CHACAL
(Murilo Chafy Hallak)
Cheguei a São João Del Rei em 15
de agosto de 1972 para trabalhar na CEMIG.
Eu que era o
primogênito da minha Família, encontrei na empresa um irmão mais velho, o meu
professor e Mestre, o amigo BOLÃO, o apelido de Maurílio de Caxias Chaffy
Hallak.
Através do
BOLÃO conheci o seu irmão CHACAL. Poeta e Compositor. Não tenho medo de afirmar
que é o maior compositor popular da cidade onde nasceram os libertários
Tiradentes e Tancredo Neves. Que me perdoem o Agostinho França, Roberto e
Ginego.
Tive a
felicidade de ser parceiro do CHACAL na música “Quiumbandão”, tema enredo da “Escola
de Samba Falem de Mim” no carnaval de 1975. Neste ano ela terminou empatada
com a insuperável “Qualquer Nome Serve”
comandada pelo dramaturgo, ator, escritor, médico e Professor Jota Dangelo. Um
feito, uma façanha.
Ainda com
CHACAL fiz o samba “Rio de Debret”
para a “Depois eu Digo”, mas ele não
classificou para representar a Escola na avenida.
Acompanhei o
nascimento de algumas de suas canções do Chacal como a que ele dedicou à esposa
Marta e a primeira filha Marluana.
Trabalhei na CEMIG em São João Del Rei de 1972 a
1975. Depois quando me mudei, sempre retornava à cidade, ficava hospedado no
casarão do Sô Chaffy.
Quando faleceu
a Dona Lucy, mãe do Chacal, fui solidário a sua dor. Ele pediu-me para acompanhá-lo
ao violão. Queria cantar, no velório, as suas músicas para a sua fã número um,
Dona Lucy. Convenci-lhe que as pessoas não entenderiam este nosso gesto. Sua
mãe entenderia a mensagem, mas o povo, não. E junto com amigos comuns,
convencemos ao Chacal a ir desabafar em outro local.
Com o violão, uma
garrafa de cachaça e muita dor, fomos fazer a nossa cantoria nas escadarias da Igreja Nossa Senhora das Mercês.
Muito tempo depois visitando o Chacal fiz um “pout-pourri”
costurando algumas de suas canções com uns trôpegos versos-e-sons de minha
autoria.
Nesta ocasião, eu e minha esposa Lourdes, recebemos a
doce hospitalidade da Marta. Cantamos, bebemos, relembramos velhas histórias.
A "Banda Bandalheira" que desfila
todos os anos no sábado anterior ao do carnaval, este ano prestou-lhe uma
merecida homenagem desfilando com o tema "CHACAL VIVE".
Fiquei sabendo
do evento pelo facebook e impossibilitado de comparecer à homenagem recorri ao
Pedro Parente e às filhas do Chacal para conseguir uma camisa. Imediatamente a
Marluana prontificou-se a atender o meu pedido, poupando o Pedrão da tarefa de
me arrumar uma camisa.
Já estou de
posse da camisa. Chegou no dia 22. Ontem, 23/02/2017, cinco anos após o
falecimento do Chacal, bebi uma dose de cachaça da “Velha Aroeira”, fiz uma gravação caseira cantando o velho “pout-pourri”
e postei o vídeo no YouTube.
Agora, além de
carregar o Chacal, na memória, no coração, também vestirei a sua camisa.
Obrigado
Marta, Marluana, Marlimara, Maraline, Marcilene, Ângela e Aila! Pelo carinho e
consideração. E Bênçãos Divinas para a alma do Chacal.