quinta-feira, 28 de julho de 2016

THAÍS, FELIZ ANIVERSÁRIO!

Thaís, 1 ano passa depressa.


 FELIZ ANIVERSÁRIO!

E depois de 1 ano, Thaís, agora você é Cidadã Honorária Guidovalense.


quarta-feira, 27 de julho de 2016

O jeito certo de se conduzir

O jeito certo de se conduzir
(Por Marcílio José Vieira Neto)

O trânsito está cada vez mais intenso na rodovia que liga Guidoval a Ubá. O crescimento acelerado da frota de veículos teve como consequência um aumento significativo de caminhões, automóveis, caminhonetes e motocicletas trafegando na MGC-120, sobretudo nos horários de picos. Embora o número de acidentes não seja alarmante, é preocupante, pois alguns condutores dirigem com imprudência e total desrespeito às leis do trânsito. 

Esta reportagem tem como objetivo, informar aos leitores algumas normas do código de trânsito brasileiro, e, com isso, contribuir para a maior segurança das pessoas que transitam por nossa estrada principal.

Já se vão longe os tempos em que poucos veículos faziam o percurso que nos leva à Cidade Carinho. Tempos em que raramente ocorriam acidentes entre veículos, pedestres e ciclistas. Nos últimos anos, com o trânsito mais intenso, a imprudência ou o excesso de bebida alcóolica de alguns condutores, tirou a vida de vários guidovalenses e pessoas de outras cidades. 

Segundo os dados do IBGE, em 2005, nossa cidade tinha 559 automóveis, 86 caminhões, 49 caminhonetes e 561 motocicletas (total de 1255). Em 2014, eram 1177 automóveis, 153 caminhões, 214 caminhonetes e 1467 motocicletas (total de 3011). Sem desconsiderar que mesmo antes de 2005, já eram bastantes veículos, o que aconteceu foi que a partir daquele ano a frota praticamente triplicou.
Nossa reportagem procurou o soldado da Polícia Rodoviária de Minas Gerais, Pedro Vieira Neto, filho do ex-prefeito Mateus Vieira e bisneto de Cid Vieira, primeiro prefeito de Guidoval, que esclareceu sobre algumas normas que devem ser seguidas nas vias terrestres abertas à circulação.

O primeiro aspecto a destacar é quanto à velocidade. A velocidade máxima na maior parte da rodovia Guidoval-Ubá, para automóveis, caminhonetes e motos é de 110 km/h, para ônibus e caminhões é de 90 km/h e 80 km/h para os demais veículos. Entre o trevo de acesso a Rodeiro e a chegada de Ubá; e entre o trevo da chegada de Guidoval até a ponte nova, existem placas determinando velocidade máxima de 60, 40 e 30 km. 

Todo veículo deve obedecer não apenas a velocidade máxima, como também a velocidade mínima, que é sempre a metade da máxima. Algumas vezes, veículos, sobretudo motocicletas, trafegam abaixo da velocidade mínima, e mesmo se afastando para a lateral da pista, colocam em risco suas vidas e as vidas das pessoas que hipoteticamente se envolveriam em um acidente.

O condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. Muitos condutores, na ânsia de fazer uma ultrapassagem, costumam se aproximar demasiadamente do veículo à sua frente, aumentando o risco de acidente. 

O soldado Neto alertou que os principais motivos de acidentes são o excesso de velocidade e a ultrapassagem. Muitas vezes os condutores, vendo a estrada livre, dirigem em velocidade tão alta, desconsiderando a possibilidade de que possa surgir algum obstáculo inesperado na pista, o que tornaria inevitável um acidente. Também é comum veículos fazerem ultrapassagem em locais onde não existe a menor visibilidade de segurança para se realizar uma ultrapassagem.

Os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos veículos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. Essa norma preserva a segurança dos mais frágeis, então não faz sentido uma motocicleta dar passagem pra um veículo maior, a menos que esteja em velocidade abaixo do permitido. 

É proibido ao automóvel ultrapassar a motocicleta na mesma faixa; se assim o fizer, os condutores correm risco de se colidir. Por outro lado, um caminhão mais rápido jamais pode se aproximar demasiadamente de um automóvel mais lento, pois para o caminhoneiro fazer a ultrapassagem ele deve guardar uma distância de segurança tanto ao ultrapassar quanto ao retornar pra sua faixa, e jamais deve pressionar um veículo à sua frente, posto que a norma é que ele dê preferência ao veículo menor 

Os veículos de tração animal (charretes, carroças, etc...) serão conduzidos pela direita da pista, junto à guia do acostamento. Tais veículos têm preferência sobre os veículos motorizados, mas devem estar o mais próximo possível do acostamento a fim de trafegar com maior segurança.
A circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia ou acostamento, nos bordos da pista de rolamento, e no mesmo sentido de circulação dos demais veículos, com preferência sobre os automóveis. Os veículos motorizados devem preservar a segurança do ciclista, a preferência nas rodovias é do ciclista, sendo obrigação dos veículos motorizados guardar uma distância de segurança ao ultrapassar as bicicletas. Mesmo tendo a preferência na rodovia, os ciclistas devem se manter sempre no bordo da pista, e como nossa estrada tem um espaço fora da pista onde é possível andar de bicicleta, o mais seguro é que os ciclistas utilizem tal espaço sempre que possível, pois assim estará garantindo maior segurança. Outro aspecto relevante é que bicicleta poderá transitar no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores (contramão), somente quando o trecho for dotado de ciclofaixa, o que não é o caso da nossa rodovia.
Quanto ao fluxo de pedestres é importante salientar que caminhar numa rodovia é extremamente perigoso. Caminhe sempre no acostamento do seu lado esquerdo, pois é preferível ver os veículos que transitam mais próximo de si que os veículos mais distantes.
A prova que o trânsito na MGC-12O não é mais tão tranquilo é que a Polícia Rodoviária entende ser necessário um radar para controlar velocidade. Mas não é permitido colocar radar em rodovias onde não existe acostamento. Então cabe aos condutores dirigirem dentro da velocidade máxima permitida a fim de estarem mais seguros.
Quanto à sinalização e estado de conservação da rodovia, apesar do trajeto ser bem sinalizado, quase todas as placas, inclusive as que alertam sobre curvas e redução de velocidade, estão totalmente invisíveis porque o matagal tomou conta do espaço das sinalizações. Fazendo-se a limpeza do local, além das placas ficarem visíveis, haverá espaço para que ciclistas e pedestres possam transitar com maior segurança.
O código de trânsito defende a vida de todos os que trafegam pela rodovia. Se as normas forem seguidas, se todos transitarem com respeito e consciência, muitas vidas serão preservadas, muitas lesões irreversíveis serão evitadas, todos transitarão com mais tranquilidade e segurança.
Muitos guidovalenses perderam a vida na rodovia Guidoval/Ubá. Não podendo citar todos eles, evitamos citar alguém em especial. Mas é pela memória deles, pensando também nas famílias que jamais terão conforto por tamanha dor, que essa reportagem se fez necessária. Que jamais esqueçamos que o melhor caminho é quando conduzimos com respeito à própria vida e à vida das outras pessoas.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Festa de Santana - tempo de abraçar amigos (publicado no Jornal de Guidoval - edição número 27 - Set/2007)

Festa de Santana - tempo de abraçar amigos

         Desde menino participo dos festejos de Santana e Dia do Guidovalense. É um momento mágico na vida de nossa cidade. Conterrâneos de todas as partes retornam à boa terra. Trazem histórias para contar, querem ouvir as novidades. Buscam o carinho dos familiares, o abraço dos amigos. Vestem-se com as melhores roupas, exibem o melhor sorriso. É época de congraçamento, o coroar de mais um ciclo na história do município.
         Reservo pelo menos uma semana para estar nestes dias na cidade. Cheguei no domingo, dia 22. O primeiro amigo que encontrei foi o Antônio Augusto (Brito) Rossi.  Juntos, fomos ao Galpão da Pizza em busca de uma cerveja gelada. Lá encontramos os amigos Márcio Barbosa e o Renatinho, quando colocamos, em parte, a prosa em dia. AliásRenatinho e Márcio Barbosa compareceram a todos os eventos cívicos, religiosos, políticos, esportivos e culturais, dos quais tive a oportunidade de fotografar e filmar.
         Antes, porém, a caminho do Galpão, descia a Rua dos Tocos (João Januzzi) o Bebeto Ramos que nos transmitiu a triste notícia da morte do Mirandinha (Mirandolino Pinheiro), motivo para mais tarde eu prestar a última e justa homenagem, comparecendo ao seu velório e enterro.
         Não há como ir a Guidoval sem passar no Bar da Esquina, comer o melhor bife de lombo de porco do mundo, ouvir as ironias e ranzinzice do Wagner, o que fiz na companhia do Sinval Bateria, Josias do Ivair da Dorce, Geraldo do Tão, Moacir Gonçalves e Zequinha do Pedro Dias.
         Em Guidoval, bares e botequins são extensão da varanda de nossas casas. Houve o tempo do Bar do João Vicente, Caputo, Oscar Occhi, Jésus Fernandes, Ivo, Diógenes, Canico, Brás, ChiquitinKai-Terra, Beira-Rampa, Beira-Rio. Hoje as opções são Marquim, Chiquinho Matos, Manoel Lemos, FatinhaDorotéa, Eli, Fiim Kiel, Tarcísio (que faz o melhor picolé da região).
         Passando pelo Bar da Maria do Mazinho encontrei Siri (Sérgio), dois amigos de Petrópolis, Amauri, Elzinho, Jorge Mira e Romeu Vieira. Relembramos o saudoso Etiene, seus casos, eterna simpatia, sua sentida falta. Um vácuo, uma lacuna, uma saudade insuperável, nos inúmeros amigos que conquistou em vida.
         No Bar da Rodoviária, do Carlim e Gilmar, proseei com os amigos Gonzaga e Zé Geraldo, Luciano Ferreira, Jorginho (Cariá) Vieira, Marcellus e Robert Cattete, Roberto Vieira, Candinho do FrancisquinhoVasquinho Gonçalves, Julinho do Dr. Jair Dentista, Vadinho da D. Zulmira, Tista do Tatal, Aloísio e Luiz Pinheiro. Conversei com o João Coelho, Jorge da Tixinha, Abílio, Jorge Azevedo, Walter do violão.
         Saudei, na pracinha, o Elzo de Barros, Tuninho e Landinho Estulano, amigos de meu pai, por quem tenho grande admiração.
         O hasteamento das bandeiras do Brasil, de Minas Gerais e de Guidoval foram ao som do hino nacional, brilhantemente executado pela Banda da Polícia Militar de Ubá. Depois, os presentes foram brindados com belos arranjos musicais, com obras de Tom Jobim, Dorival Caymmi, entre outros.
         No Campo do Cruzeiro encontrei a Diana Nogueira, amiga de infância, que não via há muito tempo, pois reside nos EUA e vem esporadicamente ao Brasil. O nosso Cruzeiro de Guidoval, preto-e-branco, venceu por um a zero o Galo de BH (sub-20).
         Entre a Barraca do Tito e Cláudio do Domício e a Barraca do Negão (Jorge do Tilúcio) abracei os amigos Tarcísio Cusati, Gonzaga e Zé Maria Matos, Ronaldo e Zé Geraldo Vieira, Miguel Alonso. Revi o primo Januário Queiroz, o vereador Juscelino Pinheiro e a Profª Elaine Ramos, o Cidinho Vieira, a Dilourdes e a Memélia Ramos, o Vicente da Farmácia e a esposa Mary, o Aloísio do Zé EstulanoAnito Siqueira e Anjinho do Roldão.
         Ouvi o Oswaldo Soares recitar uns “repentes”, visitei o primo Mundico, que estava acompanhado da irmã Aparecida e do sobrinho Christiano. Cumprimentei os irmãos Varela, Jésus e Zé Ferreira.
         Junto com a Lourdes e a sua mãe D. Lourdes Ribeiral, visitamos a D. Célia Teixeira Albino, que estava rodeada das filhas Graça e Gicele, as netas Camila e Fernanda. Revi os amigos Lucas Vieira e Márcio.
         De tempos em tempos, uma gíria predomina na cidade. Houve a época de “tinindo”, “pedra noventa”, “thufo”, “rhâm”. O que mais se ouviu, nesses dias, pelas ruas da cidade foi “ doido!!!”, “ doido!!!”, “ doido!!!”. Por isso digo “TÔ DOIDO” para que chegue a nova Festa de Santana, para rever, confraternizar, abraçar os amigos.

Festa de Santana - tempo de agradecer
            Não preciso de motivos para vir a Guidoval, porém nesta Festa de Santana tive múltiplas razões para estar presente.
         A instalação da Pedra Fundamental do “Parque de Exposição Adauto Pacheco Ribeiral”, homenagem ao pai da minha esposa Lourdes. Compareceram representantes de todos os irmãos do homenageado. Sobrinhos, parentes e autoridades ouviram a bela mensagem lida, com emoção, por sua filha Marta Ribeiral.
          A Ampliação da Unidade Mista de Saúde “Prefeito Francisco Moacir da Silva”, com a criação da “Unidade Prefeito José Vieira Neto”, homenageou o meu saudoso pai, Zizinho do Marcílio. Sabedoria política do Prefeito Élio que juntou dois grandes ex-prefeitos, Francisquinho e Zizinho, num mesmo espaço destinado a atender a população mais carente de nosso município. A filha Zezé Vieira, representando a família, leu um emocionado discurso falando da trajetória de meu pai e agradecendo as autoridades pela honraria.
         A reforma e reurbanização da Praça Santo Antônio com instalação da placa com o poema “De como eu amo uma cidade” do amigo Marcus Cremonese, que não pôde comparecer ao evento, sendo representado pela filha Camila que leu uma mensagem ao povo de Guidoval.
         São obras que engrandecem e dignificam Guidoval. Aproveito este espaço para parabenizar e agradecer ao Prefeito Élio Lopes e à Câmara Municipal pelas obras e as homenagens a pessoas que me são tão queridas.
         Felicitei o Padre Almir por participar das festividades, abençoando as obras inauguradas e, principalmente, a nossa gente.

Festa de Santana - tempo de preces
            A fé alimenta o espírito, acalenta a alma. A nossa festa maior só é completa com a devoção de nosso povo, unido em orações, novenas, seguindo as Procissões de São Cristóvão, do Mastro e a Luminosa, com a imagem de SANTANA.
         À porta da casa do José Geraldo Dias, uma pequena multidão reuniu-se para acompanhar a Procissão do Mastro. Do outro lado da rua, o amigo Gerson Occhi observava o movimento dos conterrâneos. As duas Ana: Ana Marcília e Ana da D. Olga Ramos, como já fazem há vários anos, levaram o Quadro com a imagem de Santana até porta da nossa Igreja Matriz. A Filarmônica de Visconde do Rio Branco preencheu de melodia o cortejo, acompanhando o povo fiel à nossa Gloriosa Padroeira. Depois acendeu-se a fogueira, espocaram fogos de artifícios, belo espetáculo pirotécnico, sob o bailado da Congada comandada pelo João e Noel Medeiros.
         Para finalizar este passeio sentimental, rogo, humildemente, à nossa Padroeira SANTANA para que abençoe e ilumine a todos nós guidovalenses.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Isto é meu (do poeta João Etienne Filho)



Casos de Sebastião Nery

Uma tarde, em 47, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e João Etienne Filho, jornalistas mineiros desembarcados, no Rio, tomavam seu chope pobre no Vermelhinho, ali em frente à ABI, e ruminavam as esperanças nacionais.

Chega Otto Lara Resende, que fazia a cobertura do Senado:
- Esse José Américo é um gênio. Na tribuna, vira gigante. Ninguém o vence.

Hoje um senador o interpelou sobre um acontecimento qualquer, ele bateu a mão fechada na tribuna e gritou seco: "Isto é meu e morrerá comigo".
O Senado ficou longamente em silêncio.

João Etienne escreveu a frase no cartão do chope e guardou:
- Isto dá um poema.

Trinta anos depois, professor de teatro, membro da Academia de Minas o Saudoso Etinne fez o poema, belíssimo:


Isto é meu
(do poeta João Etienne Filho)

O ideal de beleza
que eu persigo
Isto é meu e morrerá comigo.

O que houve, o que há e o que haverá
De mim para contigo
Isto é meu e morrerá comigo.

O remorso de ser
joio entre o trigo
Isto é meu e morrerá comigo.

A mágoa que não conto
ao mais direto amigo
Isto é meu e morrerá comigo.

O que me dilacera
e finjo que não ligo
Isto é meu e morrerá comigo.

O que hei de levar
ao derradeiro abrigo
Isto é meu e morrerá comigo.

E o que eu quero
que se escreva em meu jazigo
Isto é meu e viverá comigo.