juventude do meu saudoso pai Zizinho
e minha mãe Dona Tita, contemporâneos e conterrâneos de Dr. Edgar e Dona Therezinha.
Em 2007, quando Dona Therezinha completou 80 anos ela
teve a gentileza de nos convidar, minha esposa Lourdes e eu, para a comemoração.
Convite que muito nos honrou por pertencermos ao grupo de seus amigos.
Dona Therezinha pediu que quem quisesse presenteá-la
deveria fazer em forma de doação à Sociedade
São Vicente de Paulo de Guidoval. Arrecadou-se uma boa quantia que foi
utilizada para a instalação de forro, em PVC, na sede desta respeitável
instituição de caridade. É assim Dona Therezinha, bondosa, católica, cristã, mãe
exemplar, sempre disposta a servir ao próximo. Uma boa alma.
Agora, na festa
dos seus 90 anos, Lourdes e eu, fomos novamente convidados. Reencontrei bons e
velhos amigos como o José Joaquim Nogueira e a esposa Margarida, Sebastião
Avidago Andrade e a esposa Heloísa Occhi, Gildinha e a filha Maria do Carmo
Marota, Leise Meireles, Elísio Avidago Andrade e a esposa Fátima Pereira, José
Lincoln e Marina (Freira) irmãos da Dona Therezinha. A escritora Dorinha, junto
ao marido Líbero e filhas. A professora Edilena e a Élvia Reis Andrade, irmãs
do Dr. Edgar.
Discursaram, com a verve de sempre, os queridos amigos
Dr. Gérson Occhi, Dr. Plínio Meireles e a minha querida Professora Élvia. Em
nome da família da Dona Therezinha falou a linda neta Cecília.
Foi uma cerimônia emocionante, de boas e (e)ternas lembranças,
quando celebrou-se à vida de Dona Therezinha e à memória e saudade do Dr. Edgar
magistralmente registrada pela Professora e Escritora Maria Auxiliadora Queiroz
de Carvalho (Dorinha) no livro “Dignidade, seu nome EDGAR”.
Dona Therezinha e Dr. Edgar um casal admirável, orgulho
dos guidovalenses.
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